Quarta-feira quatro vezes escrita por Carcata


Capítulo 3
Maldito Bon Jovi


Notas iniciais do capítulo

hmmmMMMMM EU VO CHORA A ESCOLA TA ME MATANDO OQ EH ISSO SEM OR
enfim, tá aqui um cap novo :D mais um dia estressante para o foggy, e que vcs tbm tenham uma linda quarta-feira :3



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 Depois de meia hora só botando suas mágoas para fora, Foggy dispensou a vontade de beber uma garrafa inteira de vodca às 7:30 da manhã e saiu para o trabalho.

 Ele entrou no escritório e Karen estava sorrindo à sua frente, exclamando alegremente sobre a placa que tinha chegado naquela manhã. Seu sorriso afrouxou quando viu as condições em que Foggy se encontrava.

 — Foggy, seus olhos estão super vermelhos! — Ela se aproximou. — Você esteve chorando? O que foi?

 Ugh. Aquela garrafa de vodca parecia bem tentadora agora.

 — Não é nada, Karen — Ele entrou em sua sala e colocou sua mochila em sua mesa. — Só tive uma noite difícil.

 Porque “eu estou preso em um paradoxo no tempo e Bon Jovi está me deixando louco” não parece uma resposta que alguém iria acreditar. Especialmente às 8 da manhã.

 — Noite difícil?

 Os dois viraram para encontrar Matt fechando a porta com um olhar preocupado, sua cabeça virada para seu amigo.

 — Foggy? — Murdock estava inquieto, muito provavelmente ciente da choradeira de Nelson. Talvez ele conseguisse cheirar as lágrimas ou alguma coisa parecida. — Você está bem?

 Uuuggh. Garrafa de vodca, cadê você...?

 — Karen, mostre para ele o que veio pelo correio hoje de manhã! — Foggy declarou nervosamente, desesperadamente querendo mudar de assunto. Porque não importava o que ele dissesse, Matt sabia quando ele estava mentindo.

 Batimentos cardíacos. Certo.

 Karen ficou indecisa por um segundo, mas decidiu ir na onda de Foggy e entregou o pacote para Matt, que desembrulhou, confuso.

 — Passe os dedos nessa belezura! — Foggy riu, não querendo perder a reação de Matt ao sentir as letras da placa.

 Da última vez, Matt não teve essa oportunidade, os três foram correndo ver o que tinha sobrado da senhora Cardenas (Foggy estremeceu ao lembrar), e pelo visto esse era o único momento feliz que Nelson tinha pelo resto do dia, então ele quis aproveitar.

 Os lábios de Murdock foram abrindo em um sorriso magnífico a cada letra que lia, e ele não deixou de notar no canto de seu olho Karen suspirando apaixonadamente para Matt ao ver a cena.

 Hah, e ele pensando que tinha uma chance com ela.

 O telefone tocou e Karen foi atender. Foggy não quis interromper o momento romântico entre Matt Murdock e sua amada placa, mas teve que ser feito.

 — Matt — Ele murmurou em um tom tão baixo que só alguém com a audição de Murdock conseguiria captar, talvez isso chamasse sua atenção. — Temos que conversar depois. Sobre você ser o homem mascarado.

 Matt ficou tenso e prendeu sua respiração.

 — Desculpe, o quê? — Karen interrompeu, olhando para baixo com o telefone na orelha, e em seguida lançou um olhar de choque para os dois. Foggy preparou-se para a bomba.

 Foggy se perguntava quantas vezes teria que ver o corpo da senhora Cardenas antes de quebrar em lágrimas na frente de Karen e Matt. Ele nunca iria se acostumar com aquilo, e já era a terceira vez.

 Nelson pôs sua mão em um dos ombros cansados de Matt, oferecendo pelo menos um pouco de conforto. Este relaxou e abriu um pequeno sorriso, agradecido.

 Claro, Foggy ainda estava chateado com os segredos que Matt estava guardando dele, mas ele ainda era seu melhor amigo. (Foggy ficou até assustando ao se tocar que já tinha chegado a desconsiderá-lo como tal).

 Além do mais, os acontecimentos da noite passada tinham mexido com Foggy de um jeito que ele nunca imaginaria. Nunca tinha visto Matt chorar daquele jeito, e quanto mais ele pensava naquilo, mais difícil ficava de lidar com toda aquela merda acontecendo.

 Quantas quartas-feiras Foggy terá que repetir? Quantos Bon Jovis ele será obrigado a ouvir? Quantas senhoras Cardenas ele precisará lamentar?

 Quantos Murdocks quebrados ele vai ser forçado a consertar?

 Vodca seria uma boa ideia agora.

 Não muito tempo depois os três já estavam no bar. Karen tinha comentado que ainda estava cedo demais para beber álcool, entretanto Foggy só declarou que devia ser onze da noite em algum lugar no mundo.

 Matt não bebeu nem um gole.

 Foggy bebeu por ele.

 O sol já estava se pondo quando Foggy já tinha bebido tanto que mal conseguia parar em pé. Matt ajudou Karen a carregá-lo para um taxi, e Murdock se ofereceu para levá-lo até sua casa.

 Quando os dois entraram, Matthew trancou a porta.

 — Foggy, você deveria ir se deitar. — aconselhou. Foggy, agora bêbado, balançou a cabeça, e depois teve que se apoiar no ombro de Matt quando aquilo quase o fez perder o equilíbrio.

 — Não. Nã-Não posso te deixar ir... — Nelson insistiu e agarrou o braço do moreno. — T-Tenho que estar acordado.

 — Acordado para o quê? — Murdock suspirou e ajudou Foggy a colocá-lo na cama.

 — Pra quando você sair hoje à noite...

 Matt congelou.

 — O que eu vou fazer hoje à noite, Foggy? — Ele soou desconfiado. Foggy fez uma careta e colocou o dedo indicador nos lábios de Matt.

 — Shhh... Vo-Você não pode ficar sabendo. É segredo.

 Matt não estava para brincadeiras. Tirou o dedo de Foggy da sua frente e o encarou intensamente.

 — Saber do quê, Foggy?

 Ele bufou, indignado.

 — Que você vai sair como o mascarado hoje, e vai levar uma surra daquelas...

 Matt ficou boquiaberto e empalideceu.

 Foggy se perguntava quantas vezes teria que ver a mesma expressão de Matt quando confessasse isso de novo e de novo...

 — De novo e de novo? O que isso quer dizer, Foggy? — Murdock insistiu, ainda mais preocupado.

 Ops, ele falou isso em voz alta?

 — Sim, você falou em voz alta. Fog, o quê tá acontecendo? Isso não é só você sendo incoerente por causa do álcool, eu sei.

 — Huh, é porque o meu coração soa diferente ou algo assim? — Foggy estreitou os olhos, ainda não acostumado com a questão dos Batimentos Cardíacos.

 Matt tirou os óculos, seus olhos inúteis vagando em diferentes direções do rosto de Nelson. Era inquietante.

 — Não, é porque eu te conheço, e sei que você gagueja quando está bêbado e falando asneiras. Você não está gaguejando agora.

 Oh.

 — Eu... Eu não sei como você sabe de tudo... Isso — Matt mexia com seus óculos por entre os dedos. Fazia aquilo quando estava desconfortável. — Mas eu quero saber... Quero saber se você... Uh...

 Ugh.

 — Diga o que quer saber, Murdock. — Foggy rolou os olhos.

 — Você... Chorou antes de vir para o escritório hoje de manhã — Ele engoliu em seco. — Chorou muito. E você está miserável desde que te encontrei. Tem alguma coisa errada. O que está te incomodando, Foggy?

 Tudo. Tudo está quebrado. A firma, senhora Cardenas, você, minha sanidade.

 Eles ficaram em silêncio por um tempo, e então Foggy colocou sua mão no braço de Matt e sussurrou:

 — B-Bon Jovi está m-me deixando louco, Matt...

 Bem, não era uma mentira, mas também não era toda a verdade.

 O álcool em seu sistema e a presença confortante de Matt logo o levaram ao sono. Foggy não sabe o quanto dormiu, porém quando acordou, já estava de noite. Ele levantou em um pulo quando lembrou o que acontecia a essa hora.

 Matt Murdock. Sangue. Chão da cozinha.

 Foggy saiu às pressas para arranjar um táxi e ir até o apartamento de Matt.

 Quando chegou até lá, um mau pressentimento o atingiu e seu coração foi a mil ao avistar Murdock deitado no chão da cozinha, que já estava todo banhado de sangue.

 Não.

 Foggy ligou para Claire enquanto tentava acordar seu amigo, e quando a enfermeira chegou minutos depois, ele ainda não tinha obtido sucesso. Horas e horas se passaram, e Claire foi obrigada a dar a má notícia.

 O Diabo de Hell’s Kitchen tinha morrido. Matty tinha morrido.

 Merda. Merda, merda, merda.

 Lágrimas ameaçaram sair de seus olhos e dessa vez Foggy nem se deu o trabalho de contê-las. Murdock estava morto bem ali na sua frente, e ele tinha chegado tarde demais.

 Foggy era capaz de voltar no tempo, e ele tinha chegado tarde demais.

 O quê ele tinha feito para merecer aquilo? Tanto sofrimento por causa das mentiras de Matt, um inferno atrás do outro recomeçava toda vez que ele ouvia a mesma música no seu despertador.

 Agora, com Murdock morto e frio em seus braços, Nelson daria tudo para ouvir aquela maldita canção do Bon Jovi outra vez.

 

  — Shot through the heart, and you’re to blame!

 Foggy abriu seus olhos de repente, não sentindo nem um pingo de sono.

 — Darling, you give love a bad nam—

 O alarme foi voando para a parede, quebrando o aparelho e fazendo com que a música parasse. Foggy parou, ofegante, encarando o despertador que tinha jogado com fúria nos olhos.

 — Vai se foder, Bon Jovi.

 Dessa vez, Foggy faria a coisa certa.


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Notas finais do capítulo

me digam oq acharam! capitulo deprê? o foggy devia contar tudo de uma vez pro matt, ou deixar esse abacate lindo sofrer e apodrecer nas sombras sem saber oq foggy está passando?
deixe sua opinião e vou tentar responder o mais rapido possivel ;u; prometo *chora*

Bon Jovi, adoro suas músicas. bjs