Dejame Ser escrita por Meel


Capítulo 4
Me perdoa por ser tão imbecil?




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Ao chegar à casa de seus pais, Tonks bateu à porta e chamou pela mãe. Porém, ao ser perguntada sobre quem era – para ser feita a tal pergunta de reconhecimento – ouviu uma voz masculina sendo a de seu pai. Quando ele abriu a porta, ela se jogou em seus braços e continuou chorando.

            - Ninfadora, o que houve? – seu pai perguntou, e ela nem deu atenção ao fato de ter sido chamada pelo primeiro nome, mesmo que seus pais às vezes a chamem de Dora.

            - É o Remo, pai. Ele fica confundindo a minha cabeça!

            - Como assim, minha filha? Ah, entre e me explique melhor essa historia.

            - Onde está a mamãe? – perguntou ela, enquanto se dirigia ao sofá.

            - Ela está tomando banho. – ele respondeu fechando a porta e então se sentando ao lado da filha. – Mas me explique, Dora. O que Remo fez desta vez?

            - Ah, papai. Primeiro ele diz que embora me ame não quer ficar comigo por ser “velho, pobre e perigoso”, e depois vem dizer que não devia nunca ter-me dito isso, e agora quer ficar comigo. – ela começou a explicar-lhe entre soluços.

            - Mas minha filha, não era isso o que você mais queria? Que ele se desse conta que você o queria de qualquer forma?

            - Era, papai. Falou certo. Mas lembra que eu contei pro senhor e pra mamãe, que o Joseph tinha entrado para a Ordem?

            - Joseph é aquele seu ex-namorado, não é?

            - Ele mesmo.

            - Ah, me lembro dele. E então agora você não sabe se gosta do Remo ou do Joseph?

            - É... mas não é! Eu ainda amo muito o Remo, mas o Joseph está muito diferente de antes!

            Tonks ainda chorava demasiadamente ao ombro de seu pai quando ouviu passos descendo a escada e, ao erguer os olhos, viu uma mulher já totalmente vestida com trajes de dormir e com os cabelos molhados.

            - Minha filha o que houve? – perguntou a mãe, achegando-se e segurando as mãos da filha. Esta contou à mãe o que havia dito ao pai e ainda mais um pouco. Então, quando ela terminou de falar, a mãe continuou: - Ah, minha filha, mas é sempre assim. O coração confunde os pensamentos quando menos esperamos. Então suba e tome um banho que eu vou preparar para você algo para jantar.

            - Obrigada, mãe. – respondeu ela ainda entre soluços. Deu um beijo na mãe e um no pai e subiu as escadas em direção ao seu quarto.

            - Está vendo, Teddy? Sua filha está tendo problemas de relacionamento com homens! Sabe o que isso significa?

            - Não, o que? – ele perguntou em resposta, ao que ela suspirou antes de continuar.

            - Significa simplesmente que estamos ficando velhos, Sr. Tonks.

            Ambos caíram na gargalhada e ela dirigiu-se à cozinha.

            No andar de cima, ao chegar ao quarto, Tonks olhou para a cama e lembrou-se da vez em que ficara gripada e ele viera visitá-la, trazendo flores e chocolates. Houve ali o primeiro beijo deles – mas ainda fora só um beijo.

            - Ah, Remo Lupin, eu te odeio! – gritou ela, chutando a sua mesinha de cabeceira e jogando-se sobre a cama. – Por que você existe? – ela agora dava socos nas almofadas.

            Após gritar um pouco, pegou suas roupas e foi em direção ao banheiro. Algum tempo depois, ao sair, desceu as escadas vestida em um pijama rosa com bolinhas roxas e um par de pantufas de garras de lobo – que ela comprara numa loja trouxa, num momento de obsessão por Remo Lupin -, e seus cabelos estavam compridos e acinzentados, referindo-se agora ao seu estado emocional.

            - Mamãe, por que os homens são tão indecisos?

            - Minha filha, essa é uma pergunta que quem conseguir responder ganhará lugar ao lado do trono de Merlin. – Tonks riu com a resposta.

            Sentaram-se para jantar e conversar sobre assuntos diversos – inclusive homens.

            Enquanto isso, no Largo Grimmauld, Sirius havia entrado no escritório e encontrado o amigo lá, recostado à parede, com cara de quem não queria mais nada na vida.

            - Remo? Você ainda está vivo? – o animago chamou-o enquanto entrava no cômodo.

            - Infelizmente ainda estou.

            - Caramba, Aluado. Você está péssimo! Vamos, me conte o que aconteceu, já que o que foi dito nós pudemos ouvir lá de baixo.

            Remo contou-o tudo, sobre o inicio da conversa, o beijo e o tapa, inclusive, e até a ultima frase dela: “- Quando decidir se a tua opinião é o que você me disse agora ou o que me dizia antes, me procura. Sabe onde me encontrar.”

            - Então ta, Remo. Você tentou. Mas uma coisa eu te digo: se você realmente a ama, vai agora procurá-la. Certamente ela está na casa da Andie agora. Decida o que você quer na real e vá lá.

            O lobisomem pensou e pensou olhando para o nada e de repente decidiu-se.

            - É isso, Sirius. É isso! – exclamou ele, sorrindo e levantando-se. – Eu vou lá e vou falar com ela agora!

            - Esse é o Aluado que eu conheço! – sorriu marotamente o animago, saindo do escritório no encalço do licantropo.

            Chegando à sala, ele parou, olhou para Joseph – que o mirou e esperou receber algumas palavras – e logo saiu determinado a se desculpar com a metamorfomaga.

            Ao aparatar no quintal da casa dos Tonks, ele bateu à porta e ouviu passos vindos em direção à ela:

            - Quem é? – perguntou a voz que ele reconheceu ser a de Andrômeda.

            - Sou Remo João Lupin, um lobisomem, membro da Ordem da Fênix. Há algumas horas atrás eu tive uma discussão com sua filha, Ninfadora Andrômeda Tonks, e agora vim aqui tentar conversar com ela, se isso for possível.

            - Dora, é o Remo! – gritou ela para a filha que estava na sala de jantar, enquanto abria a porta para ele.

            - Pergunta se ele já se decidiu! – gritou a metamorfomaga em resposta.

            - Er... você ouviu.

            - Se a gente puder conversar você descobre. – respondeu-lhe ele, alto o suficiente para que ela pudesse ouvir.

            Ela veio até a sala de estar, metade de uma laranja em sua mão.

            - Pronto? – ela começou.

            - Bem... vou deixar vocês dois conversarem, acho que precisam. – disse Andrômeda, voltando para a cozinha.

            - Você está linda. – ele disse, olhando-a da cabeça aos pés, fixando seus olhos nas pantufas de garras de lobo enquanto ria delas.

            - Você gostou? – perguntou ela, ainda séria, enquanto observava os próprios calçados. – Comprei por sua causa.

            - Sério? – o sorriso dele se esvaia quando seus olhos se voltavam para o rosto dela, que se sentava num sofá próximo enquanto ele se sentava num outro, logo á frente.

            - É, estava obcecada. Porém, depois você me disse para parar com isso e eu tentei parar, mas não jogaria as pantufas fora, não é? Elas são as melhores para o inverno. – ela estava o mais séria possível e mexia nas garrinhas das pantufas.

            - Tonks, é exatamente sobre isso que eu vim conversar com você.

            - O que? Sobre pantufas pra inverno? – embora tivesse se dado conta de que a frase saíra engraçada ela se esforçou para não rir, e conseguiu.

            - Não, Tonks. Sobre nós dois. – ele riu disfarçadamente.

            - Ah, então se decidiu?

            - Sim. – respondeu ele, olhando para o chão e, ao erguer os olhos novamente, continuou: - Eu... Tonks, por favor. Esquece tudo o que eu disse antes? Todas as brigas que tivemos em que eu dizia pra você que não poderíamos ficar juntos. Me perdoa por ser tão imbecil? – ele agora se levantara do sofá em que estava e sentara-se ao lado dela.

            - E... por que eu mudaria minha cabeça agora só para te perdoar, Remo Lupin?

            - Porque você ainda me ama.

            A expressão no rosto da garota transformara-se de seriedade para surpresa. Ela o abraçou rapidamente e sussurrou-o ao ouvido:

            - Isso é verdade, seu adorável imbecil.

            - Hein, Tonks. Mas a gente se entendeu apenas como amigos, ou você aceita um compromisso sério comigo?

            Antes de responder-lhe ela o olhou por um instante, seu olhar correndo dos olhos de Remo para os seus lábios e de volta para os olhos. Em resposta, ela beijou-o rápida e suavemente, seus lábios macios tocaram os dele, calmos porém apaixonados.

            - Isso responde a pergunta? – perguntou ela.

            - Só se eu interpretar como um “sim”.

            - É, você até que pensa rápido, não?

            Ambos riram com o comentário dela, até que ele se levantou e disse:

            - Então temos que conversar com seus pais.

            - Primeiro me ajude a levantar, Remo. – respondeu ela, estendendo seus braços para ele. – Aluado, seu rosto ainda está ardendo?

            - O que você quer que eu responda?

            - Que ainda está.

            - Sim, Tonks. Aquele seu tapa foi tão forte que ainda está doendo, nem sei como arranjei forças para aparatar até aqui. – respondeu ele, levando a mão até o lado esquerdo do rosto e rindo, enquanto fazia uma careta dramática e uma voz de vítima.

            - Com licença, boa noite. – o licantropo cumprimentou Teddy.

            - Boa noite, Remo. – respondeu ele. – Como você está?

            - Estou melhor agora, Sr. Tonks. – ele olhou para a metamorfomaga sorrindo.

            - Por favor, Remo, sou Teddy.

            - Ah, sim. Me desculpe.

            - Sente-se Remo, e conte-nos o que aconteceu no Largo Grimmauld e agora.

            Remo e Tonks responderam juntos ao pedido do pai dela, até que ao fim o licantropo fez o pedido – ele queria que tudo fosse certo, já que Tonks era uma moça de família - e, em mesmo um tanto relutante, Teddy permitiu.

            Depois, Remo despediu-se e saiu, deixando Tonks feliz da vida com seus cabelos que voltaram a ser de um cor-de-rosa vivo.

            Ao chegar ao Largo Grimmauld, ele estava mais que feliz e contou a Sirius que estava novamente com Tonks, e que agora seria sério e por iniciativa dele.


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