How do you find me? escrita por April Criatividade Brooke, HeloiseC


Capítulo 24
Let's be alone togheter


Notas iniciais do capítulo

Todos com bilhete? Prontos para partir? Quem vai sentar do meu lado?
*botei a Heloise pra trabalhar conduzindo esse trem* hehe...



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Capítulo 24 - Vamos ser sozinhos juntos

 

Astrid e eu estávamos deitados na mesma cama em que dormimos noite passada. Como não tivemos nossos problemas sobre dormir quando ficamos juntos, resolvemos fazer o mesmo esta noite.

Nós tiramos nossas roupas da festa e havíamos colocado algumas mais confortáveis para dormir. Agora estávamos deitados lado a lado olhando para o teto, enquanto Astrid contava algumas palhaçadas de Calid e Dave.

— Então Dave ameaçou rasgar todo o guarda roupa do Calid na frente dele. – Astrid terminou a história sorrindo como se estivesse lembrando-se da cena

— Tudo isso por causa de um pedaço de tecido? – Abafei a risada.

— Pois é! Eles ficaram falando que o tecido tinha vindo de tal lugar chamado Índia e que os tecidos de lá são os melhores do mundo. Aquele era o único tecido, então eles ficaram disputando ele até eu intervir e cortar ele no meio. – Astrid disse enquanto gesticulava jogando os braços para o ar. O que particularmente, achei meio fofo.

Ela usava minha blusa antiga para dormir, era meio frouxa, mas tinha algo em seu ombro que me fascinava e não pude aguentar a curiosidade.

Apontei para o ombro dela.

— Tudo bem se perguntar uma coisa?

Ela vira-se para mim sorrindo confirmando.

— Não quero ser intrometido, mas o que é essa marquinha no seu ombro?

Astrid ri.

— É a marca de princesa, um sinal de nascença forjado.

Parecia sim um sinal de nascença, porém tinha o tamanho de uma polegada e o formato de uma coroa. Deviam ter feito em brasa nela.

— Parece ter doido...

Ela deita a cabeça em meu ombro.

— Ah, um pouco sim. Eles a queimaram em público, todas as princesas tem que ter isso e costumam fazer ao nascer, mas como eu fui uma princesa inesperada tiveram de fazer na minha coroação. Eu venho escondendo esse sinal como Sarah, se o Rei vir isso saberia quem sou...

Toco o sinal meio hesitante, mas ela não hesita.

Uma pequena coroa em seu ombro feito a partir de uma queimadura...

— Todas as princesas? Então existem mais que vocês três por aí... Nunca tinha parado para pensar nisso.

— Sabe, as histórias delas também não são das melhores, mas sempre acabam bem. Lembro que minha mãe começara a contar esses contos de princesa pra mim quando mudamos para o castelo...

— Me conta uma – Peço acariciando seu ombro.

Então ela me contou suas favoritas, eram histórias meio inacreditáveis, com magia, vilões e mocinhos. Não sabíamos se metade daquilo era real, porém era divertido questionar se era possível um final feliz, o tempo foi passando e começamos a ficar sonolentos... As histórias foram sendo silenciadas e acabamos por ficar deitados ali tentando entender o que estávamos fazendo.

Olhei para ela. A luz da lua iluminava seu rosto igual noite passada. A única diferença era que ao invés de refletir aquele olhar de tristeza, agora refletia alegria e paz. Astrid percebeu meu olhar sobre ela, e me encarou. Foi aí que acabei me perdendo em seus olhos.

— Astrid...

— Sim?

Me deitei de modo que estava totalmente de frente para ela.

— Você... canta pra mim? – Perguntei desviando o olhar por um breve momento.

— O-oi? – Ela gaguejou surpresa. Senti meu rosto esquentar.

— Eu... sua voz é incrível, e eu gosto muito de te ouvir cantar.

Astrid me encarou por algum tempo até abrir um sorriso tímido e também se virar para mim.

— Tudo bem.

Sorri acanhado. Me aproximei dela e a abracei a puxando para mais perto de mim, enterrando meu rosto em seu ombro.

— Muito obrigado.

Não precisava ver para saber que ela estava vermelha. Então Astrid devolveu o abraço e começou a cantar.

— If I could begin to be, half of what you think of me… I can do about anything, I could even learn how to love. When I see the way you act, wondering when I’m coming back, I could do about anything, I can even learn how to love like you…

Sua voz era calma e suave, o suficiente para mim relaxar. Fiquei muito feliz por ela concordar em cantar para mim, não só por causa de sua voz ser linda, mas ela cantar, assim, só para mim era como... como algo que só ela podia me dar.

Senti meus olhos começarem a pesar... Não. Eu queria escutar até o fim.

— I always thought I might be bad, now I’m sure that’s true because Ithink you’re so good.. and I’m nothing like you…

Astrid terminou a música e logo em seguida bocejou. Sorri ainda a abraçando e senti sua cabeça apoiar na minha. Abri apenas um pouquinho dos olhos para vê-la com os seus fechados. Era incrível como ela não parava de me surpreender...

Me inclinei só um pouco, o suficiente para colocar um beijo em sua bochecha. Astrid suspirou feliz se inclinando para mais perto de mim.

Então eu dormi ali, abraçado com Astrid e com um sorriso no rosto.

***

Se passaram alguns dias desde a festa da Independência de Aina. Astrid havia recuperado suas forças, mas ainda não tinha saído de casa. Não que eu esteja reclamando, muito pelo contrário. Sua presença durante a noite fez com que minha insônia desaparecesse, e o mesmo aconteceu com os ataques de memórias da Astrid.

Estava indo para casa, era hora do almoço e eu havia combinado de ir comer junto a minha mãe e Astrid, ao invés de irmos ao Grande Salão. O motivo? Não tem algo específico, só queríamos fazer algo diferente.

Entrando em casa encontrei minha mãe na cozinha separando alguns pratos.

— Oi mãe.

— Oi Soluço. – Ela me deu um sorriso.

— Cadê a Astrid? Ela saiu? – Perguntei a ajudando colocar a mesa.

— Já está sentindo minha falta Haddock?

Astrid estava no último degrau da escada com uma sacola na mão e um sorriso no rosto. Sem pensar devolvi o sorriso.

— Melhor esperar eu sair antes de sentir saudades. – Continuou se aproximando de mim.

Franzi a testa, claramente confuso.

— Como assim? – Perguntou minha mãe também se aproximando de nós. Astrid encolheu os ombros e deu um sorriso tímido.

— Sinto que já dei muito trabalho para vocês. E agora que já me recuperei por completo, acho que tá na hora de dar espaço pra vocês.

Meu sorriso caiu um pouco. Ela realmente achava isso?

— O quê? – Exclamei surpreso.

— Querida, você não nos atrapalhou em nada. – Valka colocou uma mão e seu ombro. – Nós mal ficávamos em casa, era só para dormir. Foi sua presença que trouxe vida de volta para cá.

— Mas eu sinto que estou invadindo o espaço de vocês. – Astrid disse desviando o olhar. Fiquei ao seu lado e passei meu braço em volta de seus ombros, a fazendo olhar para mim.

— Acredite, você não está. – Sorri tranquilizador. – Por mim você ficaria mais.

Astrid devolveu o sorriso, mas antes de protestar minha mãe falou.

— Por mim também. Por que você não fica com nós até ter que voltar para Aina?

Meu estomago caiu ao lembrar que em breve ela teria que partir. Mas joguei isso para fora da minha cabeça, não queria pensar nisso agora.

— Isso é sério? – Astrid franziu a testa.

— Claro que é! Só depende de você aceitar. – Disse Valka.

Astrid olhou para Valka e para mim antes de abrir um sorriso animado.

— Já nesse caso... Acho que vou ficar mais um pouquinho.

Minha mãe sorriu e a abraçou. Quando se separaram, Astrid olhou para mim sorrindo, mas antes dela falar algo, eu a abracei de lado.

— Parece que você não vai se livrar de mim, né loirinha? – Brinquei com ela.

— Não seria ao contrário? – Perguntou com um olhar divertido.

— Talvez...

***

Depois de convencer a Astrid de ficar comigo e com minha mãe. Astrid me pediu para ir com ela buscar suas coisas no lugar onde ela havia ficado quando “abandonou’’ sua casa.

Nó caminhamos pela vila em direção as casas construídas para os Aianos. Astrid guiava o caminho, ela estava vestida de Sarah e era incrível como ela entrava no personagem rapidamente.

Caminhamos em um silencio confortável até que Astrid entrou em sua própria casa.

— Mas como assi... – Tentei perguntar, mas ela levantou a mão me fazendo parar de falar e fez sinal para mim entrar. Confuso, porém sem protestar, entrei na casa logo atrás dela.

Astrid foi até o monte de almofadas onde tinha o costume de dormir, e chutou todas ela fora do caminho. A poeira das almofadas subiu no ar.

— Ok, má ideia! – Astrid exclamou.

 Olhei para o chão onde se encontrava as almofadas e notei um tapete grande e simples. Ela dobrou o tapete apenas uma vez, e já deu para perceber algo no chão. Colocando dois dedos onde havia um furo no chão, Astrid ergueu o chão de madeira, revelando uma pequena escada.

— Tan dam! – Brincou ela apontando para a escada.

— Espertinha você. – Elogiei também brincando.

— Fazer o que, é um dom! – Disse antes de descer as escadas. Sem perder tempo a segui.

Era um tipo de porão/garagem, o tamanho era o suficiente para colocar coisas necessárias e sua altura era um pouco maior do que eu.

O lugar era interessante, havia um armário cheio de vestidos da princesa, apenas uma roupa era diferente, era a antiga roupa que Sarah usava. Uma parede era coberta de armas penduradas na parede, de vários tipos e tamanhos. Num canto tinha prateleiras cheias de pequenas invenções e as maiores ficavam no chão. E por fim havia uma outra pilha de almofadas, só que menor do que a da sala lá de cima.

— Uau! – Exclamei. – Como construiu isso?

— Bem... – Astrid se encolheu. – Sarah tem seus truques.

Sorri torto para ela e me aproximei.

— Então. – Coloquei minha mão em seu ombro. – O que você precisa levar?

Em poucos minutos já havíamos pego tudo o que Astrid precisava. Colocamos tudo em um saco (grande), Astrid subiu primeiro, eu joguei o são para ela e então subi. Ela fechou a entrada de seu esconderijo e colocou o tapete e as almofadas empoeiradas em cima. Então saímos da casa e partimos de volta para a minha.

— Olha quem está de volta!

Olhamos para trás e lá se encontrava a causa do coma e dos ferimentos da Astrid, Brisa. Admito que senti certa raiva dela por ter machucado a Astrid.

— Sim, eu voltei. E voltei mais disposta para acabar com você. – Astrid tinha um sorriso melancólico no rosto.

— Você me surpreendeu. Pensei que havia finalmente te matado. – Provocou Brisa com os braços cruzados.

— Vai precisar de muito mais para isso. – Revidou Astrid. – Já você não deve ser tão difícil, é com dizem, quanto maior o tamanho maior é a queda. Veremos o quão grande ela será.

— Você está se metendo num jogo perigoso, Thornado. – Rosnou Brisa.

— Ué... mas eu já não entrei nele? – Astrid perguntou com um ar de superioridade. Brisa a encarou com um olhar mortal e rosnou antes de ir embora. Astrid a encarou ir embora com um olhar estilo Sarah, e aos poucos voltou a olhar como Astrid. Ela suspirou e olhou para mim.

— Você não sabe com a Sarah estava louca para fazer pior...

Canção de ninar da Astrid:

Se eu pudesse começar a ser

Só metade do que pensa de mim

Qualquer coisa poderia fazer

 Eu poderia aprender até a amar

Quando vejo seu jeito de agir

Perguntando-se quando eu voltar

Qualquer coisa eu poderia fazer

Poderia até aprender a amar como você...

 

Sempre pensei que eu era ruim

Agora tenho certeza que é verdade

Porque eu te acho tão bom

E eu não sou nada como você

 

Ouça(não precisa gostar, só ouvir): https://www.youtube.com/watch?v=B6nvQc8So0s

 


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Notas finais do capítulo

E ainda tem muito mais...
;)



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