O Preço da Perfeição escrita por Isabella


Capítulo 2
O Preço dos Remédios


Notas iniciais do capítulo

Oi meu povo e minha pova!
Gente, quero lhes agradecer ao apoio que me deram pra mim continuar com a fanfic. Bem, prontos para verem o universo da Natasha Romanoff?
Banner por Miss Dobrev do Perfect Design

Boa Leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676561/chapter/2

A ruiva estava sentada na cadeira de frente para o espelho, á mercê de uma maquiadora e um cabeleireiro que deixava seus cachos ruivos ainda mais perfeitos. Tinham apenas trinta minutos antes de a entrevista com ela começasse. Ela iria falar sobre o seu livro que estava fazendo o maior sucesso. Mas Natasha não tinha a mínima vontade de estar ali.

— Está incrível senhorita Romanoff — O cabeleireiro, de nome Saulo jogou uma borrifada de Spray em seu cabelo.

Ela sorriu em agradecimento. A maquiadora de cabelo rosa, também havia terminado.

— Se vista e em vinte minutos começará o programa — Hanna a maquiadora, saiu do camarim junto com Saulo. 

Um longo suspiro saiu da boca de Natasha. O vestido estava no cabide, era um azul clarinho com algumas pedrinhas pratas no colo, mas nada muito chamativo, afinal era um programa matinal. E tinha, é claro, mangas longas. Natasha sempre pedia vestidos de manga longa ou terninhos, para esconder as marcas em seu pulso.

A ruiva parou de frente o espelho e retirou o roupão comprido que usava. Olhou-se no espelho, um rosto bonito, num corpo acabado. Algumas manchas roxas se espalhavam pelo seu tórax. Nos pulsos, ali estava seu segredo, os cortes que fazia com a lâmina. Passou a mão esquerda no pulso direito e dedilhou os cortes. Sentia pena e nojo de si mesma.

Vestiu o vestido e calçou os sapatos pretos. Pôs apenas um brinco e se olhou no reflexo, estava bonita. A maquiagem clara lhe dava um aspecto jovial, apesar de ter quase vinte e nove anos, o batom vermelho-mate contrastava com seu cabelo. Ali na sua mão estava a aliança, nunca conseguira tirá-la.

Jimmy usava seu habitual terno quando chegou em meu apartamento. O cabelo loiro penteado para trás devidamente, ele estava perfeito.

Oi, boneca Ele tirou o terno e o colocou no sofá á minha frente

Fechei meu notebook e levantei para beijá-lo. A boca macia e com gosto de hortelã.

Como está os preparativos? Ansiosa? Ele andou até a cozinha

O segui e sentei no balcão. Ele pegou a garrafa de vinho e duas taças. Encheu a primeira e me deu. Bebi um gole.

Já mandei os convites por e-mail e já temos trinta e sete confirmações e sim eu estou eufórica, afinal eu vou me casar em cinco dias Falei meio embolado

Ele ficou entre minhas pernas e pousou seus braços em minha cintura. Começou a dar beijos em meu pescoço.

O trabalho tem sido tão estressante, já cansei de caçar bandidos — Ele dizia entre beijos — Não vejo a hora da nossa lua de mel”

Um sorriso ínfimo surgiu nos lábios de Natasha ao relembrar essa cena, como queria voltar ao passado e mudar tudo.

— Entramos no ar em cinco minutos — Um mulher abriu a porta do camarim

Natasha foi até sua bolsa e pegou uma caixinha de remédios, separados por nome e dia das semanas. Bebeu o de depressão, Síndrome do Pânico e o de ansiedade. Saiu rumo aos bastidores do programa, que já havia começado.

A apresentadora, Elis Porter, falava com a câmera, o cenário era uma sala de estar de uma casa comum, apenas com um balcão, onde um fantoche de galo conversava com a apresentadora. Como ela odiava aquele galo falante.

—... a autora de Suspiros no Inverno, Natasha Romanoff — Elis anunciou a chegada da ruiva

Natasha entrou com o seu mais forçado sorriso, que passou despercebido. Cumprimentou a apresentadora com um abraço e se sentou ao lado dela no sofá branco.

— Seja bem vinda ao With You, Natasha — A mulher emperiquitada dizia —  Primeira vez aqui

— E esperamos que não seja a última, é um prazer Elis — Natasha sorria

Na mesinha de centro estava seu livro e dois copos d’agua. Pra sua infelicidade o galo começou a falar.

— Eu já disse que sinto inveja do cabelo dela? É maravilhoso — O galo, chamado de Bob tinha uma voz dos infernos.

A apresentadora riu e pegou o livro.

— Bob tem razão, é um lido cabelo — Elis olhava as madeixas ruivas da mulher

Tinha que fingir que estava adorando aquilo, afinal, para as pessoas, ela era perfeita.

— Ah, obrigada Bob — Fingiu estar comovida

Por um leve impulso, levou a mão direita ao cabelo e colocou uma mecha detrás da orelha.

— Menina, eu li seu livro e adorei, a personagem, Lilith, nos cativa tanto. Eu queria saber como você consegue retratar bem um pessoa com problemas mentais, você inspira esses personagens em você, ou em alguém?

— Na verdade, eu tento ser aquela determinada pessoa, por exemplo, Lilith era atormentada por lembranças de um abuso e aquilo á deixava com medo de se ajuntar com as pessoas. Eu procurava tentar me sentir como ela — Natasha explicava á Elis

A apresentadora folheava o livro de capa azul e amarelo, como se procurasse algo.

— Nós ficamos muitos surpresos quando você lançou esse livro, afinal, tem quase um ano que seu ex-marido foi preso e você se divorciou dele, foram quase cinco anos de casamento e achamos que você ia dar um tempo, mas você nos surpreendeu com a linda história de amor de Lilith e Will, uma garota com problemas sobre seu passado e um rapaz que tinha medo do futuro e procurava fazer tudo á beira da perfeição — Elis havia tocado na ferida de Natasha.

Ela deu um sorriso fraco. Sua garganta parecia que ia fechar-se á qualquer momento, seu cérebro parecia uma geleia.

— Foram tempos que consegui superar graças ao apoio dos meus fãs — A ruiva não fazia ideia de como tinha conseguido falar isso

Daí pra frente ela não conseguiu raciocinar direito, não sabia o que era perguntado e nem o que ela respondia, só conseguia pensar em uma coisa: Jimmy.

[...]

A banheira lhe fazia relaxar, o som da voz de Lana del Rey tocando, lhe fazia se concentrar novamente.

It's better than I ever even knew

They say that the world was built for two

Only worth living if somebody

Is loving you

Baby, now you do

É melhor do que eu já imaginei

Eles dizem que o mundo foi feito para dois

Só vale a pena viver se alguém

Está amando você

Querido, agora você é amado

O relógio apita, duas da tarde. Natasha sai da banheira e a esvazia, veste seu roupão de seda, antes de voltar para o quarto, ele bebe novamente mais remédios, que sua psicóloga havia recomendado.

Vestiu uma calça, uma blusa branca de mangas longas, um scarpan e um colar rosa. Pegou sua bolsa e saiu do pequeno apartamento. Ela sabia exatamente o seu destino. Não precisava de carro. Já havia decorado o percurso.

Depois de dez minutos de caminhada, ela chegara á cafeteria América. O sininho tocou quando ela entrou, não estava muito cheio. Era um lugar aconchegante, não muito grande, afinal, havia umas três dessas pela cidade, ela havia combinado com o dono, Thor, ele havia autorizado ela ir ali todas as tardes e poder escrever seus livros no seu notebook.

Ali, sentada numa mesa de canto, ela o observara, o boné azul estampado da bandeira dos estados unidos. A blusa branca e o avental também azul. Ele ria com o caixa, de nome Ulisses. Ele era lindo.

[...]                                        

Já havia uma hora que ela digitava no computador, Steve a observava de longe, Natasha era uma incógnita. Que tipo de mulher se separa do marido, mas continua usando a aliança? Todo dia, ás três da tarde ela se sentava-se à mesa sete, ás quatro ela pedia um café e deixava na conta e ás seis ela ia embora.

— Me deixa adivinhar — Steve se aproximou da mesa sete — Um café sem açúcar? — Ele sorriu para Natasha

Natasha devolveu o sorriso, na verdade, não tinha como não devolver.

— Muito bem, capitão da América — Ela riu

Steve voltou para a cozinha e como quase não tinha clientes, o café ficou pronto rapidinho.

— Aqui, Nat — Ele lhe entregou a xícara

Steve ia se virando, mas Natasha não ia deixar passar essa.

— Hey, Rogers — Ela o chamou pelo sobrenome — Sem querer ofender, quantos anos você tem?

Steve se sentou de frente para ela. Cruzou os braços e fez uma careta.

— Pois saiba que me ofendeu — Ele estreitou os olhos

As bochechas de Natasha coraram.

— Deixa pra lá então — Ela iria voltar a digitar

Steve soltou uma gargalhada abafada.

— Você fica uma gracinha corada — Ele se debruçou na mesa — Tenho vinte e nove, por quê?

Natasha abaixou a tela do notebook, para olhar diretamente em seu rosto.

— As maiorias dos homens só trabalham em cafeterias ou padarias, geralmente para pagar faculdade, só estava curiosa — Ela deu de ombros.

— Mas eu estou aqui por esse exato motivo — Ele mexeu no boné — Eu preferi fazer besteiras durante a juventude a estudar, mas ano que vem vou me formar em Artes.

O sorriso de Natasha aumentou mais ainda. Ele piscou para ela e foi atender uma mesa. A ruiva voltou a escrever seu livro.

“Ele faz faculdade, e tem o sorriso mais lindo do mundo”

Sim, ela escrevia sobre o homem que trabalhava na cafeteria América.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam da Nat? E do Steve? Notaram a Elis? E o Bob, referência a Ana Maria Braga.
Só mais uma perguntinha: Na opinião de vocês, por que o ex-marido da Nat foi preso?
Próximo será a Wanda