Will I Love You? escrita por BTShiver


Capítulo 11
Day Eight. A Fight.


Notas iniciais do capítulo

Demorei?
Pra caralho.
Motivos?
Provas, doenças, trabalhos, semi separações, pessoas irritantes, PC com vírus, a vida ficando mais merda do que já estava.
Espero que gostem do capítulo ;)
Kisses,
W.S.



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— Ei. – disse assim que o Zabini retirou um dos travesseiros da nossa muralha, possibilitando que eu enxergasse o seu rosto, ainda amassado. – Você percebeu que ontem, na Sala Precisa, nós nos separamos e nada aconteceu? – questionei. Com tudo o que acontecera no dia anterior, não havia pensado muito no assunto, mas, enquanto esperava que aquela versão masculina da Bela Adormecida acordasse, aquilo me voltou à mente.
Ele franziu o cenho, e pude basicamente ver as engrenagens girando em seu cérebro.
— Será que os gêmeos calcularam mal o tempo do feitiço? – sua voz soava esperançosa.
— Acho que só tem um jeito de descobrir. – sentei na cama e depois levantei-me, dando um passo para longe do móvel escuro. Instantaneamente, senti o efeito do feitiço, as marcas começando a brotar em minha pele. Rapidamente, pulei de volta para o colchão, dando com a cabeça no tórax do moreno.
— Ai! – afastei-me e ajeitei a camisa, irritada e ainda mais curiosa que antes. Ele abafou um sorrisinho presunçoso do estilo "Foi de propósito que eu sei."
— Se o feitiço ainda está em vigor, só pode ser algo da Sala Precisa. – pensei por alguns segundos. – eu tenho um período livre na segunda aula.
Ele alcançou um papel no criado mudo ao seu lado.
— Eu também. Acho que essa é a primeira vez que fico feliz em saber que a Slytherin tem uma aula vaga. – ele deu um sorriso de canto. Arqueei uma sobrancelha.
— Então você gosta da desgraça alheia. Coisa feia, senhor Zabini. – disse em tom de zombaria.
— Não gosto da desgraça alheia. Só da Slytherin. – mostrei-lhe a língua, num gesto extremamente maduro.
— Eu estava pensando em te deixar tomar banho primeiro, mas acabei de mudar de ideia. – antes de terminar de falar, disparei em direção ao corredor. Ele ficou com um pé preso no cobertor, e acabou caído no chão, uma perna ainda em cima da cama. Voltei, sentindo o feitiço começando a fazer efeito, e este foi o meu erro.
Levantando de modo impossivelmente rápido, o Zabini passou por mim e correu até o banheiro, batendo a porta no segundo em que cheguei perto do batente. Do outro lado da madeira escura, distingui sua voz zombeteira:
— Viu, Erika? A Gryffindor é sempre melhor. – resmunguei uma série de xingamentos e sentei na frente da porta, esperando-o.
~*~
Quando a professora de DCAT liberou-nos, basicamente corri até a Sala Precisa, onde havia combinado de me encontrar com o Zabini antes de deixá-lo na classe de herbologia. Ele chegou alguns segundos depois de mim.
Adentramos na sala, que agora tinha aparência do que eu desconfiava ser o Salão Comunal da Gryffindor.
— Dia do vermelho e dourado, não? – questionei ironicamente. Ele apenas sorriu.
— Pronta? – assenti, respirando fundo. Simultaneamente, demos alguns passos para trás, nos afastando.
Nada aconteceu.
— Então é mesmo a sala. – disse, sorrindo.
— Terei alguns minutos livre de você. Isso é um milagre! – o Zabini fez uma dança estranha que poderia até mesmo ter sido fofa, se não fosse o aquele ser quem a executava. Fechei os olhos e imaginei a sala de modo diferente.
Tudo ao nosso redor começou a mudar, o espaço dividido exatamente no meio, o lado esquerdo verde e prata, o direito, vermelho e dourado, opostos idênticos com sofás, escrivaninhas, mesinhas e almofadas.
Fui para o lado Slytherin e sentei num enorme sofá de couro de dragão.
– Por Merlin! - exclamei. Aquele era o melhor sofá que já havia experimentado, com a textura perfeita, não dura demais, entretanto também não mole a ponto de me engolir. - Esse sofá me dá orgasmos. - comentei enquanto afundava no estofado maravilhoso. - Chega a ser melhor que o da Alyssa. - murmurei a mim mesma, pensando alto.
Nunca havia visto o Zabini rir tanto em minha vida.
Apenas tirei os materiais da mochila que ainda estava em minhas costas e comecei a fazer a redação de poções.
~*~
Estávamos ambos esparramados na cama dele, eu lendo um livro deitada de barriga para cima, enquanto o Zabini escrevia algo num caderno do outro lado da muralha de travesseiros, as costas apoiadas na cabeceira. Já tínhamos jantado, portanto deviam ser umas dez da noite. A próxima patrulha seria em meia hora.
– Erika, faz um favor pra mim? - perguntou. Virei a cabeça para fitá-lo enquanto arqueava uma sobrancelha.
– Não. - voltei os olhos para meu livro de DCAT.
– Te dou chocolate em troca. - encarei-o, interessada.
– O que foi?
– Na última gaveta do criado mudo ao seu lado tem um caderno vazio. Acabaram as páginas deste - chacoalhou o que tinha em mãos. - E estou tendo um ataque de criatividade, então não posso parar de escrever. - franzi as sobrancelhas.
– Primeiro, por que você mesmo não pega a porcaria do caderno? Segundo, ataque de criatividade? Pensei que estivesse fazendo alguma redação.
– Primeiro: eu teria de passar por cima de você pra pegar o caderno, então acho que é um consenso que eu não deveria fazer isso. Segundo, isso aqui é um livro. Que eu estou escrevendo. Você pode não acreditar, mas existe mesmo um cérebro dentro dessa cabeça. - apontou para a própria testa.
– Ainda tenho dúvidas quando a isso, e só faço pelo chocolate. - remanguei enquanto sentava e virava-me para alcançar a última gaveta de um pequeno criado mudo de madeira clara.
Havia alguns cadernos claramente cheios e outros limpos mais abaixo. Remexi os usados e agarrei um intacto de capa negra, mas estanquei quando meus olhos captaram algo muito familiar.
Alguns anos antes, havia decidido imitar minha mãe e começar um diário. Não havia escrito nada demais, apenas algumas banalidades, algo sobre uma quedinha que tive por algum garoto e coisas desse tipo, não cheguei a completá-lo porque depois de uns dois meses o caderno desapareceu.
Um caderno de folhas amareladas e capa de couro verde-musgo.
Um caderno que se encontrava na gaveta do meu companheiro de quarto.
Agarrei o objeto e levantei da cama, tomando cuidado para não me afastar demais, exalando raiva por todos os meus poros.
– Posso saber o que diabos isso está fazendo aqui? - indaguei pausadamente, incapaz de conter a ira. Ele arregalou os olhos com a reação, e abriu a boca para começar a explicar:
– Foi uma aposta... O Zeke me desafiou a roubar o seu diário... Eu pensei em devolver, mas sabia que você ficaria desse jeito.
– Acho que ninguém te falou isso, Christopher Zabini, mas você mente muito mal. Eu devia te azarar nesse exato momento por roubar algo de mim, principalmente meu diário...
– Ah, fala sério, nem tem nade demais nesse caderno. - disse com descaso.
– VOCÊ LEU? MAS É CLARO QUE VOCÊ LEU. SERIA DEMAIS PRESUMIR QUE TERIA ALGUMA DECÊNCIA DENTRO DE UM ZABINI. - virei as costas e dei alguns passos, apenas para começar a sentir o feitiço que nos ligava fazendo efeito. Andei mais um pouco, certa de que ele me seguiria, arrependido, mas novamente estava errada.
Quando me virei, deparei-me com o moreno na mesma posição de antes. Mais irritada ainda e xingando verbalmente todas as gerações daquela família demoníaca, voltei para perto da cama.
– Como assim, dentro de um Zabini? Minha família toda é decente. Tudo bem, ficamos do lado errado na Grande Guerra, mas você, sendo uma Malfoy, não pode falar nada sobre isso. - ele tinha os olhos semicerrados, começando a irritar-se também. Tive vontade de berrar a plenos pulmões o que o seu pai tão "decente" tentará fazer com minha mãe, que ele era igual ao pai, não merecia nada do que tinha.
Em vez disso, apenas deitei do meu lado da muralha, puxei o cobertor até a cabeça e fechei os olhos, querendo apenas descansar, botar os pensamentos no lugar.
Nos poucos dias que passei com o Traste, havia começado a pensar que ele poderia não ser como o pai, afinal. Que o havia julgado precocemente por ações que não tinham a ver com ele, mas estive errada. Nenhum Zabini era digno de confiança. Mamãe sofrera as consequências ao deixar Nicholas se aproximar, mas eu não cometeria o mesmo erro.
Ruminei esses pensamentos por algum tempo, até que a voz daquele insuportável cortou o silêncio do quarto:
– Precisamos fazer a ronda, Erika. Uma garota foi morta nesse castelo há apenas alguns dias. Não podemos negligenciar a segurança só porque você resolveu ter um ataque. - bufei e sai debaixo das cobertas, ainda mais irritada. Mesmo o tom de tristeza mal disfarçada em sua voz ao falar da prima não me impediu de odiá-lo ainda mais.
– Não precisa de um sermão, Traste. Não sou uma primeiranista. - botei a capa, o broche da Slytherin resplandecente na lapela. Um lembrete de quem eu era e em quem não podia confiar.
~*~
Já estávamos quase terminando a ronda e ninguém havia dito nenhuma palavra. A raiva ainda borbulhava em mim, impedida de transbordar apenas pela apreensão que me seguia enquanto caminhava pelos corredores escuros de Hogwarts.
– Creio que a nossa trégua tenha ido para o inferno com essa. - ele comentou. Continuei olhando para frente, mas não pude evitar rolar os olhos.
– Pode ter certeza. - e assim caímos em silêncio novamente.
Silêncio este que foi subitamente quebrado por passos que vinham do corredor oeste.
Levantei a varinha e me escondi atrás de uma coluna, o Zabini fazendo o mesmo, porém indo para trás de uma armadura.
Um garoto moreno apareceu, vindo da direção do corujal. Ele era vagamente familiar, mas não consegui lembrar de seu nome. Tinha os olhos de um castanho que quase chegava à cor do mel e pele pálida.
Ele assustou-se quando eu e o Traste, em movimentos quase sincronizados, saímos dos nossos esconderijos e apontamos nossas varinhas a ele.
– Heitor? - o Zabini exclamou, uma expressão de reconhecimento tomando conta de seu rosto. Mesmo assim, não baixou a varinha.
– Oi, Chis. Como vai a vida? - ele abriu um sorriso fácil. Pela bilionésima vez do dia, rolei os olhos.
– Não é hora de botar o papo em dia, garotas. O que você, Heitor, está fazendo fora do dormitório a essa hora da noite? - ele trajava jeans e uma camisa de pijama azul, então não sabia de onde era.
– Depois de toda essa confusão, meus país estão surtando. Não param de mandar cartas, e surtam se eu não responder o mais rápido possível. Já recebi dois berradores desde que a notícia se espalhou. - adotei minha pose diplomática.
– Entendo que todos estejam preocupados, mas o culpado já foi pego. Não podemos permitir que alunos saiam dos dormitórios após o horário, mesmo em tempos conturbados. Tente explicar isso aos seus pais. - ele assentiu.
– Desculpa mesmo, não vai se repetir. - respondeu.
– Serei obrigada a tirar quinze pontos da sua casa.- informei. Ele pareceu murchar um pouco. - E qual seria ela...?
– Slytherin. - murmurou.
Claro, porque, pra melhorar aquele dia, eu teria de tirar pontos da minha própria casa.
– Menos quinze pontos para a Slytherin. - o Zabini disse com um enorme sorriso no rosto. Bufei e virei-me, sendo acompanhada pelos dois garotos.
Heitor nos deu boa noite e separou-se depois de algum tempo, tomando caminho para as masmorras.
Ao chegar no dormitório, tirei a capa e troquei-me no banheiro, indo dormir assim que a princesa terminou de fazer o mesmo.
Nenhuma palavra foi dita.


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Notas finais do capítulo

Comentários?
Não tenho foto porque postei pelo celular, avisem se encontrarem algum erro, o corretor atrapalha bastante nessas horas...
Kisses,
W.S.



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