Borboletas escrita por Soueuamine


Capítulo 1
Borboletas


Notas iniciais do capítulo

Ooi! Essa é a primeira fic q eu faço e posto aq no Nyah! (posto mais no Spirit)
Bom, eu n sei muito bem fazer fic de terror, mas eu dei o meu melhor!
Espero realmente que gostem!



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How do I kill these butterflies 

Tearing us deep inside 

How do I stop them butterflies 

Speeding up through the night 

'Cause no matter what you say 

I'm still gonna feel this way 

These black black butterflies 

Taking over me 

—Black Butterflies da Rihanna 

Tudo começou com uma borboleta. Uma borboleta negra, tão escura quanto a noite. Uma simples borboleta. 

Pelo menos era isso que eu pensava. 

Nunca irei entender Annabeth Chase. Nunca irei saber onde, quando e como ela desapareceu. Também nunca irei saber quem ela era realmente... Talvez nem seja quem? mas, sim, o que? 

A historia com Annabeth não é a mais romântica, nem a mais linda... Não a considero um belo conto de fadas. 

Esta bem longe disso. 

Ela é conturbada? Peculiar? Um tanto... Assustadora- se assim posso disser-? Sinistra? Tenebrosa? Horrenda? Não sei a palavra exata para descreve-lo... 

Mas, tudo começou com uma borboleta. 

 

O bosque era um lugar proibido para mim e meus irmãos- Tyson e Tritão-, meus pais tinham medo de nos perdemos, porem, eu era fascinado por ele. Aos 4 anos- quando entendia já um pouco das coisa- achava essa regra idiota, pois morávamos praticamente do lodo dele. Mesmo quando entendi as coisas, ainda era fascinado por ele. 

Sempre esperei uma pequena falha de meus pais, para sair correndo ate ele, quando os dois não tivessem olhando. Com 6 anos eu tivesse essa chance. Com ajuda de uma borboleta. Uma borboleta negra 

Estávamos no quintal, a família toda reunida para um café da tarde. Meus pais, irmãos, primos e primas, tios e tias. Eu brincava com um pedaço de pau na mão- acho que estava finzinho ser um príncipe, ou sei lá- longe de todos. Por algum motivo, eu sempre era o excluído da família. Digamos que "A Ovelha Negra". Nunca soube bem o porque, apenas gostava de ficar sozinho. 

Ate que eu a vi. A bela borboleta negra. 

Assim que a vi, franzi a testa. Eu nunca tinha visto uma borboleta como aquela. Para mim, elas sempre foram coloridas, com seus diversos tons chamativos. Mas aquela... Eu sabia que ela era especial. Porem não tive muito tempo para apreciar sua beleza, a borboleta saiu voando de volta para sua casa. O bosque. 

Olhei atentado para o bosque. Nunca tive tanta vontade de entrar naquele lugar desconhecido e proibido quanto naquele dia. Num certo momento eu pude jurar que vi a borboleta parar no meio do caminho. Ela se virou para mim, parecia estar me convidando para segui-la... 

Virei minha cabeça na direção do quintal. Minha família, meus pais, não olhavam para mim. Olhei de novo para o bosque. A borboleta ainda estava lá. Parada me observando. Olhei mais uma vez para minha família. Ninguém me olhava. Respirei fundo, prendendo ar no meus pulmões, recusando em solta-los, e andei para frente. Para o bosque. 

Já no primeiro passo, a borboleta voltou a voar em direção ao bosque. 

Eu sabia que ela queria que eu a seguisse. Só não sabia para onde me levava. 

[...] 

No meio do caminho, a borboleta parou. Mas não eu um lugar qualquer, mas no lugar mais lindo que eu já vi nessa vida. 

Um lindo lago, com arvores e uma pedra grande na frente, deixando o lugar mais belo ainda. Precisava olhar mais. Mas fiquei parado, tinha medo que a borboleta ficasse brava, não que eu tivesse medo de borboletas, mas alguma coisa me dizia para não aborrece-la. Fiquei aonde estava e dei uma volta em torno de mim mesmo. Admirava o lugar, podia ouvir os pássaros contando, patas de diversos animais tocando o solo e quebrando galhos que tinham caído das arvores, entre outros sons. 

Ate que deu a volta completa. E pulou de susto. A borboleta não estava mais lá. Eu estava sozinho. A não ser pela garota de cabelos loiros, mais ou menos, da minha idade, encima da grande pedra perto do lago. 

A garota não olhava para ele, mas sim para o lago embaixo de si. Parecia tão concentrada que mal me notara. Talvez tivesse acontecido o mesmo comigo... Estava tão concentrado na paisagem, que nem notei a garota. Mas eu tinha olhado bem para o lago... 

Por alguma razão, eu senti que precisava falar com ela. Respirei fundo, recolhendo todo o ar que conseguia com o pulmões, e fechei os olhos, tentando tomar coragem. Porem, antes que qualquer palavra fosse dita, a garota falou primeiro. 

—Porque esta perseguindo a podre da borboleta?- Ela perguntou, ainda olhando para o lago. Parecia que queria esconder alguma coisa... 

O-o que?Gaguejei miseravelmente 

—Porque persegue a podre a borboleta?- Ela voltou a perguntar, agora olhando para mim, com seus incríveis olhos cinzas penetrantes e intimidadores.- Não que ela estava fugindo de você?- Perguntou brava. 

E-eu pensei que ela quisesse que eu a seguisse! 

A menina olhou para baixo e falou como se alguém estivesse ali 

—Isso é verdade?- Pausa- Hum...- Pausa- Tudo bem, só não minta mais para mim, okay? Essa gente é perigosa, temos que nos manter unidas!- Antes que eu pudesse disser alguma coisa, a garota se virou para mim e falou com a maior naturalidade - Esta perdoado, Percy Jackson. 

—Como sabe meu nome?- Franzi a testa 

—Não sei.- Ela respondeu com leveza 

—Qual é seu nome? 

—Não poderia falar, você não compreenderia, além mais, é proibido.  

Mais isso é injusto! Você sabe meu nome e eu não sei o seu!- Cruzei os braços 

—Você tem razão...- Ela levou o dedo ao queixo e olhou para o céu, como se pensasse- Então me chamarei de Annabeth Chase!- Falou com um sorriso. Também sorri, dando um passo para frente, queria ficar mais perto de Annabeth. Mas, nesse momento, ela olhou com os olhos arregalados para algum lugar no meio do bosque- Melhor você ir. Eles estão procurando você. 

—O que? Mas... 

—Vá! 

Pisquei o olho, e então estava em outro lugar do bosque. Comecei a andar para frente, e, em poucos minutos, eu podia ver minha casa e minha família ameaçando entrar no bosque, chamando o meu nome. Me aproximei mais, o bastante para minha mãe me visse. 

Percy!- Ela gritou aliviada, correndo até mim e me tomando pelos braços, me levantando no ar e me enchendo de beijos- Nunca mais faça isso ouviu!- Ela me deu uma bronca. 

 

Depois de ouvir minha família- como se não bastasse meus pais- falando sobre como era perigoso entrar no bosque, em como eu corria perigo lá e que estavam muito aliviados de eu estar bem, contei a eles sobre Annabeth e sua borboleta negra, nenhum deles me levou a serio, afinal eu era  uma criança. Ninguém me levaria a seria com a "imaginação a flor da pele", como disse meu pai naquele dia. Naquela hora, por um momento, acreditei nele. 

Mas, o que aconteceu naquela noite, foi o que mais me apavorou. 

 

Annabeth estava em um pequeno quarto, sentada com as pernas cruzadas encima da cama, de modo que eu não conseguia ver seu rosto. Ela tinha uma caixa aberta entre as pernas. Nela, saiu uma borboletas negra, que voava livremente pelo quarto. Mas, aquelas borboleta não parecia como a que eu tinha visto naquela tarte. Ela parecia agressiva, não amigável, parecia pronta para... Atacar. 

Então, Annabeth se virou para mim, seus olhos não eram mais cinzas, mais sem pretos, como as assas das borboletas. Ela deu um grito agudo, parecia estar alertando algo... 

Eu olhei para o teto do quarto, preto. Mais não porque era pintado, mas sim porque havia varias borboletas negras pousadas lá, que pareciam ter "acordado" com o grito agudo de Annabeth, prontas para atacar o inimigo. 

Por um momento, pensei que o inimigo era eu. Mas não. 

As borboletas voaram conjunto, pareciam ondas negras no mar de vento. Voaram em conjunto ate Annabeth, e então, a atacaram. 

Algumas borboletas entraram em seus olhos, boca e nariz, tentando invadir por dentro de qualquer maneira. Outras pousavam em seu corpo, dando leves "mordidas" deles. Pareciam querer comer Annabeth viva, enquanto a criança de 6 anos gritava. 

Devia ter feito alguma coisa. Talvez correr ate ela e espantar as borboletas de seu corpo. Talvez pegar alguma coisa e tentar matar os insetos. Talvez deveria ter gritado, alertando que estava ali, atraindo as borboletas, fazendo com que elas largassem Annabeth e vissem ate mim. 

Devia ter feito qualquer coisa, menos ficar parado observando-a. 

Mas foi isso que eu fiz. 

Eu não estava preso no chão, ou sobe um feitiço que impedia que eu me mexesse. Eu poderia ter feito alguma coisa. Mas não fiz. 

Fiquei parado, observando a gritar, enquanto as borboletas a devoravam. 

Fechei os olhos me recusando a ver a cena. E só voltei a abrir quando o grito agudo de Annabeth parou. Abri os olhos e a vi na minha frente. Com um sorriso sombrio. Os olhos negros, como antes. Ela gritou de novo. Então as borboletas apareceram, uma de cada vez, saindo de dentro dela. 

Abri os olhos assustado. Annabeth não estava mais lá. Nem as borboletas. Eu estava no meu quarto. Com o meu pijama. sentado na cama, com os olhos arregalados de pavor. 

Tinha sido tudo um sonho. Um pesadelo. 

 

Não voltei a ver Annabeth por um tempo, mas sempre que olhava para o bosque, eu via sua borboleta negra. Me convidando para o bosque. Porem eu não as seguias. O medo de que meu sonho se tornasse realidade me invadia. 

Mas, foi com 12 anos que eu voltei a vê-la.  

 

Meus pais tinham viajado a negócios, Tritão tinha entrado na faculdade. Tyson tinha indo visitar um amigo e voltava logo, logo, e eu fiquei sozinho em casa, anoite. Estava no meu quarto, olhando pela janela, para o céu.  

Ate que eu ouvi um barulho, algo parecido com uma pedra batendo no vidro. Olhei para a janela e vi uma mancha vermelha. Então de novo. Barulho. Mancha. 

olho para frente, e vejo uma borboleta negra voando em minha direção. Ela se choca no vidro. Barulho. Mancha. Sangue. 

Olhei para o bosque e a vi. Barulho. Sangue. Annabeth olhava diretamente para mim, atrás de uma arvore, no bosque. Barulho. Sangue. 

Ela levanta delicadamente a mão, e me chama com ela. Me convidando para entrar no bosque. Barulho. Sangue. Então da pequenos passos para trás- Barulho. Sangue. Barulho. Sangue.-, ate se envolver totalmente na escuridão do bosque. 

Não sabia o que fazer. Deveria ficar em casa e esperar Tyson voltar? Barulho. Sangue. Ou deveria seguir Annabeth ate o bosque? Eu não sabia. Barulho. Sangue. Mas havia uma coisa que eu sabia. Não era um borboleta que me chamava, agora era Annabeth. Barulho. Sangue. Isso com certeza significava algo. 

Além do mais, as borboletas não parrariam de morrer se eu não fosse para o bosque. 

Barulho. Sangue. 

[...] 

Andava desesperado pelo bosque. Gritando por Annabeth. Estava a ponto de desistir ate vi uma borboleta negra. Eu corri ate ela e a segui ate o lago com a pedra. 

—A quanto tempo!- Annabeth falou alegremente atrás de mim, me fazendo virar para ela. Dessa vez, não havia apenas uma borboleta com ela, mas sim, umas 20 pelo menos. 

—Que lance foi aquele com as borboletas?- Perguntei franzindo a testa. 

—Ah, você não gostou?- Disse tristemente, mas logo sorriu de novo- Tudo bem, se você quiser eu posso tira-las! Quando voltar elas não estarão mais lá! Fique calmo! 

—Você as matou!- Eu a acusei. Esperava que ela se assustasse, ou ficasse brava com a minha acusação. Mas não. Ela, simplesmente riu. Ela riu. 

—Você é muito engraçado, Percy!- Disse enquanto uma borboleta pousava em seu dedo-  Elas não podem ser mortas, Percy! Elas já estão mortas! 

—Hum... Certo.- Resolvi não contrariar.- De que raça são?- Perguntei apontando para uma das borboletas que voavam ate mim, enquanto outras estavam atrás dela 

Annabeth franziu a testa 

—Raça? Elas não tem raça, Percy! 

—Como...? 

De onde eu venho, elas tem cores. Cores e significados— Ela tocou delicadamente a asa da borboleta que estava pousada no seu dedo.- Eu sei o que você vai perguntar.- Ela falou antes que eu pudesse abrir a boca- Qual o significado da borboleta?- Disse tentando, miseravelmente, imitar minha voz, depois deu uma leve risada- Você é tão previsível! Bom, respondendo sua pergunta: significa sofrimento. Morte. 

—De onde você veio? 

—Não posso falar... É proibido.- Sorriu ao disser isso.- Mas posso dizer que é longe. 

—Por esta aqui, Annabeth? 

—Fui banida. Na verdade, estou aqui para cobrar uma pena. Sabe? Alguém foi malcriado aqui! 

—O que foi que você vez? 

—Isso esta além de você, Perseu. Agora pergunte: Porque me chamou aqui? 

—Porque me chamou aqui? 

—É meu aniversario! Não queria passar sozinha.- Podia jurar que a borboleta deu uma leve "mordida" em Annabeth, como se estivesse ofendida.- Oh! Desculpe! Vou tentar de novo: Queria passar esse maravilhoso dia com você, minhas amiguinhas, e com você Percy!- Olhou para a borboleta e perguntou- Melhor? 

Ham... Parabéns!- Falei dando um pequeno sorriso e me aproximando dela.- Eu... Eu não trouxe nada pra você... 

—Ah! Não se incomode com isso! Sua companhia já basta! 

—Eu... Hum... Poderia fazer uma pergunta? 

Ela deu um leve riso, se aproximando mais de mim. 

—Você já fez tantas! Porque eu não posso fazer uma pergunta para você? 

—Você parece saber muita coisa de mim... Mesmo só tento me visto 2 vezes. 

—Verdade... Faça sua pergunta. 

—Eu tive um sonho quando te conheci...- Pisque, e Annabeth não estava mais lá, nem as borboletas.- Annabeth...? 

—Eu também tive.- Ouvi ela falar e me virei para ver ela de pé sobre a enorme pedra. Parecia distante.- Eu sendo morta viva, e você sem fazer nada. 

—Eu... 

—Não há nada que possa disser que me faça perdoa-lo. 

—Mas... Era só um sonho... Pera! Você teve o mesmo sonho? Como... 

—Vá embora. 

—O que? 

—Vá embora, Jackson! 

—Você não vai fazer aquilo de...- Pisquei, e, de repente, estava no me quaro, de costas para a janela.- ... Novo.- Bufei. Ela só podia estar brincando. 

Me virei, afim de ver o bosque, porem outra coisa me chamou atenção. A janela estava limpa. Nada de sangue. 

"Quando voltar elas não estarão mais lá!" 

Eu iria descobrir quem era Annabeth Chase. 

 

Naquele dia eu tive o mesmo sonho. 

Annabeth. Quarto. Caixa. Teto preto. Grito. Borboletas. Parado. Olhos Negros. E então eu acordava, me odiando por ficar parado. 

Eu tinha que admitir, Annabeth sabia ficar brava. Durante anos, eu nunca tinha visto uma sequer borboleta dela. Sempre tentei procura-la pelo bosque, mas nunca consegui acha-la. Nem uma única borboleta negra. 

Mas foi apenas com 17 anos que eu a vi. 

Não foi nada especial. Eu estava procurando-a pelo bosque, quando vi um par de assas negras passando pelo bosque. 

 

—Porque o chamaram?- Annabeth perguntou sentada sobre a pedra, olhando para o lago- Eu não quero aqui.- Vi uma das 50 borboletas pousar no seu ombro. Parecia que as duas conversavam entre si- Não quero saber se isso faz parte da minha punição! Vocês não mandam em mim!- Ela fez uma pausa, como se fosse a vez da borboleta falar- Esta certa. Mas... É tão injusto...- Então ela chorou. 

Dei um, dois, três, passos mais perto dela e perguntei, preocupado. 

—Você esta bem? 

—Sim, eu estou bem...- Enxugou suas lagrimas com a mão, parecia irritada 

Mais passos. 

—O que aconteceu? 

—Você não entenderia... 

Passos. 

—Tente. 

—Não. É complicado de mais para um lerdo como você!- Ela riu de mim. 

—Ei!- Passos.- Eu não sou lerdo! 

—É sim! Deve ter algas ai dentro!- Continuou a rir. Eu a acompanhei. 

—Algas?- Perguntei subindo na pedra e me sentando ao seu lado. 

—É! Como naquele dia que você entrou na agua e saiu de lá com algas na cabeça! 

—Como sabe disso?!- Franzi a testa 

—Não sei.- Ela respondeu olhando para mim e mordendo os lábios, levemente. Me lembro de pensar em como era ficava sexy fazendo isso... 

—Agora você vai me contar!- Falei alto, fazendo cosquinhas nela, que riu e se deitou na pedra, me puxando para cima dela.- Porque, se me lembro bem, eu estava sozinho nesse dia! 

—Para!- Ela continuou rindo- Para! Para, eu conto!- Atendi seu pedido e parei, observando ela ofegante, com a respiração irregular, porem ela sorria como uma criança- O que é isso?- Perguntou encantada. Franzi a testa, dando a mostrar que não havia entendido.- Isso! O que você acabou de fazer! 

—Esta falando da... Cosquinha? 

—É assim que vocês a chamam! Legal! 

—Você...Nunca fez isso? Ninguém nunca fez isso em você? 

—Não... Isso é ruim? 

—Nem seus pais? 

—Meus pais estão mortos, Percy 

Ouh! Hum... Sinto muito. 

—Ah! Eles eram uns idiotas!- Ela riu.- Eu queria te perguntar uma coisa... 

—Pergunte. É raro você fazer isso...-Eu ri, sendo acompanhado pela loira. 

—Eu... Andei por ai, e, no caminho, vi dois humanos, um macho e a outra era fêmea, os dois, por algum motivo, estavam com os lábios, grudados... Foi nojento! Vocês comem com aquilo!- Dei uma leve risada 

—Esta falando sobre beijos? 

—Beijos? Beijo não são assim! No meu mundo eles são muito mais bonitos! São tão fofinhos e peludinhos! Aqui, pelo que eu vi, são melados, grudentos e nojentos! 

—Você nunca foi beijada? 

—Não e nem quero ser! Sentir é pior que ver!- Ela fechou os olhos, apertando-os como se imaginasse aquilo. Então abri-os novamente e perguntou- Você já foi beijado? 

Corei, Por algum motivo, não queria falar sobre isso, 

—Bem... Sim. 

—Estou morrendo de nojo de você agora!- Isso porque você não viu o que fazem depois dos beijos, pensei- Qual é a sensação? 

Sai de cima dela e me deitei em seu lado 

—É boa... Principalmente quando você beija alguém que gosta... 

—Vocês gostam em pessoas?! Eca! 

—Porque? O que é gostar em seu mundo? 

—Acho que aqui, chamam de espirar...- Gargalhei 

—Não é nada disso!- Falei depois que me recuperei do riso- É como... Como o amor, só que com menos intensidade... 

—Amor? Acho que já ouvi isso em algum livro de historia... Bem antigo... 

—O que é o amor no seu mundo? 

—Não sei... Não temos isso lá a... Muito tempo. 

—Vocês não tem amor? 

—Há boatos que dizem que amor é a pior punição quem alguém pode receber...- Ela olhou para mim assustada- Falam que o amor é frio, destruidor, que pode deixar seu coração em pedaços se for recusado... Tenho medo dele...- Ela olhou para meus olhos e nos encaramos- Como é o amor aqui? 

—É isso- Então eu a beijei. 

O beijo começou lendo, mas, quando mais nossas se união, mais intensidade o beijo tinha. Eu passei uma das minhas mãos em sua cintura, puxando ela mais para perto. Precisava dela ali. Minha outra mão esta em seu cabelo, dando leves puxões nele. Foi ai que nossas línguas entraram em ação. Eu explorava sua boca, enquanto sua mãos estavam pousadas em meu peito, Annabeth era nova nisso, não sabia bem o que fazer... Retirei minhas mãos da sua cintura e de seu cabelo e peguei suas delicadas mãos, levando-as ate meu cabelos.  Suas mão passaram a puxar meus cabelos, uma sensação boa e deliciosa. Depois voltei ao seu cabelo e a sua cintura, puxando a para mais perto de mim- Se é que isso era possível. 

O ar fez falta e, infelizmente, tivemos que nos separar. 

Ela olhou para mim ofegante e com brilhos nos olhos, cheia de adrenalina. 

—Você tinha razão- Falou ainda ofegante. Olhei para ela sem entender- É uma sensação boa.- E então deu um sorriso sapeca- É uma sensação gostosa. 

Gargalhei. 

 

Dessa vez eu não tive pesadelos com Annabeth, ela não desapareceu, e eu, sempre que via sua borboleta negra, a visitava. Sempre que nos encontrávamos, havia conversas, risadas e beijos- uma coisa que Annabeth passou a adorar. Beijar Annabeth era como estar entre o céu e a terra. Uma sensação nova e boa- ou, como ela gostava de dizer, gostosa. 

Eu não a pedi em namoro, não achava necessário. Sabíamos que pertencíamos, de alguma forma, uma ao outro. Também nunca fizemos sexo, acho que Annabeth surtaria ao ver o que, nos humanos, fazemos na cama. 

Toda vez que dava, eu trazia algo para ela- coisa que ela nunca tinha visto como: celulares; controles remotos; pentes; e, em troca, ela me contava um pouco do seu mundo. 

O mundo de Annabeth era impossível de explicar com palavras, mas ela fazia seu melhor, dando detalhes dos prédios de foguetes; gírias; e carros voadores. 

Sim, você não leu errado. Carros que voam!  

Mas isso não importa muito. O que importa foi tres anos depois, eu tinha 21 anos e Annabeth 19- ela me disse também que, no mundo dela, pessoas vivem em media 180 anos- Vocês tinham que ver a minha cara quando descobri isso! 

 

Levava uma câmera comigo, queria ver a reação de Annbateh ao ver o flash saindo dela, e depois, ver sua cara em um pequeno pedaço de papel. 

Annabeth você vai adorar isso...- Parei de falar ao ver a garota loira, abraçado os joelhos, trazendo-os ate seu peito, escondendo sua cabeça entre eles. Annabeth soluçava, e, mesmo que eu não pudesse ver seu rosto, eu sabia que ela chorava.- Ei- Falei me sentando perto dela, passando os braços ao seu redor- O que aconteceu, meu anjo? 

—Não faça isso- Ela falou entre os soluços 

—Fazer o que, Annabeth? 

—Não piore nossa situação! Por favor! 

—Do que esta falando...?- Perguntei olhando em volta. As borboletas. Elas não estavam aqui, como sempre, rodeando Annabeth— Onde... Onde estão as borboletas? 

Annabeth chorou ainda mais, ela levantou seu rosto, e eu pude ver seus olhos- seus olhos cinzas estão cansados e pesados, vermelhos de tanto chorar, com profundas orelhas. Seus olhos, que ontem carregavam alegria e felicidade, hoje tinham tristeza e sofrimento. 

—Elas não são borboletas...- Sussurrou ela, olhando para o céu, com lagrimas caindo sob sua bochecha- Nunca foram borboletas... Nunca! 

—Ei!- Eu a puxei pelos ombro a virando para mim, peguei seu queixo e a fiz olhar nos meus olhos, e então pergunteiAnnabeth, por favor, me conte o que elas são de verdade? 

—Elas...- Ela chora mais ainda- Como eu não pude notar?- Murmurou, culpando se.- Como pude ser tão burra?! 

—Meu anjo... O que elas são?- Perguntei novamente. 

—Mariposas.- Sussurrou, tampando os olhos com as mãos- Mariposas negras, Percy! 

—Uma vez- Falei-, você me disse que as cores das borboletas tinham significados... É o mesmo com as mariposa?- Ela fez que "sim" com a cabeça- Qual o significado da mariposa negra? Morte? Como a da borboleta preta? 

—Não- Ela disse abaixando a cabeça- Pior. 

—O que é pior qu... 

—Significa amor.- Respondeu enterrando a cabeça e meu pescoço. Eu sentia suas lagrimas escorrerem por ele- Percy...- Ela murmurou— Essa é a minha punição... 

—Amor? Mas..- Parei de falar para pensar- A mais perversa punição...- Sussurrei, esperando que ela risse e disse: "O que? Não! Muito melhor que isso, Percy!". Mas ela não fez isso, apenas chorou mais- Vão... Matar você? 

—Pior.- Sussurrou escondendo o rosto no meu pescoço 

—O que pode ser pior que morrer?- Perguntei. Eu, realmente não sabia. 

—Vão me deixar viver...- Ela não parava de chorar. 

—Não entendo.- Confessei, franzindo as sobrancelhas- Como viver pode ser pior que morrer? Você devia estar agradecendo! 

—Não, Percy... Você, não entende...- Ela saiu do meu abraço para poder me olhar- Vão me deixar viver... Mas sem você. A punição do amor... 

—Vão mandar você de volta para seu mundo.- Conclui.- Nunca mais poderei te ver... Porque? 

—Por que as pessoas do meu mundo são cruéis...  

Eles não querem me ver morta... Querem me ver sofrer... Se... Você soubesse. 

—Porque foi condenada, Annabeth? Você nunca me disse isso- Ela fez que "não" com a cabeça, e depois respondeu olhando para baixo. 

—Se eu disse o porque... Você ficaria com medo de mim... Me deixaria, e partiria meu coração. 

Olhei para baixo. Annabeth era um enigma dentro de uma caixa aberta, mas, sempre que eu tentava decifra-lo, a caixa se fechava, sem eu, ao menos, conseguir olhar ele... Suspirei. 

—Eu ainda não entendo... Você devia estar comemorando!- Agora era eu que chorava- Afim, vão te deixar viver! Vão manda-la de volta! Para seu mundo... E eu nunca mais poderei vê-la... 

Ela se virou para mim, e, com suas frágeis mão, ela pegou o meu rosto e me fez olhar para ela. Enxugou minha lagrimas com delicadeza. Eu me sentia um idiota chorando... 

—E você ainda reclama de eu te chamar de "lerdo"...- Deu uma pequena risada entre as lagrimas e depois em beijou- Eu amo você, Percy... 

—Eu também amo você, Annabeth... 

—04537- Ela respondeu olhando para meu rosto, como se quisesse decorar cada pedacinho. Franzi a testa, como se perguntasse "O que?!"- Eu só contei as partes boas do meu mundo. A verdade é que todos lá não tem nomes. Eles são nomeados com números, fica mais de identificar quem é quem. 04537. Esse é meu numero. 

—Mas... Isso é horrível! 

—Quando eu foz embora, eles vão gravar sua reação. Eu vou morar em uma cela. E a sua gravação sempre vai rodar pela manhã... Para eu sempre me lembrar que eu nunca mais te verei... Para me lembrar do meu coração partido. 

Eu olhei para ela sem acreditar no que ela falava. 

De Onde eu vivo não é um conto de fadas. Nem um sonho. É um pesadelo, que você nunca vai poder acordar. O governo de lá é o que comanda tudo, Percy. Ele fizeram de nos, escravos, e não podemos nem ver nossos parentes, porque é proibido. Nenhum sentimento pode ser compartilhado, há não ser o medo. E, se você tiver sorte em ser rico, o orgulho. Ou, pessoas como eu... Amor. Mas eu não acho um privilegio... Eles vão usar isso contra mim. 

—Vamos fugir!- Falei alegremente. Como não tinha pensado nisso antes?- Annabeth, fuga comigo! Vamos para um lugar longe de tudo! Podemos arranjar um emprego com salario mínimo, pagar um apartamento simples e ter uma vida! 

Ela sorriu triste para mim, e me abraçou com força. Um pingo de esperança preencheu no meu corpo. Mas essa sensação só durou poucos minutos... Annabeth saiu do abraço e olhou com os olhos rasos d'agua. 

—É tão nobre... Você largaria tudo por mim...- Ela me deu um beijou apaixonado e depois chorou baixinho enquanto falava:- Mas não adianta... Não importa aonde eu vá... Eles sempre vão me achar... Nos...- Ela abaixou a voz, num tão melancólico— Nunca ficarmos juntos... 

—Não tem que ter um jeito- Insisti.- Nos ficaremos juntos!- Olhei para ela querendo que ela concordasse comigo ou algo do tipo. Um apoio já bastava. Mas não. Ela somente chorava. Suspirei, derrotado, sentindo as lagrimas caírem lentamente sob meu rosto...- Quanto tempo nos temos? 

—Eu não sei...- Suspirou- 10 anos. 10 minutos... Pede ser daqui 20 anos, ou daqui 2 minutos... Isso não esta em nossa mãos... Esta nas mãos deles... Não me surpreenderia se, nesse exato momento, você desapareceria, e eu nunca mais visse você... 

—O que podemos fazer? 

—Nada...- Sussurrou- Ficar juntos o máximo de tempo possível e... Esperar, eu acho. 

—Então é isso?!- Perguntei com raiva- Viver sempre esperando o pior?! Sem lutar?! Eu me recuso! 

—Lutar contra quem?!- Gritou- Esta vendo alguém por aqui?!- Abaixei minha cabeça, frustrado- Com quem vamos lutar, Percy? É uma luta perdida... 

—As borboletas... 

—Mariposas- Ela me corrigiu- E não. Elas, de alguma forma tem uma ligação com você. Se elas morrer, você também morre. Então não. 

—Tenho uma ligação com aquelas coisas?- Fiz uma careta 

—É temporário, ate... Eu ir embora... Dai elas morrem por conta própria... 

Ficamos um tempo em silencio, e suspiramos. Eu não conseguia ver meu mundo sem Annabeth... Ela era a única pessoa que eu me deixei amar... E agora, pff! Ela iria embora, para um lugar desconhecido dos humanos... E eu não poderia fazer nada a respeito... Era agoniante saber que em qualquer momento, Annabeth não estaria mais lá. E, mais ainda, em saber que eu ficaria parado enquanto ela ia... 

—Então, é isso...- Falei- Desistir, sem ao menos lutar... Ter que ver você indo embora aos poucos... 

—Você sabe que se tivesse alguma coisa a ser feita, eu faria...- Ela se encolheu em mim e soluçou baixinho...- Temos que aceitar que um dia eu vou embora. Para sempre, e nunca mais poderei ver você de novo... 

—Vamos guardar memoria com isso- Apontei para minha câmera— Assim nunca esquecêramos um do outro... 

—1, eu nunca esqueceria de você, e, 2, o que é isso?- Fiz uma careta para ela 

—Eu não acredito que vocês tem carros que voam— Falei calma, e depois gritei-, mas não tem uma câmera fotográfica?! 

Ela riu e falou 

—Não, o que é? 

Fiz um breve resumo de o que era e como funcionava, e, em agradecimento— apesar de ela disser que, no seu mundo, tem uma versão de câmera, so que redonda-, recebi vários beijinhos no rosto e um beijão na boca- além de ver seus lindos olhos brilhando, fascinados com a engenhoca. Aquela tarde foi praticamente assim. Eu a Annabeth sorrido e fazendo caretas para a câmera. Ate que, numa hora qualquer, ela me perguntou: 

Percy, se lembra do dia que você me explicou o que era um beijo? 

—Como eu iria esquecer? Foi o dia do seu primeiro beijo!- Sorri maliciosamente e tirei uma foto dela corada. 

—Você se lembra que, uma vez, me disse que as pessoas fazem algo mais intimo depois do beijo? Acho que usou a palavra "sexo"...- Sim, eu lembrava disso... E me sentia envergonhado por isso... Ela era tão inocente e eu me sentia culpado por tentar, naquele dia, tirar isso dela... Annabeth pegou a câmera em minha mãos e tirou uma foto do meu rosto vermelho- Quero fazer isso com você 

Engasguei com a minha própria saliva. Ela disso aquilo tão casualmente... Como se não fosse uma coisa que envolvesse um pau e uma vagina... Como eu disse: inocente. 

O-o que?!- Gaguejei— Não acho que v-você vá gostar... 

—Você me disse que as pessoas fazem quando estão prontas para tomar um passo em seus relacionamentos... Bom, eu estou pronta para tomar esse passo com você. 

Engoli em seco. 

—Tem certeza disso? 

Ela assentiu e disse: 

—Me conduza.. 

E eu a conduzi... Não vou mentir... Foi a melhor noite da minha vida... 

 

Não foi no dia seguinte que eu perdia Annabeth. Tão pouco 10 anos.. 

Foram 4 anos. No dia 07/09/2015. Hoje. 

Quando acordei, por alguma razão eu sabia que alguma coisa tinha de errado. Olhei pela janela e a vi. Uma mariposa. Morta. 

Sem pensar, eu sai de casa e fui para bosque, lá eu encontrei um rastro de mariposas mortas pelo chão. Com medo, eu segui a trilha de mariposas mortas ... 

Foi então que eu via. Annabeth se encontrava no meio das mariposas. Desmaiada. Morta. 

Corri ate ela já chorando... Me ajoelhei ao seu lado e a abracei forte. 

Sabia que ela não tinha morrido, apenas se transportado para seu mundo... Mesmo assim, tinha alguma coisa dentro de mim que havia morrido 

Passei as mãos pelos meu bolsos e tirei uma caixinha vermelha, eu a abri, vendo a aliança simples que, com muito trabalho, eu havia comprado. 

Daquele dia em diante, eu prometi que nunca iria esquece-la, e que nunca pararia de procura-la.. 

—Eu nunca vou te esquecer!- Grito, me lembrando que Annabeth me disse que eu "gravado"- Ouviu Annabeth?! Nossa historia pode parecer ter acabado, mas não! Eu vou te encontrar, e, desta vez, não vou precisar de uma mariposa negra para me ajudar! 

Fim...?


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Notas finais do capítulo

Mas uma vez: Ñ é bem uma historia de terror, mas eu fiz o meu melhor!!
Pra quem ñ intendeu a o sonho direito é assim: a caixa são as escolhas q a Annabeth fez no mundo dela. As borboletas são os governantes do mundo dela, punindo ela. O fato do Percy ter ficado parado, é que pq ele queria ter feito alguma coisa, mas não ia adiantar de nada. E os olhos negros da Annabeth é o fato dos dois estarem "morrendo" por dentro. okay?
Outra coisa, se eu perceber que vcs realmente gostaram da fic, eu posso continuar ela!
Bem, era só isso mesmo... Tchau!
COMENTEM!



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