Boys Love escrita por Rondie-chan
Notas iniciais do capítulo
Ialá, mais um capítulo! Nossa, já estou ficando boa nisso...
O restaurante estava quase lotado. Dezenas de casais, todos de mãos dadas, com aquela carinha inocente de “eu achei uma pessoa sem a qual não consigo viver”. Yuki continha-se para não rir deles; se não conseguíssemos viver sem determinada pessoa, não nasceríamos sozinhos.
-bem vindos. São dois?- perguntou o garçom. Não, somos três, eu, o baixinho e o meu alterego, o Nakago, vilão de Fushigi Yuugi...
Sem suspeitar da resposta-Seu-Lunga que Yuki ia soltando, o homem os conduziu até uma mesa que ficava ao lado de um enorme aquário, onde peixes de diversas espécies nadavam para lá e para cá, ignorando os clientes do restaurante, com os quais já estavam mais que acostumados.
-tem certeza de que pode fazer isso? Jornalistas não ganham muito- perguntou Shuichi, sem nenhum tipo de desdém na voz. Na verdade, ele parecia sincero.
-esse é meu primeiro trabalho importante- sorriu Yuki, em cortesia. Com o tempo, aquele garoto não era tão difícil de aturar. Conforme ganhara sua confiança, ele se mostrava cada vez mais um garotinho inocente e infantil. Suas bochechas ainda eram rechonchudas e infantis e seus olhos grandes, de um tom de azul que puxava para o lavanda.
Shuichi se largou na cadeira, suspirando.
-por isso senti que você era diferente dos demais.
-e eu ainda não fiz por merecer ser “jornalista”- sorriu, em pura falsa modéstia. Mesmo que no fundo admitisse que jornalismo não fosse bem seu sonho; as letras o haviam fisgado de tal forma que o que mais desejava era escrever romances, a única coisa que realmente conseguia distraí-lo de verdade.- deixe-me convidá-lo para jantar. Peça o que quiser.
Shuichi, que estava brincando com a gravata do uniforme escolar soltou uma risada marota, como se avisasse de antemão que iria aprontar.
-você me parece um homem de negócios.
-não se preocupe. Fica como despesa da entrevista. Pode pedir o que quiser.
-posso mesmo?- ele disse, o rosto iluminado como o de uma criançinha vendo aqueles pseudo-filmes infantis.
Yuki acenou positivamente com a cabeça. Mas antes disso, Shuichi pegou o cardápio e sinalizou para o garçom.
-ei, por favor! Isso, isso e isso. Sem pimentão verde. Alguns desses.- Yuki não conseguiu deixar de rir da expressão de Shuichi, que ia apontando os itens quase aleatoriamente- e isso... Dom Perignon, por favor.
-com certeza, senhor.- disse o garçon, se retirando.
Foi a vez de Shuichi rir da expressão de Yuki.
-não, o champanhe era brincadeira, não? Ei, com licença!
-é por minha conta- disse Shuichi, já satisfeito com a brincadeira. A cara que Yuki havia feito era impagável. Valia muito mais que o tal champanhe.- é um presente. Por que sou seu primeiro trabalho importante.
-você sabe quanto custa um champanhe?- Yuki também ficava engraçado quando tentava se preocupar. Era como se fosse realmente perigoso, mas quanto mais adrenalina tivesse, mais atrativo era para o garoto.
-não sei. Só sei que é caro- Shuichi respondeu, com simplicidade.
Shuichi levantou-se ao ver a bebida, interceptando o garçom antes que este chegasse à mesa.
-aqui está- disse o garçom, um tanto surpreso com a atitude do garoto de cabelos cor de rosa.
-obrigado.- respondeu, abrindo a garrafa.- já abri.
Yuki suspirou.
-agora temos que o beber. Mas eu pago.- insistiu.
-Sr. Eiri, você é um homem peculiar. –ele disse, enchendo duas taças sobre a mesa
-creio que você é ainda mais peculiar. Ah! Você não pode beber.- disse, ao vê-lo encher uma taça para si mesmo.- ainda é menor de idade.
-ah, certo.- Shuichi suspirou, como se tivesse ficado entediado. A expressão moralista de Yuki não era nada engraçada. Yuki, claro, sabia que estava cortando o barato do garoto –odiava ser o núcleo de alguma piadinha de adolescente. - crianças devem tomar suco. Então vai ter que beber tudo isso sozinho.
-é claro. É muito caro para jogar fora.
-um brinde- propôs Shuichi, erguendo um copo de suco de laranja.
-um brinde a que?- estranhou, porém imitando o gesto.
-ao seu primeiro grande trabalho.- disse, batendo levemente com o copo na taça de Yuki.
Os peixinhos continuavam nadando, enquanto ambos começavam a conversar cada vez mais amigavelmente. Para quem visse a cena, pareceriam amigos de longa data.
-você alugou aquele estúdio?
-a agencia alugou- disse Shuichi, já em seu segundo copo de suco.
-compreendo. – disse Yuki, já sentindo o álcool fazer efeito.- normalmente você dorme lá?
-às vezes- disse Shuichi, colocando os pés na cadeira.- frequentemente fico em hotéis ou na casa de amigos. Durmo em muitos lugares.
-você leva uma vida muito liberal. Falta muito à escola?
-o que é isso?-reclamou, cruzando os braços.-não me de sermão.
-não estou te dando um sermão! Mas você ainda é um estudante. Pelo menos termine o colégio.- advertiu, melhorando a postura.- a propósito... em relação ao desenho...
-que desenho?
-aquele, do menino e o mar.
-não esta a venda- Shuichi não parecia querer tocar no assunto do desenho.
-não é isso- riu Yuki. Definitivamente o champanhe havia surtido efeito. Já estava rezando para não encontrar nenhuma blitz do Ronda, pois ia se dar mal, caso tivesse que fazer o teste do bafômetro. – queria saber se era o Cabo Misaki. Eu sou de Misaki, então achei que pudesse ser. Já esteve lá alguma vez?
-isso não é da sua conta.- Yuki teve a impressão de que havia tocado numa ferida do garoto.- não me pergunte sobre esse quadro.
-entendido- suspirou. Se ele não queria falar, não podia obrigá-lo –haviam testemunhas demais.- vou evitar perguntas sobre sua vida privada.
-você esta saindo com alguém?- Shuichi desviou a conversa.
-não- respondeu, tomando um gole de champanhe.
-por que não? Você é bem atraente.
Yuki quase se engasgou, soltando uma risadinha para disfarçar.
-por que você ri?
-Não pareceu algo que você diria. Então...- como havia sido pego de surpresa, não sabia o que falar, então preferiu deixar a frase incompleta e beber mais champanhe.
-você deve se dar muito bem.
-na verdade, não. Não sou como você...
-eu também não faço tanto sucesso.
-sou apenas um cara normal, você é um modelo profissional.- disse Yuki, ainda pensando no que o garoto quis dizer com “atraente”. Provavelmente esta palavra havia adquirido um novo significado entre os adolescentes, e ele estava por fora. É, isso era bem plausível.-vou ao banheiro.
Yuki levantou-se, e seguiu até onde um discreto aviso com um bonequinho azul apontava.
-Sr. Eiri.- chamou Shuichi, sem olhar para Yuki. Este parou e olhou para Shuichi, indagando com os olhos o que ele queria. Shuichi sustentou o olhar dele por um instante.- não, não é nada.
Tão logo Yuki percebeu que o banheiro estava vazio, soltou um suspiro desanimado e se apoiou com as duas mãos em uma das pias, encarando o próprio reflexo no espelho. Será que estava tão bêbado a ponto de não ter percebido que o garoto havia bebido tanto quanto ele? Olhou outra vez para o espelho, e viu que Shuichi estava na porta, observando-o.
-que? Você também tem que ir? Que houve?
Como não obteve resposta alguma, senão um meio sorriso de Shuichi, Yuki resolveu ignorá-lo. Foi até os sanitários e levou as mãos até o zíper da calça, quando sentou um segundo par tocando-o. Olhou para trás e La estava Shuichi, com um sorriso de desafio.
- que você está fazendo?
Um barulho de risadas denunciou a entrada de outros clientes do restaurante. Shuichi, então, arrastou Yuki para uma cabine do banheiro, trancando a porta logo em seguida –um segundo antes de dois bêbados entrarem. Yuki sequer pode resistir, tanto pelas taças de champanhe quanto pelo choque.
Os dois estranhos riam e conversavam bobagens, tão embriagados que nem associaram os barulhos ao lado deles com o que realmente estava acontecendo. Apenas distinguiram um som de descarga, que ligaram alguma pessoa simplesmente terminando o “serviço”.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, é isso.
E as/os pervas/os já querendo "something", né?
Bem, eu sei que o que eu falei sobre o Hiro ainda está de pé!
Mas corra, é por tempo limitado!