Moça de boteco escrita por Pale Moon
Notas iniciais do capítulo
Essa veio "do nada". Eu apenas estava pensando sobre valores femininos. E nasceu essa poesia. O que dizer dela?
Querido, eu sei que o gosto dessa vodca não é o suficiente. Eu sei que sentir o gosto ardente, que agora desce por minha garganta, não me tira o desejo de beber da tua boca os teus beijos. Eu sei que esse ambiente sórdido não vai te trazer de volta para mim.
Eu sei.
Mas eu continuo á delirar com a ardência da bebida, relembrando os beijos cálidos que só tua boca era capaz de criar.
Eu ainda sinto calor; aquele calor que suas mãos provocavam por toda a minha carne mundana. Eu ainda me sinto despida ao lembrar os teus olhos que visavam a nudez da minha alma.
Eu ainda sinto. E penso. E choro.
E eu bebo, e fumo.
Querido, neste mesmo boteco desprezível eu continuo á beber. Eu continuo aqui, relembrando o nosso primeiro encontro. Relembrando as suas caretas de inexperiência com as bebidas fortes. A sua mão na minha coxa, me tocando sem pudor algum, enquanto sua destra me puxava pela nuca para me presentear com o beijo mais afrodisíaco que eu já senti.
Sentir. Tudo o que eu sinto agora é o aperto do vazio que você me deixou. O vazio é apertado e desesperador. Eu sinto o vazio em mim. E sinto o gosto da bebida barata que insiste em rasgar minha garganta.
Mas, acima de tudo, eu sinto a tragada profunda em meu cigarro.
Porque você preferiu me deixar por uma opção mais ‘correta e puritana’. E agora, eu trago o meu cigarro neste velho boteco, para ver se te trago de volta para mim.
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Estou escutando The XX enquanto posto esta poesia. Tem coisa melhor? haha!
Espero algum comentário. Eu gostaria de saber mais opiniões além da minha.
Isso é tudo, pessoal ~
Pale Moon.