Lost Drams escrita por Anieper


Capítulo 25
Capítulo 25




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Estava tentando controlar minha respiração enquanto minha cabeça estava encostada no peito de Rick. Tínhamos acabado de fazer amor. Hoje à noite tínhamos levado a mão dele no aeroporto. Vitória queria passar maia tempo com a gente, mas tinha que volta para o trabalho. Ela prometeu que quando o bebê nascesse ela ficaria mais tempo com a gente. Ontem eu tinha feito um ultrassom. Apesar de não querer saber o sexo do bebê, chorei ao ver meu bebê. Rick segurou minha mão firmemente e chorou comigo. Minha mãe e Vitória levaram uma cópia da foto do bebê. Minha mãe tinha me ligado a noite para falar que meu pai tinha visto a foto e que tinha chorado. Mas ele ainda não tinha tentado se aproximar de mim. Rick passou as mãos nas minhas costas e suspirou. Olhei para ele e vi que ele está sorrindo.

— O que foi? – perguntei tirando o cabelo que estava grudado na minha testa.

— Nada. Apenas estou feliz. – ele beijou minha testa. – Em quatro meses teremos o bebê com a gente.

— Às vezes acho que você está mais ansioso do que eu.

— Claro que estou. – ele sorriu para mim novamente. – Você pode senti ele a todo momento. Eu não.

— E por isso mesmo eu deveria estar mais ansiosa. Afinal, sou eu que sinto ele me chutando a noite toda.

— Acho que você tem um ponto. – ele beijou meu queixo. – Devemos dormi.

— Certo. – dei um beijo na bochecha dele e me deitei ao lado dele. – Boa noite.

Me deitei de lado e Rick me abraçou por trás. Logo estava dormindo.

Um mês tinha se passado novamente. Tinha acabado de completar seis meses. Eu e Zoe estávamos próximas, por sermos tão novas e estávamos grávidas. Era bom ter alguém que estava passando pela mesma coisa que eu. As meninas tinham conhecido Zoe e elas tinham se tornado amigas. O irmão de Zoe também estava muito perto da gente. Apesar dele dá em cima de mim, às vezes. Estava terminando de me arrumar para ir para minha consulta com a psicóloga, quando Rick entrou no quarto. Fiquei surpresa, hoje ele tinha ido para o trabalho cedo por que meu pai estava fazendo uma reunião.

— Oi. – falei confusa. – Aconteceu alguma coisa?

Rick se sentou na cama. Ele passou a mão nos cabelos e depois passou a mão no rosto. Apenas ali, soube que ele estava chorando.

— O que aconteceu? – perguntei indo até ele e me ajoelhei na frente dele.

— Eu... – Rick me abraçou e começou a chorar mais. – Meu pai... Ally, meu pai.

— O que aconteceu, querido? – perguntei passando a mão nas costas dele suavemente.

— Meu pai morreu. – ele disse e escondeu o rosto no meu pescoço. – Ele morreu.

Eu não sabia o que falar. Apenas abracei ele mais apertado. Não sei quanto tempo ficamos ali. Eu não sabia o que fazer para ele se melhor. Apenas fiquei apenas abraçada com ele esperando ele se acalmar.

— O que aconteceu? – perguntei quando ele se acalmou.

 - Minha mãe ligou para a delegacia. Seu pai falou com ela e depois me deu a notícia. Ele sofreu um infarto. Eles tentaram tudo, mas... Minha mãe não quis ligar aqui em casa por sua causa. Ela não queria te deixar nervosa.

— Quando será o enterro?

— Amanhã. Vou pegar um voo para lá.

— Eu vou com você. – falei me levantando. – Vou arrumar uma mala pequena.

— Ally...

— Eu não vou deixar você ir sozinho. – falei beijando a testa dele.

Comecei a arrumar as coisas rapidamente. Rick tinha ligado para o aeroporto e comprado as passagens. Rick trocou de roupa e depois se sentou na cama olhando para o nada. Quando terminei, fui arrumar minha bolsa. Quando estava com tudo pronto, fui até a cama e me sentei ao lado dele. Rick me abraçou e ficou em silêncio. O bebê chutou e Rick colocou a mão na minha barriga.

— O voo vai sair em duas horas. Temos que sair logo.

— Já está tudo pronto. – falei olhando para ele.

— Vamos. – Rick me ajudou a levantar e pegou mala.

Durante todo a caminho para o aeroporto, foi feito em silêncio. Mesmo durante o voo Rick não disse muita coisa. Apenas me perguntou como eu estava e se estava tudo bem. Quando chegamos na cidade dos pais de Rick, ele pegou um táxi e fomos para a casa dos pais dele. Assim que chegamos Rick pagou o táxi e depois tocou a campainha. John abriu a porta e assim que viu o irmão o abraçou. Os dois choraram em silêncio. Eu fiquei apenas parada olhando para eles. Quando eles se acalmaram um pouco, John me abraçou.

— Eu sinto muito. – falei passando a mão nas costas dele delicadamente.

— Eu sei. Como você está? – ele perguntou se afastando de mim.

— Bem.

Ele deu espaço para a gente entra. Assim que coloquei meus pés na sala, vi que tinha muitas pessoas ali. Passei meus olhos pela sala e vi Vitória sentada ali. Rick pegou minha mão e me guiou para lá. Assim que Vitória viu o filho se levantou e abraçou ele. Os dois choraram e falavam baixinho um para o outro. Vitória me abraçou chorando. Depois de algum tempo, andei pela casa. Depois de um tempo comecei a preparar coisas para as pessoas comerem. Eu quase não vi Rick. Sabia que ele deveria estar com a mãe e o irmão. Com a ajuda de algumas mulheres que estavam ali, servi a todos.

— Ei. – Rick disse se aproximando de mim.

— Ei. – falei sorrindo para ele tristemente.

— O que está fazendo? – ele se aproximou de mim que estava parada ao lado do fogão.

— Preparando um lanche para mim. Já passei da hora de comer.

— Desculpa. Eu deveria...

— Não, Rick. Estou bem. – falei passando a mão no rosto dele. – Você tem que ficar ao lado da sua mãe. Eu estou bem. Na verdade, estou muito bem.

— Tem certeza?

— Sim.

Rick ficou parado ao meu lado enquanto eu terminava de preparar minha comida. Depois que comi, Rick me pegou pela mão e me levou para a sala. Ele se sentou em uma cadeira e me puxou para seu colo. Ficamos ali por um longo tempo, até que chegou a hora de ir para o cemitério. Durante todo o enterro, Rick não falou nada. Apenas me abraçou e me manteve ao seu lado. Quando voltamos para a casa da mãe dele, ele me levou para um dos quartos e me fez deitar.

— Você precisa descansar. – ele disse beijando minha testa.

— Deita aqui comigo. – pedi quando vi ele se preparando para levantar.

Rick nada disse, apenas tirou o sapato e se deitou ao meu lado. Rick me abraçou e encostou a cabeça no meu ombro. Aos poucos o cansaço me dominar e dormi. Eu acordei algumas horas depois e olhei em volta. Olhei para o lado e vi que Rick dormia calmamente. Com cuidado, me levantei da cama e desci as escadas. A casa estava silenciosa. Assim que cheguei na sala, vi Vitória sentada no sofá. Ela estava olhando para o nada e em silêncio.

— Vitória? – a chamei me aproximando dela.

— Oi. – ela disse olhando para mim. – Precisa de alguma coisa?

— Não. Você comeu alguma coisa?

— Não. Estou sem fome.

— Você precisa comer. Vai ficar doente. – falei me sentando ao lado dela.

— Depois eu como.

— Bom, se você não comer nada, eu também não vou comer. – falei fazendo ela rir.

— Tudo bem. – ela disse passando a mão no rosto para secar uma lágrima.

— Vamos comer. – falei pegando a mão dela e a levei para a cozinha. – Quer alguma coisa em especial?

— Não. Qualquer coisa está bom pra mim. – ela disse se sentando na mesa. Comecei a fazer preparar a comida. – Como Rick está?

— Ele dormiu. Ele está abatido e não falou muita coisa desde que chegou em casa e me disse o que tinha acontecido. Ele se fechou no mundo dele, mas sei que logo ele vai falar sobre isso. Ele apenas precisa de um tempo.

— Ele tem sorte por te você. – ela disse olhando para o nada. – Você vai ajudar ele a passar por isso. Sei que com você vai ficar muito boa para ele.

— Obrigada. – falei colocando o prato na frente dela. – Sei que grande parte disso, é por causa do bebê. Ele estava dormindo com a mão na minha barriga, sentindo o bebê mexer.

— Posso senti? – ela perguntou olhando para a minha barriga.

— Claro.

Me aproximei dela e deixei que ela tocasse minha barriga. Foi automático. Assim que ela colocou a mão, o bebê deu um chute na minha barriga. Vitória sorriu e começou a comer. Ficamos em silêncio. Pouco tempo depois, John e Rick chegaram na cozinha. Enquanto eles conversavam sobre as coisas que Carl tinha deixado pendente, fui arruma as coisas que estavam bagunçadas. Rick e eu ficamos dois dias na cidade, antes de voltamos para a casa Vitória decidiu ficar na casa dela, mas quando o bebê nascesse ela viria me ajudar.

Quando voltamos, Rick estava meio triste, mas mesmo assim continuou trabalhando. Eu continuei do jeito que conseguir.  Eu não sabia ao certo o que fazer para ele se senti melhor. Apesar de conversamos, ele nunca falava muito sobre o pai.

— Você vai para a aula hoje? – Rick perguntou beijando minha nuca.

— Sim. Depois vou compra roupas. As minhas não servem mais em mim. – disse pegando minha mochila. – Minha mãe vai comigo, então não precisa se preocupar.

— Tudo bem, amor. Te vejo mais tarde. – Rick me deu um beijo e saiu.

Suspirei e arrumei minha mochila antes de sair. O dia passou em um borrão para mim. As aulas passaram normalmente. As compras com minha mãe foram divertidas, mas não pude para de pensar em Rick. Ele estava me preocupando. O fato dele não falar comigo sobre a morte do pai, estava me deixando nervosa.

— Vamos, querida? – minha mãe me perguntou pegando as sacolas.

— Sim. Podemos passar na delegacia? Quero ver Rick.

— Ele ainda não falou sobre o pai?

— Não. Estou preocupada com isso.

— Ele vai ficar bem, querida. – minha mãe disse enquanto íamos para o carro.

Eu sorrir para ela e depois entrei no carro. Durante o caminho mantive minha mão na barriga. O bebê estava mexendo muito. Nem acreditava que estava para fazer sete meses. Estava louca para que ele nascesse. Queria ver com quem ele se parece e se ele mesmo. Quando paramos em frente à delegacia, descemos e entremos. Assim que entremos os policiais começaram as nos cumprimentar. Eu vi Rick e meu pai conversando no final do corredor. Shane estava perto deles, mas não conversava com eles.

— Oi. – falei chamando a atenção deles.

— Oi. – Rick disse sorrindo para mim. – Como foram as compras?

— Bem. – falei revirando os olhos. – Minha mãe comprou um monte de roupa que eu nem vou usar.

— Claro que vai. – minha mãe disse sorrindo.

Eu revirei os olhos novamente e me aproximou mais de Rick. Ele levou a mão para minha barriga e sorriu para mim.

— Estar mexendo muito?

— O que você acha? Não para de me chutar. – falei beijando a bochecha dele. – Tem alguma coisa para comer aqui?

— Está sempre com fome. – Rick disse rindo.

Ele me pegou a minha mão e me levou para a sala dele. Rick abriu uma gaveta e tirou algumas rosquinhas de lá. Me sentei na mesa dele e comecei a comer. Quando terminei sorrir para ele e saímos da sala.

— Ally. – Zoe disse animada se aproximando de mim. – O que está fazendo aqui?

— Vim buscar meu marido. – falei apontando para Rick. – E você?

— Vim buscar meu pai. – ela disse apontando para um policial que estava parado ao lado do meu pai. – Seu marido é bonito.

— Obrigada. – disse rindo. – Rick, essa é Zoe. A menina que eu te falei. Zoe, esse é Rick, meu marido.

— Prazer em te conhecer. – Rick disse apertando a mão dela.

— O prazer é todo meu. – ela disse sorrindo para ele enquanto piscava. – Ally fala muito sobre você.

— Posso dizer o mesmo. – Rick disse rindo.

— Ally? – meu pai me chamou fazendo com que ele olhasse para ele.

— Sim?

— Carlos me disse que você é amiga da filha dele. – meu pai se aproximou de mim com o pai da Zoe.

— Sou. Nos conhecemos na aula de mães de primeira viagem. – respondei tirando o cabelo do meu rosto. – Por que?

— Estávamos pensando em fazer um jantar lá em casa mês que vem. Sabe, para o dia dos pais. E como Zoe não conhece ninguém na cidade, será bom ter você para ela conversa.

— Certo. – disse dando de ombros. – Vamos para casa?

— Claro, querida. Vou apenas pegar minha mochila com a roupa suja. – Rick beijou minha testa e se afastou.

— Ele é lindo. Você tirou a sorte grande. Se seu bebê se parecer com ele, tome cuidado que eu posso roupar ele para mim.

— Vai sonhando. – falei rolando os olhos.

Rick voltou e saímos da delegacia de mãos dadas.


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