Olicity - Lies escrita por Buhh Smoak


Capítulo 17
Capítulo 17




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POV ~ Oliver

Deixei meu filho na casa da Felicity sem nem ao menos descer do carro. Me despedi dele e assim que o vi abrir a porta e entrar eu arranquei com o carro sem dar a chance de Samanta aparecer para fazer uma cena.
 
Eu ainda não tinha contado a Felicity o que ela disse no telefone, mas estava indo para casa e conversaria com ela sobre isso. Eu não poderia correr o risco de que Will ouvisse os desaforos da mãe.

Ouvi meu celular tocar e em seguida ele estava conectado ao carro.

— Oliver? – era Thea, e sua voz não era das melhores.
— Sim. O que foi?
— Onde você está?
— Estou indo para casa. Acabei de deixar o Willian com a mãe.
— Acho que seria uma boa você vir até a caverna.
— Mais alguma coisa sobre a Palmer?
— Não. O assunto é outro.
— Chego ai em 20 minutos.

Sabia que ela não me diria nada por telefone. Por isso mudei o rumo e liguei para minha mulher para avisa, caso ela ainda não soubesse, onde eu estava indo.

— Já está a caminho da caverna? – dizendo assim que atendeu.
— Porque eu ainda espero dizer algo que você não saiba?
— Você me surpreende de outras maneiras.
— Ainda bem. Você sabe porque estou indo para a caverna?
— Sei.
— Vai me contar?
— Não. – rindo. – Tem coisas que é melhor saber com alguém por perto.
— Alguém morreu?
— Não.
— Menos mal.
— Como foi com a Samanta?
— Não foi. Eu esperei o Willian entrar e já arranquei com o carro. Você não tem ideia dos desaforos que ouvi dela no telefone.
— Desaforos?
— Não te contei antes porque não queria correr o risco do menino ouvir. Ela me xingou de tudo quanto é nome porque ele não estava comigo quando ligou a tarde.
— Isso porque ela nem sabe quem você é.
— Mas não foram somente desaforos que ela despejou. Só que quero falar com você pessoalmente sobre isso. Pode ser?

Ela ficou em silêncio e isso não era um bom sinal. Parei o carro na garagem da caverna e não sai quando o desliguei.

— Ela disse coisas do meu passado que eu nunca tinha me dado conta. Coisas que eu nem mesmo sabia serem erradas até te conhecer. Preciso de você na minha frente, de preferência enroscada em mim depois de fazer amor, para tocar nesse assunto.
— Então resolve o que tem que resolver e me leva logo pra casa.
— Te leva?

Olhei para frente e a vi apoiada num dos ferros que serviam de pilastras. Sai do carro sem nem mesmo desligar o celular e fui de encontro a ela. Que derrubou suas muletas quando envolveu seus braços em meu pescoço, me beijando.

Os dias de inferno que passei sem ela quase eram uma vaga lembrança em minha mente, mas eu ainda podia ouvir a voz da Samanta me acusando e dizendo que era questão de tempo até que Felicity experimentasse meu pior lado, que a mentira foi somente o começo. O meu primeiro passo a caminho do fim. Essas foram as últimas palavras que ela me disse e infelizmente faziam todo sentido, nenhuma relação que tive foi saudável, até mesmo com Felicity que era a melhor coisa que tinha acontecido em minha vida.

— Oliver?

Abri os olhos e a vi me observando. Eu estava tão perdido em meus pensamentos que não percebi que tinha parado de beija-la e a segurava com força contra meu corpo.

— O que foi?
— Depois. - beijei seus lábios e a peguei no colo em seguida. – Agora preciso resolver outro problema.

Peguei suas muletas encaminhamos juntos até a ilha de comando. Diggle, Thea enos Curtis nos esperavam, o ultimo tão tenso que parecia que estava diante de um inimigo mortal.

— Vejo que ainda não superou nossa conversa, Curtis.
— Isso jamais vai acontecer. Posso me acostumar com tudo isso, mas superar está fora de cogitação.
— O que vocês tem de tão sério para me contar que foi preciso trazer minha mulher para conter minha fúria?
— Fomos tão óbvios assim? – ela disse ainda presa em meu braço.
— Não que eu não queira você aqui, mas algo grave aconteceu para você vir sem que eu soubesse.
— Aconteceu sim. Algo que por mim seria resolvido com um soco na cara.

Thea deu um murro no teclado e todos os monitores da ilha reproduziram a mesma imagem. Uma que eu precisei de alguns segundos para assimilar.

— Essa é... – entreguei as muletas para Felicity e me aproximei de um dos monitores. – É a Samanta?
— Sim... ela com esse imbecil do Merlin entrando em um restaurante. Eu disse que essa vadia não valia nada.
— Ela provavelmente não sabe quem ele realmente é Thea. – disse Diggle.
— Mas ela sabe que ele me conhece.
— Sabe?

Me virei para Felicity torcendo para ela entender o meu esquecimento em contar a ela sobre meu encontro com Merlin.

— Quando estava levando meu filho para sua casa a Samanta resolveu parar no shopping. Eu fiquei do lado de fora os esperando e quando finalmente saíram para irmos embora o Merlin apareceu. Me perdoe por não te contar, juro que esqueci com tudo que aconteceu aquele dia. - vendo em seus olhos algo bem diferente da reação que eu esperava, só encontrando compreensão.
— E ele falou alguma coisa?
— Na verdade foi a Samanta que se meteu no que não era da conta dela perguntando se eu não apresentaria meu amigo. Quando eu respondi atravessado ela entrou no carro, mas o Merlin não perdeu a oportunidade de dizer que o Willian parecia comigo.

Ouvir a Thea bufar, mas não desviei meu olhar da minha mulher. Ela não parecia se importar com o que eu tinha esquecido, mas eu me culpava por ter deixado passar aquela informação.

— Acho que é hora dessa mulher levar um bom susto para acordar para a vida.
— Thea, temos que agir com cautela. – tentou amenizar Dig.
— Cautela? Ela está brincando com algo muito sério.
— Vamos encontrar uma maneira de resolver isso.
— Falar com ela não adianta, acho que está na hora de vigia-la para saber o que ela anda fazendo na ausência do filho. – disse Felicity. – Eu instalei câmeras de segurança do lado de fora da minha casa por segurança. Podemos monitoras as saídas dela e ter sempre alguém de tocaia para segui-la.
— Eu não vou, porque se for apareço logo dando uma voadora.
— Eu vou. – se ofereceu Curtis. – Agora que a Palmer está interditada, posso seguir a tal mulher, afinal, ela não me conhece e não vai desconfiar.
— Eu também. – disse Dig. – Nem seu filho, nem a Samanta me conhecem ainda.
— Então a Thea faz o monitoramento das câmeras da casa da Felicity, o Curtis e o Dig fazem as vigias.
— E a gente? – questionou Felicity.
— Vamos continuar agindo como se nada acontecesse, mas enquanto o Willian está em casa vamos nos revezar para ajuda-los. E ainda temos que encontrar um modo de tirar os projetos da Palmer.
— Já resolvi isso. – indo até a mesa e pegando um pen drive. – Alguém tem que ir com o Curtis até minha casa e conectar esse pen drive na porta de acesso do cofre. Isso vai me permitir mexer na codificação que instalei.
— E se alguém tentar invadir o sistema quando você estiver mexendo lá. – quis saber Curtis enquanto pegava o pen drive.
— Somente meu comando e uma linha de conexão podem agir, ninguém vai conseguir me hackear porque tenho um tempo mínimo para fazer tudo antes que o pen drive queime. 
— Me sinto um inútil perto da sua mulher, Arqueiro.
— Todos nós nos sentimos assim as vezes. – sorrindo para ela.
— Vem Curtis, vou te mostrar os outros computadores que você pode começar a se familiarizar com tudo e assim que o casal terminar de conversar vamos para a Palmer.

Eles se retiraram e minha irmã continuou me encarando de braços cruzados. Eu nunca tinha visto uma postura tão dura vindo dela.

— Fala Speed, pode desabafar.
— Eu odeio essa mulher.
— Sabemos disso.
— Você tem que fazer alguma coisa ou eu mesma vou fazer. Quem ela pensa que é para agir dessa maneira? Ela manipula, mente, se mete onde não deve. Eu sempre achei que ela não prestava e agora eu tenho certeza disso. Quero essa mulher longe da minha família. – olhando de mim para Felicity e voltando a me encarar. – Se isso não acontecer eu mesma a pego pelos cabelos e chamo o Barry para me ajudar a arrasta-la para o lugar mais longe que encontrarmos.
— Ter uma cunhada como você só faz meu dia melhorar. – parando ao lado ela e a abraçando. – Vamos dar um jeito em tudo. Agora vai lá atrás e faz um chá de camomila para acalmar seus nervos.
— Eu só vou me acalmar quando descer o braço naquela mulher, mas vou fazer o chá mesmo assim. – se soltando do abraço e indo para a cozinha.

Felicity sentou na sua cadeira e se virou para mim, para minha surpresa, sorrindo.

— Queria ter um espelho para que você visse sua cara agora.
— De pânico?
— É.

Caminhei até ela e coloquei um braço em cada encosto da cadeira, inclinando o corpo e a beijando.

— Desculpe por não contar sobre o Merlin. Se a Samanta não tivesse aprontado eu nunca mais lembraria disso.
— Eu confio em você.
— Confia?
— Sim, está cada vez mais difícil pensar sobre o passado e lembrar com clareza.
— Isso é bom.
— Sim, muito bom.

Olhei de novo para a boca dela e senti uma pontada em meu quadril. Sempre quis fazer amor com ela na caverna, mas querer isso e não poder só fazia a vontade aumentar.

— Se você continuar me olhando assim as coisas podem não acabar bem.
— Essa seria minha intenção caso todo mundo estivesse longe daqui. – desci meus lábios até o pescoço dela e suguei sua pele, me afastando em seguida.
— E a safadeza não tem fim. – Thea voltava com duas canecas de chá. – Não posso deixar vocês sozinhos um segundo. – entregando uma delas para Felicity e dando as costas e indo para onde Dig e Curtis estavam.
— Ela está muito brava.
— Está, e isso é ruim. Mesmo que eu queira a Samanta longe daqui, se ela for meu filho vai junto.
— Vamos encontrar uma maneira de resolver isso.
— Temos muitas perguntas para responder sobre esse encontro dela com o Merlin. Impossível ela ter ido atrás dele.
— Pensei sobre isso também. Acho que devemos fazer vigília dupla.
— Vou ligar para o Barry e pedir apoio.
— Isso, vou mudar a programação das câmeras para que o sensor de presença para nos avisar quando houver movimentação aos arredores da minha casa. – se virando e começando a mexer em seus computadores.

Dei alguns passos para trás e fiquei observando ela trabalhar. Todas as áreas da minha vida incluíam ela e o tempo que passamos separados foi algo que eu nunca mais quero repetir.

— Felicity. – a chamei, para segundos depois ter a mulher mais linda do mundo me encarando com aqueles olhos claros e que faziam minha vida ter sentido.
— Sim.
— Pode passar muitos anos, mas acho que nunca mais vou esquecer momentos como esse. – me aproximei e abaixei ao seu lado. – Ter você do meu lado é como se minha vida tivesse encontrado o verdadeiro motivo de existir. Ouvi da Samanta que eu era um lixo humano que só servia para usar as mulheres e fazer com que elas encontrassem o pior que a vida podia dar. Quando cheguei aqui lembrei de algumas coisas que ela disse sobre eu ser o começo do fim sobre a vida de alguém, mas você me deu uma nova chance, você fez com que eu finalmente entendesse e desse valor para o que temos. Nunca mais quero passar por esse sentimento de perda, pelo desespero que senti por não saber se você voltaria.
— Eu te amo. – me abraçando. – E tudo o que a Samanta disse não descreve quem você é. Eu conheço o verdadeiro Oliver, por isso estou lutando por nós dois.
— E eu agradeço muito por isso. – apertando mais o agarre do abraço. – Te amo mais do que qualquer coisa nesse mundo.
— Ai gente, para com isso que só faz eu sentir mais raiva da vacaranha.

Olhei para o lado e vi os três nos olhando, Curtis e Thea choravam, enquanto Diggle tentava segurar o riso pela postura dos dois.

— Pelo menos a Thea tem companhia para shippar vocês dois.
— Shippar? – Felicity perguntou quando eu a soltei, limpando suas lágrimas.
— Sim, a filha de um amigo está nessa fase de torcer por casais fictícios ou reais. Na última vez que fui à casa dele levar o presente do bebê recém nascido ela estava conversando com a mãe sobre isso.
— Ainda bem que sua filha tem um longo chão até chegar nessa fase. – ajudei Felicity levantar, abraçando minha cintura.
— Se estamos juntos, grande parte é pelo apoio do Curtis. Ele tem créditos para chorar com você Thea.
— Muito obrigado. – estendi a mão quando ele se aproximou.
— De nada, só quero ela feliz. Minha vida mudou depois que conheci sua futura esposa. – apertando minha mão, para depois limpar suas lágrimas.
— Ela costuma fazer isso na vida das pessoas.
— Vamos parar com isso e bora trabalhar? – tentando disfarçar que estava prestes a chorar de novo.
— Também te amamos. – a puxei para um abraço triplo, o que a fez ficar mais chorosa.
— Quero bater na Samanta cada vez mais.

Ela se soltou e sentou na cadeira que ficava ao lado de Felicity. Beijei minha mulher antes de solta-la para que fosse sentar em sua cadeira. Fiquei observando as duas trabalhar e Curtis se unir para ajuda-las. Não tinha como estar mais satisfeito com o que via e sentia naquele momento.

— Tudo voltando aos eixos.
— Tudo, mas ainda temos alguns obstáculos para superar antes do nosso final feliz.
— Se tem uma coisa que eu aprendi com minha saudosa mãe é que nada é final quando tem felicidade no meio. É começo.

E as palavras de Diggle nunca fizeram tanto sentido quanto agora. Eu estava recomeçando minha vida com ela, tendo uma nova chance para ser e faze-la feliz. E nada e nem ninguém nos impediria de dar inicio a vida que queríamos construir juntos. Nem mesmo aquela que se julgava mais do que simplesmente a mãe de meu filho.


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