Alyson escrita por Lerd


Capítulo 2
Parte II - “Querida Alyson...”




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  1989, 9 anos antes dos eventos em Raccoon City.

 

Com certa dificuldade a mulher tentava abrir a porta de sua casa. Ela estava carregada de sacolas e sua grande barriga de grávida não ajudava muito. Em vão ela tentava colocar a chave no buraco da fechadura.

- Droga, droga, droga... – Reclamava consigo mesma.

- Olá Annabeth! Quer ajuda com as sacolas? – A Sra. Burton disse aquilo pegando duas das sacolas que estavam na mão de Alyson.

- Obrigada! – A mulher sorriu ao agradecer a gentileza.

- Vá entrando com as meninas, Barry, eu já vou! – A Sra. Burton gritou ao marido, que estava em frente a sua casa, esperando a mulher. Ele estava com a filha mais nova dos dois, Moira no colo, enquanto segurava a mão da outra filha, Polly.

Alyson facilmente abriu a porta da casa e descarregou as sacolas que estavam em sua mão. A vizinha fez o mesmo, colocando-as em cima da mesa.

- E aí, quantos meses já? – Kathy disse aquela frase apontando para a barriga da outra mulher.

- Sete. – Alyson respondeu, enquanto pegava uma jarra de suco na geladeira para oferecer a amiga.

- É, parece que logo, logo Moira não será mais o único bebê daqui da vizinhança.

Alyson sorriu. Mas logo seu sorriso foi substituído pela surpresa e apreensão ao ver um papel em cima da mesa endereçado a ela e com a assinatura de Kaieel.

- O que aconteceu, Ann? De repente você ficou pálida. Vamos, tome um pouco de suco. – A Sra. Burton aproximou-se da outra mulher, segurando um copo na mão.

- Não é nada, Kathy. Eu só preciso ficar um pouco sozinha.

A vizinha sorriu e disse:

- Entendo. Qualquer problema é só nos ligar. Não refute em nos chamar.

Kathy beijou o rosto de Alyson e saiu. Barry ainda a esperava lá fora, enquanto Moira e Polly o faziam de gato e sapato.

 

Querida Alyson...

Escrevo essas palavras, possuído de um imenso remorso. Infelizmente não poderei ajudá-la a criar nosso filho. A força área americana recrutou-me para uma importante missão. Essa é a oportunidade de minha vida e não posso desperdiçá-la. Sei que com isso estou sendo covarde, mas nada posso fazer. Enviar-lhe-ei todos os meses uma quantia em dinheiro, que acho que será suficiente para criar nosso filho. Tenho certeza que você será a melhor mão do mundo, Alyson.

Com muito, muito amor,

Kaieel.”

 

- Maldito! – Foi a primeira coisa que Alyson disse ao terminar de ler a carta. A mulher ainda jogou o copo em sua mão contra a parede. Uma mancha amarelada tomou conta do piso e do tapete. A mulher agachou-se e começou a chorar e soluçar em voz alta. Depois de algum tempo dormiu.

 

Quando Alyson acordou, sentia fortes dores na barriga. Mal conseguia levantar-se. Com muito esforço pegou o telefone e discou para a casa dos Burton.

- Kathy, eu... Não estou bem.

 

- Olá Tidus. Olá fofinho... – A Sra. Burton brincava com o pequeno bebê.

Alyson estava deitada na cama, sorrindo. Se não fosse aquela mulher talvez ela não tivesse conseguido ter seu filho. Depois de quase um mês no hospital, era bom estar de novo em casa. Agora ela precisava decidir o que faria de sua vida. Ela não podia ficar com o bebê, disso Alyson tinha certeza. Era perigoso demais para ele.

 

Já era noite quando Alyson andava com o pequeno Tidus enrolado em uma fina manta. Fazia muito frio e ela teria de deixá-lo em frente ao orfanato de Raccoon e fugir da cidade. Em breve seus inimigos estariam atrás dela e a mulher não podia deixar Tidus correndo perigo. Era nessas horas que ela se arrependia de ter escolhido aquela vida... Ela tinha esperanças que Kaieel pudesse criar o bebê, mas... Tudo fora por água baixo. Com muita dor no coração colocou o bebê na escadaria do orfanato. Passou a mão pelos cabelos da criança e, chorando, disse:

    - Um dia voltarei para buscá-lo, meu pequeno Tidus...


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