Irresistible escrita por Carol Schreave


Capítulo 1
Capítulo Único . Strong Enough




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Senti um leve calor tocando meus braços, meus olhos abriram lentamente e percebi os tímidos raios solares que passavam entre as frestas da cortina.  Sentei-me calmamente na cama e abrindo os olhos devagar logo notei que Anne, Mary e Lucy estavam sentadas costurando novos vestidos para mim, extremamente concentradas, não resisti e esbocei um sorriso ao ver o carinho que elas tinham com seus trabalhos.

— Bom dia! - disse tirando a atenção delas com a costura. Todas me olharam rapidamente e me devolveram sorrisos sinceros.

— Bom dia, Senhorita America - Mary disse calmamente - Acordou cedo... Acredito que esse acontecimento merece uma comemoração - ela disse tentando não dar risada, mas todas nós rimos com a situação. Realmente eu não era a pessoa mais matinal que existia, então raras vezes acordava sem a ajuda delas.

— Gostaria de um vestido leve hoje, vocês tem algo em mente? - às vezes gostava de deixá-las escolherem minhas roupas. Via como isso as deixavam animadas e também contentes, era a forma de se orgulhar do trabalho que fora feito com tanto carinho para mim. Não demorou muito para Anne trazer um vestido branco com estampa de flores azuis e amarelas, ele era curto, na altura dos joelhos e parecia ter um caimento perfeito, assim como todos os outros vestidos que elas faziam.

— É lindo! - disse com total convicção e vi que elas esboçavam sorrisos sinceros após ouvir meu elogio.

 Com uma ajuda extra para me arrumar, rapidamente estava pronta para tomar café-da-manhã com meu futuro marido. Desci as escadas seguindo em direção ao salão, porém, quando adentrei no local não tinha ninguém além dos criados e eu. Maxon não estava lá como de costume, corri meus olhos por todo o salão tentando achá-lo de alguma forma, mas falhei de fato ele não estava ali.

— Por favor, vocês viram o Rei? - perguntei a dois guardas que estavam parados em frente à porta do salão. Percebi o olhar que trocaram e logo imaginei a resposta que viria.

— Desculpe Alteza. Mas não o vimos - um deles me respondeu de forma séria.

— Muito obrigada.  - disse para os dois guardas mesmo não acreditando muito no que tinham falado.

Definitivamente não acreditava na palavra deles, talvez Maxon estivesse ocupado e não podia me encontrar agora ou então não queria me encontrar. De qualquer forma estava curiosa onde ele poderia estar. Se estivesse em seu escritório os guardas falariam sem problemas, a situação era um pouco estranha e estava em dúvida no que poderia e deveria fazer. Vários pensamentos invadiam minha mente e estava tão absorva neles que nem notei uma das criadas se aproximando e me oferecendo um prato com uma torta de morango que aceitei prontamente.

— Alteza, 3º andar... Último cômodo à esquerda - a garota disse no momento que passava por mim indo em direção ao seu posto. Demorei alguns segundos para entender o que ela estava me dizendo, mas logo percebi, era onde Maxon estava e um leve sorriso formou em meus lábios.

Tentei comer a torta rapidamente, mas com a esperança de conseguir saboreá-la como sempre faço.  Após o término, pedi licença e fui em direção às escadas que me levariam ao 3º andar do castelo, subi em passos largos tentando não parecer desesperada, mas era obvio que a curiosidade já tinha tomado conta de mim. Assim que cheguei ao 3º andar, andei lentamente até o cômodo que fora me dito, a porta estava entre aberta e podia ouvir alguns barulhos vindos de dentro. Coloquei a mão na maçaneta da porta e a empurrei lentamente, tentando ao máximo não fazer barulho algum, dei passos lentos e entrei no cômodo de forma silenciosa e o que eu pude ver ali dentro me tirou o fôlego. Era Maxon, de uma forma que nunca tinha visto.

Na minha cabeça existia uma possível ideia que Maxon se exercitava, aqueles músculos e abdome não foram esculpidos por obra divina. Depois que ele contou como tinha esperança de um dia enfrentar seu pai, era óbvio que tentava se tornar forte para suportar tudo que sofria. Mas apesar de tudo nunca tinha visto Maxon fazendo qualquer tipo de esporte, a ideia nunca fora concretizada até aquele momento.

Meus olhos estavam presos na figura de Maxon, ele dava alguns golpes em um saco de areia pendurado no meio da sala, era um lado dele que ainda não conhecia. Ele estava sem camisa, suas mãos estavam enfaixadas e usava uma calça de moletom que se encontrava um pouco abaixo dos seus quadris, mostrando suas definidas curvas e entradas. Não pude deixar de notar como seu corpo estava suado e seu cabelo que sempre esta em uma posição perfeita, caía em seus olhos de maneira rebelde. Seus movimentos eram coordenados, o que deixava toda aquela cena ainda mais tensa, ele parecia muito bem treinado. Havia vários outros aparelhos para se exercitar na sala, e com certeza Maxon provavelmente usava todos, só assim para explicar aquele corpo que era tão atípico de um Rei que era protegido por vários soldados.  

O ar me faltou enquanto analisava todo aquele momento, Maxon estava incrivelmente sexy e tudo aquilo estava mexendo com a minha cabeça e com meu corpo, estava difícil me manter no controle. Aquela vontade de me jogar em seus braços surgiu novamente, vinha com um frio na barriga difícil de descrever. A última vez que algo quase aconteceu nos separarmos foi bem difícil, Maxon queria esperar até o casamento para ultrapassar todas as barreiras. Naquele momento eu esqueci de tudo e só pensava em seus lábios tocando os meus, suas mãos percorrendo meu corpo me arrancando suspiros. Eu deveria ter esboçado uma cara estranha, quando me dei conta e voltei para a realidade percebi que Maxon tinha parado seu exercício e me encarava esboçando um leve sorriso. Acho que de fato esqueci como respira por alguns minutos.

— America... - ele disse calmamente enquanto pegava uma toalha e retirava as faixas de suas mãos. Não parecia bravo ou incomodado pelo meu intrometimento.

— Maxon... Eu... - as palavras simplesmente não saiam da minha boca de forma coerente. Conforme ele se aproximava em passos lentos o meu cérebro parecia não realizar sinapse alguma, eu só conseguia olhá-lo.

— Gostou do que viu, querida? - ele dava seu típico sorriso torto e aquilo me deixou sem chão. Eu engoli seco e tentei formar alguma frase que fizesse sentido e que não me deixasse mais idiota do que já estava parecendo.

— Não queria te atrapalhar, me desculpa. - disse desviando o olhar que estava focado em seu corpo para o chão. Eu sentia meu rosto queimar de vergonha, precisava me recompor, por Deus America!

— Não se preocupe, eu já estava terminando - Maxon continuou - Acreditei que acordaria mais tarde, iria te encontrar para tomar café-da-manhã com a minha futura esposa. - ele disse já bem próximo de mim, levantei o olhar para encarar aqueles olhos castanhos que tanto me hipnotizavam.

— Não sabia que era tão bom nisso - minhas palavras saíram como um sussurro.

— Obrigada, querida - ele disse já muito próximo de mim - Você sabe, eu queria ser capaz de me proteger... daquilo. - Eu notei um toque de dor em suas palavras, ele se referia ao pai. Mas antes de conseguir falar qualquer coisa para confortá-lo, Maxon continuou - Bom... Agora... eu quero ser capaz de proteger quem é importante pra mim. - seus olhos fitavam os meus de forma doce, capazes de observar o fundo da minha alma.

Eu fiquei sem reação ao ouvir aquelas palavras, a cada dia percebia como eu era importante para Maxon e que ele faria definitivamente qualquer coisa por mim, até dar sua vida pela minha. Balancei a cabeça tentando espantar as memórias do dia da escolha e toda a tragédia envolvida, quando me dei por si, Maxon estava com o rosto à centímetros do meu.  Suas mãos estavam apoiadas na porta, uma em cada lado do meu ombro, seu olhos continuam me encarando e eu podia sentir sua respiração tocando minha pele.

Instintivamente desviei os meus olhos dos dele e corri o olhar por todo o seu corpo que agora estava muito próximo ao meu e, sem pensar duas vezes, minhas mãos foram em direção ao seu peito. As pontas dos meus dedos correram levemente e lentamente o peito de Maxon chegando até seu abdome muito bem esculpido. Quando voltei a olhar para ele, seus lábios formavam um leve sorriso que não durou muito e fora desfeito quando tocou meus lábios. O beijo começou lento, suas mãos que antes se apoiavam na porta, iam de encontro com meu rosto e minha cintura, Maxon me puxava mais para perto e nossos corpos se tocaram de forma fervorosa. Eu não me importava o quanto estava suado, toda aquela situação estava me deixando em êxtase e eu tinha que me concentrar para conseguir respirar e não desmaiar. Minhas mãos apertavam seus ombros e às vezes deslizavam lentamente por suas costas, dessa vez ele não se afastou de mim e em meio aos beijos eu forcei um sorriso satisfeita.

As mãos de Maxon agora faziam um esforço para unir cada vez mais nossos corpos, mas era uma tarefa impossível, estávamos tão colados que talvez não existisse sequer um centímetro entre nós. Nossos lábios se separaram em busca de ar, mas Maxon continuou seus beijos pela minha mandíbula e pescoço de forma lenta e provocante, suas mãos faziam um leve carinho em minhas costas o que me fazia arqueá-las. Toda a situação me causava arrepios e até alguns gemidos abafados, Maxon percebia a influencia que tinha sobre mim e eu não conseguia esconder as sensações que sentia. Minhas mãos puxavam de leve os cabelos de sua nuca e era possível ouvir um gemido vindo de Maxon, ele estava tão perdido em luxúria quanto eu.

Os carinhos e os beijos ficaram mais lentos, precisávamos nos separar ou ultrapassaríamos todas as barreiras ali. Quando os beijos foram sessados encarei Maxon com um olhar tímido, que me respondeu com um sorriso tão sincero que só ele sabia me dar. Estávamos bem próximos ainda, nossas testas estavam unidas e as mãos de Maxon ainda se encontravam em minhas costas.

— Eu te amo, America - ele sussurrou em meu ouvido após me dar um beijo na bochecha de forma inesperada.

— Eu também te amo - disse colocando meus braços em torno de seu pescoço e o puxando para um abraço. Ficamos algum tempo daquele jeito, apenas ouvindo nossas respirações concomitantes às batidas frenéticas de nossos corações ainda acelerados, poderia até dizer que era uma bela melodia.  Só nos separamos quando Maxon, enfim, cortou o silêncio que pairava pela sala.

— Será que a Senhorita me acompanha em outro café-da-manhã? - ele disse de forma brincalhona. Respondi apenas com um movimento de cabeça, ele sorriu em resposta e então se afastou de mim indo em direção a sua camiseta que estava jogada em uma cadeira.

— Maxon... - comecei a falar enquanto ele já se aproximava novamente de mim - Será que eu poderia vir aqui novamente? - fiz uma rápida pausa - Para vê-lo treinar? - meus olhos foram de encontro aos dele e ele deu um sorriso malicioso que também era refletido em seu olhar. Aproximei-me um pouco mais dele e sussurrei próximo ao seu ouvido - Gostei muito de vê-lo assim... Majestade - e dei um rápido beijo em seus lábios.

— Será sempre muito bem vinda, minha querida. - ele disse segurando meu rosto delicadamente com uma das mãos enquanto fazia um leve carinho em minha bochecha.  Sua outra mão fora deslizando em direção a minha cintura, me guiando para a porta que levava para fora do cômodo. Um pouco antes de sair do local meus olhos percorreram novamente o cômodo, imaginei tantos outros momentos que passaria com Maxon após o casamento, momentos em que talvez não fosse necessário interrompermos. Um sorriso bobo surgiu em meus lábios com esses pensamentos e não pude conter a ansiedade só de pensar nesses próximos momentos, eles seriam maravilhosos.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! :D