Dejame Ser escrita por Meel
Ao chegar à casa de seus pais, Tonks bateu à porta e chamou pela mãe. Porém, ao ser perguntada sobre quem era – para ser feita a tal pergunta de reconhecimento – ouviu uma voz masculina sendo a de seu pai. Quando ele abriu a porta, ela se jogou em seus braços e continuou chorando.
- Ninfadora, o que houve? – seu pai perguntou, e ela nem deu atenção ao fato de ter sido chamada pelo primeiro nome, mesmo que seus pais às vezes a chamem de Dora.
- É o Remo, pai. Ele fica confundindo a minha cabeça!
- Como assim, minha filha? Ah, entre e me explique melhor essa historia.
- Onde está a mamãe? – perguntou ela, enquanto se dirigia ao sofá.
- Ela está tomando banho. – ele respondeu fechando a porta e então se sentando ao lado da filha. – Mas me explique, Dora. O que Remo fez desta vez?
- Ah, papai. Primeiro ele diz que embora me ame não quer ficar comigo por ser “velho, pobre e perigoso”, e depois vem dizer que não devia nunca ter-me dito isso, e agora quer ficar comigo. – ela começou a explicar-lhe entre soluços.
- Mas minha filha, não era isso o que você mais queria? Que ele se desse conta que você o queria de qualquer forma?
- Era, papai. Falou certo. Mas lembra que eu contei pro senhor e pra mamãe, que o Joseph tinha entrado para a Ordem?
- Joseph é aquele seu ex-namorado, não é?
- Ele mesmo.
- Ah, me lembro dele. E então agora você não sabe se gosta do Remo ou do Joseph?
- É... mas não é! Eu ainda amo muito o Remo, mas o Joseph está muito diferente de antes!
Tonks ainda chorava demasiadamente ao ombro de seu pai quando ouviu passos descendo a escada e, ao erguer os olhos, viu uma mulher já totalmente vestida com trajes de dormir e com os cabelos molhados.
- Minha filha o que houve? – perguntou a mãe, achegando-se e segurando as mãos da filha. Esta contou à mãe o que havia dito ao pai e ainda mais um pouco. Então, quando ela terminou de falar, a mãe continuou: - Ah, minha filha, mas é sempre assim. O coração confunde os pensamentos quando menos esperamos. Então suba e tome um banho que eu vou preparar para você algo para jantar.
- Obrigada, mãe. – respondeu ela ainda entre soluços. Deu um beijo na mãe e um no pai e subiu as escadas em direção ao seu quarto.
- Está vendo, Teddy? Sua filha está tendo problemas de relacionamento com homens! Sabe o que isso significa?
- Não, o que? – ele perguntou em resposta, ao que ela suspirou antes de continuar.
- Significa simplesmente que estamos ficando velhos, Sr. Tonks.
Ambos caíram na gargalhada e ela dirigiu-se à cozinha.
No andar de cima, ao chegar ao quarto, Tonks olhou para a cama e lembrou-se da vez em que ficara gripada e ele viera visitá-la, trazendo flores e chocolates. Houve ali o primeiro beijo deles – mas ainda fora só um beijo.
- Ah, Remo Lupin, eu te odeio! – gritou ela, chutando a sua mesinha de cabeceira e jogando-se sobre a cama. – Por que você existe? – ela agora dava socos nas almofadas.
Após gritar um pouco, pegou suas roupas e foi em direção ao banheiro. Algum tempo depois, ao sair, desceu as escadas vestida em um pijama rosa com bolinhas roxas e um par de pantufas de garras de lobo – que ela comprara numa loja trouxa, num momento de obsessão por Remo Lupin -, e seus cabelos estavam compridos e acinzentados, referindo-se agora ao seu estado emocional.
- Mamãe, por que os homens são tão indecisos?
- Minha filha, essa é uma pergunta que quem conseguir responder ganhará lugar ao lado do trono de Merlin. – Tonks riu com a resposta.
Sentaram-se para jantar e conversar sobre assuntos diversos – inclusive homens.
Enquanto isso, no Largo Grimmauld, Sirius havia entrado no escritório e encontrado o amigo lá, recostado à parede, com cara de quem não queria mais nada na vida.
- Remo? Você ainda está vivo? – o animago chamou-o enquanto entrava no cômodo.
- Infelizmente ainda estou.
- Caramba, Aluado. Você está péssimo! Vamos, me conte o que aconteceu, já que o que foi dito nós pudemos ouvir lá de baixo.
Remo contou-o tudo, sobre o inicio da conversa, o beijo e o tapa, inclusive, e até a ultima frase dela: “- Quando decidir se a tua opinião é o que você me disse agora ou o que me dizia antes, me procura. Sabe onde me encontrar.”
- Então ta, Remo. Você tentou. Mas uma coisa eu te digo: se você realmente a ama, vai agora procurá-la. Certamente ela está na casa da Andie agora. Decida o que você quer na real e vá lá.
O lobisomem pensou e pensou olhando para o nada e de repente decidiu-se.
- É isso, Sirius. É isso! – exclamou ele, sorrindo e levantando-se. – Eu vou lá e vou falar com ela agora!
- Esse é o Aluado que eu conheço! – sorriu marotamente o animago, saindo do escritório no encalço do licantropo.
Chegando à sala, ele parou, olhou para Joseph – que o mirou e esperou receber algumas palavras – e logo saiu determinado a se desculpar com a metamorfomaga.
Ao aparatar no quintal da casa dos Tonks, ele bateu à porta e ouviu passos vindos em direção à ela:
- Quem é? – perguntou a voz que ele reconheceu ser a de Andrômeda.
- Sou Remo João Lupin, um lobisomem, membro da Ordem da Fênix. Há algumas horas atrás eu tive uma discussão com sua filha, Ninfadora Andrômeda Tonks, e agora vim aqui tentar conversar com ela, se isso for possível.
- Dora, é o Remo! – gritou ela para a filha que estava na sala de jantar, enquanto abria a porta para ele.
- Pergunta se ele já se decidiu! – gritou a metamorfomaga em resposta.
- Er... você ouviu.
- Se a gente puder conversar você descobre. – respondeu-lhe ele, alto o suficiente para que ela pudesse ouvir.
Ela veio até a sala de estar, metade de uma laranja em sua mão.
- Pronto? – ela começou.
- Bem... vou deixar vocês dois conversarem, acho que precisam. – disse Andrômeda, voltando para a cozinha.
- Você está linda. – ele disse, olhando-a da cabeça aos pés, fixando seus olhos nas pantufas de garras de lobo enquanto ria delas.
- Você gostou? – perguntou ela, ainda séria, enquanto observava os próprios calçados. – Comprei por sua causa.
- Sério? – o sorriso dele se esvaia quando seus olhos se voltavam para o rosto dela, que se sentava num sofá próximo enquanto ele se sentava num outro, logo á frente.
- É, estava obcecada. Porém, depois você me disse para parar com isso e eu tentei parar, mas não jogaria as pantufas fora, não é? Elas são as melhores para o inverno. – ela estava o mais séria possível e mexia nas garrinhas das pantufas.
- Tonks, é exatamente sobre isso que eu vim conversar com você.
- O que? Sobre pantufas pra inverno? – embora tivesse se dado conta de que a frase saíra engraçada ela se esforçou para não rir, e conseguiu.
- Não, Tonks. Sobre nós dois. – ele riu disfarçadamente.
- Ah, então se decidiu?
- Sim. – respondeu ele, olhando para o chão e, ao erguer os olhos novamente, continuou: - Eu... Tonks, por favor. Esquece tudo o que eu disse antes? Todas as brigas que tivemos em que eu dizia pra você que não poderíamos ficar juntos. Me perdoa por ser tão imbecil? – ele agora se levantara do sofá em que estava e sentara-se ao lado dela.
- E... por que eu mudaria minha cabeça agora só para te perdoar, Remo Lupin?
- Porque você ainda me ama.
A expressão no rosto da garota transformara-se de seriedade para surpresa. Ela o abraçou rapidamente e sussurrou-o ao ouvido:
- Isso é verdade, seu adorável imbecil.
- Hein, Tonks. Mas a gente se entendeu apenas como amigos, ou você aceita um compromisso sério comigo?
Antes de responder-lhe ela o olhou por um instante, seu olhar correndo dos olhos de Remo para os seus lábios e de volta para os olhos. Em resposta, ela beijou-o rápida e suavemente, seus lábios macios tocaram os dele, calmos porém apaixonados.
- Isso responde a pergunta? – perguntou ela.
- Só se eu interpretar como um “sim”.
- É, você até que pensa rápido, não?
Ambos riram com o comentário dela, até que ele se levantou e disse:
- Então temos que conversar com seus pais.
- Primeiro me ajude a levantar, Remo. – respondeu ela, estendendo seus braços para ele. – Aluado, seu rosto ainda está ardendo?
- O que você quer que eu responda?
- Que ainda está.
- Sim, Tonks. Aquele seu tapa foi tão forte que ainda está doendo, nem sei como arranjei forças para aparatar até aqui. – respondeu ele, levando a mão até o lado esquerdo do rosto e rindo, enquanto fazia uma careta dramática e uma voz de vítima.
- Com licença, boa noite. – o licantropo cumprimentou Teddy.
- Boa noite, Remo. – respondeu ele. – Como você está?
- Estou melhor agora, Sr. Tonks. – ele olhou para a metamorfomaga sorrindo.
- Por favor, Remo, sou Teddy.
- Ah, sim. Me desculpe.
- Sente-se Remo, e conte-nos o que aconteceu no Largo Grimmauld e agora.
Remo e Tonks responderam juntos ao pedido do pai dela, até que ao fim o licantropo fez o pedido – ele queria que tudo fosse certo, já que Tonks era uma moça de família - e, em mesmo um tanto relutante, Teddy permitiu.
Depois, Remo despediu-se e saiu, deixando Tonks feliz da vida com seus cabelos que voltaram a ser de um cor-de-rosa vivo.
Ao chegar ao Largo Grimmauld, ele estava mais que feliz e contou a Sirius que estava novamente com Tonks, e que agora seria sério e por iniciativa dele.
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