—Estava em um gramado, cheio de rosas brancas e vermelhas, cada passo que eu dava as flores atrás de mim morriam, eu não sabia para aonde ir, havia dois caminhos, um em que havia luxuria, e outro amor. - Disse enquanto pegava a bandeja de cima da mesinha de Maxon.

Maxon era o homem mais amado do país, por quê? Porque ele era o herdeiro da Inglaterra. Desde que me entendo por gente convivo com Maxon, minha mãe trabalhava para o rei e para a rainha. Maxon tem 22 anos, e eu tenho 18, lembro que em seu aniversário de 18 anos a gente fugiu do palácio, eu e ele levamos uma surra.

— Mas não há sentido esse sonho. - Ele disse pensativo, olhando para a bandeja. - Mas se bem que, vai que entra um homem rico na sua vida, só que vai você esteja amando outro cara, eu não sei América.

Uma batida forte ecoou no quarto. Coloquei a bandeja novamente na mesinha, e fui em direção à porta. Era o rei.

— Para fora América. – O rei respondeu severo.

— Não fale assim com ela pai.

— O.K Majestade. – Disse pegando a bandeja e me retirando. Fui em direção da cozinha, lavei, sequei, e guardei a louça, desci para meu quarto, me despi, tomei meu banho, e coloquei minha camisola preta. Estava deitada lendo The Hunger Games, minha trilogia favorita, quando batem na porta. La estava ele, com seus cabelos loiros bagunçados, e seus olhos escuros me olhando.

— Oi.

—Oi. – Disse dando passagem para ele entrar.

— Quero falar sério com você América, sente. – Maxon apontou para uma cadeira que havia perto de uma mesinha pequena de madeira.

— O que foi Maxon?

— Primeiro: é alteza, segundo: você é uma criada, não uma pessoa da realeza, então não tenha nada de intimidade comigo, terceiro: você começara receber 60% a menos do que você recebe, por ordens do rei.

Eu estava boquiaberta, não estava acreditando naquelas palavras, ele nunca se incomodou de eu não ter as formalidades com ele, por que isso agora? Claro, o rei deve ter o mandado dizer algo.

— O rei que te mandou dizer isso não foi?

— Não! Meu pai não me mandou dizer nada, eu sei o que eu tenho que fazer, daqui uns dias serei o rei da Inglaterra,, não posso deixar uma criada de quinta me tratar como se fosse uma amiga intima, te trato bem por causa de sua mãe, mas você não passa de uma criada. – Ele disse olhando fixamente em meus olhos, eu não consigo acreditar em nenhuma palavra, foi tipo uma facada no coração, foi pior do que perder o trono, ou 100 milhões de dólares.

— O.K Alteza, perdão, irei ter as formalidades com o senhor, e estarei disposta a tudo que você quiser. – Meus olhos claros, estavam quase pretos de tanta tristeza ao olhar seu rosto, estava quase chorando, acredito que se piscasse começaria uma cachoeira em meu rosto e não saberia aonde iria acabar. O rosto sério do Maxon mudou para um com vários sorrisos e cheios de gargalhadas, eu não entendi nada, é sério, não entendi nada.

— Sério que você caiu nessa? Eu nunca pediria isso a você. – Ele se curvava de tanto rir, comecei a dar vários socos no peito e no braço dele, quando reparei, estava chorando. – Por que você está chorando América?

— Deve ser por que o cara que eu amo nunca vai querer ficar comigo, por que você disse tão grosso comigo que chegou a me machucar feio, seu idiota. – Quando fui ver a merda que eu disse era tarde demais, eu disse o que estava engasgado. Maxon ficou sério e arrumou sua postura.

— Você sente algo por mim? Por que se você sente me diga que sairei agora e nunca mais nos falamos.

— Sim, sinto, se você acha melhor assim, eu entendo.

— Mas que merda América, por que você tem que se apaixonar por mim? Você sabe muito bem que não podemos ficar juntos, nunca, nunca entendeu? Nunca irão aceitar o herdeiro e a criada, meu Deus! – Ele disse gritando, mas depois abaixando o tom de voz.

— Se você sentisse algo por mim não seria problema, a gente passaria juntos por tudo isso, mas o problema é que você não sente. – Eu disse quase sussurrando, olhando para o chão com os olhos marejados.

— Não é isso Meri, é só que, não podemos cada um tem seu estilo de vida, eu vou ser um rei, você vai continuar uma criada.

— O.K alteza, perdão por isso, o senhor tem razão, se o senhor puder me dar licença irá agradecer, o trabalho no palácio é puxado e gostaria de descansar bem para o festival de amanhã. – Fui em direção da porta e a abri. – Por favor, alteza tenha uma ótima noite.

— América, por favor, não faça isso.

— Isso o que? Eu só quero descansar, e ficar um pouco sozinha.

— Não, não irei sair, vamos conversar primeiro.

— Maxon Schreave, sabe essa criada de quinta aqui? Então, ela te ama, mas ela está ciente que é um amor impossível, pronto já conversamos, pode ir?  - Disse apontando novamente para porta.

— América Singer, você até agora não pergunta se sinto algo por você, como você quer que eu vá se não deixa dizer o que eu quero lhe falar. – Ele disse segurando em minha mão por cima da mesa. – Você fica tão linda de pijama.

— Maxon! – Disse dando uma tapinha nele.

—O.K Meri, olha, eu gosto muito de você, não sei se é igual o que você sente por mim, mas sei que é um sentimento muito grande, cada minuto do seu lado é tão bom, mas ao mesmo tempo é tão ruim, pois sei que não dará certo, não quero ser pessimista, só estou sendo realista, me diz uma coisa, você acha mesmo que daria certo? – Ele disse olhando em meus olhos com olhar, triste.

— Se você quiser dá, você é o herdeiro, ninguém manda em você, você pode fazer o que você quiser, se você quisesse daria certo sim. – Levantei rapidamente da cadeira e fui à penteadeira, peguei uma caixinha.

— O que é isso?

— Aqui tem um colar que a rainha Amberly deu para minha mãe, ela disse que queria que ela ou eu usasse no dia do casamento, e também, que torcia para que a gente ficasse juntos, por que ela já me conhece, não suportaria ver o filho dela com uma desconhecida, está escrito nessa carta. – Tirei uma folha com a letra da rainha e entreguei a ele.

— Minha mãe disse isso?

— Disse, mas não importa.

— É que eu não sei se sinto mesmo algo por você, e a lei é que todo herdeiro tem que passar pela Seleção, se eu não passar, perco o trono, e para mim, o trono é a coisa mais importante você sabe disso.

— Tudo bem Maxon, eu entendo, por isso nunca criei esperança, um dia eu te esqueça, relaxa.

Maxon levantou da cadeira e me abraçou, ficamos minutos abraçados. Ele foi chegando mais perto, estava sentindo sua respiração quando recuo.

— Por que você recuou?

— Só quero criar esperanças, quando realmente houver uma.

— Mas há uma esperança.