Olicity - Lies escrita por Buhh Smoak


Capítulo 6
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Amores,
desculpe por não responder aos comentários.
Amei cada palavra e espero que gostem do cap. novo. ;)



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~ Oliver Queen ~

Era a primeira vez em três dias que eu pisava naquele apartamento. Não consegui voltar antes sabendo que minha mulher não estava comigo.

A secretária eletrônica apitava com milhares de mensagens e eu sabia de quem eram. E a última coisa que eu queria era ter que falar com a Samanta, mas fiquei tempo demais sem saber do meu filho para ignorá-la. Sem escutar as mensagens liguei para ela e mal ouvi o primeiro toque quando ela atendeu e começou a gritar comigo.

— É esse tipo de pai que você quer ser para meu filho? Some por três dias inteiros como se o menino não fosse nada. Quem você pensa que é Oliver?
— Quem eu sou? – já sentindo a raiva me consumir. - Eu que te pergunto isso Samantha. Que tipo de mãe é você que esconde do próprio filho que ele tem um pai? E pior ainda, que tipo de pessoa chantageia, faz com que mintam por você e ainda acha que tem direito de exigir alguma coisa?

Não precisei levantar a voz para demonstrar minha raiva, mas despejei tudo aquilo me contendo para não perder o pouco de respeito que eu tinha pela mãe do meu filho.

— O que está acontecendo, Oliver? Nunca vi você desse jeito?
— Eu já te disse que mudei, que não sou mais o mesmo de antes. – disse frustrado, sentando no sofá. Sentindo a derrota tomar conta de mim. – Estou a um passo de perder a pessoa mais importante da minha vida, tudo porque você não teve a capacidade de acreditar que eu não sou mais o cretino de antigamente.
— E você pode me culpar por isso? Meu filho é fruto de uma traição. Como você pode esperar que eu tenha confiança logo em você?
— Ok, já tivemos essa mesma conversa e não levou a nada.
— Sim, não levou.
— Eu quero que você conte ao Willian quem eu sou.
— Não, isso não vai acontecer.
— Ele é meu filho e tem o direito de saber.
— Eu já disse, não vou contar nada a ele. Essa é a minha condição.
— Então vamos ter que resolver isso no tribunal.
— Você não vai fazer isso.
— Escute bem Samantha. Eu amo a Felicity e quero construir uma vida com ela. Estou totalmente desesperado por não encontrar um modo para que ela me perdoe por ter escondido que tenho um filho. Você pode achar que estou fazendo isso por capricho, mas não é. Eu quero meu filho convivendo com a mulher que eu escolhi para mim e se para isso eu tenha que lutar na justiça por ele, eu vou. Só você pode poupar o Willian desse estresse todo. A escolha é sua.
— Eu vou sumir com meu filho, nunca mais você vai saber dele. – levantando a voz.
— Faça o que achar que deve, mas acredite quando eu digo que encontro vocês onde quer que esteja para contar a ele que sou seu pai.

O silêncio deixou claro que ela não cederia com facilidade, mas eu também não estava disposto a ceder. Ouvi o Willian chamar a mãe de fundo e isso fez meu peito apertar. Eu estava com saudades do moleque, mais do que eu imaginava que poderia sentir.

— O tio Oliver quer falar com você, filho.

Não esperava aquela atitude dela, mas fiquei grato quando ouvi a voz dele falando comigo.

— Tio, onde você estava? Porque não me ligou esses dias?
— O tio está com alguns problemas, campeão.
— Mas você está bem?
— Estou sim, mas vou ficar um tempo sem ir para Central City.
— Por quê?
— Meu trabalho. Tenho muitas coisas para resolver e não posso viajar por enquanto.
— Posso te ligar?
— Claro que pode.
— Tio.
— Oi.
— No dia que a gente estava no parque e aquela moça apareceu, ela parecia triste. Ela está bem?

Aquela pergunta me pegou de surpresa. Fui até a janela do apartamento e olhei a noite engolindo a cidade, queria que a Felicity estivesse aqui comigo para me ajudar a lidar com tudo, me sentia perdido sem a presença e o apoio dela. E a culpa disso era toda minha.

— O tio fez uma coisa que a magoou.
— Ela é sua namorada?
— Não, ela é minha noiva.
— Ela é muito bonita.
— É sim.
— Se você a ver, diz que eu quero que ela melhore, tá?
— Pode deixar.
— Vou brincar, amanhã posso te ligar para contar como foi na escola?
— Claro que pode, mas liga no meu celular porque o tio não vai estar em casa durante o dia.
— Tá bom. Não demora para me visitar, estou com saudades.
— Eu também, Will.

Esperei que a Samantha voltasse a pegar o telefone e ouvi meu filho dizendo a ela que ia procurar o boneco do Flash. Eu precisava comprar um do Arqueiro para ele o quanto antes, eu não podia permitir que o Barry descobrisse que ele era o preferido do meu filho.

— Me dê um tempo para pensar no que fazer, Oliver. Meu filho se apegou a você e não posso arranca-lo da vida dele sem que saia machucado, mas preciso analisar se posso confiar nesse novo Oliver.
— Não vou desistir do meu filho Samanta.
— Eu sei que não, mas preciso ver até onde eu posso ir com tudo isso.
— Tudo bem, pense. Mas eu sou capaz de ir até onde for preciso para ter meu filho perto de mim.
— Tchau, Oliver. - desligando sem esperar que eu respondesse.

Olhei a minha volta e me vi sozinho. A ausência das risadas, da presença de Felicity me fez perceber o quanto eu era infeliz antes de tê-la em minha vida, mesmo antes de descobrir que estava apaixonado por ela. O cheiro dela estava por todos os lugares e isso me enlouquecia.

Abri a porta da varanda e sai. A noite estava fria e não voltei para buscar um casaco. Precisava sentir o vento frio machucando minha pele para que eu sentisse alguma dor física que me lembrasse da dor de ver o olhar de decepção nos olhos dela.

Peguei meu celular e tomei a primeira atitude que me levaria de volta para a vida dela. De hoje em diante eu não esconderia nada dela, até mesmo a mais simples atitude seria compartilhada com minha mulher, mesmo que no momento ela não quisesse minha companhia. Escrevi o e-mail e rezei para que ela não o ignorasse.

“Não sei se você vai ler isso, mas eu preciso te contar o que aconteceu.
A Samanta me ligou por eu estar sumido há três dias e o Willian perguntar de mim a todo o momento. Deixei claro que vou lutar pelo menino nem que eu tenha que ir na justiça para isso. Amanhã vou conversar com a Laurel para saber o que tenho que fazer caso a Samanta não aceite ir pelo caminho mais fácil que é contar a ele que sou seu pai. Queria que você soubesse disso.

O Willian perguntou de você. Quis saber o porquê de você estar triste quando nos viu no parque e eu disse que te magoei. Ele disse que você é muito bonita e que quando eu te visse você era pra dizer que ele quer que você melhore.

Nunca vou desistir de nós. Sei que não sou a pessoa mais fácil e muitas vezes faço coisas que não me orgulho, mas eu juro que estou tentando, só que sozinho não vou conseguir. Preciso de você. Preciso acordar com a certeza de que você vai estar do meu lado na cama, na nossa cama.

Amo você. Para sempre.
Oliver.”

Guardei o celular sem esperança de receber uma resposta, mas eu tinha que tentar, continuaria a mantendo informada. Sei que essa pode não ser a melhor maneira de me aproximar, mas eu iria impor minha presença a ela, mesmo que isso a fizesse me odiar.

O cansaço começava a se mostrar presente e subi para nosso quarto onde a cama estava intacta como quando foi arrumada depois da última vez que dormimos juntos. Eu ainda podia sentia meus braços envolta da cintura dela depois de fazer amor de manhã. Tínhamos agido de forma calma e sem maiores movimentos por causa de sua condição, mas não tinha nada melhor do que sentir o corpo ela recebendo o meu de maneira tão entregue.

Abri o closet e peguei um travesseiro e um cobertor, voltei para o quarto e encarei a cama. Não conseguiria dormir ali sozinho sem ter pesadelos de uma vida sem a Felicity. Sai do quarto e encarei a porta do escritório, ali era uma réplica diminuída da caverna, onde poderíamos fazer o mínimo caso alguma coisa acontecesse.

Digitei a senha que bloqueava a sala e entrei. Fiz questão de colocar um sofá para o caso de ter que ficar muitas horas ali, mas nunca pensei que ele me serviria pelo pior dos motivos. Arrumei o sofá e tirei a camisa e os sapatos, não estava com vontade de me trocar já que eu teria que sair dentro de poucas horas para a primeira ronda do dia. Deitei e senti o cheiro dela no travesseiro, percebendo tarde demais que eu tinha trazido o travesseiro errado.

Nunca fui de me deixar abalar com as pancadas que a vida me dava, e não foram poucas, mas senti meus olhos arderem ao lembrar da decepção estampada no rosto da Felicity. Jamais pensei que minha história com ela chegaria a um ponto tão delicado e que eu seria o culpado pela sua tristeza.

Olhei meu celular de novo e como eu esperava não tinha nenhuma mensagem ou e-mail dela. Apaguei a luz e deixei somente o monitor de um dos computadores ligado. Precisava dormir, mesmo tendo a certeza que sonharia com um futuro onde a ausência dela seria meu lembrete de que por minha culpa eu estava prestes a perder a mulher da minha vida.


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