Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 37
Capítulo: Ta-no-kami




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~NH~

Na manhã seguinte

~NH~

 

Finalmente, chegou o dia do inverno em que os guardas do daimyo avisam aos camponeses para suspenderem suas atividades.

As sementes germinariam com o retorno da primavera.

Os locais comerciais da aldeia seriam os únicos movimentados.

Reduzindo-se assim, maiormente, o tempo de trabalho de Minato, ele dedicaria mais horas ao ensinamento do filho.

Ichigen Hini decidiu emprestar materiais de estudo ao pai do hanyou, instruindo-o quanto a ordem das matérias que devia ser repassada ao meio yokai.

— Uma semana antes de as aulas retornarem, seu filho passará por uma avaliação. Se ele estiver avançado como os colegas da turma, ele poderá continuar com a turma no novo ano de aprendizado. 

— Arigatou Gozaimasu. — Minato agradeceu emocionado. — Meu filho ficará muito feliz quando souber.

— Seu filho é muito querido na terakoya. Considerando o motivo atípico do afastamento dele das aulas, os monges não encontraram problema em permitir dá-lo uma chance para alcançar a turma. As aulas retornam no início da primavera, então seu filho ainda terá bastante tempo. 

Minato agradeceu uma nova vez e após se despedir do Hini, aguardou seu filho acordar e explicou para ele a situação.

O loirinho se animou e os dois se prepararam para o primeiro estudo da semana.

Uma hora depois, Naruto jazia bem concentrado de barriga para baixo, escrevendo em um papel arroz.

Seu olhar estava sério, como se enfrentasse um inimigo.

Minato segurava sua vontade de rir, assistindo aquele gordinho hanyou sério. 

Naruto repentinamente cessou sua mãozinha. 

Largou seu objeto de escrita.

Suas orelhas se empinavam e sua cauda sacudia forte. 

— É o nii-san da Hinata! Neji vai treinar Naruto! — o meio yokai havia se esquecido. Retornando a lembrar, sacudiu seu corpo, dançando animado. — Naruto vai aprender técnicas Hyuugas!

— Huuum. — Minato começou a arrumar o material de estudo. — Nesse caso, vou guardar tudo.

O meio yokai ajudou o pai a arrumar e quando terminou, foi até o fusuma, ao empurrá-lo para o lado, deparou-se com a imagem do menino perolado o esperando na escadinha.

— Ohayo. — Neji se curvou. — Estou aqui para treiná-lo, Sr. Naruto.

— Senhor, eca. — O pequeno N. Uzumaki pusera a língua pra fora. — Chama ao menos de meio raposo, como a Hinata chama o Naruto.

Estando o fusuma aberto, Minato avistou os flocos de neve caindo e perguntou preocupado:

— Vocês treinarão lá fora?

O menino Hyuuga se colocou de lado para o hanyou, analisou o solo e o céu.

Retornou seu tronco para frente ao meio yokai e fitou o homem, respondendo-o:

— Lie, os exercícios serão mais bem realizados no corredor externo da casa.

— Onde Naruto sempre corre pra gastar energia? — o hanyou perguntou, estranhando e a seguir deu de ombros e se empolgou respectivamente: — Está bem então. Vamos, vamos! — passou pela porta e o Hyuuga o seguiu: — Que técnica Hyuuga Naruto vai aprender primeiro?

O loirinho andou até o canto direito do corredor frontal da casa.

Virou-se ansiosamente para o menino do clã.

Neji dissera:

— Corra.

— O quê?

— Corra somente sobre os dois pés, Sr. Naruto. — Neji especificou. — Sem ficar de quatro.

— Só isso?

— Hai.

Chateado, o pequeno N. Uzumaki obedeceu e conforme foi completando inúmeras voltas; diferenciava sua capacidade física do presente da, do passado.

Finalizava as voltas sentindo muita dor e suava mais.

O cansaço ao derrotá-lo o fizera cair sentado de bunda no chão.

De pernas abertas, o loirinho cobriu os olhos com as palmas, tentando impedir seu choro.

Neji se aproximou e parou na frente do hanyou.

— Por que está chorando, Sr. Naruto? Está ferido?

— Não. É que Naruto gordo é fraco demais. — Fechou as mãozinhas e as esfregou contra as pálpebras. — Naruto não vai proteger ninguém nessa forma. 

— É claro que vai. — Minato apareceu no final do corredor esquerdo, esfregando as mãos em um pano. Encimou o tecido no ombro direito e caminhou ao filho. Abaixou-se e acarinhou a cabeça do meio yokai: — Você só está gordo. Pain disse que seu lado yokai pode facilitar que recupere sua forma anterior de uma forma bem rápida, caso mantenha seu ritmo de treinamento. E mesmo que seu lado yokai não lhe dê vantagem em perder peso, você conseguirá perder, como uma pessoa comum.

O hanyou assentiu. 

Da próxima vez falaria para mamãe Fuso que não era saudável ficar dormindo e comendo por várias semanas seguidas.

O meio yokai esfregou os olhos e deu um abraço em Minato.

Perdurando um momento, pai e filho se mantiveram grudadinhos, enquanto Neji assistia silencioso e neutro.

Após se desgrudar do seu pequeno gorducho, Minato ficou de pé e os avisou:

— Chamo-os depois para o almoço. 

— Tá legal! — o hanyou buscou se reanimar e se aqueceu para continuar correndo. — Hoje vai ter peixe! Naruto vai comer peixe!

O Hyuuga assistiu o loirinho retomar a corrida. 

Algumas gotas de lágrimas retornaram a cair, entretanto o meio kitsune não parou de correr. 

~

Achando suficiente a quantidade de voltas que o meio yokai completara em torno da casa, Neji o ensinou a realizar abdominais. 

Minato saiu do interior da casa, indo para o corredor, e enxergou o Hyuuga segurando os pezinhos de Naruto.

A cada cinco tentativas de abdominais, o meio yokai acertava um ou duas vezes afastar bastante o posterior da cabeça do piso.

Mesmo desengonçado, o hanyou jazia firme, evitando se desanimar.

Minato parou atrás do menino Hyuuga, chamando-os:

— Venham almoçar, pequenos.

Neji soltou os pés do hanyou e se levantou.

Naruto exausto fez duas tentativas de se erguer e falhou.

O Hyuuga se curvou, estendendo os braços para o loirinho.

As mãos pequenas e pálidas seguraram as mãos gorduchas.

Com a ajuda de Neji, o hanyou ficou de pé.

Volvendo-se ao adulto, o Hyuuga avisara:

— Hinata-sama não me autorizou a almoçar aqui, Sr. Namikaze.

— Mesmo? — não seria um comportamento típico da menina, julgou Minato e questionou: — O que ela disse?

— Nada, Sr. Namikaze.

— Então como sabe que ela o proibiu?

— Hinata-sama, ou qualquer superior meu, precisa falar o que é permitido. Se não falar, eu não devo fazer.

— É uma regra do seu clã?

Neji refletiu, considerando outros membros do clã, não podia afirmar que todos seguiam aquela lógica. 

Respondeu apenas por si:

— Eu sempre agi assim, Sr. Namikaze.

— Bem, mas não é uma regra. Não estará cometendo nada grave contra seu clã. — Minato se curvou e agradou a cabeça do menino. — Venha almoçar com a gente, estou convidando você.

O Hyuuga entreabria a boca, quando Naruto segurou a mão dele, puxando-o a caminho do almoço.

— Neji vai gostar da comida do otou-san! — o Hanyou babava. 

Risonho, Minato caminhou atrás deles.

~


 

Neji observou que a carne de peixe do hanyou possuía o interior cru, enquanto a superfície jazia torrada. 

As pontas das orelhas de raposa desceram e Naruto ficou com grandes olhos tristonhos, na esperança de que seu pai lhe fornecesse mais peixe.

— Não. — Minato sequer direcionou sua vista à carinha pidona do filho. — Se já acabou o seu peixe, há pedaços de frutas frescos e uma salada.

A salada se compunha de cenoura, pimentão e repolho. 

Minato após engolir um pedaço do seu peixe, acrescentou:

— Depois tomaremos uma sopa para esquentar nossos estômagos. 

— Huuum. — Naruto lagrimou e pegou um pouco de água para beber. 

Depois foi enchendo sua boca com os pedaços de frutas para tentar sufocar seu choro. 

— Arigatou. — Neji foi o primeiro a terminar o almoço. 

— Gostaria de sopa? — Minato o perguntou.

— Não, arigatou gozaimasu. — Negou novamente e mais educado. 

— Otou-san, Naruto está sentindo frio. — O hanyou avisou após terminar suas frutas.

— Agora que disse, também estou sentindo. — Falou Minato que se alçou e foi olhando para o papel translúcido da região frontal da casa.

Não tardou em encontrar, por onde o frio adentrava. Um pequeno buraco.

— Eu não demoro.

O artesão-camponês avisou antes de sair da casa.

Dirigiu-se ao depósito e lá dentro pegou uma substância grudenta que costumava usar para colar algumas peças de seu trabalho, quando necessário.

De volta ao interior da casa, tampou o buraco, grudando mais papel translúcido sobre o buraco. 

— A nevada está mais forte. — O adulto alertou. — Não façam mais os exercícios nos corredores.

— Está tudo bem, os abdominais não precisam de muito espaço como a corrida. — Naruto falou, devorando sua salada.

Estando faminto, seu estômago se acostumou com a ausência da carne. 

Sua salada jazia deliciosa!

Após a salada, Minato serviu um pouco de sopa para seu filho.

— Antes de retornarem aos exercícios, descansem por um tempo. — O artesão-camponês agradou os cabelos do seu hanyou gorducho. — Vou dormir um pouco, depois buscarei água para lavar a louça aqui dentro.

— Hai, otou-san. — A cada longo gole sorvido, o meio yokai afastava a boca do recipiente e expirava aliviado.

— Intervalos entre os exercícios fazem bem, quando usados para descanso. — Neji verbalizou, sendo de antemão de sua pretensão que o hanyou descansasse.

~

O meio yokai deitado de costas, esfregando sua barriga com as duas palmas, arregalou os olhos e sorriu ao ter uma ideia.

— E se Naruto e Neji brincassem enquanto descansam?

— Se brincarmos, nós não estaremos descansando, Sr. Naruto.

— É uma brincadeira sem muito esforço, Naruto volta já. 

O meio kitsune foi para a região do seu quarto e lá dentro, devagar passou pela frente da cama de palha do pai.  

Minato adormecia feito um anjo. 

O loirinho pegou alguns brinquedos guardados ali e se retirou de mansinho, evitando acordar o dono da casa.

O hanyou distribuiu seis recipientes de barro ao lado direito da porta de correr.

E com uma bolinha na mão, sentou perto da parede oposta. 

Bateu a palma contra o chão, ao lado do seu bumbum, convidando o Hyuuga a sentar ao seu lado. 

Neji hesitou.

O hanyou insistiu mais, batendo com maior força contra o chão.

O menino Hyuuga então caminhou até o meio yokai e se assentou ao lado dele.

Empolgadamente, o pequeno N. Uzumaki explicou:

— Se Neji ou Naruto acertar a bolinha no buraco pequeno ganhará três pontos! Os dois buracos médios, cada vale dois pontos! E os três maiores, cada vale um ponto!

Usava um tom rouco de voz para não acordar o pai.

“E se o meio raposo quiser brincar, Neji-niisan tem que aceitar.”

O Hyuuga se recordou sobre uma das ordens de Hinata.

Então assentiu para o hanyou que ficou mais feliz.

Naruto foi o primeiro e se deitou de barriga contra o chão.

Deu um peteleco na bolinha, mas ela não acertou em nenhum buraco.

Ela bateu contra a parede de papel translúcido, entre dois recipientes, e retornou para perto dos dois.

— Que pena, eu perdi. — Naruto sorriu.  — É a vez do Neji. Sei que Neji vai ganhar.

O Hyuuga sentado sobre suas canelas se curvou um pouco e imitou o hanyou, dando um peteleco na bolinha.

A bolinha também bateu contra a parede, intermediando entre dois recipientes e regressou até metade do caminho.

O Hyuuga se ergueu e andou até a bolinha, catando-a e retornando os passos, entregou-a para o meio yokai. Dizendo-o:

— Eu sinto muito, Sr. Naruto.

— Neji não precisa sentir, é só uma brincadeira.

— Hai, Sr. Naruto. — Neji se assentou ao lado do loirinho.

Seguiram com o jogo, e o pequeno N. Uzumaki quase se estressou com o menino Hyuuga a não parar de pedir desculpas a cada erro.

Não importava quantas vezes o hanyou afirmava não ser necessário.

Aparentava ser algo instintivo do menino do clã lamentar pelo erro.

Todavia, depois do sétimo erro, Neji conseguiu conter seus pedidos de desculpas e não falou mais nada. 

O hanyou pudera brincar aliviado.

O pequeno Hyuuga se intrigava com sua sequencia de erros.

Todos os treinos lhe ensinados eram sempre dominados por ele, sem qualquer demora.

Uma simples atividade com aquela bolinha, e ele encontrava dificuldade para conseguir acertar.

Deu um peteleco.

A bolinha bateu na borda fina do buraco de um recipiente grande, em seguida, pegou a direção da parede adjacente.

As mãozinhas de Neji agarraram os cabelos sobre as regiões parietais da cabeça.

“Se você fracassa demais, não terá a honra de servir os membros principais da família Hyuuga. Os membros da família secundária do clã Hyuuga existem unicamente para servir os membros da família primária.”

Uma voz adulta retumbou na mente do menino perolado, fazendo-o arfar.

— O que há Neji? Neji está com sede?

Naruto perguntou, pousando uma mão aberta nas costas do menino Hyuuga. 

As mãos do menino desceram para o peito, tentava se recompor.

O loirinho se afastou e foi buscar um pouco de água.

— Prontinho, um pouco de água para Neji. 

A mão direita do meio yokai segurou uma mão do Hyuuga, abrindo os dedinhos dele, fazendo-o segurar o recipiente, e automaticamente Neji levou a outra mão parar ajudar a apoiar o objeto.

Vendo-o segurar o recipiente com as duas mãos, Naruto afastou as suas e se sentou ao lado do menino.

O hanyou deu tapinhas nas costas de Neji, assistindo-o beber água.

O menino perolado expirou e inspirou em um ritmo prolongado, acalmava-se.

— Arigatou gozaimasu, Sr. Naruto. — Devolveu o recipiente, agora esvaziado, para o meio kitsune.

— Neji estava sentindo dor? — o hanyou perguntou indo guardar o recipiente. — Um dia jii-san chegou à casa do Naruto, fazendo esse mesmo barulho, e o otou-san foi logo dando um pouco de água para ele. Jii-san estava cansado. Mas Neji estava sentado com Naruto, não podia estar cansado. — Estranhava bastante. Sentou-se de volta ao lado do menino do clã.

A criança Hyuuga apertou os joelhos, pensativo.

— Estou errando muito, Sr. Naruto. Aprenderei a brincar corretamente.

— Neji está brincando do modo correto. Neji está seguindo as regras direitinho. Acertar e errar faz parte da brincadeira. 

— Sr. Naruto, mas um erro pode prejudicar gravemente alguém. É o que me é ensinado no clã Hyuuga.

— Ninguém é prejudicado em uma brincadeira. — O hanyou observou em volta. — Quem Neji acha que prejudicou depois de errar todas às vezes?

O menino Hyuuga reflexivo não respondeu. 

— É a vez do Naruto! — empolgado dissera o loirinho, retornou a pegar a bolinha e deu um peteleco nela. Ao falhar pela milésima vez, gargalhou: — hahahaha Naruto é muito burro hahaha

~

Minato ao acordar, aproximou-se dos pequenos que continuavam brincando de atirar a bolinha. 

O adulto sorriu, pondo as mãos na cintura. 

Não sabia que o menino Hyuuga gostava de brincar. 

— Vocês retornaram a treinar?

O menino Hyuuga travou sua mão, antes de dá um novo impulso à bolinha.

Analisou a tonalidade do dia batendo contra o papel translúcido.

Pelo decair do tom da claridade, o Hyuuga concluiu que se passaram horas.

— Ih, otou-san, Lie, Naruto e Neji se esqueceram de voltar a treinar. — O meio yokai respondeu, rolando pelo chão até parar aos pés do pai. — Mas Naruto e Neji finalmente estão acertando os buracos!

Minato se curvou e esforçadamente carregou seu gorducho hanyou. 

Deu um beijo, em cada bochecha gorda do loirinho que riu e logo o colocou de volta ao chão. 

Minato empurrou a barriga para frente, apoiando suas mãos nas regiões lombares.

Produziu-se um estalar de ossos. 

Precisaria fazer um alongamento sempre que quisesse carregar seu filho. 

Relaxado outra vez, perguntou-os:

— Quantos pontos fizeram? 

— Cada um fez um pontinho. — Naruto respondeu feliz. 

— Eu sinto muito, Sr. Namikaze. — Neji se desculpou ao dono da casa. — A distração me fez perder o tempo. 

— Não tem problema. Você voltará amanhã, não voltará? 

— Hai.

— Deixem os exercícios para amanhã então. Daqui a pouco vou retornar a ensinar meu filho. Mas primeiro vou preparar um banho quente. 

— Neji toma banho com Naruto?! — o hanyou rolou para o lado do menino. 

— Eu preciso ir embora, Sr. Naruto.

— Neji vai depois do banho, Neji vai depois do banho! Naruto não vai soltar o Neji! — o hanyou derrubou o menino e ficou de barriga contra a barriga do Hyuuga. 

— Saia de cima dele, Naruto! — Minato ordenou, rigidamente, antes de abrir a porta de correr da lateral da casa.

Com bico, o loirinho rolou de cima do menino, indo parar de costas contra o chão.

— Está na hora de minha partida, arigatou pela recepção. — Neji agradeceu formalmente, preparando-se para partir.

— Eu o convidaria para jantar, mas acabei dormindo demais e o jantar demorará um pouco para ficar pronto, sinto muito, Neji. — Minato se desculpava. 

— Não é necessário, Sr. Namikaze. — Curvou-se o menino e se encaminhou para o fusuma, empurrou-o. 

— Até amanhã Neji! — o hanyou correu até a porta e ficou acenando de lá. 

Não caíam mais flocos de neve, todavia havia porções de neve distribuídas pelo solo. 

O menino do clã parou de andar, estando no topo do elevado de terra, virou-se, avistando o meio yokai ainda na porta, acenando-o. 

Neji ergueu a mão e correspondeu ao gesto do loirinho que sorriu. 

Em seguida, o menino do clã continuou andando e Naruto fechou a porta todo contente pelo dia trabalhoso e divertido que teve.  


 

~NH~

Dias e dias depois

~NH~


 

A rotina de Naruto foi marcada, respectivamente, por: exercícios físicos, descanso, brincadeiras, descanso, retomada de exercícios físicos, descanso e estudo de matérias atrasadas.

Os domingos eram reservados para Naruto rever os amigos e principalmente receber Hinata em sua casa. 

A menina Hyuuga se animou ao saber que agora Neji se tornou adepto das brincadeiras. 

Restavam dois dias para o final do mês de janeiro, e o loirinho reduzira metade da gordura extra. 

Com mais um mês, e ele retornaria ao seu peso comum. 

No pôr-do-sol da última sexta do primeiro mês anual, Neji e Naruto se afundavam no ofurô, a banheira amadeirada cuja água batia no peito de cada um.

A água chegava a soltar vapor. 

Com os braços repousados na borda da banheira, o meio yokai terminava de explicar: 

— E é assim que os bebês são feitos.

— Hai. — Neji disse, provando ter prestado atenção e entendido. 

— Hora de sair do banho. — Minato se aproximou e carregou o gordo hanyou para fora da banheira. 

Neji tratou de sair sozinho. 

Com um grande tecido, o artesão-camponês embrulhou os dois e começou a enxugá-los ao mesmo tempo.

Naruto ria, gostava daquela parte. 

Neji fechava os olhinhos e mantinha a cabeça baixa. 

Momentos depois, o menino do clã estava pronto para partir e daquela vez, o meio yokai teve permissão para acompanhar Neji até o elevado de terra. 

Enquanto caminhavam, o hanyou dizia o que mais gostava do kata, a técnica que o menino Hyuuga começou a ensiná-lo naquela semana. 

Kata nada mais era uma composição de movimentos de ataque e defesa. 

E era uma forma de exercitar vários músculos em um curto espaço de tempo. 

Naruto parou de falar, quando algo chamou sua atenção.

Com ambos no topo do elevado, avistou alguém indo em direção ao arrozal. 

— Quem é aquele velhinho?

— Algum camponês, Naruto. — Neji supôs. 

O hanyou venceu a cordialidade do menino Hyuuga, obrigando-o, por meio de sua insistência, que fosse chamado sem o “senhor”.

— Mas é inverno, o velhinho tem que descansar em casa se não o coração dele pode pifar.

— Pifar?

— É, significa parar. É o que o otou-san fala dos anciões da aldeia. — Naruto puxou o menino pelo punho e correu até o idoso. 

O velhinho pisava sobre o arrozal.

O filho do artesão-camponês se lembrou para não aumentar muito a voz, para não espantar os espíritos do arrozal:

— Ei, eeeiii, não pode ficar pisando aí. É onde o arroz vai nascer.

Quando o velhinho se virou para os dois, os pequenos descobriram se tratar de uma idosa. 

O sombreiro acobertava os cabelos grisalhos e presos.  

Dos olhos esticados da velha, somente o direito se abria. 

A boca sorridente escondia os lábios dentro da boca, um indício de que ela era banguela.

— Oras vejam só, o pequeno Hyuuga está me vendo huhuhu

Ela comentou, maravilhada. 

— Conhece-me? — Neji a estranhou.

— Claro. Conheço todos da aldeia. Mas eu decido para quem quero aparecer. Uma vez me permiti ser vista apenas pelas crianças, mas bem poucas crianças Hyuugas foram capazes de me ver. O pequeno Neji não me via.

— E por que Neji não a via antes? — mais curioso Naruto questionou.

— Ele não tinha essência de criança antes. Sabe pequeno hanyou, nem todas as crianças desfrutam do brincar, da diversão. — A velhinha agradou os cabelos do menino. — Fico feliz que tenha aprendido a ser criança.

As íris de Neji se ressaltaram.

Naruto se surpreendeu, sendo que poucas expressões se destacavam na comum neutralidade do menino Hyuuga. 

Neji fez uma pergunta, revelando o motivo de sua surpresa:

— É por isso que não fui pego pela música do ongokuki?

— Hai. Os humanos relacionam o ser criança à idade. Mas muitos adultos com espírito infantil já foram capturados por ongokukis.

O menino Hyuuga ergueu as mãozinhas à altura do peito.

Fitou suas palmas. 

Após abaixá-las retornou a fitar a idosa, e quis saber quem era ela:

— Quem é você? Refere-se como um ser inumano. 

— É, quem é a velhinha? — Naruto também quer saber. 

— Por que eu sou inumana huhuhu. — Ela decidiu acabar com mistério: — Sou Ta-no-kami, a divindade dos produtores de arroz.

— Não pode ser. — Neji meneou a cabeça, argumentando: — De acordo com a lenda, a deusa do arrozal se recolhe após a colheita, no outono. Estamos no inverno.

— Resolvi voltar um pouco mais tarde esse ano huhuhu.

— E por que esse ano? — Naruto perguntou.

— Por você, pequeno hanyou.

— Por mim? — ele colocou as mãos sobre o peito.

— Hai, não estão óbvias as inúmeras mudanças que sua presença gerou? Os aldeões de Konoha se tornaram receptíveis às raposas, elas são minhas mensageiras. Em agradecimento, atuarei mais no arrozal da aldeia. Estou preparando o solo para dá-los uma colheita muito farta na próxima primavera.

Neji comentou:

— Os aldeões sempre acreditaram que eram pássaros, os seus mensageiros.

— É comum existir enganos. As divindades não costumam corrigir os enganos dos humanos. Se fizéssemos isso sempre, as pessoas iam rapidamente mudar seus hábitos. Não seria algo natural. Consigo saber quais das pessoas mudaram o que sentem pelas raposas, verdadeiramente. Mas ainda há quem mudou, por medo de ser amaldiçoado. 

As orelhas de kitsune desceram, a cauda felpuda foi para frente do corpo de Naruto, ele a abraçou contra o peito.

— Não fique assim, pequeno hanyou. Com o tempo, esse sentimento se extinguirá. Continue provando o quanto de amor dentro de si. 

— Hai. — Naruto gostava do carinho dela. 

A Idosa entusiasmada comentou:

— Aposto que Inari Okami vai querer conhecê-lo esse ano. 

— Inari Okami? — a curiosidade saiu no timbre de Naruto.

— É o Deus das kitsunes. — A velhinha esfregou o queixo. — Acho que ultimamente ele está assumindo forma de mulher. Bem, isso não tem importância, quando ele aparecer, você saberá que é ele.

— Ei, vocês! — um dos guardas do Daimyo se aproximou. — É inverno, não é mais para ficar vagando pelos...

Ele parou ao observar a forma do meio kitsune. 

— Você... você é o hanyou com quem o Daimyo quis tomar chá?

— Hai. O otou-san falou que quando Naruto recuperar a boa forma, ele vai entrar em contato com o Daimyo e acontecerá esse chá. 

— Bem, hanyou. Tenho que pedir que se retire com seu amigo. 

— Naruto e Neji estavam conversando com... — O hanyou se interrompeu ao notar que Ta-no-kami sumiu. 

— Vamos, Naruto. — O menino Hyuuga segurou a mão do N. Uzumaki e o arrastou para longe do arrozal. — Ele não vai acreditar se explicarmos que conversávamos com uma divindade. 


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