Magia na Floresta escrita por Vlk Moura


Capítulo 25
Capítulo 25




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A última coisa que eu queria era que algo acontecesse na enfermaria, e bem, aconteceu. Alguém colocou fogo nela e na verdade eu já sabia quem tinha feito aquilo, estava tentando matar a todos e isso era certo. Os alunos foram evacuados pelos professores e as caiporas que ficaram mantendo a ordem. Neville fora um dos professores que controlaram o fogo junto da enfermeira. Eu me sentia péssima, as pessoas com quem mais me importava estavam ali dentro e poderiam ter se ferido gravemente. E uma pessoa não tinha sido evacuada e eu sabia que ela era a culpada, ia pagar caro por isso. 'Não brinque comigo, você não sabe do que sou capaz' ele riu depois da mensagem.

— Digo o mesmo! - apertei minhas mãos preocupada.

Os alunos foram permitidos de voltar apenas para uma parte da escola. Peru voava incomodado, e eu não entendi porquê. Ele voou para longe, eu fui segui-lo, mas uma caipora me prendeu. Eu a olhava, ela não me deixaria passar. Peru vinha até mim e me puxava pelo cabelo. Esperei até começarem a liberar as casas e quando finalmente o fizeram, já era quase três da tarde, segui Peru, ele me puxava para a estufa, por que para lá? Corri atrás dele e reparei que tinham afastado as plantas para os cantos e colocaram ali as macas com os feridos.

— Você não pode entrar aqui - um dos professores falou.

Eu olhava Draco, ele estava machucado. 

— Mas ele...

— Não, ninguém está autorizado a entrar além dos professores.

Tentei dar mais uma olhada. Leo tinha um curativo, Carla aparecia estar bem, eu precisava ter certeza de que todos estavam bem. Luna já estava acordada, ela me olhou e sorriu, mas eu não tive tempo de responder o professor fechou a porta da estufa. Uma nuvem de chuva se aproximava, seria tão pesada quanto a da noite, a estufa aguentaria, era encantada e com certeza reforçaram a estrutura com magia, mas eu estava preocupada com os feridos e a Diretora estava entre eles. 

Encostei na árvore que Peru gostava, sentei nas raízes e fiquei acompanhando as sombras que se moviam apressados. Eu estava cansada, precisava saber mais como estavam. Não era normal demorarem tanto além disso não era seguro eu ficar sozinha. 'Veja como me senti todos esses anos em Azkaban' olhei em volta 'É assim, você vê alguns, mas ninguém realmente se importa com você'. Tapei meus ouvidos, mas ele continuava a falar comigo. 

Um dos professores saiu, eu corri até ele, a chuva começava a pingar.

— Como eles estão? - ele me olhou surpreso.

— Vão ficar bem.

— Vão? - ele confirmar - Se feriram muito?

— Nada grave, não se preocupe.

Eu olhei a estufa. Droga! Tudo minha culpa. Voltei para a árvore, o professor Neville estava ali dentro também, mas ele não saia, devia estar fazendo companhia para a Luna. A chuva começou a ficar forte. Me encostei ainda mais contra a árvore, ia ficar muito forte e ali com toda certeza não era seguro. Eu escutava os trovões, Peru se escondia dentro da minha camisa, eu estava ficando molhada, mas só sairia dali depois de ver um deles. 

Eu estava agachada bem encostada a árvore, a noite já estava mostrando para o que veio e o frio estava me perturbando. Neville saiu, eu fui correndo até ele ignorando as poças que molhavam minha calça e me sujavam.

— Professor! - ele me olhou surpreso.

— Agnes? O que está fazendo aqui?

— Preciso saber como eles estão. -falei.

— Eu te levo para dentro.

Agradeci, ele voltou para a estufa e abriu a porta, a enfermeira nos olhou surpresa e permitiu minha entrada. Fui direto para Carla, ela dormia, um pequeno curativo na perna, ao lado dela Mari dormia com Lobo deitado aos seus pés, os dois estavam bem. Leo parecia bem também. Hermione estava com a pele meio suja, mas não parecia ter se machucado assim como Gina e Luna que mesma estando acordada tinha de continuar por ali em observação. Rony tinha dois curativos na perna e Harry tinha queimado o ombro. Fui até Nyack, ele dormia, tinha a mão queimada, eu sabia que tinha sido ele que tinha queimado a todos, mas sabia que teve culpa daquilo. Me aproximei com medo que olhar Draco, ele tinha um enorme curativo na cabela, um pelo tronco. Tive de conter as lágrimas que queriam me correr pelos olhos. Apertei a mão dele, a temperatura tinha voltado ao seu corpo e isso era bom. Passei a mão pelo seu rosto torcendo para que acordasse e falasse qualquer coisa idiota, mas ele não fez nada, continuava imovel.

— Ele vai ficar bem - a enfermeira falou - Ele era o alvo.

— Eu sei - ela pareceu surpresa - Eu sei que era e isso é minha culpa. - ela não entendeu.

Me sentei ao lado do corpo do meu amigo, ele parecia um boneco deitado ali, lembrei da noite em que dormiu mal e lembrei dele falando sobre os pesadelos, somos tão parecidos, mas ainda tão diferentes, Draco, você sobreviveu a Voldemort, não vai morrer pelas mãos de uma cara que se chama Morfino. Você vai viver mesmo que eu tenha de fazer alguma loucura. Abaixei a cabeça para esconder minha tristeza em vê-lo daquela forma por minha culpa. 

— Se você ficar assim vou até pensar que sou importante - eu o olhei assustada, as lágrimas não paravam de rolar pelas minhas bochechas, pulei sobre ele, ouvi seu grunhido de dor, mas eu não podia parar de chorar em seu peito - Agnes, Agnes, Agnes...

— Mocinha - a enfermeira tocou meu ombro e me puxou para longe do loiro - nos dê licença, sim? Ele não pode se esforçar muito.

— Draco. - eu limpei as lágrimas-  Eu sinto muito.

— Professor, a tire daqui, por favor.

Neville apoiou as mãos em meus ombros e me levou para fora a tempestade permitiu que minhas lágrimas se perdessem em uma mistura de chuva e sie lá mais o que, eu me encolhi em meu próprio corpo e fiquei chorando, eu nem ligava mais para os trovões e raios. Eu me sentia culpada, não podia deixar aquilo continuar a acontecer.

— Agnes- Neville gritava - acho melhor entrarmos.

— Quero ficar aqui.

— Se ficar vai ficar doente.

— Me deixa! - eu me soltei das mãos dele.

Neville me segurou firme e chacoalhou, ficou olhando nos meus olhos e chuva nos castigando.

— Ficar aqui chorando e com um resfriado não vai te ajudar em nada, vamos entrar agora! - eu o olhava surpresa, nunca tinha ouvido aquele tom, ele parecia bravo, não sei, mas não tinha como negar.

Ele me guiou pelos corredores e me entregou a minha casa. Tomei um banho e me sentei no sofá, a chuva batia na janela e o vento fazia muito barulho, eu não queria dormir aquela noite, eu não podia ter certeza de que todos ficariam bem. Minha mente estava a mil, a porta se abriu, Neville entrou surpreendendo alguns alunos. Me entregou uma xícara de chá bem quente e se sentou ao meu lado.

— Como está se sentindo? - ele perguntou assoprando o líquido.

— Péssima - ele riu, passou uma mão pelos meus ombros - Você sabe que as noticias correrem, amanhã mesmo já estarão comentando sobre isso.

— Não estamos em tempo de nos preocuparmos com isso, Ag. - ele beijou minha testa, pude sentir seus lábios quentes pelo chá. 

Puxei minhas pernas para perto de mim e me encaixei melhor em seu abraço. Ele sorriu. Bebemos o chá em silêncio, coloquei as xícaras no braço do sofá, Peru se deitou entre as duas se aquecendo, ele nos olhou e fechou os olhinhos dormindo. Me encostei no ombro do professor. 

— Vão ficar bem - ele falou parecendo saber no que eu pensava - A enfermeira bloqueou a mente de Nyack, - eu o olhei - ela disse que só pode ser usado em caso extremo e parece que agora esse é o caso.

— Ela pode fazer isso? - ele confirmou - Eu vou lá e vou pedir par afazer o mesmo comigo - me levantei correndo, ele pegou meu pulso e me puxou de volta para o sofá, me abraçou - Eu preciso parar com ele. Preciso que ela...

— Você precisa ficar aqui e descansar - eu o olhei, aquilo podia acabar com tudo - Vamos encontrar um jeito de parar isso tudo sem precisar bloquear a mente de vocês dois, confie em mim.

— O problema é que estamos a quase um ano tentando descobrir quem ele é, descobrimos, legal, mas se for levar mais um ano para parar com isso tudo será tarde demais. Ele está fraco fisicamente, mas mentalmente está mais forte do que no inicio.

— Agnes, não vou deixar que nada aconteça com vocês.

— Já ouvi isso antes- reclamei - Mas você tem razão, preciso descansar e você também - ele me olhou - Tem uma cama vazia no meu quarto.

Peru voou até meu ombro enquanto eu ia para o quarto, deitei em minha cama, ele em seu ninho, eu começava a cochilar quando ouvi o som do professor chegando ao quarto, ele tirou a camisa e se enfiou nos cobertores da Carla e se assustou com algo, levantei assustada.

— O que...

— Ogro! - ele pulou na cama e depois nos meus braços - Achei que estivesse com ela - ele ficou me olhando esperando que eu fosse falar algo mais - Aqui, durmam bem os dois- o coloquei no ninho com Peru.

— Vocês têm uns bichinhos bem estranhos.

— Falou a pessoa que tem uma flor comedora de pássaro - ele riu e voltou a se arrumar na cama - Boa noite, Neville - ele me olhava.

— Boa-noite, Ag.

A tempestade foi bem forte, quando acordei ainda chovia, meus dedos tocavam os do professor, fiquei um tempo curtindo aquele toque. Ele acordou e me olhou, ficamos em silêncio por bastante tempo, o professor mexeu a ponta dos dedos de forma que nossos dedos quase se entrelaçaram, eu o observava tentando entender. 

— Está frio - ele comentou, confirmei com a cabeça e sem pensar muito me levantei e fui até a cama dele-  Tem certeza disso? - confirmei e me deitei entre seus braços. Ele estava quente.

— Hoje terá aula? - perguntei enquanto ele terminava de nos cobrir.

— Não me informaram nada sobre a volta das atividades. - ele me abraçou e apoiou a cabeça no alto da minha - Eu poderia ficar assim o dia inteiro.

— Eu também - bocejei o fazendo rir e me abraçar mais forte.

Dormimos. 

Acordei quando ele se mexeu, o olhei, ele estava sentado lendo uma carta, uma coruja estava pousada no meu quadril, eu a encarei e quase die um grito de susto, mas para ela foi tão assustador quanto par amim, ela se afastou, eu sentia as garras pelo cobertor.

— As aulas foram suspensas por uma semana - ele falou me mostrando a carta. - Vão esperar a recuperação da Diretora.

— Isso pode demorar.

— Mas preferem assim.

— Ela vai ficar aqui? - apontei para a coruja.

Ele passou por cima de mim, deu um beijo na ponta do meu nariz, mexeu nas vestes que tinha pendurado atrás da porta do quarto, pegou algo e deu para a coruja que saiu voando, pulei para o canto que dava na parede, ele se enfiou na ponta, se cobriu, os pés agora estavam frios.

— E depois daqui? - ele não entendeu - Nós dois.

— Pensamos nisso depois - ele fechou os olhos - Ainda estou cansado.

Voltamos a dormir.

Eu senti quando Neville me abraçou enquanto dormia, fora um abraço reconfortante. Mas logo foi quebrado com um grito, nós dois levantamos de uma vez e ele caiu da cama. Peru e Ogro cairam do ninho de susto.

— Vocês estão malucos? - Carla gritava, eu ainda estava processando o que estava acontecendo - Eu fico fora um dia e vocês já roubam a minha cama.

— Carla? - ela confirmou, eu dei um pulo da cama e a abracei bem forte - Eu fiquei tão preocupada.

— Estou vendo que ficou preocupada - ela encarava o professor que ainda estava no chão. - Espero que não tenham feito nada na minha cama ou eu...

— Não fizemos nada - falei - Nossa! Nem posso acreditar.

— Sou eu quem não pode acreditar - ela falou se aproximando da cama com medo.

— Mais alguém foi liberado? - Neville perguntou se levantando e sentando ao meu lado na minha cama, ele nos enrolou no meu cobertor, realmente fazia frio.

— Leo, Rony e Gina, por enquanto, os outros devem sair lá para a hora do jantar. A Luna saiu logo ao amanhecer. - ela nos observou em silêncio - Então agora é oficial? - nós dois nos olhamos.

— Acho que sim - falei rindo.

— Antes tarde do que nunca, né. Você é muito mole professor.

— É... pode ser...

— Se importam de voltar a dormir? - ela se cobriu sem trocar de roupa - Eu estou esgotada.

Deitamos e realmente voltamos a dormir, sono profundo.


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