Saint Seiya: Uma Nova Era escrita por LadyWolf


Capítulo 6
Um treinamento nada produtivo. Primeiro contato.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem? Aqui está mais um capítulo de Saint Seiya: Uma Nova Era!
A primeira parte é a narração do Ikki sobre o que ele descobriu na Grécia, ok? Boa leitura!



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“Minha vida mudou completamente depois de nossa última batalha. Era totalmente monótona e sem graça. Acordava cedo todos os dias para ir ao trabalho, convivia com pessoas que odiava do fundo da minha alma e chegava em casa tarde da noite cansado e sem poder fazer nada. Via todos felizes com suas famílias enquanto eu mergulhava em desânimo e tristeza que começou a se arrastar por anos.

Certo dia tomei uma das melhores decisões que poderia tomar em minha vida e parti para o santuário. Afinal, teria lugar no mundo que eu poderia ser mais útil? Chegando lá fui muito bem recebido por Kiki, que fazia um ótimo trabalho como Grande Mestre. Logo fui convidado para treinar os aspirantes a cavaleiro de bronze, prata e até de ouro. Muitos pupilos passaram pelas minhas mãos e quando recebiam suas armaduras era a melhor sensação do mundo. Eu adorava aquele trabalho.

Porém, como sabemos, todo o bom mestre é sempre um eterno aprendiz. À noite, enquanto meus alunos iam se divertir na cidade, eu ia treinar. Saía para correr grandes distâncias, fazia mil flexões e nadava contra as fortes correntezas do Mediterrâneo. Foi em uma noite daquelas que aconteceu.

Já corria há mais de duas horas seguidas na floresta que fica próxima ao santuário, então resolvi parar para descansar. Sentei-me sobre uma pedra e lá fiquei observando o céu. As noites no santuário eram tão diferentes das do Japão. Por ter poucas luzes podemos ver milhares de estrelas e constelações. Então ouvi um barulho e observei uma figura encapuzada em meio ao mato, parecia fazer o mesmo que eu naquela bela noite. Desci da pedra e aproximei devagar, mas quando me viu saiu correndo na direção oposta.

— Ei, espere! – gritei, mas a pessoa não parou. Então fui atrás dela.

Corri floresta adentro atrás daquela figura somente com a luz da lua para iluminar o caminho. Mas quando dei por mim já tinha perdido de vista e resolvi voltar para casa. Os pensamentos invadiam a minha mente e só consegui dormir depois que consegui parar de pensar naquele ser encapuzado. Na manhã seguinte acordei antes do sol nascer, pois tinha muito trabalho. Iria pôr os garotos para fazer pequenas missões, nas quais poderiam treinar e ao mesmo tempo ajudar o santuário. Uma delas foi cortar madeira na floresta que seria necessária para a obra no alojamento dos cavaleiros.

Enquanto supervisionava os garotos, que estavam fazendo um trabalho muito produtivo, percebi uma moça muito bonita colhendo maçãs com uma delicadeza que nunca vi antes. Tinha os cabelos escuros com um diadema dourado e usava um vestido branco, como na Grécia Antiga. Então resolvi me aproximar, afinal, não era comum ver aldeões por aqueles lados.

— Ei! – disse me aproximando.

Assim que me viu seus olhos se arregalaram como se tivesse visto um fantasma e saiu correndo para dentro do mato deixando as maçãs para trás. Tinha algo muito estranho acontecendo ali e eu ia descobrir o que era. Peguei a cesta com as maçãs e fui correndo atrás dela. E lá fui eu, Ikki de Fênix, fazendo o mesmo caminho da noite anterior em algo que mais parecia um jogo de pega-pega.

— Você deixou isso cair! – gritei. – Volta aqui! Eu não vou te machucar!

Mas não adiantava, a moça continuava a correr para uma parte mais fechada da floresta e acabei a perdendo de vista. Dessa vez eu não iria desistir. Continuei andando por alguns minutos até que fui cuspido pelo mato e caí em um lugar que mais parecia o Paraíso na Terra. E é esse o lugar que nos interessa.

Após atravessar o arco da entrada avistei o santuário. Tinha um círculo de pelo menos trinta metros de diâmetro no chão rodeado por doze mesas de pedra com símbolos estranhos. Debaixo de cada mesa saía um pequeno canal com água que levava até o centro do círculo, onde havia um cristal em forma de pirâmide. Um pouco mais a frente uma escadaria cercada de flores pelos dois lados levava a um templo. Atrás deste uma grande cachoeira de águas cristalinas completava o lugar.

Fui andando devagar observando cada mínimo detalhe daquele santuário. Me perguntava quem era o deus ou deuses responsável pelo mesmo e também se aquela garota estava ali. A energia também era muito diferente do que já havia sentido antes. Era algo muito poderoso, lembrava um pouco a dos deuses, mas mesmo assim era diferente. Como se ao mesmo tempo que fizesse parte do santuário também estivesse dentro de mim.

Subi as escadas do templo e quando finalmente entrei no mesmo vi uma grande mesa de gesso onde havia um vaso com flores, um candelabro com velas acesas. Esculturas de criaturas humanoides estavam dos dois lados e em partes variadas de seus corpos os mesmos símbolos que vi antes. Quando me aproximei da mesa vi escrituras em grego que tentei ler, mas era algo muito difícil. Foi então que ouvi passos no templo e me virei. Lá estava a menina de minutos atrás.

— Você não deveria estar aqui. – ouvi sua voz doce dizer.

— !?

— Meu nome é Erin, e eu sou a guardiã do santuário dos Titãs Elementais.

— Titãs Elementais?

Há muito tempo atrás existia apenas um universo de escuridão. O mundo vivia no mais perfeito caos, não havendo água nem vida. Certo dia Gaia e Urano se apaixonaram e desse amor nasceram os primeiros Gigantes, Hecatonquiros e Titãs. Estes últimos eram criaturas extremamente inteligentes, criativas e inquietas, capazes de fazer de tudo para realizar seus desejos. Dentre os Titãs havia um grupo pequeno e muito poderoso. Eles eram conhecidos como Titãs Elementais e tinham o papel de zelar pela ordem do mundo. Estes seres caminhavam sobre as terras livremente fazendo rios brotarem dentre as pedras, flores se abrirem e ensinando a forja de metais aos deuses. Porém quando os seres humanos chegaram ao planeta os Titãs foram obrigados a se retirar pelos deuses, mas prometeram retornar um dia... Quando o mundo mais precisasse deles. – disse calmamente. Em seguida foi andando até a mesa e mexendo nas flores.

— E-eu nunca ouvi essa história... – disse desviando o olhar de tal beleza.

— Não estranho. – ela andou pelo salão e foi até frente uma das estátuas. – Essa lenda é muito antiga e acabou se perdendo no tempo. Só a minha família sabe dela.

— Sério?

— Sim. Na minha família uma mulher por geração é escolhida para tomar conta desse santuário. – disse sorrindo para mim. – Nessa geração sou eu. E, acredite, faz mais de duzentos anos que não aparece alguém aqui. Aliás, como se chama mesmo?

— Eu? Eu... Eu me chamo Ikki. Sou o cavaleiro de Fênix do santuário de Atena. – olhei a cesta de maçãs em minha mão. – Ah, e acho que isso é seu.

— Obrigada, cavaleiro. – disse ficando vermelha como uma maçã.

A partir de então Erin e eu nos tornamos amigos. Ela me contou muitas coisas a respeito dos Titãs Elementais, do santuário e da cachoeira que havia atrás dele. Realmente todo o lugar tinha uma história fantástica, que eu nunca poderia imaginar.

— É hora de partir. – disse para a garota.

— Foi um prazer passar o dia com você, Ikki.

— Também gostei muito. Poderei te ver de novo?

O rosto de Erin se entristeceu.

— Algum dia, quem sabe...

— Por que? Eu não posso voltar amanhã?

— Ikki, o mundo está em perigo. – disse baixo. – Volte para aqueles que te amam e os diga o que lhe falei. Só você pode evitar que a Terra chegue ao fim.

— Eu?

— Vá, Ikki! Eles precisam de você!

De repente algo me empurrou para trás e tudo ficou escuro. Quando dei por mim estava sentado com as costas apoiadas em uma árvore, era de manhã e meus garotos trabalhavam como se nada tivesse acontecido. Porém tinha uma maçã em minha mão, o que me levou a crer que aquilo tinha sido real.”

— Bem, e aqui estou eu contando a história para vocês.

— Ok, essa história é um pouco estranha. – disse Seiya.

— Nem tanto. – interrompeu Shiryu. – Dohko também me falou sobre algo parecido, de um sonho que tinha tido. E uma dessas crianças seria filho meu e da Shunrei. No caso, Zouye.

— Espera, pensando bem, Junpei e Takashi também nasceram com poderes diferentes. – disse Shun. – Sem falar no tal amigo deles, o Kotaro.

— E o Thomas também. – disse Hyoga. – Por mais que o cosmo dele seja gelo puro, é muito diferente. Isso também explicaria o porquê da Alice ter visões e tudo mais.

— Rapazes, acalmem-se. – disse Saori. – Eu sei que tudo parece interligado, mas não podemos tirar conclusões precipitadas. Por hora vamos focar no assunto do treinamento, rezar para que Junpei fique bem e no treinamento de nossos filhos.

— Saori, será que não tem outra forma de treiná-los sem ser no santuário? – perguntou Shun.

— Outra forma?

— Huuuum. Eu tenho uma sugestão. – disse Seiya levantando a mão. – Ikki, você vai treinar nossos filhos.

— EU!?

Música: Naruto’s Daily Life (https://www.youtube.com/watch?v=AZeyNVms7jw)

Na manhã seguinte Ikki estava nos fundos da mansão Kido junto com os seus “pupilos”. Takashi, Yuzo e Kotaro estavam enfileirados de frente para ele, enquanto Zouye e Thomas permaneciam sentados na escada. O cavaleiro de Fênix cruzou os braços e fechou os olhos soltando um longo suspiro.

— Hoje vamos começar o treinamento de vocês. – disse abrindo os olhos. – Kotaro, tem certeza de que quer mesmo fazer isso?

— Tenho. – respondeu o rapaz animado. – Não vou deixar meus amigos sozinhos nessa.

— Hum... Tá. Mas saiba que você não é obrigado a fazer nada.

— Certo.

— E você, Yuzo? - disse voltando o olhar para o mesmo. – Creio que tenha alguma experiência.

— Sim, meu pai me ensinou algumas coisas.

— Ótimo. – falou agora pondo as mãos na cintura. – Vamos começar. Primeiramente quero ver um pouco o estilo de batalha de vocês. Então vão ter que se enfrentar um a um, ok? Vamos começar por Kotaro e Takashi.

— Certo. – disseram os três.

— Então vamos lá. – disse erguendo a mão e em seguida a abaixando. - COMECEM!

— JANKEN PON!

— Pedra esmaga tesoura! Ganhei! – disse Takashi animado.
         - O QUE ESTÃO FAZENDO!?

— Estamos batalhando, ué. – respondeu Kotaro.

— Esses caras são hilários. – disse Thomas para Zouye não conseguindo se segurar e dando muitas gargalhadas.

— “Ninguém merece esses dois.” – pensou a garota sorrindo. – “Mas confesso que faria o mesmo.”

— VOCÊ! – disse Ikki apontando para Thomas. – Do que está rindo, nanico?

— O que!? – perguntou se levantando.

— Você é filho do Hyoga, não é? Treinado das terras frias de Asgard... Por que não nos mostra do que é capaz?

— Não estou afim. – disse voltando a se sentar e bocejando.

— Está com medo? É de se esperar de um pirralho como você.

— Vai pagar por isso. – disse rangendo os dentes.

— “Ele é muito impulsivo.” – pensou Ikki vendo o loiro se aproximar. – Ótimo, vamos mostrar para os seus amigos como se luta.

— “Eu vou ganhar essa luta. Não importa que ele seja fogo e eu gelo. Vou vencer!” – pensou parando em frente ao cavaleiro de Fênix. – Anda logo, velhote. Vamos acabar logo com isso.

— Pode começar. – disse Ikki com um sorriso no rosto.

O Yukida pulou contra Ikki querendo o dar um soco, mas o cavaleiro desviou facilmente.

— É só isso que você tem?

— Nem comecei ainda. – disse Thomas esticando a mão contra ele. – Pó de Diamante!

O cavaleiro de Fênix desviou novamente e parou por um instante observando a grama ficar congelada. Ele já ia falar novamente quando foi surpreendido por um ataque do mais novo. Ikki empurrou a perna do mesmo, interrompendo o ataque. Então começaram uma luta corpo-a-corpo de alta velocidade.

— Você é muito lento. – provocou o cavaleiro.

— Cala a boca! – disse Thomas dando-o um soco com mais força.

Ikki pulou por cima dele fazendo o garoto do gelo socar o vento. Logo o empurrou pela cabeça fazendo-o cair de cara na grama.

— Quem agora é o valentão, hein? – perguntou em cima dele ainda espremendo seu rosto contra o chão. – Você mal saiu das fraldas e já está se achando o melhor. Quando eu era bem mais novo que você treinava em um lugar terrível e com o mestre que não tinha dó nem piedade. Travei muitas batalhas em nome da deusa Atena para chegar onde cheguei.

Ele o deu um último empurrão e saiu de cima dele. Thomas estava tendo um ataque de raiva no chão.

— Mas se quiser aprender a ser um cavaleiro de verdade, estarei aqui pronto para ensinar.

— “Esse cara me dá medo.” – pensou Yuzo.

— E isso vale para vocês também. – disse olhando Zouye. – Inclusive para a senhorita. Não pense que vou pegar leve com você só porque é uma garota.

— T-Tá. – disse Zouye um pouco assustada.

Enquanto isso, no segundo andar da casa, Seiya, Saori, Hyoga e Shiryu observavam o treinamento de Ikki.

— Ele é bom. – comentou Shiryu.

— Thomas realmente precisa ser mais humilde, esfriar um pouco a cabeça. – disse Hyoga.

— Isso foi uma piada? – perguntou Seiya.

De repente uma figura escura cortou os céus. Era uma ave que vinha voando em direção a janela do escritório. Ela entrou no cômodo e foi parar sobre a mesa. Em seu bico havia uma carta que deixou sobre uma pilha de papéis..

— Que ave estranha. – comentou Saori. – É totalmente negra.

— Isso parece... – disse Hyoga.

A ave se desfez em tinta escura.

— Como eu imaginava. Isso é uma daquelas criaturas de tinta do Cinzel.

— Então essa carta é...? – perguntou Seiya pegando o envelope branco com uma gota vermelha, que aparentava ser sangue.

— Deve ser dos Forjadores de Hefesto. – disse Shiryu.

— Nina... – disse Saori.

Seiya rasgou o envelope e abriu a carta. Ela era feita de colagens de jornal de cima abaixo. Na parte inicial havia muitos erros de escrita, porém a partir de certo ponto estava tudo totalmente correto.

— Querido Pangaré Alado. – leu Seiya. – Pangaré Alado é a sua avó!

Todos teriam rido se o momento não fosse de tensão.

— Bem... – Seiya respirou fundo e recomeçou a leitura. – Querido Pangaré Alado, preste bastante atenção nesta carta, pois a vida de sua filha está em jogo. Entregue a deusa Atena na floresta de Aokigahara daqui a uma semana, às seis horas da tarde ou a sua filha morrerá. OBS: Vá sozinho. Se levar ajuda Nina morrerá do mesmo jeito. Os Forjadores de Hefesto.

— Aokigahara? Não é a floresta do suicídio? – perguntou Shiryu.

— Sim. – disse Hyoga.

— E agora? O que faremos? – perguntou Seiya a Saori.

— Nós vamos.

— O que!? Mas Saori... – falou Seiya.

— Seiya, não importa o que você diga ou o quanto tente me impedir. Eu vou salvar a Nina, nem que para isso eu precise me entregar a Hefesto! – exclamou a mulher visivelmente irritada. – Essa conversa está encerrada.

E Saori deixou o escritório o mais rápido que pôde. Os cavaleiros se entreolharam se sentindo as piores pessoas do mundo. Estariam sendo covardes diante de uma situação que já tinham vivido milhares de vezes?

O treino de Ikki continuou durante a semana, o que fez os rapazes faltar as aulas para que estivessem devidamente preparados para a batalha que estaria por vir. Zouye não participou dos treinos por conta do ferimento em sua perna, mas apoiou seus amigos para que não desistissem no meio do caminho. Na terça-feira Junpei já estava bem melhor, apesar de ainda não conseguir andar sem se segurar em alguma coisa.

Naquele mesmo dia Kouji finalmente resolveu ir a escola. Já tinha faltado quase o mês todo e se não passasse a ir as aulas teria grandes problemas. Ele passou pelo corredor e entrou na sala da turma 1B, sentando-se em um lugar no fundo da sala onde ninguém o incomodaria.

— É ele? – Kouji ouviu uma voz menina falar no corredor.

— Sim. Ele é o gêmeo daquele menino estranho, o Kotaro.

— Nossa, ele é muito esquisito. Será que toda a família é assim?

O rapaz suspirou e tentou não ligar para os comentários. Apenas colocou os fones no ouvido e abaixou a cabeça esperando que todo aquele inferno que chamavam de aula terminasse o mais rápido possível.

Moonlight
        Viper

Uma tempestade na vida quebrou minhas âncoras
como uma ruína eu tenho sido
mar e céu eram apenas uma escuridão
Como uma radiação brilhante você veio

Eu estou vivo, estou vivo
apenas pela luz
de seus olhos

E eu preciso que você seja
Como o paraíso que eu procuro
mas as nuvens me mostraram
e eu vi

Você era a luz da lua
e a lua não pertence
a ninguém, ninguém...

 

Ao fim da aula, quando Kouji pensou que finalmente iria embora foi chamado por Kamiya-sensei para conversar. Foi cerca de meia hora de conversa e em oitenta por cento do tempo a professora perguntava se estava tudo bem com ele.

— Não, estou bem. – respondia ele. – Só estive doente.

Estava na cara que o Amamiya não estava bem, mas ele não iria contá-la que era um monstro que assassinava pessoas nas noites de lua cheia. Primeiro porque a acharia um louco e segundo que não estava nada afim de conversar. Só queria ir para casa se trancar no quarto, como fazia todos os dias.

— Está bem então, Kouji. – disse a professora fazendo uma anotação em seu caderno. – Se precisar de alguma coisa pode me procurar.

— Ok. – disse já se levantando, mas antes que estivesse de pé a docente voltou a falar.

— E Kotaro? Por que faltou hoje? Ah, e ontem?

Ótimo, agora iria ter que arrumar uma desculpa para seu irmão. Kouji sabia que ele estava na casa de Takashi fazendo alguma coisa, mas não sabia o que.

— Kotaro está doente, professora.

— Ah, é? O que ele tem?

— Ér... Hemorróida.

— Hemorróida? – perguntou surpresa.

— É, professora. – respondeu sério. – Aquela doença em que causa irritação no...

— Eu sei o que é hemorroida, Kouji. – disse a mulher totalmente vermelha. – Mas ele é muito novo, não?

— Ah, isso é comum na minha família. – respondeu fazendo uma pausa. – Eu mesmo já tive. E doía tanto...

— Ahn... Ér... Pode ir então.

— Está bem. – disse se levantando e pondo a mochila nas costas.

— Melhoras para o seu irmão.

— Obrigado. – e Kouji saiu dali em disparada.

Que conversa era aquela que tinha acabado de ter com a professora de física? O rapaz saiu da escola e foi andando para casa que ficava a duas quadras dali.

Enquanto isso, não muito longe dali, Freya e Alice pararam em frente a um konbini. A garota usava uma roupa toda coberta, o que era um pouco estranho em um dia de sol, mas necessário para evitar doenças de pele. Quando se fala de um albino, proteção nunca era demais.

— Tem certeza de que não quer entrar? – perguntou a mãe.

— Tenho, mãe. – disse sentando em um banco na sombra.

— Está bem, eu não demoro. – disse a dando um beijo na testa e entrando na loja.

A Yukida pegou seu celular e ficou mexendo em alguns aplicativos. Enquanto estava distraída passou um homem correndo e tirou-lhe o celular das mãos. Ela correu atrás do ladrão, mas ele era rápido demais. Kouji assistiu toda a cena de longe e atravessou a rua correndo para pegar o maldito homem que entrou em uma rua pouco movimentada. Amamiya parou frente a ele de braços cruzados.

— Devolve o celular. – disse frio.

— Ah, é? E se eu não devolver?

— Vou dizer mais uma vez. – falou olhando-o nos olhos. – Devolve o celular.

— Vai pra casa tomar mamadeira, moleque! – exclamou o dando um soco no rosto, mas Kouji desviou.

De repente os olhos do rapaz começaram a brilhar em uma luz intensa e o ladrão ficou assustado.

— O que é isso? – disse se afastando. – O-O que você é? Toma! Fica com essa droga de celular!

Ele entregou o celular a Kouji e seus olhos voltaram ao normal.

— Obrigado.

Quando o homem passou correndo por ele, Kouji o deu uma cotovelada que o fez cair no chão.

— Da próxima vez eu acabo com você. – e saiu andando calmamente em direção a Alice que já estava desesperada chorando.

— Ei, isso é seu? – perguntou Kouji.

A garota tirou as mãos do rosto e viu o rapaz de cabelos negros a sua frente. Os dois ficaram parados durante alguns segundos, um olhando para nos olhos do outro. Alice tentou dizer alguma coisa, mas estava sem voz. Ele era a fera que via em seus sonhos, não tinha dúvidas.

— O que você é? – perguntou ela com a voz rouca.

Kouji ficou assustado e desviou o olhar.

— Desculpe. – disse Alice se levantando e pegando o celular. – Muito obrigada,...?

— Kouji.

— Muito obrigada, Kouji. – disse dando um sorriso gentil que fez o coração de pedra do Amamiya amolecer. – Eu me chamo Alice.

— Hum... – falou um pouco nervoso na presença dela. Nunca tinha ficado assim na frente de nenhuma garota. – E-eu tenho que ir...

— E-espera! – disse a garota gritando um pouco alto demais. – Você pode me passar seu número? Ficaria feliz de agradecê-lo melhor outro dia.

— Está bem.

Eles trocaram telefones e Kouji seguiu seu caminho para casa pensando naquela bela garota albina. Alice também ficou pensando no rapaz e em todos os seus sonhos em que ele era protagonista. Freya saiu do konbini com algumas bolsas.

— Querida, pode me ajudar aqui? – perguntou a mulher. Mas Alice estava estática observando Kouji sumir ao longe. – Querida?

— Hã? Ah, claro. – disse pegando algumas bolsas.

E aquele foi o dia em que a vida de Kouji Amamiya e Alice Yukida começaria mudar completamente.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram do capítulo?
E da música tema do Kouji? Aqui o link para quem quiser ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=Cj54ojb-SXo
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