Porto Seguro - Uma Nova Chance II escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 4
Reencontros III




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—Ana? —Kate sussurra e algumas lágrimas rolam pelo seus olhos.

Não consigo me levantar, ou me mover, tudo está girando um pouco.
Olho-a nos olhos e volto a chorar, me levanto lentamente e ela corre e me abraça.
Enrijeço um pouco, mas seu abraço é muito bem-vindo.

—Ah meu Deus! Ana, é você. —Ela diz me apertando, me sufocando.
—Sou sim. —Sussurro. Solto-me dela e encaro Mia, ela se aproxima chorando e me abraça.

Ethan me dá um abraço apertado e depois Elliot me dá um superabraço de urso.
Olhando-os aqui, juntos, me faz pensar que nada mudou, mas tudo mudou.

—Eu tenho que ir. —Sussurro e Christian me olha.
—Como assim ir? —Kate diz. —Nós não vamos deixar você ir embora enquanto não nos der uma explicação lógica para ter ficado cinco anos fora.
—Desculpa Katherine, mas eu não devo explicações da minha vida para vocês.
—Deve sim! —Ela grita e Pheobe acorda, mas ninguém além de mim vê. —Você ficou cinco anos fora, sabe o quanto nós sofremos por sua causa? Você não pensou nos seus amigos, ou até mesmo nos seus pais?
—Mamãe, o que está acontecendo? —Pheobe pergunta ganhando atenção de todos. Ela olha para Elliot por alguns segundos e logo seus olhinhos brilham. —Padrinho.
—Pheobe? —Elliot diz encantando e ao memos tempo incrédulo.

Pheobe sorri e corre até ele que a pega no colo, ela o aperta e noto o ciúmes de Christian.
Algumas coisas nunca mudam.
Depois que todos abraçam Pheobe eu decido que já é a hora de ir.

—Pheobe, se despeça de todos, nós temos que ir. —Digo firme e Pheobe me olha.
—Tudo bem... —Ela sussurra.

Pheobe se despede de todos, mas quando chega a vez de Christian a choradeira recomeça.
Sinto meu celular vibrar no meu bolso e atendo ao ver que é Margot.

—O que foi? —Digo sem paciência.
—Srta. Steele, está tudo bem? Você não voltou ainda.
—Eu estou bem, pode relaxar. —Christian me olha semicerrando os olhos. —Venha me buscar, por favor.
—Aonde Srta?
—Eu não sei o endereço, mas você pode encontrar.
—Posso sim.
—Ótimo! Eu estou esperando.

Desligo o celular e coloco novamente no bolso.

—Vamos querida.

Cruzo os braços e arqueio uma sobrancelha para Pheobe, ela encolhe os ombros e para de chorar.

—Tchau papai. —Pheobe diz ainda soltando alguns soluços. —Floquinho, vamos.

Floquinho cheira Fadinha e logo vem para o nossa lado com ela.

—Mamãe nós podemos levar a Fadinha? —Fico em silêncio e Pheobe sabe a resposta.
—Você pode levar se quiser. —Diz Christian. —Ela sentiu falta de vocês.
—Obrigada papai.

Pheobe vem para o meu lado e me abraça.

—Ana, você vai mesmo sair assim? —Kate pergunta.
—Eu tenho que ir, infelizmente eu sou uma pessoa muito oculpada, principalmente agora que minha empresa está transferindo a Sede para Seattle.
—Você voltar a morar aqui? —Mia pergunta com a mesma alegria de menina que sempre teve.
—Sim. Eu não quero mais afastar a Pheobe das pessoas que ela ama, por isso eu voltei.
—Há, claro! Vai dizer que não sentiu nossa falta. —Elliot diz e e lhe dou um olhar seco.
—Depois que eu me estabilizar nós podemos almoçar juntas, mas agora eu realmente tenho que ir.

Kate se aproxima e me abraça, depois Mia e Ethan e por último Elliot.
Olho para Christian, mas me recuso à abraçá-lo, caminho com Phoebe e os cachorros até o elevador e a última coisa que vejo é seu olhar de dor.
Nós chegamos no hall de entrada e assim que saímos eu vejo um pequeno exército de fotógrafos que praticamente me atacam, Pheobe se assusta e começa a chorar abraçando-me. Fadinha e Floquinho começam a latir e pular impedindo que os fotógrafos chegem mais perto.
Tento andar, mas quando percebo nós estamos cercadas.
Sinto alguém puxar meu braço é quando olho vejo Christian com Elliot e Ethan afastando os fotógrafos, eles nos levam de volta para o hotel e ficamos no hall.
Enquanto Pheobe fica com os tios e Christian eu ligo para Margot.

—Onde você está? —Grito nervosa.
—Eu estou chegando senhorita...
—Que porra! Nós acabamos de ser atacadas por fotógrafos malucos. Você pode vir mais rápído!
—Cinco minutos.
—Espero realmente que você esteja aqui em cinco minutos, caso contrário, de adeus ao seu serviço.

Desligo o celular e começo a andar de um lado para o outro enquanto Christian me observa, e vou ter que confesar, isso é horrível, alguém ficar de secando.
Vejo o carro de Margot e mais três carros estacionarem em frente ao Edifício. Margot entra chega no hall e eu suspiro alíviada.

—Margot. —Pheobe diz sorrindo e se levanta.
—Pheobe, dê tchau para o seu pai. —Digo calmamente, ou tentando parecer calma.
—Tchau papai. Tchau tio Ethan, e tchau Padrinho.
—Eu gostava mais do padinho. —Elliot diz e Pheobe sorri.
—Tchau Padinho. —Ela diz sorrindo e ascena.

Margot e mais quatros segurnaças nos escoltam na saída até o carro e nós seguimos para casa, Pheobe vai o caminho inteiro falando com Fadinha e Floquinho, e eu fico alheia à tudo, apenas pensando em um certo alguém com olhos cinzas.
Eu ainda estou muito confusa, não sei no que acreditar... No fundo eu sinto que Christian não me taiu, ele diz ainda me amar... Mas eu já nem mais no que acreditar.
É horrível estar indeciza entre a razão e os sentimentos, você não sabe para qual se doar mais, e isso é horrível, eu acho que não importa o que aconteça, eu ainda terei dúvidas sobre o amor.
As pessoas tem um forma tão estranha de amar, e isso me assusta.
Sou tirada de meus devaneios com uma freada que Margot dá nos jogando para frente, mas ainda bem que estamos de cinto.

—O que aconteceu? —Pergunto.
—Alguém não prestou atenção nas placas. —Diz Margot.
—Eu desço! —Exclamo e saio do carro.

Uma mulher sai do outro carro e meu mundo para.
Só pode ser brincadeira.
Cruzo os braços e arqueio uma sobrancelha.
Algumas lágrimas rolam pelo rosto dela, e isso dói em mim, saber que eu sou a causa dessas lágrimas.

—Anastásia... —Ela sussurra vindo em minha direção.

Fecho os meus olhos e começo a chorar.

—Mamãe. —Sussurro e vou para os seus braços que estão abertos.
—Ah meu Deus! —Mamãe exclama. —Minha menina.

Ficamos assim por uns dois minutos, mas me lembro que ainda estamos no meio da rua.

—Nós não podemos ficar aqui. —Digo calmamente. —Você se importa de ir na minha casa?
—Claro que não! —Mamãe diz ainda com lágrimas.
—Então, você me segue, com o seu carro?
—Claro.

Mamãe me abraça de novo e eu acho que isso é muito bem-vindo, ela entra em seu carro e eu entro no meu colocando o cinto.

—Quem era mamãe? —Pheobe pergunta.
—A vovó. —Sussurro.
—A vovó? —Pheobe quase grita.
—Sim. Ela vai lá em casa.
—Eba!

Quando Margot estaciona o carro, Pheobe desce correndo e praticamente pula nos braços de mamãe que chora ao ver a menina.

—Meu Deus, como você está grande. —Mamãe diz com Pheobe ainda no colo.

Floquinho sai do carro e entra correndo em casa sendo seguido por Fadinha.
Aproximo-me de mamãe e Pheobe, quando mamãe me olha ainda há lágrimas em seus olhos.

—Você está tão linda.
—Obrigada... —Sussurro. —E você não mudou nada.
—Cinco anos... —Ela sussurra triste.
—Me perdoa. —Digo baixinho.
—Vovó, vamos entrar e tomar chocolate-quente com marshmallow?
—Claro querida. —Mamãe diz.

Nós entramos em casa e Pheobe arrasta mamãe até a cozinha que está vazia, ela começa a colocar as coisas para fazer chocolate-quente em cima do balcão e mamãe observa tudo com calma.

—Mamãe, você também quer chocolate? —Pheobe pergunta sorrindo.

Ela está com sorriso tão lindo no rosto que mesmo não querendo eu aceito.
Acho que esses é o poder dos filhos, mesmo com um sorriso conseguir o que quer.
Phoebe começa a preparar o chocolate e vai falando coisas aleatórias para mamãe, desde a nossa chegada à Boston até a nossa partida.
Meia hora depois Pheobe já contou praticamente tudo, e ai ela senta no colo de mamãe e adormece, nós vamos para a sala e ficamos sentada no sofá com Pheobe dormindo.

—Ela está tão grande. —Mamãe diz acariciando o rosto de Pheobe.
—Está sim. —Sussurro. Mamãe me olha com dor.
—Por que você me deixou? —Ela pergunta voltando a chorar. —Você sabe o quanto eu sofri com isso? O quanto seu pai e seus avós sofreram?
—Me perdoa mamãe. —Digo chorando.
—Por que você se foi?
—Nem eu sei ao certo. Eu estava tão magoáda com tudo que aconteceu, tão ferida, eu não sabia o que fazer e agi por impulso, achei que ficar longe de tudo que me causava dor seria melhor, e no momento a única pessoa que me fazia bem era a Pheobe. Eu não ia levá-la comigo, não era certo afastá-la de todos por causa da minha dor, mas vê-la chorando e pedindo para mim não deixá-la me fez perceber que eu não sei viver sem ela.
—Mas como você conseguiu ficar fora tanto tempo? Você estava sozinha.
—Eu tinha minha filha... Era tudo que eu precisava. Boston era o único vôo disponível, e eu precisava ir para longe para me encontrar. Quando nós chegamos eu usei o dinheiro da minha poupança para comprar um apartamento, e com o dinheiro que me sobrou eu comecei a investir em coisas aleatórias, a Pheobe estava crescendo e eu tinha que dar um futuro bom para ela, depois que eu fiz a faculdade eu acabei investindo em uma empresa, ela estava falindo, e eu achei que era perfeito. Pegar algo destruído, algo que já havia se quebrado e transformar em algo bom.

Mamãe me dá um olhar de admiração, mas mesmo assim tem lágrimas nos olhos.
Respiro fundo e continuo.

—Quando eu consegui erguer a empresa logo veio o reconhecimento e a fama, e com isso muitas pessoas querendo investir em mim, uma pessoa tão nova com um sucesso tão grande era algo extraordinário, e eu usei isso ao meu favor... Desde então eu me tornei isso, essa pessoa.
—Você se tornou alguém muito importante. —Mamãe diz.
—Acho que sim. —Sussurro.
—Por que você não quis nos ver quando fomos atrás de você.
—A dor ainda era rescente. —Confesso. —Eu tinha medo, sabia que se conversasse com vocês, vocês me convenceriam a voltar, e eu não podia, eu tinha algo pelo que lutar, era algo que eu construí, sozinha, com o meu esforço, e era importante para mim.
—Eu entendo... Então por que você voltou agora?
—A Pheobe sentia falta de vocês... Ela insitiu muito.
—Só ela? —Mamãe semicerra os olhos.
—Não... —Sorrio encolhendo os ombros. —Eu também. Muita falta.
—Você pretende ficar?
—Sim...
—Seu pai vai ficar tão feliz quando te ver... E os seus avós, nem se fala.
—Eu senti falta deles.
—E nós sentimos sua falta querida, muito. A mamãe está rapujenta como sempre, mas ela continua esperando na varanda da casa, ela acha que você vai chegar a qualquer momento, e todo dia na mesma hora ela fica lá.

Sinto meu coração se apertar e uma necessidade imensa de ver vovó.

—Ela ainda faz minha torta favorita? —Pergunto distraídamente.
—Chocolate com limão. —Mamãe sorri. —Todos os dias. O papai come para não decepcioná-la.
—Há que horas ela fica lá?
—Desde das duas até as nove.

Olho no relógio e vejo que ainda são sete e cinquenta.

—Será que você pode cuidar de Pheobe? —Digo me levantando. —Leve-a para sua casa com os cachorros, eu pego ela lá assim qeu chegar.
—Aonde você vai?
—Ver a vovó. —Sorrio. Mamãe me dá um sorriso encatandor.


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