Música do Capítulo.

Alguns meses depois

                  Aplausos, gritos de animação e sorrisos. Era isso que rei e rainha recebiam logo que a escola, asilo e orfanato para as pessoas do “lar dos mal nascidos” foram inaugurados. Eles haviam recuperado a esperança do povo. Todos voltaram a  acreditar na justiça do reino e em uma nova era de decisões felizes. Tudo isso porque duas pessoas completamente diferentes uma da outra, se apaixonaram e aprenderam a governar juntas. De um simples interesse, quase inocente, o destino de vários súditos fora decidido.

          Isabella que agora se encontrava ao lado de Riley, seu novo fiel companheiro, sorriu quando o garoto começou a desenhar algo no caderno que a mesma tinha lhe dado, no meio do que parecia ser a festa mais animada do reino. O menino se encontrava sentado em um banco artesanal, que combinava perfeitamente com todas as cores harmoniosas da decoração do castelo.

           Tinha uma conexão especial com ele, com sua história, o garoto fora o único sobrevivente de um incêndio que acontecera em sua casa, assim como Jake, e tentava ganhar a vida com sua arte. Agora, felizmente o mesmo era muito bem tratado no castelo, já que Bella se recusara a mandar ele para o orfanato junto com os outros. O garoto era uma boa companhia para ela.

—Parece que as coisas mudaram  sob os comandos de Edward. — ela piscou para o menino quando disse isso, e ele riu de leve. Lembrando-se do que falaram na primeira vez que se viram. — Fiquei sabendo que receberá os mesmo treinamentos que o príncipe Cullen teve, em breve. — comentou a mulher, que recentemente havia se tornado mãe de uma garotinha linda.

—Sim, estou com um pouco de medo disso, eu acho que a única ferramenta que consigo manosear bem é um pincel e um canivete para moldar esculturas. — é a vez de Bella rir.

—Eu sou uma artista, e ainda sim fugi dos Volturi e fiz com que todos eles fossem pegos. Não duvide do poder do pincel. — zomba e o menino revira os olhos, parando de desenhar.

—Sim, você é mesmo surpreendente. — ele elogiou com agradecimento no olhar.

                 Certamente nunca se arrependeria da chance que estava dando a ele, fora a mesma chance que Jacob lhe deu, e quando você recompensa o universo, ele dá um jeito de fazer o ciclo positivo se repetir. Mal sabia ela, que ao decidir cuidar de Riley, ela também estava cultivando outro conto de fadas que em breve se tornaria realidade.

              Se despediu dele com um maternal beijo na testa, e acenou para o marido que agora conversava com Esmee no meio da comemoração, que ocorria no jardim do castelo. Parou quando sentiu uma mão em seu ombro se virou e no meio daquela tarde ensolarada avistou a expressão calma de Carlisle.

—Receio que ainda não tenha te parabenizado por isso tudo. — finalmente cedeu aquilo, logo fazendo Bella sorrir.

—Obrigada. — Não se faz de difícil, e isso agrada Carlisle.

— Isabella, eu nunca acreditei no potencial do meu filho como rei, por isso que sempre quis controlar suas decisões. — admitiu de forma séria, e isso surpreendeu Bella.  — Mas, eu estranhamente acredito no seu como rainha; Eu vejo isso em você...Garra, confiança e força...Esse reino teve rainhas maravilhosas, minha mãe, Esmee,são exemplos disso, mas, nunca tiveram uma como você, pronta para lutar por qualquer causa que acredite, sem nem se importar se o rei concorda ou não...Então, eu reformulo a frase; Eu nunca acreditei no potencial do meu filho como rei, porque nunca vi ele com você antes. Vocês são o casal perfeito. Então, acho que Gardênia toda, deve agradecer ao destino por juntá-los. E agradecerem por ter você, a rainha que provavelmente marcará gerações desse reino.  — o discurso de seu sogro fez Bella se emocionar.

—Okay, acho que isso é Carlisle Cullen sendo fofo. — comentou rindo, em meio as lágrimas que queriam surgir.

—Que o reinado de vocês seja longo. — deseja, antes de fazer algo que deixa Bella ainda mais incrédula, ele beija sua testa e logo em seguida se despede dela.

              Bella sorri ainda mais ao notar que ele estava indo em direção a Edward. Talvez ele também diria uma daquelas palavras motivadoras ao seu marido. E isso era o suficiente para a rainha saber, que Edward ficaria feliz.

—Oh céus! Bella senti tanto sua falta. — aquela frase com uma voz escandalosa, fora ouvida logo que Alice a abraçou com carinho e saudades. Havia chamado todos que eram importantes para ela, para estarem naquele momento de comemoração, e a baixinha estava no topo da lista. A apertou contra si, querendo compensar a falta que sentia da melhor amiga.

—Onde meu afilhado está? Preciso vê-lo pessoalmente. Só o vi por fotos desde que nasceu.   — Bella perguntou por ele, logo que se separaram, e Alice sorriu para a mesma largamente.

—Com o pai dele em algum lugar desse enorme jardim. Jasper deve está lhe apresentando a todo mundo. Aquele menino é o xodó dele. — lhe comunica e depois revirara os olhos. — E minha afilhada onde está?...Ainda não acredito que você colocou o nome dela de Renesmee. — Alice dramatizou e Bella riu.

—Está dormindo no quarto dela, Rose que acabou de chegar está lá com ela, e você não tem o direito de me julgar o nome do seu filho é Jasper Júnior. —  a rainha diz fazendo uma careta.  — Enfim, você também tem que ver ela pessoalmente, é a menina mais linda desse mundo. — Alice ri quando Bella suspira boba.

—Está ai uma virada no jogo, quem imaginou que Bella Black um dia seria uma mãe devota?  — zombou com carinho.

            Começaram a caminhar juntas pelo jardim, com Alice lhe contando as novidades de Londres e Bella explicando todo o processo de construção das instituições que criou. O castelo havia sido aberto para visitantes naquele dia para a comemoração, a pedido de Bella — coisa que não acontecia há bastante tempo — e surpreendente nenhuma algazarra havia sido feita. Depois da prisão dos Volturi nas masmorras do reino de seus pais, todos se sentiam seguros.

          A rainha foi as lágrimas quando avistou seu irmão vindo em sua direção, e pulou em seus braços. Jacob a acolheu como fizera desde que a conhecia.

—Estou tão orgulhoso de você, Bella. — comentou acariciando o rosto de sua irmãzinha. Tudo bem que a distância os impedia de estarem sempre juntos, mas, ambos mantinham um ao outro em seus corações.

—E eu estou tão feliz que pôde vir...Era essencial para mim que me visse crescendo, Jake. — ela contou aos prantos. —Eu te amo tanto. — não era segredo, e ainda assim era tão bom ouvir aquilo.

—Não mais do que eu, garota. — lhe disse com um sorriso fraternal. — Essa é Leah, minha noiva que você nunca conheceu e que nesse momento está totalmente deslumbrada com esse castelo. — apresentou a morena alta, que parecia uma modelo. Bella sorriu para ela.

—É bom que esteja cuidando dele. — avisou querendo soar perigosa. No fim, todos acabaram rindo.

          Esmee se despediu de seu filho, logo que viu seu marido se aproximando dos dois. Como mãe e esposa, sentia que eles precisavam de uma conversa sincera. O príncipe que agora era rei, suspirou quando notou a presença de seu pai perto de si. Ainda tinha bastante reservas com Carlisle, e não sabia como superá-las.

—Fez um bom trabalho, garoto. — quando ouviu aquilo dele, sentiu algo se remexer dentro de si com força. Aquela frase. Foi tudo que ele sempre quis receber de Carlisle. Não como rei. Mas, como pai. — Eu fui um péssimo pai para você, Edward, eu não te ensinei a me respeitar, te ensinei a me temer...Porque no fim, nunca fui digno do seu respeito...Você se tornou alguém melhor do que eu, e tenho orgulho disso...Não haveria um rei melhor para Gardênia...E um pai melhor para aquela garotinha de olhos castanhos...Eu acho que tenho que te agradecer filho, por ter ido contra tudo que eu decidi para você e ter trazido Isabella Swan para nossas vidas...Porque junto a ela, a esperança foi renovada em nosso reino, e eu ganhei uma neta que com certeza me dará muitas alegrias. — Aquilo. Aquilo sim era algo que Edward nunca esperava ouvir. — Eu amo você, filho, é importante que saiba disso. — lhe conta ainda mantendo a expressão de homem das cavernas.

—Eu também amo você, pai. — após Edward conseguir dizer isso, o mais velho o puxa para um abraço desajeitado que só significa uma coisa; Recomeço.

             Sorrisos. Reconciliações. Reencontros. É o que temos para a aquela tarde. Não demora muito para Isabella junto com as figuras importantes de seu passado, estar dos lado dos pais que agora apreendeu a amar. Charlie conversa com Jacob sobre assuntos que Bella considera chatos, enquanto ela abraçada a sua mãe, ouve Jasper relatar para Renée as confusões que a ex Swan se meteu durante seu emprego no hotel. Alice que agora segurava — Júnior. — depois de sua madrinha tê-lo mimado muito, se ocupava em entreter Leah que parecia perdida com a animação e confusão de todos.

—Cara, pode pedir para sua filha ser menos fofa?  Rosalie fica olhando para ela e tendo ideias, do tipo “Ei deveríamos ter um filho agora, e adiantar nosso casamento”. — Quando Emmett chega perto do rei  — que agora já está sozinho de novo — para dizer isso, Edward simplesmente gargalha.

—Desculpe, mas, você achava que essa viagem duraria para sempre? Um dia as responsabilidades aparecem amigo. — Edward comentou batendo de leve nas costas dele.

—Para você, elas vieram bem rápido; Marido, rei e pai de uma vez só. —  Emmett zomba.

—E o homem mais feliz do mundo. Lembre-se disso. — Edward pede, logo que observa a esposa sorrir brilhantemente para todos a sua volta. Sorte. Era o que ele tinha, por ter ido a Londres e encontrado algo que nem estava  procurando. Sorte por Isabella ter se apaixonado por ele e por desde então sua vida ser completamente feliz. Sorte pela pequena garota que havia nascido por meio desse amor, e sorte pelos súditos agora fiéis que transitavam por seu jardim, finalmente se sentindo próximos dele.

[...]

                Ela tinha os olhos da mãe e os cabelos do pai.  Princesa Renesmee Carlie Swan Cullen, nome dado em homenagem aos seus avós, observava seus pais atentamente naquele momento, enquanto os dois praticamente babavam por ela, ao lado de seu berço.

         —Ela é tão linda. — Bella diz pela milésima vez, e Edward pela milésima vez concorda. A mesma encosta sua cabeça no ombro do seu marido, e delicadamente puxa um objeto de cima da cômoda rosa bebê que decora o quarto de sua filha. Sem demora, ela entrega ao rei.

—É uma joia. — Edward nota ao abrir a caixa de veludo. —Um coração. — complementa com as sobrancelhas franzidas.

—Aparentemente, é uma herança de família. — ela diz revirando os olhos. — É um coração de diamante. Renée me deu hoje, disse que isso deveria ser meu quando bebê, que eu usaria no meu batizado, então decidi que será da Renemee, como uma forma de honrar a vontade da minha mãe. E além do mais, achei que que essa joia tinha alguma coisa a ver com nós.  — comenta sorrindo abertamente.

—Como assim? — o ex príncipe não entende.

—Seu coração, Edward Cullen é raro, é até puro de certa forma, e nosso amor foi cultivado por ele...E o meu, havia uma escuridão terrível nele, então você chegou e iluminou tudo, você tornou um coração cinza, ao...Brilhante. — ela tenta explicar sua louca lógica e Edward assente.

 — A junção de um coração raro com um coração brilhante, forma perfeitamente um coração de diamante. — e ele a entendia, porque sempre entenderia. Porque a amava demais.

             Bella olhou para ele com todo amor que tinha em seu ser, antes de beijarem pelo que também parecia ser a milésima vez.

              Aquilo certamente não era o fim de um conto de fadas, em nenhum momento surgiria créditos dizendo um belo e previsível “E foram felizes para sempre”. Aquilo era somente, duas pessoas que se amavam demais fazendo as coisas darem certo. Porque na verdade, contos de fadas não existem, perfeição não existe, o que existe é o amor, em todo lugar, esperando para ser sentido. Seu príncipe? Ele não precisa ser um cara que nunca beijou outra, ele só precisa ser o cara que te faz se sentir amada em seus piores dias, a pessoa que arranca seus sorrisos mais sinceros, que te irrita de segundo a segundo, mas, que também acalma seu coração em momentos de aflição. Sua princesa? Ela não precisa ser uma garota chorona e frágil, que sempre precisa de alguém para se apoiar, ela pode ser forte, saber o que quer e ainda sim precisar de você para dizer um “você consegue” quando duvidar do seu próprio potencial.

          Então é isso, e eles foram felizes para...Ops...Eles foram felizes hoje. O amanhã? Ele é consequência do hoje. Se você amar hoje, se você cuidar hoje, se você lutar por esse amor hoje, amanhã, ele ainda estará lá.