Entre erros e escolhas - Final Alternativo escrita por I am Gleek
Notas iniciais do capítulo
A primeira de duas (essa e o epilogo) partes do final alternativo.
Espero que gostem ;)
O grupo andava devagar atrás do carro.
Frannie era praticamente arrastada por Cooper, enquanto soluçava. Não podia acreditar que estava se despedindo de sua irmã caçula. Aquilo não parecia certo.
Hiram e Leroy ajudavam Rachel, que parecia anestesiada. A garota só havia chorado quando receberam a notícia. Depois disso, fazia tudo no automático. Só aquilo que eles mandavam e passava a maior parte do dia encarando o nada, parecendo perdida.
Santana parecia ser a amiga da loira que mais sofreu com a perda. A latina não parava de chorar, agarrada a Dani, que tentava acalma-la.
Os sete estavam a frente do cortejo, seguidos pelos integrantes do clube do coral, a maior parte das líderes de torcida, alguns outros alunos e professores do McKinley e grande parte dos Berry.
Ao final do grupo, Wes, Nick e Harmony andavam de braços dados.
Ninguém queria acreditar naquilo. Quinn era uma boa garota. Uma menina jovem, com uma vida inteira pela frente. Ela não deveria estar dentro daquele caixão.
O carro parou e Wes e Nick correram para chegar até ele.
Cada um pegou a alça de um lado. Hiram soltou Rachel para ajuda-los, assim como Puck, Will, Mike, Rory e Aaron – um dos poucos parentes da garota que estava ali – se aproximaram.
Os oito levaram o corpo da Fabray mais nova até dois homens parados perto do buraco no chão e voltaram para junto do restante do grupo que estava ali para se despedir de Quinn.
Pouco depois o caixão estava descendo, pendurado por duas cordas, sob o olhar atento de todos.
E então as cordas foram soltas e a primeira pá de terra foi jogada.
Frannie se encolheu contra Cooper, chorando desesperadamente.
Rachel sentiu seus joelhos fraquejarem e, se não fosse pelos pais a segurando, ela tinha certeza que teria caído.
O grupo em volta sepultura chorava enquanto o corpo da garota era enterrado.
Ninguém nunca mais veria Quinn Fabray.
***
Parecia errado estar naquele auditório apenas uma semana após ter perdido Quinn, mas, a pedido de Rachel, Frannie se forçou a ir para Nova York ver a competição do clube do coral.
Acompanhada de Cooper, a loira chorou ao ouvir músicas que claramente estavam na playlist de sua irmã mais nova.
E mais ainda ao ver que, mesmo tendo ganhado a competição, nenhum dos amigos da sua irmã comemorou. Ao invés disso, quando os papeis picados começaram a voar em cima do palco, todos continuaram parados, enquanto Will ia até a frente, pegava o troféu e parava em frente ao microfone.
— Obrigada aos juízes pelo primeiro lugar. Porém, antes de mais nada, eu gostaria de pedir a todos um minuto de silencio pela perda de dois de nossos integrantes. Finn Hudson, e, principalmente, Quinn Fabray, que nos deixaram há pouco mais de uma semana. – o silencio no auditório foi geral.
Frannie se encolheu contra Cooper, que beijou a cabeça da namorada segurando as próprias lagrimas.
— Esse troféu não é nosso tanto quanto é dela. Ganhamos isso por ela. Por Quinn. E por isso gostaríamos de chamar a irmã mais velha dela, Frannie Fabray, para receber esse prêmio por ela.
Frannie travou por alguns segundos, antes de, lentamente, subir no palco.
A loira segurou o troféu junto com Will, que lhe deu um sorriso fraco antes de abraça-la.
Logo depois, aos poucos, os integrantes do glee se juntaram a eles, se abraçando no meio do palco.
Ninguém iria comemorar aquele troféu naquela noite, mas sentiam-se um pouco melhor.
— Nós vencemos por ela. – Rachel sussurrou para Frannie.
— Ela ficaria feliz em ver vocês ganhando isso. – a loira disse a abraçando – Obrigada por ter feito ela feliz enquanto estavam juntas, Rachel.
***8 meses depois***
Rachel encarava o pequeno ser em seus braços com um sorriso no rosto.
A judia tinha acabado de dar à luz a uma garotinha, que sugava seu seio como se sua vida dependesse disso – e, levando em conta que o leite da mãe era o único alimento que ela teria por messes, não estava errada.
Uma batida na porta a fez olhar para frente, e sorriu ao ver Frannie e seus pais parados ali.
— Podemos entrar?
— Claro.
— Eu quero ver minha neta. – Hiram praticamente correu até a filha, enquanto os outros dois andavam até ela rindo dele – Ela é linda.
— É sim. – Rachel afastou a garota de si e arrumou a blusa depois de alimentar a filha pela segunda vez desde que a pequena havia nascido – Hey filha, conheça seus avos, e sua tia Frannie.
— Como se sente, Rachel? – Leroy perguntou quando Hiram pegou a neta no colo.
— Estou bem.
— Então, vai me dizer o nome dela, ou vai continuar fazendo suspense? – Frannie brincou e Rachel sorriu.
— Lucy Beth.
— Lucy Beth Berry. – Frannie sorriu para a judia, que suspirou.
— Frannie eu... Eu gostaria de poder colocar... Gostaria que ela levasse o sobrenome Fabray, também, se você não se importar.
— Ela iria adorar isso, Rachel. – a loira concordou – E então, posso pegar minha sobrinha ou esse avô babão não vai largar ela nunca mais?
— Ora, é claro que eu vou soltar ela. Rachel vai precisar dar de mama de novo, em algum momento. – Hiram disse fazendo os outros rirem.
Alguns minutos depois, Kurt, Burt e Carole chegaram, e Rachel não pode deixar de sorrir vendo sua filha sendo bajulada daquele jeito. Mas também não conseguiu impedir que uma lagrima solitária escorresse por seu rosto.
— Rachel? Tudo bem? – Frannie perguntou parando ao lado da judia.
— Estaria se ela estivesse aqui. – a judia respondeu e Frannie suspirou.
— Também sinto falta dela. Quinn estaria com Beth no colo a todo segundo se estivesse aqui.
— Ela seria uma ótima mãe.
— Seria sim. Fico feliz que você tenha dado o nome que ela queria para a garota.
— Ela seria mãe de Beth também. Nada mais justo.
— Ela te amava. E tenho certeza que amou essa criança no segundo que soube dela. – Frannie respirou fundo antes de pegar algo na bolsa e estender para Rachel – Ela estava com isso no bolso no dia do acidente. Eu andei pensando e... Acho que é seu.
Rachel pegou a caixinha e a encarou de boca aberta.
— Ela ia me pedir em casamento?
— Ela te amava, Rachel. Tenho certeza que ainda ama. Esteja onde estiver.
— Obrigada, Frannie. – Rachel sorriu para a loira, pegando o anel e o colocando no dedo – Eu a amo também. Sempre vou amar. – murmurou encarando a aliança.
***7 anos depois***
— Tia Frannie! – Beth pulou no colo da mais velha, que a abraçou sorrindo.
— Beth. Como vai?
— Eu to bem. E você?
— Estou bem também. Entra. Seus avos já estão ai.
Beth entrou correndo e Frannie sorriu para Rachel.
— Olá, Rachel. Como vai?
— Estou bem, Frannie. Obrigada. – respondeu entrando na casa, e Frannie fechou a porta.
— Como estão as coisas em Nova York?
— Bem. Fui indicada a um Tony de novo. Estou confiante dessa vez.
— Ganhar o primeiro Tony aos vinte e seis não é tão ruim.
— Não. – Rachel suspirou – Podemos conversar em particular?
— Claro. – Frannie guiou Rachel até a cozinha e as duas sentaram – Aconteceu alguma coisa?
— Bem... Beth tem me perguntado sobre Quinn ultimamente. E... Talvez ela te pergunte alguma coisa, então...
— Claro. Eu tenho várias fotos de Quinn. Adoraria mostrar pra ela. Contar histórias de quando éramos pequenas...
Rachel deu um sorriso fraco, segurando as lagrimas, e Frannie suspirou.
— Você ainda não superou, não é?
— Acho que nunca vou superar.
— Rachel, ela não ia querer te ver assim.
— Eu não posso evitar, Frannie. É como se... Tivesse um vazio que nunca vai ser preenchido.
— Eu sei. Sinto falta dela também. Mas... Temos que seguir em frente.
— Eu sei disso. Só não consigo.
— Tia Frannie! O tio Cooper disse que você tem uma novidade para contar! – Beth apareceu correndo na cozinha.
— Ah, mas seu tio fala demais. – Frannie riu a pegando no colo – E ele disse qual a novidade?
— Não.
— Então eu vou contar só pra você, tá bem? Mas não pode falar pra ninguém, por que eu só vou contar mais tarde.
— Tá bem. – a garota sorriu.
— Eu to gravida. – Frannie sussurrou no ouvido da menor, que arregalou os olhos.
— Eu vou ter um priminho? – a garota sussurrou e Rachel arregalou os olhos.
— Vai sim, pequena.
— Legal! – Beth pulou do colo de Frannie e deu um beijo na barriga da tia, que sorriu – Hey, priminho. Eu sou Beth, sua tia mais velha, que mora em Nova York. Mas quando você nascer, eu vou tentar convencer minha mãe a me deixar vir te ver toda semana, tá bem?
— Parabéns, Frannie. – Rachel a abraçou, e Frannie sorriu.
— Obrigada, Rachel. Hey, Beth, o que acha de irmos comprar coisas pro bebê hoje, enquanto sua mãe estiver na escola?
— Eu posso escolher uma roupinha pra ele?
— É claro que pode.
— Legal!
— Obrigada por ficar com ela, Frannie. – Rachel disse.
— Sem problemas, Rachel. Preciso começar a treinar. – brincou.
A campainha tocou e Frannie levantou.
— Eu vou ver quem é. Encontro vocês na sala?
— Claro. Vamos, Beth.
Frannie abriu a porta sorrindo, mas assim que viu quem estava parado ali, seu sorriso morreu.
— O que quer aqui?
— Eu... Posso entrar?
— Não, não pode. Você não é bem-vindo aqui, Russel.
— Escuta, eu sei que errei, mas... Queria me desculpar. Com você e sua irmã.
— É tarde demais, Russel
— Filha...
— Eu não sou sua filha. Não de um homem como você.
— Frannie? – Cooper chamou, parando ao lado da garota – Está tudo bem?
— Não, não está.
— Você é...? – Cooper o encarou.
— Eu sou Russel Fabray.
— Oh. – Cooper suspirou – Amor, pode deixar que eu resolvo isso, tá bem?
— Não o deixe entrar.
— Pode deixar. – Frannie se afastou e Cooper encarou o sogro – O que quer aqui?
— Quem é você?
— Marido da Frannie. Eu diria seu genro mas ninguém aqui tem nada a ver com você. Agora, vou perguntar pela ultima vez antes de te chutar daqui: o que você quer?
— Vim me desculpar com as minhas filhas. Eu sei que errei e...
— Frannie não quer nem mesmo ouvir falar de você. Nunca mais. Sei disso por que ela já me disse isso.
— Posso falar com Quinn, então?
— Não.
— Por favor...
— Quer saber? Você quer ver Quinn? Vamos fazer um trato. Eu te digo onde encontrar ela, e você nunca mais volta a Lima, ou vai nos procurar em qualquer lugar. Entendido?
— Tudo bem. Eu só quero uma chance. É só o que eu preciso.
— Ótimo. Espere ai. – Cooper mandou e voltou pouco depois, com um papel em mãos – Procure ela nesse endereço. Se tiver um pouco de consideração, leve flores. E depois nunca mais volte a Lima.
O rapaz bateu a porta e Russel voltou para o carro.
Sua próxima parada era o endereço em suas mãos – o do cemitério de Lima.
***
Rachel saiu do McKinley respirando fundo.
Aquela escola lhe lembrava Quinn mais do que deveria.
Já no carro, a judia respirou fundo algumas vezes antes de começar a dirigir pelo estacionamento já meio vazio – e ela sabia que tinha aguentado bastante – em direção ao único lugar que talvez não lhe lembrasse tanto a loira em Lima. Ela precisava de uma bebida, mesmo.
Parou em frente à boate alguns minutos depois e, sendo Rachel Berry, a estrela da Broadway, não teve problemas para entrar.
Sentou no bar e pediu uma bebida.
— O que uma morena tão bonita faz sem companhia? – Rachel revirou os olhos.
— Bebendo para se distrair e querendo continuar sozinha.
— Certeza? Por que eu poderia te fazer companhia.
Rachel virou para a garota pronta para manda-la ir para o inferno, mas as palavras morreram em sua boca assim que olhou para ela.
— Prazer, eu sou Belle Blake. Você é...? – a garota estendeu a mão para Rachel, que não hesitou em segura-la.
— Rachel Berry. Você... É parente de Quinn Fabray?
— Nunca ouvi falar dela. – a garota deu um sorriso de lado e seu coração falhou uma batida.
A garota a sua frente era idêntica a sua Quinn.
Se a judia não tivesse visto o corpo da Fabray, anos antes, ela poderia jurar que era ela a sua frente.
***
Rachel ajoelhou em cima do tumulo de Quinn e deixou as lagrimas escorrerem livremente por seu rosto.
Era pouco mais de duas da manhã.
Após muita conversa e algumas bebidas – mas não o suficiente para ficar bêbada, Rachel sabia disso – a judia acabou indo para casa da garota que havia conhecido na boate. Mas não esperou a loira acordar para ir embora. Pelo contrário, saiu sorrateiramente no meio da noite, deixando a garota – uma cópia perfeita de Quinn. Longe do barulho daquela boate, a judia pode perceber que até suas vozes eram praticamente idênticas – com quem tinha divido a cama dormindo.
E ela se sentia culpada. Não por deixar Belle. Mas por trair Quinn.
— Eu sinto tanto, Q. – a judia soluçou, passando a mão pela foto da antiga namorada – Eu sinto muito. Eu não deveria ter feito isso. Me desculpe.
Rachel permaneceu ali, chorando, até por volta das cinco da manhã, quando a voz atrás de si a fez pular de susto.
— Rachel?
A judia olhou para cima para encontrar a loira lhe encarando.
— O que...? Você...? Quem...? – a judia gaguejou.
— O que houve para deixar o quarto daquele jeito?
— Belle. Eu sinto muito ter te deixado sozinha, mas...
— Somos muito parecidas, eu e essa garota. – comentou olhando para a lapide – Foi por isso que concordou com essa noite, não foi?
— Eu sinto muito.
— Vem. Vou te levar para o seu carro.
— Não. Eu quero ficar mais um pouco.
— Vamos lá, Rachel. Estou te olhando chorar em cima desse tumulo há mais de três horas. Você precisa descansar.
— Você estava aqui... Esse tempo todo?
— Não quis te deixar sozinha depois de ter saído do quarto no meio da noite daquele jeito.
Um pouco relutante, Rachel aceitou a mão que a garota estendia e se permitiu ser guiada até o seu carro.
— Então, você sente falta, não sente?
— De Quinn? – Rachel suspirou – É como um vazio dentro de mim. Ela morreu por minha culpa. – confessou.
— O que aconteceu?
— Ela estava indo impedir meu casamento com um idiota quando um carro bateu no dela. Nós namorávamos antes disso, e eu a amo de verdade. É uma longa história.
— Bom, eu não acho que foi sua culpa. Nunca culparia você por isso.
— Bem, como eu disse, é uma longa história.
A loira abriu a porta do carro da judia para Rachel, que entrou e colocou o sinto.
A porta do carro bateu e a loira colocou a mão pelo vidro que Rachel havia acabado de abaixar para trancar a porta, abaixando o pino do lado de dentro.
— Já fazem quase oito anos. Você tem que deixar ir.
— Não posso. Eu a amo como nunca amei e nunca vou amar ninguém.
— Eu também te amo, Rae. E vou estar protegendo você e nossa filha sempre. Mas você tem que saber que eu estou bem, mas fico mal por você não estar.
— Quinn? – Rachel encarou a loira do lado de fora do carro de boca aberta.
— Não estou dizendo para me substituir, só para seguir em frente, Rae. Ainda quero que dedique seu primeiro Tony a mim. Mas não vai ser um problema se dedicar a alguém que você vai poder ver na plateia, também. Estou com vocês o tempo todo, Rae. Mesmo que vocês não possam me ver.
— Quinn! – Rachel tentou abrir a porta e a loira balançou a cabeça negativamente.
— Eu te amo, Rae. E vou te amar para sempre. Mas está na hora de ir.
A loira se aproximou e, pela janela do carro, deu um beijo na testa da judia antes de virar de costas e sair andando em direção ao final da rua.
— Quinn! Não me deixe. Por favor, Q. Volta! – a judia gritava enquanto tentava abrir a porta do carro.
As lagrimas escorriam livremente pelo seu rosto enquanto Quinn sumia da sua vista.
- Não!
— Rachel!
A judia acordou com Frannie balançando seu ombro, e levantou rapidamente.
— Quinn! Cadê ela? Eu... Eu...
— Você estava dormindo, Rachel. O que houve? Por que veio pra cá?
— Eu... – Rachel respirou fundo, antes de dar as costas a Frannie para encarar o tumulo da Fabray mais nova – Eu só precisava vê-la.
— Rachel...
— Eu... Só me dê mais uns minutos, Frannie. Eu já volto pra casa.
— Tudo bem. Mas não demore. Beth está preocupada.
— Pode deixar.
Assim que Frannie se afastou Rachel agachou em frente a foto da loira.
— Obrigada, Q. Eu também vou te amar pra sempre. – murmurou antes de levantar e se afastar, indo em direção ao carro enquanto tentava controlar suas lagrimas.
Quinn estava bem. E ela precisava seguir com sua vida.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
https://www.letras.mus.br/rascal-flatts/459653/traducao.html
Devo dizer que eu chorei escrevendo esse capítulo tanto quanto eu acho que alguns de vocês choraram.
Enfim, não deixem de ler o epílogo!
O que acharam?
A gente se vê em EEEE ;)