Entre erros e escolhas - Final Alternativo escrita por I am Gleek


Capítulo 1
66 - What hurts the most


Notas iniciais do capítulo

A primeira de duas (essa e o epilogo) partes do final alternativo.
Espero que gostem ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/677191/chapter/1

O grupo andava devagar atrás do carro.

Frannie era praticamente arrastada por Cooper, enquanto soluçava. Não podia acreditar que estava se despedindo de sua irmã caçula. Aquilo não parecia certo.

Hiram e Leroy ajudavam Rachel, que parecia anestesiada. A garota só havia chorado quando receberam a notícia. Depois disso, fazia tudo no automático. Só aquilo que eles mandavam e passava a maior parte do dia encarando o nada, parecendo perdida.

Santana parecia ser a amiga da loira que mais sofreu com a perda. A latina não parava de chorar, agarrada a Dani, que tentava acalma-la.

Os sete estavam a frente do cortejo, seguidos pelos integrantes do clube do coral, a maior parte das líderes de torcida, alguns outros alunos e professores do McKinley e grande parte dos Berry.

Ao final do grupo, Wes, Nick e Harmony andavam de braços dados.

Ninguém queria acreditar naquilo. Quinn era uma boa garota. Uma menina jovem, com uma vida inteira pela frente. Ela não deveria estar dentro daquele caixão.

O carro parou e Wes e Nick correram para chegar até ele.

Cada um pegou a alça de um lado. Hiram soltou Rachel para ajuda-los, assim como Puck, Will, Mike, Rory e Aaron – um dos poucos parentes da garota que estava ali – se aproximaram.

Os oito levaram o corpo da Fabray mais nova até dois homens parados perto do buraco no chão e voltaram para junto do restante do grupo que estava ali para se despedir de Quinn.

Pouco depois o caixão estava descendo, pendurado por duas cordas, sob o olhar atento de todos.

E então as cordas foram soltas e a primeira pá de terra foi jogada.

Frannie se encolheu contra Cooper, chorando desesperadamente.

Rachel sentiu seus joelhos fraquejarem e, se não fosse pelos pais a segurando, ela tinha certeza que teria caído.

O grupo em volta sepultura chorava enquanto o corpo da garota era enterrado.

Ninguém nunca mais veria Quinn Fabray.

***

Parecia errado estar naquele auditório apenas uma semana após ter perdido Quinn, mas, a pedido de Rachel, Frannie se forçou a ir para Nova York ver a competição do clube do coral.

Acompanhada de Cooper, a loira chorou ao ouvir músicas que claramente estavam na playlist de sua irmã mais nova.

E mais ainda ao ver que, mesmo tendo ganhado a competição, nenhum dos amigos da sua irmã comemorou. Ao invés disso, quando os papeis picados começaram a voar em cima do palco, todos continuaram parados, enquanto Will ia até a frente, pegava o troféu e parava em frente ao microfone.

— Obrigada aos juízes pelo primeiro lugar. Porém, antes de mais nada, eu gostaria de pedir a todos um minuto de silencio pela perda de dois de nossos integrantes. Finn Hudson, e, principalmente, Quinn Fabray, que nos deixaram há pouco mais de uma semana. – o silencio no auditório foi geral.

Frannie se encolheu contra Cooper, que beijou a cabeça da namorada segurando as próprias lagrimas.

— Esse troféu não é nosso tanto quanto é dela. Ganhamos isso por ela. Por Quinn. E por isso gostaríamos de chamar a irmã mais velha dela, Frannie Fabray, para receber esse prêmio por ela.

Frannie travou por alguns segundos, antes de, lentamente, subir no palco.

A loira segurou o troféu junto com Will, que lhe deu um sorriso fraco antes de abraça-la.

Logo depois, aos poucos, os integrantes do glee se juntaram a eles, se abraçando no meio do palco.

Ninguém iria comemorar aquele troféu naquela noite, mas sentiam-se um pouco melhor.

— Nós vencemos por ela. – Rachel sussurrou para Frannie.

— Ela ficaria feliz em ver vocês ganhando isso. – a loira disse a abraçando – Obrigada por ter feito ela feliz enquanto estavam juntas, Rachel.

***8 meses depois***

Rachel encarava o pequeno ser em seus braços com um sorriso no rosto.

A judia tinha acabado de dar à luz a uma garotinha, que sugava seu seio como se sua vida dependesse disso – e, levando em conta que o leite da mãe era o único alimento que ela teria por messes, não estava errada.

Uma batida na porta a fez olhar para frente, e sorriu ao ver Frannie e seus pais parados ali.

— Podemos entrar?

— Claro.

— Eu quero ver minha neta. – Hiram praticamente correu até a filha, enquanto os outros dois andavam até ela rindo dele – Ela é linda.

— É sim. – Rachel afastou a garota de si e arrumou a blusa depois de alimentar a filha pela segunda vez desde que a pequena havia nascido – Hey filha, conheça seus avos, e sua tia Frannie.

— Como se sente, Rachel? – Leroy perguntou quando Hiram pegou a neta no colo.

— Estou bem.

— Então, vai me dizer o nome dela, ou vai continuar fazendo suspense? – Frannie brincou e Rachel sorriu.

— Lucy Beth.

— Lucy Beth Berry. – Frannie sorriu para a judia, que suspirou.

— Frannie eu... Eu gostaria de poder colocar... Gostaria que ela levasse o sobrenome Fabray, também, se você não se importar.

— Ela iria adorar isso, Rachel. – a loira concordou – E então, posso pegar minha sobrinha ou esse avô babão não vai largar ela nunca mais?

— Ora, é claro que eu vou soltar ela. Rachel vai precisar dar de mama de novo, em algum momento. – Hiram disse fazendo os outros rirem.

Alguns minutos depois, Kurt, Burt e Carole chegaram, e Rachel não pode deixar de sorrir vendo sua filha sendo bajulada daquele jeito. Mas também não conseguiu impedir que uma lagrima solitária escorresse por seu rosto.

— Rachel? Tudo bem? – Frannie perguntou parando ao lado da judia.

— Estaria se ela estivesse aqui. – a judia respondeu e Frannie suspirou.

— Também sinto falta dela. Quinn estaria com Beth no colo a todo segundo se estivesse aqui.

— Ela seria uma ótima mãe.

— Seria sim. Fico feliz que você tenha dado o nome que ela queria para a garota.

— Ela seria mãe de Beth também. Nada mais justo.

— Ela te amava. E tenho certeza que amou essa criança no segundo que soube dela. – Frannie respirou fundo antes de pegar algo na bolsa e estender para Rachel – Ela estava com isso no bolso no dia do acidente. Eu andei pensando e... Acho que é seu.

Rachel pegou a caixinha e a encarou de boca aberta.

— Ela ia me pedir em casamento?

— Ela te amava, Rachel. Tenho certeza que ainda ama. Esteja onde estiver.

— Obrigada, Frannie. – Rachel sorriu para a loira, pegando o anel e o colocando no dedo – Eu a amo também. Sempre vou amar. – murmurou encarando a aliança.

***7 anos depois***

— Tia Frannie! – Beth pulou no colo da mais velha, que a abraçou sorrindo.

— Beth. Como vai?

— Eu to bem. E você?

— Estou bem também. Entra. Seus avos já estão ai.

Beth entrou correndo e Frannie sorriu para Rachel.

— Olá, Rachel. Como vai?

— Estou bem, Frannie. Obrigada. – respondeu entrando na casa, e Frannie fechou a porta.

— Como estão as coisas em Nova York?

— Bem. Fui indicada a um Tony de novo. Estou confiante dessa vez.

— Ganhar o primeiro Tony aos vinte e seis não é tão ruim.

— Não. – Rachel suspirou – Podemos conversar em particular?

— Claro. – Frannie guiou Rachel até a cozinha e as duas sentaram – Aconteceu alguma coisa?

— Bem... Beth tem me perguntado sobre Quinn ultimamente. E... Talvez ela te pergunte alguma coisa, então...

— Claro. Eu tenho várias fotos de Quinn. Adoraria mostrar pra ela. Contar histórias de quando éramos pequenas...

Rachel deu um sorriso fraco, segurando as lagrimas, e Frannie suspirou.

— Você ainda não superou, não é?

— Acho que nunca vou superar.

— Rachel, ela não ia querer te ver assim.

— Eu não posso evitar, Frannie. É como se... Tivesse um vazio que nunca vai ser preenchido.

— Eu sei. Sinto falta dela também. Mas... Temos que seguir em frente.

— Eu sei disso. Só não consigo.

— Tia Frannie! O tio Cooper disse que você tem uma novidade para contar! – Beth apareceu correndo na cozinha.

— Ah, mas seu tio fala demais. – Frannie riu a pegando no colo – E ele disse qual a novidade?

— Não.

— Então eu vou contar só pra você, tá bem? Mas não pode falar pra ninguém, por que eu só vou contar mais tarde.

— Tá bem. – a garota sorriu.

— Eu to gravida. – Frannie sussurrou no ouvido da menor, que arregalou os olhos.

— Eu vou ter um priminho? – a garota sussurrou e Rachel arregalou os olhos.

— Vai sim, pequena.

— Legal! – Beth pulou do colo de Frannie e deu um beijo na barriga da tia, que sorriu – Hey, priminho. Eu sou Beth, sua tia mais velha, que mora em Nova York. Mas quando você nascer, eu vou tentar convencer minha mãe a me deixar vir te ver toda semana, tá bem?

— Parabéns, Frannie. – Rachel a abraçou, e Frannie sorriu.

— Obrigada, Rachel. Hey, Beth, o que acha de irmos comprar coisas pro bebê hoje, enquanto sua mãe estiver na escola?

— Eu posso escolher uma roupinha pra ele?

— É claro que pode.

— Legal!

— Obrigada por ficar com ela, Frannie. – Rachel disse.

— Sem problemas, Rachel. Preciso começar a treinar. – brincou.

A campainha tocou e Frannie levantou.

— Eu vou ver quem é. Encontro vocês na sala?

— Claro. Vamos, Beth.

Frannie abriu a porta sorrindo, mas assim que viu quem estava parado ali, seu sorriso morreu.

— O que quer aqui?

— Eu... Posso entrar?

— Não, não pode. Você não é bem-vindo aqui, Russel.

— Escuta, eu sei que errei, mas... Queria me desculpar. Com você e sua irmã.

— É tarde demais, Russel

— Filha...

— Eu não sou sua filha. Não de um homem como você.

— Frannie? – Cooper chamou, parando ao lado da garota – Está tudo bem?

— Não, não está.

— Você é...? – Cooper o encarou.

— Eu sou Russel Fabray.

— Oh. – Cooper suspirou – Amor, pode deixar que eu resolvo isso, tá bem?

— Não o deixe entrar.

— Pode deixar. – Frannie se afastou e Cooper encarou o sogro – O que quer aqui?

— Quem é você?

— Marido da Frannie. Eu diria seu genro mas ninguém aqui tem nada a ver com você. Agora, vou perguntar pela ultima vez antes de te chutar daqui: o que você quer?

— Vim me desculpar com as minhas filhas. Eu sei que errei e...

— Frannie não quer nem mesmo ouvir falar de você. Nunca mais. Sei disso por que ela já me disse isso.

— Posso falar com Quinn, então?

— Não.

— Por favor...

— Quer saber? Você quer ver Quinn? Vamos fazer um trato. Eu te digo onde encontrar ela, e você nunca mais volta a Lima, ou vai nos procurar em qualquer lugar. Entendido?

— Tudo bem. Eu só quero uma chance. É só o que eu preciso.

— Ótimo. Espere ai. – Cooper mandou e voltou pouco depois, com um papel em mãos – Procure ela nesse endereço. Se tiver um pouco de consideração, leve flores. E depois nunca mais volte a Lima.

O rapaz bateu a porta e Russel voltou para o carro.

Sua próxima parada era o endereço em suas mãos – o do cemitério de Lima.

***

Rachel saiu do McKinley respirando fundo.

Aquela escola lhe lembrava Quinn mais do que deveria.

Já no carro, a judia respirou fundo algumas vezes antes de começar a dirigir pelo estacionamento já meio vazio – e ela sabia que tinha aguentado bastante – em direção ao único lugar que talvez não lhe lembrasse tanto a loira em Lima. Ela precisava de uma bebida, mesmo.

Parou em frente à boate alguns minutos depois e, sendo Rachel Berry, a estrela da Broadway, não teve problemas para entrar.

Sentou no bar e pediu uma bebida.

— O que uma morena tão bonita faz sem companhia? – Rachel revirou os olhos.

— Bebendo para se distrair e querendo continuar sozinha.

— Certeza? Por que eu poderia te fazer companhia.

Rachel virou para a garota pronta para manda-la ir para o inferno, mas as palavras morreram em sua boca assim que olhou para ela.

— Prazer, eu sou Belle Blake. Você é...? – a garota estendeu a mão para Rachel, que não hesitou em segura-la.

— Rachel Berry. Você... É parente de Quinn Fabray?

— Nunca ouvi falar dela. – a garota deu um sorriso de lado e seu coração falhou uma batida.

A garota a sua frente era idêntica a sua Quinn.

Se a judia não tivesse visto o corpo da Fabray, anos antes, ela poderia jurar que era ela a sua frente.

***

Rachel ajoelhou em cima do tumulo de Quinn e deixou as lagrimas escorrerem livremente por seu rosto.

Era pouco mais de duas da manhã.

Após muita conversa e algumas bebidas – mas não o suficiente para ficar bêbada, Rachel sabia disso – a judia acabou indo para casa da garota que havia conhecido na boate. Mas não esperou a loira acordar para ir embora. Pelo contrário, saiu sorrateiramente no meio da noite, deixando a garota – uma cópia perfeita de Quinn. Longe do barulho daquela boate, a judia pode perceber que até suas vozes eram praticamente idênticas – com quem tinha divido a cama dormindo.

E ela se sentia culpada. Não por deixar Belle. Mas por trair Quinn.

— Eu sinto tanto, Q. – a judia soluçou, passando a mão pela foto da antiga namorada – Eu sinto muito. Eu não deveria ter feito isso. Me desculpe.

Rachel permaneceu ali, chorando, até por volta das cinco da manhã, quando a voz atrás de si a fez pular de susto.

— Rachel?

A judia olhou para cima para encontrar a loira lhe encarando.

— O que...? Você...? Quem...? – a judia gaguejou.

— O que houve para deixar o quarto daquele jeito?

— Belle. Eu sinto muito ter te deixado sozinha, mas...

— Somos muito parecidas, eu e essa garota. – comentou olhando para a lapide – Foi por isso que concordou com essa noite, não foi?

— Eu sinto muito.

— Vem. Vou te levar para o seu carro.

— Não. Eu quero ficar mais um pouco.

— Vamos lá, Rachel. Estou te olhando chorar em cima desse tumulo há mais de três horas. Você precisa descansar.

— Você estava aqui... Esse tempo todo?

— Não quis te deixar sozinha depois de ter saído do quarto no meio da noite daquele jeito.

Um pouco relutante, Rachel aceitou a mão que a garota estendia e se permitiu ser guiada até o seu carro.

— Então, você sente falta, não sente?

— De Quinn? – Rachel suspirou – É como um vazio dentro de mim. Ela morreu por minha culpa. – confessou.

— O que aconteceu?

— Ela estava indo impedir meu casamento com um idiota quando um carro bateu no dela. Nós namorávamos antes disso, e eu a amo de verdade. É uma longa história.

— Bom, eu não acho que foi sua culpa. Nunca culparia você por isso.

— Bem, como eu disse, é uma longa história.

A loira abriu a porta do carro da judia para Rachel, que entrou e colocou o sinto.

A porta do carro bateu e a loira colocou a mão pelo vidro que Rachel havia acabado de abaixar para trancar a porta, abaixando o pino do lado de dentro.

— Já fazem quase oito anos. Você tem que deixar ir.

— Não posso. Eu a amo como nunca amei e nunca vou amar ninguém.

— Eu também te amo, Rae. E vou estar protegendo você e nossa filha sempre. Mas você tem que saber que eu estou bem, mas fico mal por você não estar.

— Quinn? – Rachel encarou a loira do lado de fora do carro de boca aberta.

— Não estou dizendo para me substituir, só para seguir em frente, Rae. Ainda quero que dedique seu primeiro Tony a mim. Mas não vai ser um problema se dedicar a alguém que você vai poder ver na plateia, também. Estou com vocês o tempo todo, Rae. Mesmo que vocês não possam me ver.

— Quinn! – Rachel tentou abrir a porta e a loira balançou a cabeça negativamente.

— Eu te amo, Rae. E vou te amar para sempre. Mas está na hora de ir.

A loira se aproximou e, pela janela do carro, deu um beijo na testa da judia antes de virar de costas e sair andando em direção ao final da rua.

— Quinn! Não me deixe. Por favor, Q. Volta! – a judia gritava enquanto tentava abrir a porta do carro.

As lagrimas escorriam livremente pelo seu rosto enquanto Quinn sumia da sua vista.

 - Não!

— Rachel!

A judia acordou com Frannie balançando seu ombro, e levantou rapidamente.

— Quinn! Cadê ela? Eu... Eu...

— Você estava dormindo, Rachel. O que houve? Por que veio pra cá?

— Eu... – Rachel respirou fundo, antes de dar as costas a Frannie para encarar o tumulo da Fabray mais nova – Eu só precisava vê-la.

— Rachel...

— Eu... Só me dê mais uns minutos, Frannie. Eu já volto pra casa.

— Tudo bem. Mas não demore. Beth está preocupada.

— Pode deixar.

Assim que Frannie se afastou Rachel agachou em frente a foto da loira.

— Obrigada, Q. Eu também vou te amar pra sempre. – murmurou antes de levantar e se afastar, indo em direção ao carro enquanto tentava controlar suas lagrimas.

Quinn estava bem. E ela precisava seguir com sua vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

https://www.letras.mus.br/rascal-flatts/459653/traducao.html

Devo dizer que eu chorei escrevendo esse capítulo tanto quanto eu acho que alguns de vocês choraram.
Enfim, não deixem de ler o epílogo!
O que acharam?
A gente se vê em EEEE ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre erros e escolhas - Final Alternativo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.