No More Secrets escrita por CoelhoBoyShiper


Capítulo 7
Olho a olho. Toque a toque.


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpem pela demora. Como já disse antes, escola e obrigações. Aliás, no momento estava optando, no lugar das fics, por me empenhar em escrever os meus outros livros que estavam empacados por procrastinação. Agora aqui estou eu, boa leitura! ♥



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Os corpos, que suavam frios, deslizaram um sobre o outro. Num descuido, Dipper viu-se caindo. Ele sentiu os longos dedos gélidos de Bill se desprendendo dos seus e o seu olho lilás instigante se distanciando cada vez mais. O corpo do garoto cortava o vento por trás de si. Não teve muito tempo para pensar assim que Dipper atingiu o solo.

Ele deu um berro e se contraiu após se chocar.

A poeira levantou, complicando o seu campo de visão, sentiu uma leve tontura com o cheiro do pó. Tentava se levantar, mas fora tomado pela imersão árdua de uma dor que se prolongava do tendão do pé até a panturrilha. Inicialmente ele achou que havia quebrado o pé. Mas ele já havia fraturado alguns ossos antes, era uma dor pior do que aquela, se ele tivesse sorte não seria nada mais do que uma torção.

Dipper havia caído de quase dois metros de altura.

Bill havia flutuado e levado ele junto.

O menino recostou a cabeça pesada por cima da palma da mão coberta de arranhões e terra seca. Ele nem sequer acreditara na cena que havia acabado de presenciar. Ou que, estranhamente, ele tinha a sensação de ter causado tudo aquilo.

“Eu beijei Bill Cipher.” Era absurdo o modo como aquilo passava tão naturalmente na sua cabeça. Como era possível? Não havia praticamente nada de normal sobre aquilo. Então como ele ainda podia agir com tanta naturalidade? Bill o beijou. Ele permitiu. Bill o levou ás alturas. Os poderes de Bill voltaram. “Como?”

Pines poderia começar a rir novamente. Agora era estranho o fato de ele estar achando aquilo fora do comum, sendo que nos últimos anos da sua vida absolutamente nada de comum havia acontecido. Literalmente nada.

O mundo dele estava uma bagunça. Um verdadeiro weirdmaggedon pessoal de sentimentos.

Ele viu Bill emergir de dentro da nuvem de pó que já se dissipava. Ele parecia tão assustado quanto ele. O rapaz loiro de um só olho foi até o garoto de cabelos castanhos que praticamente se corroía em dor.

— Dipper! Eu sinto muito! Me desculpa! V-você se machucou?! P-por favor... fala comigo!

— Não! – Dipper ergueu a palma da mão impedindo que Bill voltasse a se aproximar dele – Não me toque!

— O quê...? – a voz de Cipher estava tão incrédula diante daquela declaração que nem chegava a ser um sussurro. –Você caiu de uma altura relativamente...

— Exato! O que foi isso?! – Dipper dirigiu o olhar a ele. O olho já não estava mais com aquela misteriosa coloração atraente e sedutora.

Bill olhou para o chão. Completamente sem saída.

— Me fala! – Dipper gritou, em fúria – De onde veio isso?! De onde você tirou poderes?!

— Eu... Eu não sei. Eu sinceramente não sei Dipper. – lamentou.

— Mentira!

— Juro a você! Acha mesmo que se eu ainda estivesse com poderes estaria vadiando por aí vivendo uma vida mortal pateticamente sem rumo?!

Dipper suspirou.

— Por quê?

— O que?!

— Porque isso está acontecendo?! – Dipper soltou a questão que abalava as borboletas de seu estômago.

— Não faço ideia. Você precisa acreditar em mim. – Bill insistiu, levando a mão sobre o ombro de Pines. O garoto estremeceu ao sentir a palma áspera do predador tocar próximo ao seu ombro.

Dipper afastou-se, reunindo forças para se levantar.

— Isso foi... Errado. Eu preciso voltar para o Ford.

— É o que aconteceu entre nós que você chama de errado?! – Bill extravasou os sentimentos de repulsa que, pelo visto, ele tinha – Olhe em volta Dipper! Uma relação com o seu tio jamais seria possível! Por mais quanto tempo você prefere se esconder?! Por mais quanto tempo você pretende negar os fatos ao seu redor?! Olhe para mim enquanto eu estiver falando!

Dipper tentava a todo custo ignorar as ameaças supliciadoras do seu amante misterioso enquanto se dirigia de volta a porta do carro, com certa dificuldade por sua perna machucada.

— Me poupe dos seus joguinhos, Cipher!

Antes que pudesse gritar mais ofensas, Bill entrou no seu caminho. Dipper gemeu em dor assim que sentiu o baque entre o corpo dos dois.

— Não cometa o mesmo erro que eu cometi. – suplicou baixinho, tão próximo e íntimo que Dipper sentiu o seu hálito quente do seu sussurro lhe chamuscar a pele – Por favor... Não se esconda nas sombras. – Bill levantou a cabeça olhando para Dipper, para dentro dele, como nunca antes – Acredite. As coisas não melhoram por esse caminho. Você não viu direito o que acabou de acontecer? Nós dois, juntos... Somos diferentes. Especiais.

— Me dê licença.

— Dipper... – ele o havia chamado pelo nome mais uma vez. – Não vá.

Droga. Bill era insistentemente irresistível. Dipper se culpava por sentir aquelas coisas. Queria ficar ali, sentir os dentes afiados e perigosos de Bill lhe morderem os lábios, o pescoço... “Parou aê!” Dipper interrompeu os pensamentos sórdidos que habitavam sua mente, ele não podia ceder aos encantos misteriosos do demônio, por mais que seu corpo quisesse decifrar seus desejos, ele tinha que se concentrar.

— Me desculpa, Bill – suspirou em descontento – Nem eu tenho noção mais do que se passa ao meu redor, não dá pra saber se isso é certo ou não.

— Pois bem – Cipher voltou a insistir, segurando as duas mãos de Dipper e levando-as em direção ao seu peito, Bill não tinha batimentos, mas aquele gesto havia sido mais intenso do que Dipper esperava ser – Me deixe te ajudar. Nos ajudar.

Bill não poderia estar falando em compaixão. Era engraçado demais para ser verdade.

— Quer me ajudar? – Dipper perguntou.

— Sim. Mais do que você imagina.

— Então abre a porta do carro.

— Não, pera aí, vamos com calma, Pinheirinho...

— Abre a porta do carro! – Bill deu um passo para trás, receoso diante o berro de Dipper – Agora!

Bill Cipher olhou para os lados, parecia desesperado a procura de uma solução, até que por fim seus braços cederam e ele deu espaço para Dipper passar.

— Como quiser.

*

Dipper dirigiu o carro até o final da estrada, parando-o logo em frente à cabana. Para que poupasse ele ao máximo de fazer esforço com o seu pé ferido. Ele bateu a porta por trás de si e olhou aos redores para ter a certeza de que Bill não havia o seguido. Se esgueirou até a porta da cabana e a empurrou. Estava semiaberta.

Um gemido escapou dele assim que o seu pé tropicou na soleira.

— Está tudo bem?

A voz rouca e grave correu do pé da escadaria até os ouvidos de Dipper, ele se assustou. A pouca claridade havia escondido Ford sentado próximo a ele o tempo todo. Parecia ter ficado na mesma posição desde quando Dipper deixou a cabana.

— Ford?! Você ainda está acordado...

— Estou sim – suspirou – o que houve com você? – ele perguntou se levantando com destreza já indo até ele.

“Mantenha a voz firme.”

— N-não é nada. – por mais que se esforçasse, as rédeas do seu coração sempre se desprendiam em um gaguejo. “Droga Dipper!...” – Foi só o meu pé... Não se preocupe...

Dipper sentiu as pernas tremelicarem e ele sentou aos poucos contra a porta, fechando-a. Se sentia cansado.

— Parece sério para mim. – Ford constatou diante a cena. Aproximando-se do sobrinho, ele ajoelhou. Os sentidos de Dipper recearam de imediato. Mas logo se recompôs, mandando o constrangimento temido para longe. – O que houve Dip? – a voz de Ford estava carregada por sua seriedade.

— E-eu... Bem... Torci ele.

— Como?

Dipper parou por um instante.

— Eu saí para o restaurante da Susan quando estava voltando passei pelas escadas e pisei em falso. – Dipper reproduziu a primeira mentira que tinha em sua mente de imediato engolindo as vírgulas e espaçamentos. Ele se corroeu em desconforto. Não queria ter mentido para Ford. Queria contar a ele tudo o que havia ocorrido com Bill. Mas não ia fazer, como de costume. Ele manteve o olhar afastado da feição definida de Stanford, incapaz de encara-lo. Como sempre.

Foi quando, ele foi surpreendido. Um toque firme e aconchegante lhe chegou ao queixo. Ford havia o tocado. Após anos, essa havia sido uma das únicas vezes em que Ford o havia tocado. Ela reconfortante. Havia tanta precisão naquilo que Dipper arregalou os olhos castanhos em espanto. Ford puxou a face dele em sua direção, colocando o rosto do garoto contra o dele. Alinhando os dois de uma forma tão próxima, tão forte e tão íntima. Dipper suspirou.

Ford o encarrava, encarrava com persistência, como se já estive cansado de trocar poucas palavras ou de ser evitado ser olhado nos olhos. Olhando para dentro de Dipper. Parecia tentar se certificar do que ele havia dito.

“Deveria ter mentido melhor” Pines se culpou em sua mente.

Um traço ligeiro correu pelo rosto do seu tio avô, tocando a sua testa, ele sorriu afetadamente.

Céus, como ele tinha essa capacidade? Stanford era incrível. Ele sempre conseguia ser forte e imponente, no entanto, ele tinha o dom intermediar isso com a sua doçura irresistivelmente protetora e acolhedora. Os seis dedos macios tocaram diligentemente a pele do sobrinho próximo ao tornozelo, logo acima dos sapatos. Dipper adulou em desconforto. Não era nada horrível como antes, Ford tinha o poder de até mesmo fazer aquela dor parecer algo suportável.

Gentilmente, Dipper se viu sendo erguido pelos braços de Ford.

— Tivô F-Ford... N-não é necessário...

O homem grunhiu ao sentir o peso do sobrinho que agora carregava no colo.

— Ufa – ele deu uma breve risada baixa – Parece que o garotinho que eu costumava carregar para a cama quando dormia no sofá cresceu um pouquinho. – brincou, mesmo que Dipper não pudesse ver o seu rosto, ele poderia sentir o tio sorrindo diante aquilo.

— O que está fazendo?

— Te levando para o quarto.

— M-mas, o meu quarto é ali em cima. – disse Dipper apontando ligeiramente para a escada, enquanto Ford ignorava aquilo perfeitamente e adentrava mais para dentro da cabana.

— Eu sei.

— Então... para onde...?

— Estou te levando para o meu quarto, você está debilitado, não vai poder ficar subindo até lá em cima. Além do mais, precisa de cuidados médicos.

— Mas, você poderia muito bem me levar até lá em cima, e também...

— Shhh... – Ford fez o som em súplica pelo silêncio. – Sou eu quem é o inteligente aqui, esqueceu?- Dipper corou. Ford prendeu a risada.

O tio guiou o garoto até os fundos da casa, abrindo a antiga porta que ficava paralela à cozinha, onde ficava o quarto secreto de Ford. Dipper acabou sendo tomado por uma onda de uma energia desconhecida. Era nostálgico, mas tinha algo a mais, algo que, por conseguinte, ele consideraria ser alegria. Alegria de estar ali, de ver os antigos artefatos do santuário de Ford, a maneira que ele tinha uma bagunça ajeitada, o pequeno vitral que dava visão para os campos de Oregon, os lençóis bagunçados, tudo isso meticulosamente tomado pela ambientação púrpura da luz lunar.

Dipper se viu sendo colocado sobre a cama de Ford. Tinha o cheiro dele. Assim como todo o resto.

Os dedos de Stanford deslizaram-se pela perna de Dipper na medida em que ele se recostava em um dos travesseiros, até o sapato, desamarrando-o. Ford jogou o sapato direito de Dipper para debaixo da cama, e começou a gentilmente massagear, numa quase inspeção, em torno do calcanhar do garoto. Dipper estremeceu.

— Isso dói? – perguntou Ford, singelamente erguendo a cabeça para ir de encontro com os olhos de Dipper que sempre desviava do contato.

— Sim. – Dipper espantou-se após notar o que havia dito, ele havia mentido. Não entendia muito bem o porquê dessa vez, talvez fosse o seu subconsciente, implorando ainda mais pelos toques de Ford.

O massageamento continuava. Dipper quase fechava os olhos, segurando-se para não se entregar totalmente a aquilo.

— O que sente exatamente?

— Foi uma luxação. – Dipper precipitou-se – Não tem muito que fazer.

— Está inchado. Vai ter que ficar de repouso. Pelo menos por um dia. Até o inchaço sumir. O que estou achando estranho é como você conseguiu fazer um estrago dessa proporção apenas por pisar em falso. – Ford tentou olhar para ele mais uma vez.

— Era uma escada alta. – Dipper falou, desviando o olhar mais uma vez. Ele não queria que Ford descobrisse que ele estava mentindo. Ele não queria olhar para Ford de qualquer maneira.

— Quando você irá me olhar nos olhos de novo?

— Como? – Dipper sentiu uma fisgada nas entranhas e voltou-se a Ford, fingindo incompreensão.

— Nada. – ele balançou a cabeça. – Vou buscar suas roupas. Precisa se trocar.

— E-estou bem. Porque você pensa isso?

— Está coberto de terra e poeira.

Dipper parou por um momento, realizando toda a cena ocorrida mais cedo.

— Ah... sim...

Não demorou muito tempo para que Stanford voltasse com uma camiseta limpa e um short curto. – Aqui está. – ele estendeu as peças sobre o lençol.

Dipper observou Ford dando as costas lentamente, até que ele acreditou se sentir seguro o suficiente para começara desabotoar a camisa, ainda deitado. Parou por um instante ao ver que os primeiros botões já haviam sidos soltos por Bill. Desabotoou a camisa por completo em seu tempo. Ele estremeceu ao sentir o seu peito desnudo diante o clima relativamente frio da madrugada. Agora seria necessário tirar as calças, ainda fazendo certo esforço, tentou esgueirar-se e parou em seguida. Ele sentiu o corpo bambear em cansaço. Suspirou, consumido pela vergonha e raiva.

— Algum problema aí? – Ford arriscou perguntar.

— É... Bem... E-eu...

— Precisa de ajuda?

Dipper abaixou a cabeça. Sem conseguir dizer mais uma palavra.

— Ei. – Ford o chamou cautelosamente – Está tudo bem. - Pines assentiu, sentia seus dedos tremerem em ansiedade. Ele acreditava poder apagar a qualquer instante. Era como se ele estivesse nas colinas com o Ford mais uma vez. - Só me diga caso esteja desconfortável, ok?

— Ok. –respondeu baixinho.

O tio avô passou pela cama, apoiando os joelhos sobre o colchão. O seu peso, maior do que o do garoto, movimentou a mola em direção contraria. Fazendo os dois se desequilibrarem. Ford foi contra o corpo de Dipper, apoiando um dos braços na parede logo atrás deles e usando o outro para segurar Dipper evitando que ele caísse.

Os narizes de ambos roçaram suavemente um sobre o outro.

Pines percebeu as suas bochechas queimaram arduamente em vermelho.

Ford suspirou em susto. O seu hálito quente foi de encontro à ponta do nariz carmesim de Dipper, que recebia arrepios por toda a extensão da sua nuca.

— Desculpe. – sussurrou Ford.

— T-tudo bem... – Dipper prolongou o sussurro.

— Não, Dipper. Eu quero dizer: desculpa.

— Como assim?

— Desculpas... P-por tudo. – Ford gaguejou brevemente.

— Você está dizendo que...?

— Sim... – dessa vez, foi Ford quem desviou o olhar, sem graça, claramente arrependido. Dipper sentia seus sentimentos aflorarem como não havia há muito tempo. Aquela necessidade que ele tinha do tio. A lembrança do momento em que Ford pediu a ele que ficasse em Gravity Falls e se tornasse seu aprendiz.

Dipper levou a mão até o rosto de Stanford. Ele tinha tentado fazer um gesto de consolação, no entanto, pareceu bem mais íntimo do que Dipper esperava parecer. Ele sentiu os resíduos do que sobrara da barba grisalha de Ford lhe espetar a palma da mão. Como ele havia sentido falta daquilo...

— Dip... – Ford soltou um murmuro, carregado de deleite, diante ao gesto.

Ford colocou a mão por cima da do garoto, afastando-a. Os dedos se entrelaçaram e Stanford acabou por tocar no peito gélido de Dipper. Os dois se assustaram com o gesto. Dipper sentiu o calor de Ford reagindo para o resto do seu corpo. Ele já não mais tremia. Era como se Ford fosse um escudo universal para todas as aflições do garoto.

Ford mexeu os lábios. Dessa vez foi Dipper que colocou os dedos sobre eles.

Os olhares se cruzaram no melhor reencontro que poderiam ter tido em dez anos.

O hálito aconchegante de Ford ficava cada vez mais perto, se mesclando com o de Dipper cada vez mais. Ficaram assim por certo tempo. Hesitantes.

Dipper tentou manter a respiração controlada, tentou contar até cinco, no entanto, seus dedos agitados só seguravam a mão do seu tio com cada vez mais força sem que o mesmo percebesse.

Então Pines avançou. Havia sido rápido. Seus lábios haviam roçado nos de Ford gentilmente. Dipper voltou, Ford foi até ele. Cobrindo num abraço. Dipper se contorceu ao sentir o pé ferido arrastando na beirada da cama e também quando os pelos da face do homem roçaram em seu pescoço.

Ford beijava o peito de Dipper com tanto entusiasmo que o garoto nem se importou com as fisgadas que recebia pela posição torta do corpo e do tornozelo. Até que o tivô atingiu com a sua língua a base da sua barriga, logo abaixo do joelho, sendo impedido pela calça de Dipper bem presa com o cinto. Dipper praticamente se contorcia, suspirava.

Stanford fazia um ótimo desempenho entre as tentações delicadas e carnais. E ele sabia que o menino amava aquilo. Dipper logo se viu descarrilhando como um novelo de lã, entregando-se totalmente às posses de Ford. Perfeitamente voluptuoso.

“Deveria torcer o tornozelo mais vezes...” Dip sorriu ao momento em que isso passou em sua mente, inocentemente encantado.

***

Naquela noite, Dipper não havia mais sonhado com a silhueta protetora de Bill. Dessa vez, havia sido surpreendido por um sonho diferente. Ele havia voltado aos seus tempos de infância, quando ainda era a criança esquisita do jardim de infância na qual ninguém queria ter como amigo, no entanto, ele via a presença de mais alguém ali com ele. Uma outra criança. Um antigo amigo que havia sido perdido nos primórdios da sua memória, um garotinho de cabelos loiros.

Dipper acordou na manha seguinte coberto pelos braços pesados de Ford. Os raios dourados do sol transpassavam o vitral, criando um feixe de luz sobre as pernas entrelaçadas de ambos entre os lençóis gelados pelo mormaço. Ele se desfez da sua prisão de emoções, Ford continuava dormindo. A cabeça de Dipper latejou enquanto ele se levantou e foi até a cozinha. Ele adorava a sensação das tábuas frias sobre o seu pé dormente pela luxação.

Parou na soleira por um momento, pensando em tudo que havia ocorrido na última noite.

Ele havia conseguido mais problemas.

Respirou fundo, no momento ele queria se concentra apenas em fazer um bom café.

Foi quando ele viu a secretária eletrônica. O sinal vermelho que indicava nova mensagem estava ligado. O número parecia ser da California. Provavelmente seus pais.

Ele apertou o botão para ouvir a mensagem e seu coração disparou de imediato. Ele sentiu a adrenalina de seu desespero corroendo as veias. Seu sangue borbulhava em aflição. Era uma voz conhecida, porém moldada, ele nunca esperaria se sentir tão mal por ouvir a voz da sua irmã gêmea. Mabel.

“...Oi Dipper... Já faz um tempo. Estou chegando hoje em Gravity Falls. Tem algo sério que preciso falar com você, pessoalmente e a sós.”


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Notas finais do capítulo

Eu sei que sugeri o lemon, no entanto, não sei se tenho capacidade literária para criar um que não soasse clichê. Então por isso, vai ficar só no lime msm :| sorry. Espero que tenham gostado, deixe a sua opinião e obrigado por ler!



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