Desajustadas escrita por KitKatie


Capítulo 3
Papeis


Notas iniciais do capítulo

Olá *-*
Mais um capitulo fresquinho, esse demorei um pouco mais, sorry :
Pessoal, gostaria de agradecer imensamente o carinho, recebi muitos comentários maravilhosos no capitulo anterior, estou apaixonada por vocês ♥
Bom, sem delongas, espero que gostem ^^
Boa leitura



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Silena Beauregard não era burra, ela era ótima com matérias que deixavam a mente livre, que poderiam ser interpretadas de forma livre, como artes e filosofia, porém era péssima com matérias exatas, com fórmulas prontas e complexas. Odiava números, odiava mesmo.

E para a sorte dela, sua segunda aula seria cercada dessas fórmulas ridículas e sem sentido. Ótimo, seu dia melhorava a cada segundo. Logo que o sinal da primeira aula soou indicando que a tortura para a pequena Beauregard estava prestes a começar Silena suspirou pesadamente, cogitou a ideia de cabular aquela aula, mas infelizmente já havia feito isso na aula anterior e não queria correr o risco de reprovar naquela matéria.

Silena praticamente se arrastou pelo corredor, ela daria sua coleção inteira de bolsas da Prada em troca de nunca mais precisar fazer nenhuma matéria que envolvesse números, daria o que fosse necessário, Silena realmente odiava números.

—Hey, Si. –Uma garota loira vinha correndo em direção de Silena, correndo pateticamente sobre os saltos que mais pareciam andaimes.

—Oi, Febe. –Silena se forçou a sorrir para uma das amigas de sua meia-irmã mais nova Drew, amiga não, Febe, junto com Lacy, outra amiga, estava mais para escrava pessoal de Drew. Silena tinha pena das duas, mas não falava nada, afinal elas não parecia irritadas em serem tratadas como capachos pela garota.

—O que achou da minha maquiagem? Foi toda feita com produtos importados que minha irmã trouxe de sua última viagem a Milão. –Febe perguntou e se gabou pela irmã mais velha que era promotora de viagens e vivia em lugares como Milão.

—Está linda. –Silena disse sorrindo gentilmente, apesar de estar mentido. A maquiagem dela estava carregada demais, havia mais pó ali do que nos livros velhos da biblioteca, mas ela não podia dizer isso a garota que provavelmente choraria e a chamaria de ignorante. Silena sabia que a garota só fazia esse tipo de coisa, se maquiar tanto, apenas para agradar Drew.

—Obrigado, Silena. –A garota respondeu e deu um abraço na garota, que sorriu e o retribuiu, apesar de tudo Febe não era uma má garota apenas estava com más companhias.

Assim que a garota se distanciou o suficiente Silena voltou seu caminho para a aula, torcendo para não estar atrasada, e por sorte não estava. Silena vasculhou a sala com os olhos, havia poucos alunos em sala, por isso vários lugares estavam vagos, escolheu um no canto da sala, longe o suficiente da vista do professor para ser escolhida por qualquer coisa, Silena nem mesmo sabia qual matéria estavam vendo no momento.

Sentou-se e pegou um caderno de desenho em sua bolsa, decorou uma folha inteira de corações, flores, borboletas e frases bonitas que ela havia lido em algum lugar. Estava bem entretida na tarefa de enfeitar a página que só reparou o professor na sala quando o mesmo já estava escrevendo algo no quadro. Silena suspirou e tentou começar a escrever, mas uma voz feminina baixa a interrompeu. Uma garota loira que Silena nunca havia reparado direito chamou o professor e quando o mesmo a olhou ela soltou:

—O senhor está esquecendo-se da tarefa que passou. –Silena sentiu vontade de levantar e dar uns belos tapas no rosto dessa cdf metida, onde já se viu? Porém, Silena não precisou mover um dedo contra a colega X9 já que todos os outros alunos já a vaiavam.” Bem feito.” Silena pensou com uma certa raiva da garota.

Para melhor a situação o professor decidiu chamar alguns alunos para resolver as equações ou seja lá o que aquela receita de magia negra no quadro era. O professor chamou um tal de Jackson que parecia tão perdido quanto Silena.

“Por favor não me escolha, por favor não me escolha, por favor não me escolha...” Silena repetia seu mantra mentalmente torcendo seus dedos embaixo da carteira. Mas é obvio que a sorte nunca estava ao lado da pequena Beauregard.

—Senhorita Beauregard, venha também. –Silena soltou todos os palavrões que conhecia para o professor, mentalmente, claro. Tantos alunos naquela droga de sala e ele precisou chamar justo Silena?

Silena se levantou e caminhou até o professor meio incerta. Não conseguia conter a careta, a expressão de medo em rosto devia ser muito evidente já que alguns alunos riam ao fundo da garota, Silena porém não conseguia pensar me responde-los, tudo que passava pela mente da garota era que estava extremamente ferrada. Mas por algum motivo, a mesma voz que havia ferrado Silena, parecia agora disposta a ajudá-la.

—Posso fazer no lugar dela? –A garota loira, desconhecida para Silena, perguntou, sem nenhum motivo aparente. Silena franziu as sobrancelhas perfeitamente desenhas, ela com a consciência pesada?

—Por qual motivo? –O professor perguntou repetindo o ato de Silena. Ele parecia tão confuso quanto Silena em relação as atitudes da garota.

—Quero ter certeza que sei aplicar corretamente a fórmula. –A loira respondeu, era uma responda bem convincente, mas Silena sabia que ela estava mentido, ela era ótima em ler reações corporais e pelas reações da garota loira, ela havia dito a primeira coisa que vieram em sua mente, mente brilhante, diga-se de passagem.

Silena voltou ao seu lugar pensando sobre a garota loira, queria entender o porquê dela ter a ajudado, uma pessoa normal teria chegado à conclusão de que a loira apenas havia se sentindo com a consciência pesada, mas Silena não era uma pessoa normal e consciência pesada não parecia ser o caso.

Silena estava tão entretida em pensar sobre os porquês que levariam a garota loira ajuda-la que nem viu a aula passando, apenas ouviu o sinal e saiu da sala apressadamente. Esqueceu de que queria falar com a garota loira, só lembrou disso quando estava no corredor, mas ai já seria tarde demais para encontrar a garota.

“Parabéns, Silena.” A garota se repreendeu mentalmente. “Passou a aula inteira obcecada nisso e no momento de agir se esqueceu de tudo, merece um prêmio, hein?!” Silena ficou se xingando mentalmente várias vezes, ela teria continuado nisso caso a sua próxima aula não fosse filosofia, uma das suas matérias favoritas.

O resto das aulas passou como um borrão para Silena, literalmente. Sua mente estava um pouco embaçada pela fome que sentia, mas ela não podia se recair para comidas, não agora, precisava ser forte. Suspirou e saiu do colégio, tropeçando em uma pedrinha e quase dando de cara com o chão.

Silena olhou para seus saltos e suspirou, havia quebrado um deles. “Maravilha, o dia só melhora.” Bufou frustrada e voltou para seu armário, guardou o salto quebrado e pegou do fundo uma sapatilha reserva que deixava ali para emergências. A calçou e saiu, finalmente, do colégio. Ela achou que não haveria mais ninguém no colégio naquela hora, já que ela havia demorado um pouco para trocar de sapato mas se enganou, de longe viu a garota loira que a ajudará na classe, mas ela não estava sozinha, na frente dela havia um garoto com uma expressão nada gentil no rosto.

Silena demorou um pouco para reconhecer o garoto, mas quando se aproximou teve certeza, na frente da garota loira estava Ethan Nakamura. Silena conhecia ele vagamente, ele já havia a chamado para sair uma vez mas ela negou e se sua memória não estivesse falhando ele era ex-namorado da Drew, ou seja, não era uma boa pessoa. Existia muitos boatos sobre ele no colégio e nenhum deles era bom.

Quanto mais Silena se aproximava dos dois mais ela ia entendendo o que estava acontecendo ali. Ethan estava estressado pela loira ter alertado o professor sobre a tarefa, Silena sabia que ele era do tipo vingativo mas não achou que fosse tanto. Ele parecia pronto para bater na garota, e isso teria acontecido caso Silena não tivesse se metido entre eles. Era justo, não? A loira havia a ajudado antes, era a vez de Silena retribuir.

—Oi, Ethan. –Silena disse fazendo a melhor voz fina que conseguiu. Ethan pareceu desconcentrado em partes, já que corará levemente com a presença de Silena.

—Oi. –Ele murmurou olhando para o chão.

—O que estava acontecendo aqui? –Silena disse usando seu melhor tom de “sou uma garota burra da cidade, por favor me ajude”

—Eu estava... er... pedindo ajuda dela, em matemática, sabe? –Ethan pareceu nervoso e se embolou nas palavras, a cada minuto ele corava mais sob o olhar intenso de Silena. –Hum, obrigado ai, loira, ‘té mais. –Ele falou rápido demais e saiu correndo dali.

Silena se virou e encarou a garota loira pela primeira vez, ela parecia confusa, exatamente do mesmo jeito que Silena havia se sentido na aula de matemática. Ali de perto pode analisar melhor a garota, ela era muito bonita, mas mal cuidada; o que mais chamou a atenção de Silena foram os olhos dela, eram cinzas, um cinza tempestuoso, lindo.

—Por que fez isso? –A garota perguntou sem rodeios.

—Por que me ajudou na sala? –Silena devolveu no mesmo tom.

—Eu perguntei primeiro. –A menina respondeu cruzando os braços.

—Um simples obrigado já serviria. –Silena disse revirando os olhos. –Ele ia bater em você, ia mesmo, não estava blefando.

—Obrigado. –A garota loira murmurou a contragosto, ela também havia percebido que Ethan não blefava. –Agora pode dizer o porquê de ter me ajudado?

—Gostaria que respondesse primeiro. –Silena disse. –Poderia ter deixado eu fazer o exercício e passar vergonha, seria engraçado, renderia a você boas risadas.

—Não sou o tipo que me divirto com o sofrimentos alheio. –A garota praticamente murmurou. –Acho que... acho que fiquei com pena de você.

—Idem. –Silena respondeu, abrindo um sorriso curto. –Já ouvi alguns boatos sobre Ethan e eu não queria descobrir se eram verdadeiros.

A garota loira abriu um sorriso igualmente curto.

—A propósito, me chamo Silena, Silena Beauregard. –Silena falou estendendo a mão direita para a garota.

—Annabeth Chase. –Respondeu apertando a mão da garota e sorrindo levemente. –Não me interprete mal, Silena, mas tenho que ir, compromissos, sabe? –Annabeth disse batendo o pé impacientemente no chão.

—Sem problemas. –Silena disse com um sorriso. –Te vejo amanhã, Annie. –Silena respondeu e continuou seu caminho mas sentiu a mão de Annabeth no sua ombro.

—Do que me chamou? –Ela perguntou com uma das sobrancelhas levantadas.

—Hum... Annie. –Silena respondeu meio incerta. –Desculpe, seu nome é comprido demais, então, pensei em chamar só de Annie, eu não sabia que incomodava, eu posso... –Silena tentou concertar seu erro mas acabou se atrapalhando nas próprias palavras.

—Não me incomoda. –Annabeth falou rápido, ao perceber o constrangimento da garota. –Na verdade, eu…eu gostei. –Annabeth completou meio envergonhada.

—Que bom. –Silena suspirou aliviada. –Como eu te dei um apelido, você também pode me dar um.

—Hum, ok. Então, eu te vejo amanhã...Si? –Annabeth murmurou meio confusa e incerta.

—Sim.  –Respondeu com um sorriso radiante.

 

O dia de Katie passou como um verdadeiro borrão. Ela não havia conseguido prestar atenção em nada, não se lembrava das aulas que teve, tampouco dos assuntos que aprenderá, todo o cérebro trabalhava em repetir as palavras de seu pai, a torturando.

O caminho de volta para casa foi melancólico, Katie não queria chegar em casa, não queria ver o pai, não queria que ele brigasse com ela por um motivo qualquer que ele arranjaria, tudo que a menina queria era paz. Apenas um pouco de paz era pedir muito?

Katie abriu o portão de casa e passou pelo pequeno jardim bem cuidado, fruto de muito trabalho por parte de Katie. Essa era a única parte da casa que Katie realmente amava, esse era o jardim de sua mãe, era a única lembrança concreta, sem ser uma foto, que tinha de sua mãe. Ela cuidava desse jardim com muito vigor, e Katie compartilhava o mesmo ideal.

Ajoelhou-se ao lado das plantas e acariciou uma delas levemente, logo sentiu as lágrima molhando as delicadas pétalas da flor. “Por que, mamãe? Por que você me deixou?” Katie se perguntava mentalmente, sentindo de vontade quebrar tudo, em um acesso de raiva. Porém, nada fez, apenas suspirou profundamente e tentou limpar o rosto, se seu pai a visse chorando começaria mais uma discussão e Katie não estava pronta para outra.

Levantou-se e com cuidado abriu a porta da frente de casa, andou pela sala e foi até a cozinha, estranhou ao não ver ninguém. Sorriu aliviada ao ver um pequeno bilhete grudado na porta da geladeira, “fui trabalhar, não me incomode com ligações, não traga ninguém e não saia.” O bilhete era bem objetivo e simples, mas serviu para aliviar Katie, seu pai havia ido trabalhar, isso era ótimo.

Katie soltou um sorriso e foi até seu quarto, guardou seu material e conferiu suas plantas. Trocou de roupa, colocando uma regata verde lisa e um short simples, ficou descalça e arrumou seus cabelos em um coque firme e alto. Tirou as pulseiras e as guardou cuidadosamente, analisou seus curativos e viu que um dos cortes ainda estava sangrando, revirou os olhos e ignorou a leve ardência dele.

Foi até a pequena lavanderia e começou a fazer as tarefas domesticas. Separou, lavou e estendeu as roupas, passou as já lavadas e as guardou, limpou os quartos, tirou o pó, arrumou as pequenas bagunças acumuladas, limpou todo o chão e lavou toda a louça; conferiu a dispensa de casa e começou a escrever uma pequena lista de compras, que faria no dia seguinte, provavelmente. Quando finalmente terminou os afazeres foi almoçar, preparou uma refeição simples, em virtude do cansaço, comeu calmamente e arrumou o que havia bagunçado. Depois seguiu até o quarto, disposta a fazer suas tarefas escolares mas uma batida na porta a tirou de seu curso. Katie voltou até a sala e abriu a porta, rezando para todas divindades que conhecia para não ser o seu pai ali.

—Olá. –Uma voz grossa cumprimentou Katie que franziu o cenho. Definitivamente o homem engravatado ali não era seu pai.

—Posso ajudar? –Katie perguntou em tom gentil, porém desconfiado.

—Sim, procuro por Franklin Gardner, ele se encontra? –O homem perguntou olhando discretamente para o cômodo atrás de Katie.

—Hum, na verdade ele está trabalhando agora. –Katie murmurou, se perguntando o porquê desse homem estar procurando seu pai.

—Entendo. –O homem devolveu meio contrariado. –Você tem algum grau de parentesco com ele?

—Sim, sou filha dele. –Katie respondeu sorrindo tristemente, ela daria qualquer coisa para poder responder a pergunta dele com um sonoro “não”. O homem provavelmente conhecia seu pai, já que sorriu de forma reconfortante para Katie.

—Será que poderia passar esses papeis para ele? –O homem perguntou, estendendo uma pasta, que Katie nem havia reparado antes.

—Claro, mas o que são esses papeis? –Katie perguntou segurando a pasta e olhando curiosamente.

—Digamos apenas que são apenas papeis. São importantes apenas para seu pai, não se preocupe. -O homem sorriu gentilmente, se desvencilhando da pergunta da garota. –Tenha um ótimo dia.

—Obrigado. –Katie praticamente sussurrou já que o homem já havia saído.

Katie fechou novamente a porta e ficou olhando os papeis, sentiu a extrema vontade de abri-los mas decidiu ignorar, seu pai ficaria extremamente irritado de se o fizesse. Deixou os papeis sobre a mesa de centro da sala e seguiu para o seu quarto, para fazer seu dever de casa.

Porém a curiosidade falou mais alto e atrapalhou a menina nos seus estudos, a única solução encontrada por Katie foi ir até a sala e pegar os papeis. Abriu o envelope com o maior cuidado possível, para que conseguisse fechar depois sem dificuldades, e retirou os papeis lá de dentro. O que encontrou escrito lá fez o corpo inteiro de Katie travar, lá em letras elegantes estava impresso a seguinte frase:

Carta de processo por tentativa de estupro.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu não manjo de leis e processos nem nada, então caso não se receba a carta em casa e tudo mais, ignorem, ok? é uma fanfic e pode-se colocar qualquer coisa nela ok?
Espero que tenham gostado ^^
Até o próximo