Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 17
Capítulo: Aprendizado


Notas iniciais do capítulo

Boa noite leitores!
Prontos para mais um capítulo?
Que assim seja, aproveitem.

ps: As imagens dos capítulos não representam necessariamente o que acontece na história, são apenas selecionadas de acordo com meu gosto. Levo mais o valor da expressividade, da simbologia contida na imagem do que os traços, as cores e o cenário.



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~NH~

Quatro dias depois.

~NH~

 

 

O jantar com os Hyuugas continuava sem previsão de se realizar.

O hanyou se impacientava e se entristecia em vários momentos, com o peito repleto de saudades de Hinata.

Todavia, para se reanimar bastava a chegada de Kiba e Chouji durante as manhãs; e de noite, a companhia de seu querido pai.

 

~NH~

Sexta noite do quinto mês do ano.

~NH~

 

Hiruzen visitou os Namikazes, e noticiou-os que Hana dera à luz.

Hanabi Hyuuga, uma linda menina, era o novo membro da família principal do clã.

O hanyou todo alegre dançou em volta do senhor Sarutobi que riu diante a felicidade do meio yokai.

Hiruzen o presenteou com um saco de kompeitos preparados pela esposa com pouco açúcar, para não energizar tanto o pequeno U. Namikaze.

Naruto interrompeu sua dança, e pegou o saco indo se distrair com os doces, enquanto os adultos conversavam.

Após meia hora, quando Minato fez menção de preparar o jantar durante o diálogo, o ancião anunciou sua partida, mesmo sob a insistência do Namikaze e do hanyou para ficar mais um pouco, Hiruzen negou avisando que precisava resolver algo importante.

O Sarutobi sabia que o camponês-artesão o ofereceria sem problemas uma parte da refeição, e era por conta disso que Hiruzen achou melhor ir embora.

Objetivava que pai e filho jantassem em paz do pouco de comida que possuíam.

Não esquecia o ancião, de que os impostos que Minato pagava eram o dobro do valor que os outros aldeões de Konoha arcavam.

Enquanto a comida esquentava, pai e filho se afundavam na banheira.

O homem escovava os cabelos do pequeno, retirando várias sujeiras impregnadas.

Era sempre assim agora, com a visita dos amigos, o meio yokai só sabia brincar de correr, e se sujava mais.

— Está correndo na floresta? — Minato perguntou, retirando um fiapo de mato atrás da orelha peludo.

— Sim otou-san, mas não é longe de casa. E Naruto fica na forma de menino ruivo. Em casa não dá pra brincar de esconde-esconde com os amigos.

— Por enquanto, é melhor realizarem brincadeiras que não seja necessário sair de casa. — Minato jogou a escova à varanda.

O meio yokai se virou na banheira, sentando de frente pro pai.

— Tá bom, otou-san. — O loirinho fez bico, e pousando as mãos nos joelhos, perguntou feliz: — Naruto pode visitar Hinata? Naruto quer conhecer Hanabi!

— É melhor esperar que ela venha até nós, se ela não vier, vamos aguardar pelo jantar.

— Mas ainda não marcaram o dia do jantar. — O hanyou fez bico, outra vez. 

— O jantar demorará mais um pouco, filho. Hana precisará do resguardo, e isso leva por volta de dois meses.

Interrogativo, o menor fitou o pai.

— O que é resguardo, otou-san?

— É o tempo de descanso de uma mulher, após ela ter o bebê. Também chamado de puerpério. Ter um bebê exige muito do corpo da mãe, então ela precisa de um loooongo descanso.

— Aaaa sim. Otou-san, por que não coloca um bebê na barriga, aí o otou-san pode se tornar uma okaa-san.

Em primeiro momento, o Namikaze riu, causando estranheza no inocente hanyou.

— Homens não podem parir, filho. É... — Avermelhou-se durante cinco segundos, ponderando as palavras, as quais usaria. — Não tem por onde sair.

O meio yokai franziu o cenho, e esfregou o queixo.

— E nas mulheres tem por onde sair, otou-san?

O camponês-artesão pegou um pouco de água e jogou na cara, ganhando tempo para pensar em como explicar ao filho.

— Sim...é...vejamos, sabe onde fica o nosso bigulim?

Utilizava tal palavra quando o meio yokai era mais novo, por volta dos dois ou três aninhos de idade.

— Claro. — O hanyou ficou de pé na banheira, mostrando ao pai. — É por onde sai o pipi.

— Então, as mulheres não tem bigulim, no lugar elas tem uma...passagem para o bebê. 

O meio yokai achou difícil de imaginar como seria a tal passagem.  

— É um buraco, otou-san?

— De certa forma. — Minato esfregou os cabelos na região posterior da cabeça. — Há outro bem menorzinho, por onde sai o pipi. Essas...passagens ficam protegidas...por pele.

O loirinho expunha os olhos meio fechados, demonstrando desenhar a imagem na mente.

— Vamos sair.

Disse o pai, levantando-se.

Carregou seu filho por baixo dos braços; retirou-se da banheira e foi à varanda onde ao lado da escova, as roupas novas aguardavam dobradas, umas sobre as outras.

Primeiro, o homem pegou a toalha e começou a enxugar seu filho.

Esfregava o tecido com força contra os cabelos loiros arrepiados.

A cabeça do menor sacudia a cada esfregada, acostumado, o pequeno não se incomodava, e perguntou: 

— Otou-san, como foi pro bebê parar dentro da okaa-san da Hinata?

Em um instante, a toalha cessou, parte dela cobrindo os olhos do mais novo.

— “Calma Minato, você consegue.” — Refletia o camponês-artesão. Retornou a esfregar o tecido contra a cabeça do meio yokai, respondendo-o: — Sabe filho...o homem tem uma semente dentro do bigulim.

O hanyou arregalou os olhos, questionando:

— Semente do quê?

— De criança. Mas para fazer a semente se transformar em uma criança, tem que colocá-la dentro da barriga da mulher...e então...vejamos...o bigulim terá que entrar na passagem da futura mamãe, para jogar a semente dentro da barriga dela.

Minato desceu a toalha pelo corpo do filho.

O mais novo ficou admirado.

— Nossa, otou-san. Isso parece doer.

— Está tudo bem, o corpo da mulher é preparado para receber a semente, da mesma forma, que é preparado para guardar a semente até que se torne um bebê, aí quando o bebê fica pronto, ele sai.

— Uaaau, mulheres são incríveis, otou-san.

— Concordo. — O pai esfregou a toalha contra a cauda peluda, demorou-se nela, era a parte do filho que mais demorava a secar.

 

~NH~

Na tarde do dia seguinte

~NH~

 

O hanyou ficou super alegre quando soube que os amigos poderiam retornar após o almoço.

No presente, inventavam uma nova brincadeira.

Naruto dividia com Chouji um dos quimonos do pai.

Kiba emendou duas faixas para contornarem os corpos dos dois, e deu um nó bem forte na frente do quimono.

A seguir se abaixou, e usando uma terceira faixa, amarrou a perna direita de Naruto, na perna esquerda do Akimichi.

— Yaaaa Naruto e Chouji é um monstro de duas cabeças, dois braços e três pernas! — o loirinho gritou, engrossando a voz e de olhar raivoso.

— Vamos devorar o Kiba e o Akamaru! — Chouji ameaçou.

O Inuzuka pegou Akamaru do chão e saiu correndo à varanda.

O hanyou sendo mais rápido e mais forte que o Akimichi, precisava maneirar em sua velocidade, para não prejudicá-lo.

Então no ritmo de Chouji, o meio yokai perseguia o outro amigo.

Na terceira volta em torno da casa, o Inuzuka escorregou em uma curva.

E quando caiu, Akamaru deslizou pelo piso.

Naruto e Chouji alcançaram o cachorrinho, a mão do loirinho colocou o canino dentro do buraco do quimono.

A cabecinha de Akamaru ficou entre as cabeças dos dois.

— Nãããooo! — Kiba gritou, dramático, levantando-se e correndo, olhando para trás, lamentando pelo amigo peludo. 

— Já era, Akamaru está sendo comido! — Naruto gritou de volta, junto com Chouji retornava a perseguir o Inuzuka.

O Akimichi conseguiu dar somente duas voltas a mais e pediu para descansar.

Kiba cessou sua correria, vendo a exaustão do amigo rechonchudo. 

Ajudou-os a se livrar do quimono, depois seria sua vez de dividi-lo com Naruto, e aí Chouji quem seria perseguido.

Deitaram na varanda, um ao lado do outro, enquanto Akamaru passeava entre eles.

O hanyou se lembrou que ainda tinha kompeito, e resolveu buscar, retornou à varanda, deitando entre os dois meninos, ofereceu-os. 

Kiba enquanto absorvia um kompeito, olhou para o perfil do meio yokai e levou sua mão aos cabelos loiros na lateral da cabeça.

— O que foi? — o U. Namikaze perguntou, sentindo cócegas.

Kiba afastou a mão, e respondeu:

— Eu quis saber se você tem orelhas humanas.

— Não, só quando Naruto se transforma em menino. — O hanyou esclareceu, com ar lamentoso.

Chouji engolindo seu kompeito, mexeu na outra lateral da cabeça do meio yokai, enfiou seus dedos nos cabelos loiros, e no lugar onde deveriam existir orelhas humanas tateou apenas pele. 

Afastando a mão, questionou-o:

— Que esquisito, é por isso que deixa o cabelo cobrir essa parte?

— É. — O loirinho sentou, tendo terminado de comer seus kompeitos, propôs: — Naruto vai se transformar em menino para não ficar esquisito na frente dos amigos.

— Não precisa. — Chouji se sentou, pondo uma mão no ombro do U. Namikaze. — Não há problema ser esquisito. A gente que é burro por antes não termos nos aproximado de você.

— É, não se preocupe com a gente. — Kiba pediu, sentando-se também. — Transforme-se em humano apenas quando for andar perto de ignorantes que temem hanyou. Chouji e eu não somos mais ignorantes, então perto da gente, pode ser você mesmo.

— Kiba está certo. — Chouji passou a mão na cauda felpuda. — E eu prefiro vê-lo na forma de meio yokai.

Emocionado, o U. Namikaze apreciava se sentir amado do jeitinho que era, e então colocou um braço em volta do pescoço de cada amigo, derrubando-os no chão.

Akamaru abanou o rabo e passou por cima dos três, cheirando cada um.

O trio começou a rir.

Depois de descansados, resolveram se levantar e continuar brincando, todavia a chegada de alguém fez o meio yokai ficar estático.

— O que há Naruto? — Kiba perguntou, vestindo o quimono de Minato, aguardando o Uzumaki entrar na roupa.

O loirinho firmava a vista no topo da subida.

Os olhares dos amigos seguiram aonde o hanyou encarava.

E em cinco segundos, surgiu a figura de um homem muito alto, com uma bandana cobrindo a careca e um quimono inteiramente negro, da mesma cor do hakama a encobrir os pés.

Realizando as boas maneiras, o U. Namikaze o recebeu:

— Yokoso!

O homem sequer observou os outros meninos, sua vista cessou no anfitrião.

As orelhas compridas e peludas, assim como a cauda, junto com as unhas alongadas, tornaram-se o foco do avaliador.

O estranho dissera:

— Você é o hanyou.

— Isso mesmo, Naruto Uzumaki Namikaze, filho de Minato Namikaze, mas otou-san não está em casa, por favor, volte amanhã de manhã, ou de noite que otou-san estará de volta. — Educadamente, pediu o loirinho.

Ignorando o que o hanyou falou, o homem olhou para os meninos e o cachorrinho, comentou:

— Você se dá bem com humanos.

— Alguns, mas daqui a algum tempo Naruto fará um montão de amigos. — O U. Namikaze disse ansioso.

O Inuzuka se saiu do quimono de Minato. Áspero perguntou:

— Quem é o senhor?

Afinal, o Uzumaki dava atenção para um total estranho.

— Sou Ibiki Morino, fui selecionado para ser treinador do hanyou da aldeia. — Sua pose séria não se desfazia, e em nenhum momento amenizava sua voz só por que conversava com crianças.

— Legal! — o filho do artesão-camponês gritou feliz, estava tão ansioso por aquele dia. Começou a dançar. Repentinamente, parou em uma perna só, estranhando: — Morino?

— Ouviu falar de mim? — o homem perguntou sem surpresa, sendo algo esperado.

O hanyou queria confirmar, mas se esquecera onde escutara aquele sobrenome.

Chouji por outro lado, respondeu:

— Ibiki Morino liderou o exército que deu fim às invasões que a aldeia sofria. É uma honra imensa tê-lo como treinador, você é sortudo, Naruto. Ele é de confiança do damyo.

Agitado, o meio yokai se impulsionou até o Morino, mas foi segurado por trás, pelo quimono laranja.

Kiba quem impediu do hanyou de sair da varanda, sem largar o quimono do amigo, áspero perguntou ao homem:

— Como saberemos que você é Ibiki Morino? Nunca o vimos pessoalmente.

— Não treinarei o hanyou hoje. — Ibiki retirou de dentro da manga larga do quimono, um pergaminho. Abaixou-se e colocou o objeto no solo. — Assim que o senhor Namikaze estiver em casa, o senhor Sarutobi virá para comunica-lo sobre mim. Resolvi vir por conta própria agora, apenas para fazer algumas perguntas ao hanyou, não pretendo me aproximar.

— E o que é isso? — Naruto perguntou, olhando pro pergaminho.

— O documento com a assinatura de cada ancião da aldeia, permitindo-me treiná-lo. Meu trabalho daqui por diante, será unicamente cuidar do seu treino. Seu pai terá que assinar também. Eu não moro em Konoha, sou da cidade do damyo, e as assinaturas provarão que não estou me intrometendo em assuntos da aldeia.

O meio yokai ficou confuso.

Kiba e Chouji se tornaram pensativos.

Os três menores desconheciam que o hanyou era considerado uma arma de defesa da aldeia.

Ibiki Morino foi o primeiro de fora de Konoha a ter conhecimento do meio yokai.

O Morino tivera que assinar um contrato de confidencialidade, o qual permitia que revelasse sobre o hanyou somente para o damyo, caso necessário.

Como lhe asseguraram que não demoraria muito para o damyo saber da existência do hanyou, não viu problema em aceitar o contrato.

Absteve-se de explicar aquela parte para os menores.

— Quais perguntas gostaria de fazer? — o loiro quis saber.

— Todas envolvem seu nível de instrução. Sabe fazer cálculos? Ler? Conhece a história do nosso país? Preciso saber quais áreas educacionais você domina. 

— Naruto... — O meio yokai levantou as mãos à altura do peito. — ...Naruto consegue contar até dez...não, espera...até vinte...depois do vinte é difícil pro Naruto....ler...otou-san me ensinou alguns kanjis no monta-monta, Naruto sabe o kanji da cor laranja....e...e...Naruto gosta de história, conta qualquer uma história do país que Naruto vai gostar.

— Seu aprendizado é praticamente zero. — Ibiki retirou um novo pergaminho, dessa vez, o objeto estava preso sob a faixa do seu quimono, na lateral esquerda de seu corpo. — Isso aqui é uma recomendação minha, para seu pai coloca-lo na terakoya Nakagi. Para meu treino, é importante que tenha um nível de aprendizado, mesmo que seja básico. 

Colocou o pergaminho no solo, ao lado do outro.  

Chouji e Kiba de queixo caído, arregalaram os olhos.

— Tera... — O meio yokai não conseguiu terminar de falar. — O que é isso?

O Morino se curvou, e se volveu, indo embora, despreocupado em respondê-lo, crendo que os meninos responderiam a dúvida do hanyou.

— Parabéns Naruto. — Chouji abraçou-o pelo pescoço. — Você estudará em uma escola!

— Escola?

— Sim, terakoyas são escolas de templos budistas, lugares onde as crianças aprendem várias coisas legais. — O Inuzuka explicou.

— Kiba e eu não vamos por que tem que pagar pra entrar, e é muito caro, mas com a recomendação de Ibiki Morino você entrará fácil. — Feliz pelo amigo, Chouji dissera.

— Uma escola. — O hanyou murmurou, observando o céu, em reflexão. De repente, correu para pegar os documentos do Morino. Saltou da varanda, não pisando em nenhum degrau da escada, e de quatro no solo, alcançou os pergaminhos. Ao segurar os dois objetos, ficou de pé, e mantendo-se de costas aos amigos, questionou: — Significa que terão outras crianças lá?

— Claro. — Kiba assegurou.

— Yuupiii! — o hanyou deu um imenso salto, ansioso pela volta de seu pai. — Naruto conhecerá mais crianças! Naruto está louco para contar pra Hinata!

Akamaru desceu pela escada e correu feliz, abanando o rabo com força, contagiado pela alegria do meio yokai, correu em torno do hanyou. 

Kiba e Chouji se entreolharam, e sorriram, na opinião dos amigos, o hanyou merecia o melhor.

 

~NH~

 

Na casa da família Hyuuga, Hiashi ainda lidava com o fato de que ganhou mais uma menina para vigiar.

Percebeu que fizera tantos planos pensando em um menino, que se esqueceu da possibilidade de nascer menina.

Ficou um imenso tempo meditando em um dos jardins de sua casa, e então quando se retirou para dormir, devagar abriu a porta de correr, apenas um pouquinho, e espiou o interior do cômodo.

Sua esposa dormia e Hinata sentadinha ao lado da mãe, segurava a caçula.

Nos bracinhos da primogênita, o bebê se rodeava de um embrulho branco e macio, o qual expunha apenas o rostinho rechonchudo.

Natsu sentava de joelhos, ao lado do leito, fazia sua presença para caso a pequena Hyuuga precisasse de ajuda.

Todavia, Hinata se sentia segura em ter sua irmã no colo.

Podia ser pequenininha, mas tinha força de montão para sustentar Hanabi.

Amava sua irmã, como se a conhecesse há anos.

Almejava apresentá-la para o meio raposo, sabia que Naruto iria adorar conhecê-la.

Já que o jantar estava longe de acontecer, pediria com jeitinho para seu pai permitir que o hanyou viesse apenas para conhecer o bebê, mesmo que fosse por um momentinho apenas.

Assim, além de apresentar Hanabi ao meio raposo, mataria suas saudades dele.

 

Hiashi fechou as pálpebras durante um momento, e resolveu recuar, daria mais um tempo para sua filha mais velha curtir a irmãzinha.

 


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