— Queima, você consegue perceber? — sua mão levou a dele vagarosamente em direção ao coração e mesmo que Sirius não pudesse enxergá-lo, não significava que não o sentia.

Pulsava rapidamente e tão forte quanto o aperto de Remus. Os olhos faiscavam; um misto de paixão e ansiosidade. Suas bochechas encontraram-se como Sirius jamais viu, rubras, só não pode dizer se era devido ao rigoroso inverno ou a presença do amigo. E, apesar da voz de Remus ser apenas um sussurro quase distante, Sirius compreendeu cada palavra.

— Dói? — questionou, de repente indagou-se se aquela queimação seria boa ou ruim.

Mas em nenhum momento Remus pareceu duvidar de sua resposta, nem mesmo vacilou.

— Por incrível que pareça é a melhor sensação que já senti em minha vida — olhou para o chão e, em seguida, para os olhos intensos de Sirius — Eu já tentei sentir isso com outras pessoas, em outros lugares… Mas não é igual. Só você faz sentir isso, sabe?

O sussurro então realmente tornou-se distante e Sirius percebeu que as palavras foram levadas com o vento gélido. Entretanto, não foi realmente preciso dizer alguma outra coisa.

Padfoot compreendeu instantaneamente o que ele quis dizer; e aquelas palavras pareceram aliviá-lo, de repente, como se estivesse receoso de que aquele sentimento fosse algo indesejado, algo ruim.

— Moony.

Abraçou-o.

Não era preciso mais palavras quando havia um abraço apertado e tão quente quanto o coração de Remus Lupin.