Herdeiros da Mafia escrita por Muh


Capítulo 1
The King


Notas iniciais do capítulo

~Oi de novo



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Silencio.

Ele simplesmente odiava o silencio.

Se tinha algo que fazia o sangue de Ichijou Raku ferver, era o silencio.

Mesmo com os fones do seu Ipod no ultimo volume ao som de Five Punch Death Finger. Ele  simplesmente sabia. Sabia que aquele maldito corredor ficava em silencio quando passava.

E as pessoas literalmente abria passagem como se fosse um maldito rei. Até mesmo alguns adultos se encolhiam e evitava cruzar seu caminho como se tivesse lepra. O pior era as garotas, mesmo as que tinham uma queda por bad boys, agarrava suas bolsas como se ele fosse um trombadinha qualquer que poderia roubar seus preciosos celulares.

Mais dois anos. Respirou fundo. Precisava aguentar só mais dois anos sem quebrar o crânio de nenhum atleta idiota. Já tinha suportado os últimos dez.

Eles teriam que engolir sua presença. Um Ichijou não baixava a cabeça para ninguém.

Deixou escapar um sorriso torto, o que era ainda mais aterrorizante para quem cruzava com seu olhar.

Apesar da tatuagem de um gigantesco dragão vermelho em suas costas, Raku não era bad boy. Na verdade, era o melhor aluno da escola. Sempre tirava notas máximas, graças sua memoria fotográfica. Mas quem se importava. Ninguém acreditava que os professores tivesse coragem de dizer que ele estava errado.

Ichijou era o Rei do colégio.

Não era por sua boa aparência. Nem por ser ótimo nos esportes. Não que eles soubessem. Tinham medo de respirar perto dele, quanto mais falar.

E não era por ser malditamente rico.

Ou talvez seja exatamente por isso.

Modéstia a parte. Ele tinha uma lista de qualidades que ninguém percebia. Tudo porque seu pai era um criminoso conhecido. Não era qualquer criminoso. Seu pai era chefe da Yakusa.

A família Ichijou comandava 243 clã que atuavam por todo o globo. Todas as manhãs que passava por aquele corredor Raku se perguntava como seria nascer em uma família normal.

Dirigiu-se para a porta que dava para os fundos do colégio. Ninguém se importaria se ele faltasse à primeira aula. Historia o fazia dormir de qualquer forma.

A historia que eles ensinavam nos colégios pelo menos. Já a Cidade da meia-noite, de J. Barton Michell era outra coisa.

Ichijou adorava livros.

Quando o sinal havia tocado indicando que os portões estavam se fechando, uma sombra chamou sua atenção. Infelizmente seus reflexos não foram rápidos o suficiente. Ela caiu em cima dele.

— Sorry... sorry... – disse estava ofegante

E de repente mente estava em branco. Com aquele corpo pressionado contra o seu. Se viu atraído por incríveis olhos azuis.

Um anjo havia caído do céu? Mas vestia o uniforme do meu colégio?

— Are you ok? Você está bem? Eu estou atrasada... Sorry and Thanks...

Então ela desapareceu correndo para dentro do colégio. Só então percebeu que todo seu corpo doía. E que o muro tinha quase três metros de altura... Ela era o que? Uma Gorila?

Desistiu do seu livro e foi para aula. O professor lhe lançou um olhar mas não disse nada. Assim que se sentou, ela entrou.

Kirisaki Chitoge.

Cabelos loiros com as pontas rosa e com uma mecha presa por uma fita vermelha. Linda. Finalmente a rainha do colégio teria alguma competição. Onodera Kosaki-chan observou a euforia dos meninos e não gostou.

Havia um único lugar para sentar. E era à frente de Raku. Ela lhe ofereceu um sorriso antes de se sentar e ele sabia que aquele seria o ultimo sorriso que veria. Antes que o dia terminasse, ela se encolheria e gaguejaria se fosse obrigada a falar com ele novamente.

Não podia culpa-la. Suspirou Raku.

Ainda mais depois do desastre com a Tachibana-chan.

Ela surgiu do nada no meio do ano letivo. Ainda podia escuta-la:

— Raku-sama – gritava pelos corredores antes de se jogar nele sem nenhum pingo de medo.

Foi à única garota no colégio a falar com Ichijou. Sua única amiga. Foi o que pensou. Mas durou poucos meses. Ela era filha do chefe de policia e havia sido designada para o investigar.

Ainda nem era maior de idade e já estava na mira da policia.

Vantagens de nascer na máfia.

Quando a noticia se espalhou pelo colégio, ela já tinha desaparecido.

Seu pai ficou furioso com a ousadia, mas não o bastante para lhe dar um sumiço. Ou talvez ele queria acreditar que seu pai não tinha nada haver com isso.

Não havia necessidade. Seu pai tinha influencia, 40% da policia na folha de pagamento, políticos poderosos, e um código de honra.

Sim, a máfia seguia um código de honra. A yakuza valoriza a justiça e a honra acima de tudo e proibia permitir o sofrimento aos outros.

O clã da família Ichijou proibiam seus membros o trafico de drogas e o trafico de pessoas. A prostituição deixou de ser lucrativa. E roubo é pratica de covardes. Não só mal visto mais condenado pelo clã.

Ainda assim era uma organização criminosa. Eram brutais. Eram territoriais. Mas ironicamente o fato de aqui ser o lar do maior sindicato da yakuza, era também uma das cidades mais seguras do Japão, pois criminosos mais simples tinham medo de atrair a atenção do clã, então costuma evitar a cidade.

E como havia previsto Kirisaki também o evitava. Mas não pelo motivo que imaginava.

***

Duas semanas havia se passado e a Yakusa entrava em outra briga por território. Dessa vez o inimigo era os membros da Beehive, um bando de gângsteres americanos que se achavam os donos do universo.

Raios cruzavam o céu, enquanto uma tempestade jogava granizo na limusine blindada. Como futuro líder e segundo em comando, seu pai às vezes o arrastava para as reuniões do crime. Estavam na mansão do chefe da Beehive.

— Uau... esse é o Raku? A ultima vez que o vi... era bem menor... – disse um cara alto, loiro e de olhos azuis, de um azul familiar.

Seu pai o abraçou o que era incomum

— Isso foi há o que? Dez anos? – disse seu pai

— Lembro quando corria com minha filha...

— Filha?

— Ela está estudando em sua escola. Por favor cuide dela. – pediu

— Preciso usar o banheiro. – disse Raku para escapar da conversa. Seu pai tinha o habito de lhe meter em problemas.

— Claude, o acompanhe. – ordenou

Claude o olhou de cima a baixo com obvio desdém.

— Podem ficar – ordenou Raku a seus dois seguranças.

Na metade do caminho, a mansão era gigantesca, Claude foi chamado no radio.

— Terceira porta a esquerda, garoto. – apontou para o fim do corredor.

— Pode deixar quatro olhos – sussurrou Raku quando ele desapareceu.

Distraído pelas obras de artes no corredor, muitas do período Tokugawa, o que era muita arte japonesa para um americano. Raku não percebeu que virou a direita. Quando abriu a porta um relâmpago iluminou um quarto e todas a luzes se apagaram.

Ouviu um grito e algo se chocou contra ele. Perdeu o equilíbrio e tropeçou em algo. E a coisa veio junto com ele para o chão.

Conhecia aquele cheiro.

Outro raio iluminou o rosto assustado de Kirisaki Chitoge.

Não, não, não, não... Isso não está acontecendo.

As luzes se ascenderam dizendo que sim.

Desde o segundo que Chitoge soube que Raku pertencia a Yakusa, temia esse dia. Ser descoberta. Tinha feitos tantos planos. Seria o ano escolar perfeito. Deveria ser. Custou convencer seu pai a diminuir sua escolta para apenas Claude. E agora tudo arruinado.

— Gorila? – Raku deixou escapar

Teria lhe esbofeteado se as luzes não tivesse se apagado. Mas se agarrou a seu pescoço. Raku esboçou um meio sorriso na escuridão.

— Tem medo do escuro?

— Nã...não

Então a luz voltou. Kirisaki era macia, quente e fazia seu sangue ferver. Quando tentou se afastar, Raku inverteu as posições, ficando por cima dela. Ela se surpreendeu mais não o afastou. Nunca tinha ficado tão perto de um garoto, e duvidava muito se teria outra oportunidade.  

Raku queria apenas distrair seu medo, mas ela o beijou.

Quem estava distraído agora?


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Notas finais do capítulo

~E aí continuo?

~O que acharam?