Boys Love escrita por Rondie-chan


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Ialá, mais um capítulo! Nossa, já estou ficando boa nisso...



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O restaurante estava quase lotado. Dezenas de casais, todos de mãos dadas, com aquela carinha inocente de “eu achei uma pessoa sem a qual não consigo viver”. Yuki continha-se para não rir deles; se não conseguíssemos viver sem determinada pessoa, não nasceríamos sozinhos.

-bem vindos. São dois?- perguntou o garçom. Não, somos três, eu, o baixinho e o meu alterego, o Nakago, vilão de Fushigi Yuugi...

Sem suspeitar da resposta-Seu-Lunga que Yuki ia soltando, o homem os conduziu até uma mesa que ficava ao lado de um enorme aquário, onde peixes de diversas espécies nadavam para lá e para cá, ignorando os clientes do restaurante, com os quais já estavam mais que acostumados.

-tem certeza de que pode fazer isso? Jornalistas não ganham muito- perguntou Shuichi, sem nenhum tipo de desdém na voz. Na verdade, ele parecia sincero.

-esse é meu primeiro trabalho importante- sorriu Yuki, em cortesia. Com o tempo, aquele garoto não era tão difícil de aturar. Conforme ganhara sua confiança, ele se mostrava cada vez mais um garotinho inocente e infantil. Suas bochechas ainda eram rechonchudas e infantis e seus olhos grandes, de um tom de azul que puxava para o lavanda.

Shuichi se largou na cadeira, suspirando.

-por isso senti que você era diferente dos demais.

-e eu ainda não fiz por merecer ser “jornalista”- sorriu, em pura falsa modéstia. Mesmo que no fundo admitisse que jornalismo não fosse bem seu sonho; as letras o haviam fisgado de tal forma que o que mais desejava era escrever romances, a única coisa que realmente conseguia distraí-lo de verdade.- deixe-me convidá-lo para jantar. Peça o que quiser.

Shuichi, que estava brincando com a gravata do uniforme escolar soltou uma risada marota, como se avisasse de antemão que iria aprontar.

-você me parece um homem de negócios.

-não se preocupe. Fica como despesa da entrevista. Pode pedir o que quiser.

-posso mesmo?- ele disse, o rosto iluminado como o de uma criançinha vendo aqueles pseudo-filmes infantis.

Yuki acenou positivamente com a cabeça. Mas antes disso, Shuichi pegou o cardápio e sinalizou para o garçom.

-ei, por favor! Isso, isso e isso. Sem pimentão verde. Alguns desses.- Yuki não conseguiu deixar de rir da expressão de Shuichi, que ia apontando os itens quase aleatoriamente- e isso... Dom Perignon, por favor.

-com certeza, senhor.- disse o garçon, se retirando.

Foi a vez de Shuichi rir da expressão de Yuki.

-não, o champanhe era brincadeira, não? Ei, com licença!

-é por minha conta- disse Shuichi, já satisfeito com a brincadeira. A cara que Yuki havia feito era impagável. Valia muito mais que o tal champanhe.- é um presente. Por que sou seu primeiro trabalho importante.

-você sabe quanto custa um champanhe?- Yuki também ficava engraçado quando tentava se preocupar. Era como se fosse realmente perigoso, mas quanto mais adrenalina tivesse, mais atrativo era para o garoto.

-não sei. Só sei que é caro- Shuichi respondeu, com simplicidade.

Shuichi levantou-se ao ver a bebida, interceptando o garçom antes que este chegasse à mesa.

-aqui está- disse o garçom, um tanto surpreso com a atitude do garoto de cabelos cor de rosa.

-obrigado.- respondeu, abrindo a garrafa.- já abri.

Yuki suspirou.

-agora temos que o beber. Mas eu pago.- insistiu.

-Sr. Eiri, você é um homem peculiar. –ele disse, enchendo duas taças sobre a mesa

-creio que você é ainda mais peculiar. Ah! Você não pode beber.- disse, ao vê-lo encher uma taça para si mesmo.- ainda é menor de idade.

-ah, certo.- Shuichi suspirou, como se tivesse ficado entediado. A expressão moralista de Yuki não era nada engraçada. Yuki, claro, sabia que estava cortando o barato do garoto –odiava ser o núcleo de alguma piadinha de adolescente. - crianças devem tomar suco. Então vai ter que beber tudo isso sozinho.

-é claro. É muito caro para jogar fora.

-um brinde- propôs Shuichi, erguendo um copo de suco de laranja.

-um brinde a que?- estranhou, porém imitando o gesto.

-ao seu primeiro grande trabalho.- disse, batendo levemente com o copo na taça de Yuki.

Os peixinhos continuavam nadando, enquanto ambos começavam a conversar cada vez mais amigavelmente. Para quem visse a cena, pareceriam amigos de longa data.

-você alugou aquele estúdio?

-a agencia alugou- disse Shuichi, já em seu segundo copo de suco.

-compreendo. – disse Yuki, já sentindo o álcool fazer efeito.- normalmente você dorme lá?

-às vezes- disse Shuichi, colocando os pés na cadeira.- frequentemente fico em hotéis ou na casa de amigos. Durmo em muitos lugares.

-você leva uma vida muito liberal. Falta muito à escola?

-o que é isso?-reclamou, cruzando os braços.-não me de sermão.

-não estou te dando um sermão! Mas você ainda é um estudante. Pelo menos termine o colégio.- advertiu, melhorando a postura.- a propósito... em relação ao desenho...

-que desenho?

-aquele, do menino e o mar.

-não esta a venda- Shuichi não parecia querer tocar no assunto do desenho.

-não é isso- riu Yuki. Definitivamente o champanhe havia surtido efeito. Já estava rezando para não encontrar nenhuma blitz do Ronda, pois ia se dar mal, caso tivesse que fazer o teste do bafômetro. – queria saber se era o Cabo Misaki. Eu sou de Misaki, então achei que pudesse ser. Já esteve lá alguma vez?

-isso não é da sua conta.- Yuki teve a impressão de que havia tocado numa ferida do garoto.- não me pergunte sobre esse quadro.

-entendido- suspirou. Se ele não queria falar, não podia obrigá-lo –haviam testemunhas demais.- vou evitar perguntas sobre sua vida privada.

-você esta saindo com alguém?- Shuichi desviou a conversa.

-não- respondeu, tomando um gole de champanhe.

-por que não? Você é bem atraente.

Yuki quase se engasgou, soltando uma risadinha para disfarçar.

-por que você ri?

-Não pareceu algo que você diria. Então...- como havia sido pego de surpresa, não sabia o que falar, então preferiu deixar a frase incompleta e beber mais champanhe.

-você deve se dar muito bem.

-na verdade, não. Não sou como você...

-eu também não faço tanto sucesso.

-sou apenas um cara normal, você é um modelo profissional.- disse Yuki, ainda pensando no que o garoto quis dizer com “atraente”. Provavelmente esta palavra havia adquirido um novo significado entre os adolescentes, e ele estava por fora. É, isso era bem plausível.-vou ao banheiro.

Yuki levantou-se, e seguiu até onde um discreto aviso com um bonequinho azul apontava.

-Sr. Eiri.- chamou Shuichi, sem olhar para Yuki. Este parou e olhou para Shuichi, indagando com os olhos o que ele queria. Shuichi sustentou o olhar dele por um instante.- não, não é nada.

Tão logo Yuki percebeu que o banheiro estava vazio, soltou um suspiro desanimado e se apoiou com as duas mãos em uma das pias, encarando o próprio reflexo no espelho. Será que estava tão bêbado a ponto de não ter percebido que o garoto havia bebido tanto quanto ele? Olhou outra vez para o espelho, e viu que Shuichi estava na porta, observando-o.

-que? Você também tem que ir? Que houve?

Como não obteve resposta alguma, senão um meio sorriso de Shuichi, Yuki resolveu ignorá-lo. Foi até os sanitários e levou as mãos até o zíper da calça, quando sentou um segundo par tocando-o. Olhou para trás e La estava Shuichi, com um sorriso de desafio.

- que você está fazendo?

Um barulho de risadas denunciou a entrada de outros clientes do restaurante. Shuichi, então, arrastou Yuki para uma cabine do banheiro, trancando a porta logo em seguida –um segundo antes de dois bêbados entrarem. Yuki sequer pode resistir, tanto pelas taças de champanhe quanto pelo choque.

Os dois estranhos riam e conversavam bobagens, tão embriagados que nem associaram os barulhos ao lado deles com o que realmente estava acontecendo. Apenas distinguiram um som de descarga, que ligaram alguma pessoa simplesmente terminando o “serviço”.

 


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso.
E as/os pervas/os já querendo "something", né?
Bem, eu sei que o que eu falei sobre o Hiro ainda está de pé!
Mas corra, é por tempo limitado!



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