Imperdoável escrita por Polaris


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Eu estou lendo o último livro de Instrumentos Mortais e simplesmente tive que escrever algo deste tipo. Aceito indicações de fanfics desse ship para que eu possa ler. Só que precisa estar concluída.
Espero que gostem desta oneshot.



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“Um caçador de sombras ama com uma intensidade sufocante...”

A voz de Maryse Lightwood, sua mãe, soava alto em seus pensamentos. Ele se lembrava, ainda garotinho, de ouvi-la contanto sobre as grandes paixões que já existiram em seu mundo. Isabelle amava ouvi-la também. Sua irmã, embora parecesse forte, era apenas uma menina. E como ele, ansiava ferozmente por um amor arrebatador.

“O amor, para nós, é atordoante”

Tão atordoante como o veneno de um demônio, Alec pensou. Tão atordoante que chegava a abrir feridas em seu coração, as quais lhe pareciam incuráveis.

O jovem pensou por um instante que parecia deveras amargurado. Entretanto, como não parecer depois de tão terrível termino?

Aku cinta kamu.

Eu amo você, Magnus dissera. E ainda assim, deixou-o com tanta frieza... Como se a história de ambos fosse apenas uma página de sua vida.

Alec riu, obviamente que sim, ele fora uma página que o bruxo arrancara sem dó talvez. Magnus não falava quase nada sobre si, mas sabia que o feiticeiro já vivera o bastante para acreditar que a existência de Alec era apenas um detalhe em Nova York. Por que um caçador como ele seria importante, afinal?

“Apenas um erro”, pensou, imaginando se o que fizera fora assim tão imperdoável. Bem, fora tão ruim que Magnus o deixara. Imaginou como seria os términos de outros casais e se outras pessoas faziam coisas tão estúpidas como ele fizera.

Ele nem ao menos tinha Camille Belcourt para extravasar sua raiva. Uma boa briga com a vampira iria acalmar seus nervos.

“Não confiou em mim. Nunca confiou” a voz de Magnus veio até sua mente, o aterrorizando como um fantasma.

“O amor, para nós, é como o sol num dia de inverno. Como as estrelas numa noite escura. É como... Um abraço no momento em que você mais precisa de um”

Os lábios dele eram macios contra os seus, pareciam carinhosos e urgentes, o seu toque era realmente como o sol no inverno, o último resquício de um raio de luz antes da noite cair.

O celular, ao seu lado, vibrou. Alec rapidamente pegou o aparelho, num nervosismo e ansiedade quase palpável. Seus ombros, antes tensos, relaxaram completamente decepcionados. Era apenas Jace, querendo saber onde estava. Alec não respondeu, sabia que Jace não se apavoraria com seu sumiço, pela ligação deles como parabatai, a maior dor que Jace sentiria que viria de Alec era a de seu coração.

Ali naquela cobertura de um dos edifícios de Nova York, Alec se sentia só, porém o conforto de sua solidão era melhor do que a pena nos rostos de seus amigos e irmãos.

Ali, debaixo da noite de dezembro fria, Alec preferia afundar na culpa.

Afinal, fora um idiota egoísta com Magnus e realmente merecia perde-lo. Na sua ânsia por desejar estar sempre com o feiticeiro, acabara sem ele.

O jovem sentiu algo líquido descer seu rosto e percebeu só então que chorava. Quão ridículo deveria estar, pensou. Mas ele não se importava realmente com isto, já que estava sozinho ali.

Pensou no último beijo entre eles, isto o machucou mais do que tudo. Saber que eles ainda se amavam, e que sua estupidez os impedia de ficarem juntos.

O celular vibrou mais uma vez e Alec desta vez não moveu um só músculo. Estava cansado de enviar mensagens ao feiticeiro e não receber alguma noticia. Já pedira desculpas, já o procurara. E Magnus parecia para ele inacessível.

“Mas o que diabos?!” pensou ele, e levantou-se do chão frio, ficando sentado, e pensou porque estava agindo como se fosse um adolescente idiota esperando as coisas caírem do céu. Bem, ele era um adolescente. Mas também era um Lightwood. E os Lightwood simplesmente não ficavam de braços cruzados esperando.

Alec pegou seu celular e foi diretamente para o contato de Magnus Bane.

“O amor é paciente” digitou e por um segundo, seu dedo polegar teve receio. Sua hesitação contrastava com sua respiração forte, ofegante. Mas Alec ainda assim apertou o botão de enviar.

“O amor é bondoso” digitou uma nova mensagem e enviou agora sem hesitar.  

“Não inveja, não se vangloria, não se orgulha”

Alec levantou-se e segurava seu celular como se sua vida dependesse disto.

“Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor”

Alec tinha plena noção de que chorava.

“O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade”

Imaginou se estaria fazendo papel de idiota, se Magnus sequer leria todas aquelas mensagens, ou se estava digitando como um estupido ex-namorado que não sabia enfrentar um término.

“Tudo sofre. Tudo crê, tudo espera”

Alec respirou fundo, antes de enviar a última mensagem.

“Tudo suporta”

Sem um pingo de controle, Alec agora soluçou e deixou um choro infantil tomar contra de si. Doía como o inferno aquilo. E Alec mais uma vez sentiu que estava sendo sugado pelas trevas que era estar apaixonado por alguém e não poder ter a essa pessoa.

E seguindo seus instintos de Caçador, ele girou o corpo ao sentir uma presença naquele local. Alec não tivera tempo algum de limpar suas lágrimas. E Magnus, pelo jeito, não tivera tempo de se vestir apropriadamente, pensou Alec ao ver o feiticeiro. Magnus usava um pijama simples e tinha a barba por fazer. Seus olhos dourados fitavam-no inquisitivos, e seu celular estava em sua mão direita.

— Alec – Magnus dissera seu nome, não havia a fúria do ultimo encontro dos dois. Nem a magoa em seu olhar.

Pela primeira vez na vida, Magnus pareceu-lhe velho, cansado.

Embora seu corpo fosse absurdamente jovem.

“O amor para Caçadores de Sombras, pode ser a perdição” a voz de sua mãe soou em sua mente, mais uma vez “ou pode ser a salvação”.


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Notas finais do capítulo

Eu adoro captar momentos e fiquei imaginando como seria um retorno deles, caso haja um. Logo termino o livro e descubro se há esperanças. Bem... a citação é I Coríntios 13:4-7 e eu coloquei exatamente pela ligação dos Caçadores com o Anjo e por causa das várias passagens onde é falado sobre o modo como os Caçadores amam.
Mas eu não me atrevi a continuar a cena, eu simplesmente não me achei no direito de estragar a relação deles ou de consertar haha
Cabe a cada um continuar na imaginação.
Espero que tenham gostado.
Talvez eu continue a explorar esse casal em outras fanfics :)