Coração De Diamante escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 22
Capítulo 20 - Edward E Bella De Sempre.


Notas iniciais do capítulo

~Desviando das pedras e tochas~
Gente, vamos começar com eu dizendo que eu realmente não havia notado que se passou tanto tempo desde minha última postagem aqui, foram 4 meses...4 longos meses, afastada dessa fanfic, e nem sei o que dizer para que vocês me desculpem por isso? Um "Eu sinto muito" é suficiente? Um "Esse capítulo tem mais de quatro mil palavras" serve?

Enfim, voltando a programação de sempre hahahaha, eu tenho que fazer um comunicado para vocês; Faltam menos de cinco capítulos para essa fanfic acabar! É eu sei, passo mil anos sumida e volto com uma dessa, mas, gente não é algo que decidi agora, é que a história já está chegando no ponto que eu queria para acabar!
Em todo caso...Gostaria de informar também, que como acabei ficando devendo um bônus na fanfic "Friends" quando acabei ela, aqui nós teremos um bônus sim!

Não se preocupem com a possibilidade de eu sumir de novo, porque como eu disse a fanfic está em reta final, e quando eu entro nesse processo não demoro a postar, porque volta e meia fico muito ansiosa para soltar os capítulos, então não se surpreendam se eu postar penúltimo, último capítulo e bônus em um só dia!

Eu ficaria MUITO MUITO MUITO feliz em ver vocês nos comentários, então mesmo eu não merecendo tanto assim, façam isso por mim please!!!

Boa Leitura!



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          Aquele belo jardim, cultivado com tanto cuidado podia muito bem ser a inspiração novamente para seus novos quadros. Da janela do quarto que ocupava naquele castelo, ela o observou, enroscando suas mãos na cortina branca que decorava a mesma. Era mais uma manhã ensolarada em Gardênia, reino que pouco a pouco ela estava começando a considerar seu lar. Dois meses haviam se passado desde seu casamento com Edward, e sua barriga já começava a apresentar uma pequena elevação, por conta da gravidez.  Tudo era diferente para ela agora. Uma nova vida para a nova Bella.

                Ainda sim, aquela garota aventureira que sempre estava correndo em direção há algum lugar, ou atras de alguma coisa, volta e meia queria sair de dentro dela e dar as caras. A vida de rainha era tragicamente...Calma.

          Executava tarefas tediosas ao longo do dia, e por mais que Rosalie lhe acompanhasse na maioria delas e tentasse lhe animar, não conseguia achar nenhum fato fato interessante na ação de ter que tomar chá com duquesas quase todo fim de tarde.

          Edward tentava passar o máximo de tempo possível com ela, era nesses momentos  breves que ela finalmente conseguia ser a Bella de sempre, os dois davam um jeito de fugir para a cozinha do castelo, dispensavam os criados, e então, Isabella começava a criar pratos criativos que eram experimentados com muita animação por ele. Ou então, os dois se trancavam dentro do quarto real e começavam a conversar sobre coisas diversas por horas, criando piadas internas que depois eram usadas em jantares formais que eles eram obrigados a participar por seus títulos.

            Mas, por mais que ele tentasse ser cem por cento presente para sua esposa, ele ainda era rei. Haviam milhares de compromissos diários, principalmente na última semana, na qual estava se preparando para uma negociação com um reino que por muito tempo recusou um acordo.

          Isso causava irritação em Bella, mas, ela tentava a todo custo entender. Compreensão, era uma das coisas que ela havia aprendido a treinar com Edward, desde que o conheceu. Bem, mas, naquele dia, seus hormônios aguçados de grávida, não foram capazes de dar conta disso. Ela decidiu que terminantemente não compareceria a outro compromisso chato, ao invés de ficar com seu marido.

            Trajando um vestido leve azul claro, coberto por um casaco transparente bege e sapatilhas— peças que faziam parte de seu novo guarda-roupa de rainha — a mesma seguiu determinada, em direção a grande biblioteca que servia de escritório do rei agora. Aparentemente, Edward se sentia mais confortável para tomar decisões  lá. Quando chegou em frente, a majestosa porta, os guardas não tiveram nenhuma objeção para abri-la para ela. Bella agora era uma rainha, afinal. 

             Dentro do espaço repleto de livros antigos, ela encontrou o ex príncipe Cullen debruçado sobre a mesa enorme de mogno. Avaliava alguns papeis com atenção, e suspirava, parecendo preocupado com o que lia. Bella pigarreou e ele notou sua presença, sorrindo levemente para ela. A mesma era a única coisa que o impedia de enlouquecer com tantas responsabilidades adquiridas.

—Como vai o trabalho? — ela questionou calmamente, arqueando uma sobrancelha e se aproximando aos poucos.

—Louco. E ficará tudo pior, quando Emmett for embora semana que vem...Ele está sendo de grande ajuda para mim, mas, realmente merece que sua decisão de partir seja respeitada. — Edward estava se referindo a viagem que seu amigo faria com sua agora cunhada. Os dois pretendiam conhecer o “mundo” juntos. Nada de títulos matrimoniais agora. Bella ficava frustrada, por sua grande companheira ter que partir também, mas, estava mais do que alegre, por sua irmã poder ter uma experiência como aquela, depois de ter passado toda uma vida seguindo regras e não podendo agir por conta própria.

              A nova Cullen balançou a cabeça para o rei, como se dissesse que o entendia, e então chegou mais perto, deixando seus rostos quase colados um no outro. Edward encarou os olhos da amada, e em seguida com carinho, encostou seus lábios nos delas, em um selinho rápido.

—Um selinho? Quando nos tornamos dois velhos, mesmo? — ela questionou com deboche, e ele riu levemente, antes de por fim beijar sua testa e voltar ao trabalho. — Hey, você não quer me ajudar a fugir da prova de vestidos de hoje? Estou adorando criar uma relação com a minha mãe, mas, as propostas dela são realmente...Decepcionantes...Às vezes cogito cortar os pulsos com seus convites. — dramatiza, e Edward a olha com repreensão por sua piada de mal gosto.

—Eu sinto muito...Tenho uma reunião com o conselho hoje, como eu já disse, Emmett está indo embora, e temos que decidir com urgência quem ficará no lugar dele na bancada. — explica com uma expressão de frustração e Bella suspira.

—E você não pode simplesmente nomear alguém? Por que sempre tem que haver tantos protocolos, reuniões e regras?  — aquela ainda era a garota, que não dependia de nada disso para viver.

—Porque isso é um reino, Bella...O fácil não é opção aqui. — Edward diz isso em tom sério, então Bella se afasta e acaricia sua barriga um tanto automaticamente, enquanto encara ele.

—Você soou agora exatamente como seu pai...E não, isso não foi um elogio. — ela comentou com ironia, antes de lhe dar as costas. Edward passou a mão por seu rosto, e deu o centésimo suspiro frustrado daquele dia.

                Já no corredor, e sendo observada pelos guardas, Bella estancou no lugar e respirando fundo, se virou e voltou seu olhar para a porta daquela biblioteca, cogitando voltar lá e gritar algo incoerente como a antiga Bella faria, então revirou os olhos e notou que não adiantaria de nada. Edward não notaria seus recentes erros, se ela fosse a Bella que julgava, antes de avaliar seu ponto, se é que naquele momento ele tinha um. Então, reunindo todo seu auto controle, ela decidiu que tinha de buscar uma maneira de se distrair naquele momento. Dirigiu seu olhar para o jardim, e pensou mais uma vez nele como inspiração para um quadro. Era isso. Iria pintar um pouco.  Mantinha essa decisão, quando voltou a caminhar pelo corredor, então estancou de novo.

             Assim que se arriscou novamente a olhar pelo jardim, encontrou algumas vans de mantimentos que vinham do exterior do castelo, então a Bella aventureira dentro de si teve uma ideia. Se não conseguida achar nada interessante para fazer dentro do castelo, talvez pudesse achar fora.

               Foi com essa nova decisão em mente, que começou a ir em passos rápidos para seu quarto. Chegando lá, Bella praticamente correu para o seu quarto.  A mesma foi até seu closet, e com maestria afastou os vários cabides que sustentavam vestidos caros, escolhidos por Esmee e sua mãe, e tirou de lá de trás uma pequena mala. Com cuidado e por a mesma não pesar tanto, ela a colocou sobre a enorme cama.

                Bella sorriu quase emocionada ao encontrar suas antigas roupas, então rapidamente tirou de lá um moletom cinza,  uma calça jeans azul que ela pediu mentalmente que ainda servisse nela, e um all star surrado. Não demorou muito para vestir aquelas peças, as quais sentia tanta falta, e em questão de minutos, já estava novamente no corredor, e prendia os cabelos em um rabo de cavalo desajeitado, enquanto ia em direção as escadas dos fundos do castelo, a qual, ela descobrira que quase nunca usavam.

            Enquanto ia rumo aquele lugar, parou um pouco para pensar nas recomendações de Edward sobre nunca sair desacompanhada, ele dizia que o que não faltavam eram pessoas interessadas em machucar membros da realeza. Mas, afinal, seguir aquilo ia contra toda ideia de liberdade que ela defendeu a vida toda. Era sobre seu direito de ir e vir, afinal. Sim, estava grávida, o que devia ser levado em conta também, mas, isso não a tornava indefesa. Criada da forma que foi, Bella realmente sabia se virar.

             Foi se convencendo disso, que prosseguiu com sua ideia.  Desceu cada degrau calmamente e quando chegou ao último, deu um jeito de abrir as fechaduras enferrujadas da porta que dava para a cozinha principal do castelo; Aquela na qual, os banquetes especiais eram preparados. Cobriu sua cabeça com o capuz do moletom, e como uma estrela de filmes de ação, começou a andar rumo as centenas de pessoas que ocupavam o ambiente, gritando umas com as outras. Camuflada o suficiente, passou despercebida, ao ponto que chegou a outra porta do recinto, sem ser reconhecida por ninguém.

            Essa dava diretamente do jardim. Bella sorriu por seu talento e rapidez, e sua animação só aumentou quando viu que a van de alimentos ainda continuava ali, agora aparentemente vazia. Foi até lá, decidida.

—Hey! Você sabe quem eu sou? — questionou para o cara que aparentemente era o motorista, tirando o capuz e o encarando com uma expressão de convencimento. Ele arregalou os olhos.

—Cla...Cla...Claro, você é a rainha. — o baixinho gaguejou ao reconhece-la, e Bella riu para o nervosismo dele, e aquilo só piorou quando ele fez uma reverência respeitosa a ela.

—Okay, isso não é realmente necessário...É estranho. — comenta risonha, se sentindo incomodada, logo ele se ergue.

—Desculpe. — se vê no dever de pedir e Bella revira os olhos.

—Tudo bem, eu desculpo com uma condição. — oferece como uma boa negociadora.

—O que a majestade quiser. — oferece de pronto.

—Eu quero que você me tire do castelo, tipo agora. — lhe conta sua maravilhosa ideia, e ele a encara apavorado.

—O que? A senhora está falando sério? Por que iria sair sozinha? — indaga sem entende-la.

—Uau, senhora é realmente antiquado, eu tenho idade para ser sua neta, sem ofensas...E não é realmente da sua conta, só preciso que faça esse pequeno favor por mim. — fala sem a miníma paciência para explicar os detalhes.

—Tudo bem, mas, isso... — Bella não deixa que ele continue.

—Agora. Eu quero ir agora. — afirma com toda sua convicção. Ainda assustado com aquele pedido tão estranho, o mesmo assente e sem mais questionamentos, abre espaço para que a rainha entre na van. Espera como era e sendo a garota que fugia do orfanato ao menos uma vez por semana para conhecer o mundo lá fora, ela dá um jeito de se esconder entre os bancos para que os guardas não a veja e relatem sua fuga para Edward.

[...]

        Cor. Música. Flores. Risadas. Sorrisos. Pela descrição feita por Edward sobre Gardênia, era aquilo que Bella esperava encontrar ao visitá-la mais a fundo, mas, isso não foi nem de longe o que achou, enquanto caminhava pela feira semanal que o baixinho chamado Clarkson a deixou, quando ela pediu para ir para o ponto com mais pessoas dos reino, Bella teve em vista um cenário cinzento, um a falta de vida preocupante, e uma desesperança absurda. Não demorou a notar que aquela era a parte pobre de Gardênia, onde os inferiores aos nobres viviam.

      Logo que andava, seus tênis se encontravam sujos de lama e uma leve garoa caia, completando a imagem do lugar que mais parecia um retrato de um dos filmes medievais, do tempo das cavernas que Alice volta e meia a forçava a assistir.  Ela que nunca foi muito sensível, sentiu seus olhos marejarem, quando avistou uma criança com mais ou menos seis anos sentada nas escadarias do que parecia ser um cinema abandonado, pedindo esmolas com uma caneca de alumínio enferrujada, a garota tinha uma expressão sôfrega no rosto, e aquilo doeu no coração de Bella. Talvez fosse seu lado de mãe crescendo dentro de si com força.

                   Haviam alguns comerciantes vendendo frutas nem um pouco atrativas, ao lado desse cinema, em barracas nadas luxuosas para ser mais específica, eles não pareciam nem ao menos sensibilizados com a situação da garota, ao que aparentava aquela já era uma situação normal por ali. 

              Com crianças em seus colos, mulheres se desdobravam em dez, para lavarem roupas com a água da fonte que caindo aos pedaços existia ali. Idosas separavam feijões, e costuravam crochet com expressões de dor, a idade havia chegado, mas, o merecido descanso não. Bêbados cantarolavam canções francesas antigas, saindo de lugares deploráveis, com aparência de tavernas antigas.

          Se sentindo subitamente enjoada com aquela visão de dificuldades, Bella se afastou um pouco, encolhendo-se no moletom que a impedia de ser reconhecida. O que era realmente improvável ali. As pessoas naquele lugar sem olhar umas para as outras, andavam de cabeça baixa, pareciam assustadas com a possibilidade de serem vistas de verdade. E além do mais, pareciam realmente por fora do mundo real, ou seja nunca nem deveriam ter visto a face dela em algum lugar.

             Bella ofegou, e Clarkson que insistiu em acompanha-la durante aquele “Tour”, para garantir a segurança da rainha, a olhou como se dissesse que entendia o espanto dela.

—O que aconteceu aqui? — a rainha questionou em um tom baixo e ultrajado.

—Foi nomeado como o lugar certo para as pessoas sem títulos ou propriedades...Sinto muito que a senho...Que você tenha que ver isso, te falei que era melhor visitarmos a parte do reino, onde as dondocas tomam chá. — comenta parecendo envergonhado com aquela situação.

—É completamente... — não tem palavras para descrever.

—Nojento? Triste? Frustrante? — tenta ajudá-la a encontrar.

—Injusto. Essa é a palavra. — a ex Black diz convicta, logo que dá mais uma olhada no lugar.

—Tem um nome: Lar dos mal nascidos. — também não parece orgulhoso desse fato.

                     Assim que está prestando atenção nos detalhes daquilo, seus olhos astutos se focam na entrada de um beco com as paredes marcadas por lodo, em meio aquele cenário escuro e frio, havia uma luz. Um menino trajando roupas de má qualidade, que naquele momento, ajeitava algumas esculturas de madeira sobre um tapete gasto. Bella seguiu imediatamente naquela direção. Com sua curiosidade de sempre, avaliou os pequenos cavalheiros moldados de modo tão talentoso.

—São lindas. — ela elogiou, e o garoto ergueu os olhos na direção dela; Bella sorriu. Ele era lindo. Não tendo mais que treze anos, era dono de cabelos acobreados, e olhos castanhos esverdeados, que no sol deveriam ser muito bem valorizados, isso combinando com uma pele pálida, que sorria perfeitamente com os lábios avermelhados. Bella não sabia porque, mas, enxergou um príncipe nele.

—Não é o que o maioria das pessoas daqui acham; Todo mundo diz que é estupidez continuar as fazendo. — a rainha franziu as sobrancelhas, quando escutou a voz áspera dele dizer aquelas palavras.

—A arte não costuma ser entendida...Mas, ela é uma boa amiga, e se ela tem honrado essa amizade, não acho prudente desistir dela. — falava por experiência própria.

—Não acho que ela honre alguma coisa no lar dos mal nascidos, as pessoas passam fome aqui senhorita, ninguém está preocupado em comprar cavalheiros de madeira, ou alguma coisa do tipo.  — aquele tom revoltado. Ela o reconhecia. Já havia ouvido ela mesma falar daquele jeito.

—As coisas devem mudar, digo, o príncipe Cullen assumiu o trono, e pelo que eu ouvi, ele não é um tirano como o rei Carlisle. — Bella tenta argumentar, e o menino dá uma risada amarga.

—Ela já está há meses no trono, e nada mudou, senhorita. Ele é um Cullen, todos eles são iguais, se fingindo de bonzinhos e fazendo promessas que só serão cumpridas para um lado do reino; O lado nobre. Nós somos os esquecidos. — havia tanta mágoa na fala daquele menino. —Ao que aparenta, ser esquecido é a sina de algumas pessoas. — Bella podia reconhecer  a referência a si mesmo naquela frase.

—É! Deve ser devastador acordar e olhar para esse sofrimento todos os dias, como se...Não fossem dignos. — ela nota com a voz embargada.

—A senhorita parece incrédula com a situação, não é desse reino? — indagou com curiosidade, e Bella tentou sorrir.

—É...Digamos que vim de outro reino...Achei que as coisas aqui seriam diferentes de lá, que as pessoas fossem tratadas de outra forma...Eu estava enganada. — comenta frustrada.

—Acho que não importa para onde você vá...A dor, o sofrimento, o desespero sempre estarão lá...Eles são mais certos que o amor, é o que eu acho. — agora começava a reunir as peças de volta para uma cesta.

—Reconheço o tom de ressentimento na sua voz, garoto...Na verdade, reconheço muita coisa de você...Essa ideia tola de que o mundo não está nem ai para você, e que você não merece algo melhor é bem comum para mim. Digo, ficar se afundado em um ciclo vicioso onde tudo parece dar certo para os outros, menos para você...É...Eu entendo desse sentimento....A escuridão que aparece, quando você nota que está sozinho em sua própria dor é...Gritante...Então você para e pensa, por que ainda está tentando, e decide da forma mais covarde possível que só existe a parte ruim das coisas...Não tenta ver o lado bom...Escolhe a indiferença à situação como parceira. — enquanto Bella dizia tudo aquilo, ela tinha um olhar vago. — Mas, quer saber? Não funciona, um dia, alguém chega na sua vida e tira todos esses conceitos absurdos de você...A escolha é sua de novo; a de se arriscar em um sentimento positivo que não conhece, ou de permanecer na escuridão sozinho. — quando complementou aquilo, enxugou uma lágrima solitária que deslizou por seu rosto. — Desculpe, eu sei que isso não tem nada haver com a situação que você vive aqui...Qual...Qual é seu nome? — questiona o encarando calma.

—Riley, senhorita. — mesmo confuso com o comportamento da mulher, ele se apresenta.

—Me chamo Bella, Riley...Eu tenho que ir agora, mas, antes quero te dizer algo. — respira fundo, encarando o garoto que agora franzia as sobrancelhas para ela. — Eu vou te ajudar. Eu vou ajudar todos aqui. — havia convicção e força em sua voz, e por dois segundos, o menino quis simplesmente acreditar.

[...]

                Clarkson a levou de volta para o castelo, com certeza a pessoa mais simpática que havia conhecido em Gardênia desde que chegou naquele reino. Ainda trajava suas roupas antigas, quando pela segunda vez naquele dia ia em direção a biblioteca do reino, claro que o capuz já não cobria mais sua cabeça. Agora ela queria ser vista. E escutada.

                     Só que contrariando os acontecimentos da primeira visita, dessa vez os guardas a barraram na volta.

—O rei está em uma reunião importante, e pediu com firmeza para que ninguém o interrompesse. — um deles fala com a voz forte, enquanto avalia o estado estranho da rainha.

—Okay, eu realmente não queria ser o tipo de pessoa fútil que fica exibindo esse título estúpido por ai, mas, eu não sou “ninguém” eu sou a rainha desse reino, mesmo que agora não aparente ser isso...Ou em qualquer outro momento da minha vida...Enfim, não importa mesmo, não vou ser o tipo de pessoa fútil que exibe o título...É como Isabella Black que eu digo para você abrir essa porta, a não ser que queira um escândalo épico aqui. — comentou com sua expressão mais ameaçadora.

                 Ele se assusto, tanto que sem “mas”, o mesmo empurrou as majestosas portas do lugar, assustando o grupo de pessoas que estavam naquela sala. Bella não se importou com nenhuma delas, seu foco fora somente para seu marido, que aturdido levantou-se da cadeira que antes ocupava e veio até ela.

—Bella, o que faz...Por que está trajando essas roupas? — questiona em um tom confuso, e a ex Black simplesmente ignora seus questionamentos.

—Já ouviu falar do mal nascidos? Já foi lá? Porque eu fui, e adivinhe Edward, é a coisa mais repugnante que eu já vi na minha vida e olha que eu já vi bastantes coisas terríveis. — questiona ultrajada, a ponto de chorar de novo.

—O que você fazia lá?  Bella, eu já te disse que não pode sair desse castelo sem me avisar, muito menos para lugares como esse. — o tom de Edward é sério e preocupado. — Você está grávida, não se preocupou com nosso filho? — agora era acusatório.

—Céus! Havia uma parte ingênua de mim, que ainda chegou a acreditar que você não sabia sobre aquele lugar...Que Carlisle nunca te apresentou aquela realidade...Que por isso você não deu um jeito naquilo...Mas, foi simplesmente por descaso. — ela dá uma risada incrédula.

—Bella, aquele lugar...É complicado, okay? É um mal que ainda vai ser combatido...Precisamos de tempo...Você sabe que eu vou dar um jeito naquilo, confie em mim. — pediu unindo a mão, fazendo ela revirar os olhos.

—Um mal? É um erro, Edward...Um erro de um reinado que só se preocupou com os ricos...Não há tempo, Edward...Existem crianças lá! Crianças sozinhas, desamparadas, passando fome...Crianças que precisam que esse maldito reino faça mais do que dar banquetes para condessas fúteis, com pratarias que custam uma fortuna...  — gritou aquilo aos quatros ventos.

—Bella, eu sei que é horrível...Que é revoltante, mas, eu preciso de estratégias para resolver essa situação e isso requer certa paciência...Não desisti deles. — o tom de Edward é quase ofendido, ao ouvir aquelas palavras.

—Estratégias? Onde está o cara que pagou uma fortuna só para eu dar uma de guia turista? Onde está o cara que doou uma grana para um orfanato só por que eu pedi? Onde está o cara que me presenteou com uma galeria? Onde está o cara que mandaria as estratégias para o inferno e faria algo a respeito de uma tremenda injustiça? — Bella clama por ele. — Você quer ser um rei? Então seja um rei, não se trata só de exibir a droga de uma coroa, mas, sim de tomar decisões, e fazer escolhas...Escolhas que signifiquem algo para alguém. — continua sendo a impulsiva que sempre é. — Eu já fui uma daquelas pessoas, Edward, desprezadas pelo resto do mundo, e dói, dói como o inferno e saber que não há ninguém que queria mudar isso, dói ainda mais...Nós vamos ter um filho, e sendo uma mãe que quer o melhor para ele...Não desejo que ele nasça em um mundo, que o pai dele pode fazer a diferença, mas, está perdendo tempo se transformando em um idiota completamente diferente do cara íntegro pelo qual eu me apaixonei. — sabia que logo mais se arrependeria disso. Sabia pois seu arrependimento começou, logo que Edward lhe lançou um olhar afetado. Então, ela simplesmente o deu as costas e saiu dali.

[...]

         Estava de banho tomado, sentada no baú de frente para a cama de casal que dormia com Edward, refletindo sobre todas as coisas que aconteceram naquele dia; A noite estava escura naquela noite, combinando com seu humor. Ergueu a cabeça na direção da porta, quando um Edward com uma expressão séria entrou por ela. Ele se encostou na soleira desta, e suspirou.

—Podemos conversar? — questionou em um tom calmo.

—Não sei se quero fazer isso...Para falar a verdade, se fossemos um casal normal, esse seria um daqueles dias que eu te colocaria para dormir no sofá da sala. — Bella comenta com um olhar distante.

—Eu não sei o que está acontecendo comigo...Julguei tanto Carlisle por seus erros, e prometi a mim mesmo que não seria como ele...Então, finalmente conseguiu o poder, que fui treinado para receber e me corrompi por ele...Pior, machuquei você...A pessoa que eu mais amo no mundo e que faz eu me sentir o mais sortudo dos homens todos os dias. — ele começa mesmo sem a permissão dela.

—Se você acha que palavras bonit... — Edward não deixa que ela continue, já sabia o que ela faria; Tentaria afastá-lo com mais comentários duros.

—Tem razão, não podemos deixar que nosso filho viva em um mundo que lugares como aquele existem, porque quem poderia fazer algo a respeito, decidiu injustamente não fazer nada. — prossegue andando em direção a ela. — Quero que essa criança tenha orgulho de mim, Isabella...Quero que veja em mim, uma pessoa boa que toma decisões corretas, pelo menos na maior parte do tempo, e que não é um idiota que se ocupa com assuntos banais, em vez de estar aproveitando um tempo precioso com a esposa maravilhosa que tem. — se senta ao lado dela no báu, e com os olhos marejados pela milésima vez no dia, ela o encara.

—Eu só não quero que deixemos de sermos nós, Edward...As pessoas que se apaixonaram perdidamente uma pela outra em Londres...Digo, somos realmente jovens, estamos começando uma vida juntos, eu sei que temos um reino para tomar de conta, mas, antes disso, temos que tomar conta dos votos que estabelecemos quando nos casamos...Eu abri mão de coisas por você, e eu estou tentando, todos os dias...Ser a princesa Marie, e acho que até tenho deixado de ser só a Isabella. — admite, e com os olhos marejados também, Edward agarra o rosto de Isabella com as duas mãos e a olha com intensidade.

—Eu sei do que abriu mão, Bella, e eu também sinto muito por só você estar cedendo...Eu prometo a você, eu vou fazer dar certo. Nós vamos. Como sempre temos feito desde que nos conhecemos. Você é muito mais que minha rainha, você é a mulher pela qual eu escolho me apaixonar  todos os dias e estou realmente orgulhoso da pessoa que vem se tornando, de ter crescido e se superado. Eu te amo, Isabella, e vou amar durante o resto da minha vida, provavelmente até depois do fim dela. — aquela declaração faz Bella sorrir.

—Eu amo você, Edward Cullen. Para sempre. — garante, e sem mais delongas, Edward a beija com amor, carinho e até certo desespero. Finalmente um beijo de verdade. Para um relacionamento de verdade.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Estou desculpada?



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