When Love Comes Around | h.s. escrita por Emmy Alden


Capítulo 7
New York, New York e Luna Pt. I


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO
NAS
NOTAS
FINAIS



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Minha barriga já estava doendo de tanto rir.

Depois da nossa fuga achamos alguém para nos ajudar a voltar para uma estrada que nos levaria até, pelo menos, Nova York.

"Ah, também teve uma vez que eu e mais quatro amigos nos hospedamos num hotel de luxo e ficamos lá por uns 5 dias, no final tivemos que nos vestir de funcionários." ele disse rindo e eu não conseguia produzir mais nenhum som de risada. Era quase insano me imaginar fugindo de tantos lugares como Harry fez.

"Só não foi tão engraçado porque foi um dos amigos que estavam comigo que foi embora com o dinheiro que iríamos pagar o hotel." ele deu um sorriso  simples de lado. "Mas mudando de assunto, eu ainda não acredito que fugir de um hotel  uma vez foi a única coisa ilegal que você fez na vida." ele disse tomando um gole de sua garrafa de Gatorade.

"Não fui criada para ser presa, Styles." eu coloquei parte do meu braço para o lado de fora da janela para sentir o vento em minha mão.

Ele riu um pouco e disse:

"Não é questão de prisão, mas sim de viver, principalmente em Lakeport, onde é só você subornar alguém e pronto." ele disse dando de ombros e eu concordei com ele mentalmente sobre a última parte.

"Desde quando você conhece Lakeport tão bem?" eu encostei minha cabeça no banco em um ângulo em que eu o encarava.

"Eu morei lá por um bom tempo quando eu era criança." ele falou indiferente. "Posso te fazer uma pergunta?" ele parou num semáforo que nos informava que devíamos estar perto da cidade. Então ele me encarou do mesmo modo que eu fiz.

Eu assenti. Era uma oportunidade única ter uma conversa decente com o Harry.

"Quem é seu namorado? Eu conheço algumas pessoas de Lakeport, quem sabe eu não o conheço e sei alguns podres sobre ele." ele brincou com as sobrancelhas e eu ri. Podres do Tom? Meio improvável.

"Thomas Brams, conhece?" ele olhou para mim surpreso.

"O Tom é o seu namorado?" ele deu uma risa sarcástica e foi a minha vez de ficar surpresa. "Eu não acredito nisso."

"Você conhece o Tom? Como?" O mundo era mesmo um lugar pequeno.

"Ele já foi meu melhor amigo há alguns anos." ele disse e eu ainda estava chocada. "Nós paramos de nos falar porque eu me mudei. Estávamos distantes, fizemos novos amigos..."

Eu balancei a cabeça.

"Então ele vai ficar feliz em te ver." eu me animei um pouco. Sendo um velho amigo de Tom ele poderia tentar não ser um completo idiota comigo.

"É, eu suponho que sim." e então o assunto acabou.

A música tocava baixinho e Harry tamborilava os dedos no volante, e até mesmo arriscava alguns versos.

A estrada estava deixando de ser um ambiente de apenas asfalto, árvores e céu para virar uma área urbana. Já era possível ver restaurantes, casas e assim por diante.

"Está com fome?" eu estava vidrada na paisagem, sem pensar em nada concreto quando o Harry chamou minha atenção.

"Um pouco." eu disse simplesmente, mas meu estômago reclamava de fome por dentro.

"Tem uma McDonalds aqui perto, topa?"

"Claro." eu mexi no meu celular para ver as horas. "Você já veio aqui antes?" 

"Você é bem curiosa, não?" Harry olhou para mim e eu fiz uma cara feia. "Mas como eu gosto disso, então vou responder sua pergunta: Eu morei na casa de um amigo por alguns meses."

"Você não para em nenhum lugar?" eu comentei me arrependendo logo depois. Anne havia me contado que devido ao problemas com o pai do Harry, ele sempre se mudava para um lugar diferente dependendo de quem estava com sua guarda.

"Desculpa, eu não queria me intrometer na sua vida desse jeito." eu me desculpei rapidamente enquanto ele estacionava no estacionamento do fast food.

"Tudo bem, minha mãe provavelmente já deve ter contado para você o motivo. Porém, não teve nenhum lugar onde eu quisesse ficar realmente. Então não foi tão difícil assim" ele desligou o motor  e olhou para mim. "Com exceção de um lugar e só."

Ele abriu a porta do carro e eu estava prestes a fazer o mesmo quando ele abriu a minha.

Fiquei imaginando se ele nunca havia gostado de alguém ou de algum lugar a ponto de não querer se mudar mais. Então eu lembrei da exceção, era tanta informação que meu estômago revirou de fome.

"Desde quando você ficou educado?" eu brinquei andando ao seu lado até a entrada.

"Não quero você depois dessa viagem falando para minha mãe que eu não absorvi a educação que ela me deu." nós rimos e ele abriu a porta do local.

No momento que passamos pela porta pude sentir todos feromônios do local voltando sua atenção para a pessoa ao meu lado. Que...bizarro.

Ele estava vestindo uma camiseta branca, com transparência suficiente para sabermos quantas tatuagens ele tinha e uma calça jeans clara. Super simples. Porém, somente eu parecia achar isso.

Ficamos na fila e quando chegou nossa vez a atendente, além de me ignorar completamente, ficou pelo menos uns 10 minutos olhando para o Harry enquanto ele fazia o seu pedido e quando eu abri a boca para fazer o meu ela me olhou de cima a baixo com uma cara de deboche. Ei, eu não estava tão mal assim.

Minha regata preta poderia estar larga demais, igualmente ao meu shorts. Meu rosto poderia estar meio abatido pela noite mal dormida, mas pelo menos eu não achava nada preocupante. Bem, mas não foi isso que o olhar dela transmitiu.

"Agora que somos tecnicamente irmãos, me prometa que você nunca se ofereceu  ou vai se oferecer desse jeito para nenhum cara." Harry disse assim que chegamos com nossas bandejas na mesa. 

Então ele percebeu. Pelo menos não era coisa da minha cabeça.

"Ah, só porque ela estava quase colocando os peitos na sua bandeja, não quer dizer que ela estava se oferecendo." eu debochei e ele gargalhou jogando a cabeça para trás.

"Estava vendo a hora dela pedir para eu trocar meu lanche por ela."  eu ri e olhei para os lados.

"Não só ela, como a maioria das garotas que estão aqui." eu apontei discretamente para algumas a nossa volta que nos observava e ele semicerrou os olhos. "O que foi? Estou me sentindo como se estivesse com uma celebridade." ele fez uma careta.

Nos concentramos em nossos lanches em silêncio até que eu lembrei do assunto de mais cedo.

"Mas e então? Tom não tem nenhum podre que eu precise saber?" Harry tossiu e tomou um gole do seu refrigerante.

"Como faz um bom tempo que eu não o vejo, não vai ser possível responder sua pergunta."

"Vai me dizer que Tom nunca fez nada polêmico quando vocês eram amigos?" eu levantei a sobrancelha.

"Tom sempre fez o estilo santinho responsável do grupo." ele coçou o pescoço e eu respirei aliviada involuntariamente. Pelo menos, eu tinha certeza que eu conhecia bem o meu namorado.

"Que tal darmos uma volta por Nova York quando sairmos daqui?" Harry disse com a boca cheia de batata frita. "Aquele meu amigo mora aqui perto e posso pedir para passarmos uma noite no apartamento dele."

Eu apenas confirmei com a cabeça. Pelo menos nós não correríamos o risco de fugir de algum lugar por não ter dinheiro para pagar a diária e eu ainda poderia pegar alguma lembrancinha de Nova York com os meus cartões-presentes inutilizados por anos.

*****

Passamos pela Times Square, Apple Eye e acabamos conseguindo tirar uma foto de longe da Estátua da Liberdade. 

O amigo de Harry morava em Manhattan num conjunto de apartamentos simples e antigo.

"Chegamos!" Harry cantarolou e desligou a kombi.

Já era começo de noite e o movimento na rua tinha diminuído consideravelmente.

Entramos no pequeno prédio e Harry bateu em uma das quatro portas no corredor onde nos encontrávamos.

Todas as portas eram de madeira maciça, mas apenas uma estava em perfeito estado. Todas tinham um vaso cheio de flores ao lado, mas apenas um vaso tinha plantas com vida.

"O dono do apartamento só volta mês que vem, eu sou a empregada." uma voz feminina fina  que beirava um sotaque latino se manifestou do outro lado da porta.

"Luna, você tem que aprender o sotaque um pouco mais com sua mãe." Harry disse com um sorriso de orelha a orelha. " E no dia que você e o Louis tiverem dinheiro para pagar uma empregada, eu me mudo para cá."

Ouvi um barulho de tranca sendo aberta e em menos de dois segundos a porta rangeu e se abriu revelando uma garota apenas com um top bem decotado e rosa fluorescente que quase me deixou cega.

Sua calça legging era a mais justa que eu já tinha visto em toda a minha vida. Ela segurava um cigarro entre os dedos e era alguns centímetros mais baixa do que eu.

"Harry!" ela pulou em cima dele e eu tentei focar em qualquer coisa que não fosse os dois.

Eu tossi, devido a fumaça forte do cigarro, o mais disfarçadamente possível. De repente o único apartamento que estava decentemente arrumado no local teve sua porta aberta revelando uma senhora de seus 70 e poucos anos acompanhada de pelo menos uns 10 gatos, um taco de baseball e um spray de pimenta. Ela deu um grito tão alto e ameaçou jogar aquele spray em mim que eu mesma me encontrei gritando de volta.

"Mais baderneiros aqui não." Harry pareceu a minha existência novamente e se pôs na minha frente.

"Não somos baderneiros, não. Só viemos visitar uns amigos." ele tentou explicar para a senhora apontando para Luna e me segurando atrás dele.

"Qualquer um que seja amigo daquela ali é um baderneiro." Luna revirou os olhos e mostrou o dedo do meio para a aterrorizante senhora.

Eu estava de boca aberta.

"A senhora precisa de um novo marido, mamma." Luna disse e sem mais delongas empurrou eu e o Harry para dentro de seu apartamento e e fechou a porta na cara da senhora que ainda berrava do lado de fora dizendo que se ela fosse mãe da Luna ela não seria daquele jeito e soltou alguns palavrões.

O apartamento estava uma bagunça: roupas íntimas, masculinas e femininas por todo lado, meias, garrafas de todas as bebidas existentes no mundo, vários incensos usados e não usados, objetos suspeitos que eu não queria nem imaginar para que serviam.

"Eu até diria para não repararem na bagunça, mas sua namorada já reparou bastante." Luna apontou para mim que ainda estava atrás de Harry e ele tirou a mão de mim assim que ela terminou de falar.

"Nós não somos namorados." eu disse rapidamente

"Ela  é namorada do Tom." Luna pareceu não se importar muito com a informação enquanto olhava  sua própria pele bronzeada naturalmente.

"Prazer, Aster." só então ela olhou para mim com uma expressão surpresa. Olhou para o Harry e novamente para mim, agora com uma expressão mais neutra:

"É um prazer te conhecer, Aster. Sou Luna." Harry tossiu enquanto nos cumprimentávamos e disse:

"Você vai morrer com essa fumaça toda desse cigarro de segunda linha." minha mente se perguntava se ela já teve algo a mais com o Harry ou com o Tom. "Cadê o bosta do Louis?"

"Nem me fale daquele desgraçado. Nós terminamos há um mês e ele não me fez uma ligação. Deve estar comendo o país inteiro." ela jogava as coisas que estavam em cima do sofá no chão enquanto falava.

"Pelo visto com você também não está sendo diferente." eu não me atrevi a olhar para onde Harry apontava.

"Ficar chorando pitangas por ele sozinha em casa, que eu não iria ficar."

Harry explicou nossa situação para ela, que mesmo que indecisa  deixou que nós passássemos a noite lá.

Harry foi buscar nossas bagagens de mão na kombi e Luna sentou-se ao meu lado no sofá.

"Então você é a namorada do Tom." ela disse mais para si mesma do que para mim, porém mesmo assim eu afirmei com a cabeça. "Ante de vim para Nova York nós eramos muito amigos. Quero dizer, eu, Louis, Harry e Thomas."

Eu não conseguia imaginar Thomas fazendo parte do grupo deles, mas fiquei quieta.

Minha mente decidiu ficar mais paranoica sobre o fato de Tom nunca ter me contado sobre eles, e eles não terem conhecimento de que em eu era.

"Como você acabou tentando atravessar o país com o Harry para encontrar o Tom?" ela perguntou acendendo um incenso que estava no chão e colocando num pote onde deveriam estar os outros incensos.

"Há três meses, meu pai se casou com a mãe de Harry, então, somos tecnicamente meio-irmãos." eu disse simplesmente e ela sorriu.

"Meio-irmãos? Que mundo pequeno, não é Aster?" eu balancei a cabeça tentando descobrir se havia algo a mais por trás de suas palavras.

Com certeza havia algo mais por trás a amizade dela e Harry. Era notável pelo jeito que ela olhava para ele. Mas isso não era da minha conta.

"Você duas dormem no quarto e eu durmo no sofá, pode ser?" Harry disse ao voltar com as mochilas e Luna estalou a língua. Saquei.

"Não, não. Podem dormir no quarto que eu durmo aqui na sala." eu disse tentando parecer o mais indiferente possível diante da possibilidade de dormir naquele sofá duvidoso.

"Tem certeza, flor?" eu poderia sentir a felicidade saltando dos olhos dela quando fiz que sim com a cabeça. "Vou buscar uns lençóis para você." ela foi em direção ao único quarto da casa.

Eu fui em direção às minhas próprias malas pegar alguns lençóis meus.

"Tá tudo bem mesmo você dormir no sofá?" Harry segurou o meu braço e esperei a vontade de me afastar dele chegar, mas ela não veio. Então, apenas disse um "sim" quase inaudível e ele continuou. "Se você quiser, eu posso dormir no sofá sem problemas." eu franzi a testa pensando em como o Harry não parecia o Harry nas últimas horas e me virei para ele.

"Está tudo bem, sério." eu ajeitei meus óculos, ele suspirou e sorriu do nada.

O que há com esses meninos do sorriso bonito que ficam sorrindo sem motivo?

Talvez seja para humilhar. Talvez.

*

Eu tinha acabado de achar uma posição confortável naquele sofá e o sono já estava tão presente que eu estava prestes a tocá-lo quando um barulho estridente vindo do corredor perto da cozinha do apartamento.

"Shh, seja menos barulhento." reconheceria a voz de Luna a quilômetros de distância. "Ah, qual é, Harry? Em nome dos velhos tempos." a voz de Harry, por sua vez, era um sussurro quase incompreensível.

"Luna, não. Isto não está certo." pude ouvir uns sons de beijos estalados e gelei.

Já era a segunda noite seguida que eu seria obrigada a ser ouvinte desse tipo de coisa.

"Lógico que está. Você está livre, Louis foi embora. Não tem nada que possa impedir." Exceto eu que, talvez, estava na sala e que, talvez, eu fosse a meia-irmã dele e que, talvez, não fosse nada legal eu presenciar uma coisa dessas.

"Na verdade, tem sim." Obrigada, Harry. Você salvou meus ouvidos.

Me virei para as almofadas decidida a voltar a dormir.

"Eu não acredito. Depois de anos, você ainda gosta dessa garota, ainda é fiel a ela. Você fizeram o quê? Um voto de fidelidade um ao outro? Quantos anos vocês tinha? 11 ou 12 anos? Ela nem se lembra mais de você." Luna disse firmemente aumentando uma oitava da voz.

Nunca imaginaria Harry apaixonado ou sendo fiel a alguém. Ele não parecia fazer o tipo e sempre enchia meu saco pelo jeito que eu falava do Tom.

Olhei no relógio velho na parede e já eram uma da madrugada. Procurei meu celular e lembrei que havia o deixado na Scarlet.

Ouvi a porta do quarto e do banheiro serem abertas ao mesmo tempo. O momento perfeito para eu saísse sem que ninguém percebesse que eu tinha escutado alguma coisa.

Para a minha sorte a porta estava destrancada e Harry havia me devolvido a chave da Scarlet.

A rua estava deserta e eu só percebi que estava descalça quando dei o primeiro passo na calçada. Se alguém me visse naquele momento iria achar que eu era uma louca.

Entrei no banco carona, peguei meu celular e pulei para os assentos na parte de trás da kombi.

Encostei em uma das minhas malas restantes ali e disquei o número de Tom. No terceiro toque ele atendeu.

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Notas finais do capítulo

AVISO
eu, linda, diva, inteligente, sábia, que tem uma mente muito boa, postou um capítulo errado, pois tinha mais um antes do último q eu postei por isso tive que apagar (eu me amo) e vou postar de novo depois desse é claro

Deixem seus comentários, críticas, opiniões e etc...

Não se esqueçam de favs e compartilhar a história ^^

amo vcs

xx



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