Nostro Impero escrita por Yas


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
E cá estou, cinco meses depois da última postagem.
Eu sinto muito mesmo!
Mas a faculdade e o trabalho estão tomando todo meu tempo, estou ficando doidinha com tanta coisa, mas hoje eu precisava relaxar e resolvi abrir o arquivo de Nostro Impero, li alguns capítulos e me inspirei para escrever.
O capítulo está bem curtinho e leve, mas prometo que o próximo será melhor.
Boa leitura!



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Perdê-lo foi um triste azul, como eu nunca tinha sentido
Sentir saudades dele era cinza escuro, totalmente sozinha
Esquecê-lo foi como tentar conhecer alguém que você nunca encontrou
Mas amá-lo era vermelho
Amá-lo era vermelho

Red – Taylor Swift

Depois de longas e cansativas horas, o avião pousou nos Estados Unidos, Nova Iorque. Minha antiga casa. Sentia meu coração bater acelerado no peito. Faziam exatos dez anos que eu havia ido embora e nunca mais voltado. Na Itália, vivendo minha vida por conta própria, me afastei de todos, não queria dar satisfações a ninguém, e foi o que fiz.

Larguei os estudos assim que tive Eleanor e Dante. Meus pais ficaram sabendo por terem contatos na instituição, mas não souberam de imediato o porque. Não consegui contar a eles que eu havia tido duas crianças e que agora tentava os sustentar trabalhando de assistente de cozinha.

Nem mesmo à Katherine contei. Ela soube quando os gêmeos já tinham quase dois anos, quando veio me visitar em uma de suas ferias. O choque foi inevitável, ela tentou me convencer a pedir ajuda novamente à John e Isobel, mas neguei veemente. Depois disso, eles descobriram por tabela.

Minha mãe me ligou desesperada, inconformada. Meu pai não falou comigo, e de repente, havíamos voltado a relação conturbada e confusa de antes. Não recebi ajuda de ninguém, e quando as crianças possuíam três anos, eu voltei a estudar. Me formei com méritos, mesmo com todas as dificuldades.

Consegui um bom emprego como chefe de cozinha de um grande restaurante em uma das avenidas mais movimentas de Milão. Me serviu como experiência, e fiquei lá por um tempo, até abrir meu próprio negócio: uma casa de doces. Em pouco tempo, ela cresceu e meu nome decolou na capital do design.

Eu pude dar aos meus filhos, com muito esforço, uma vida boa e feliz, mesmo com todas as dificuldades.

E agora, dez anos depois, eu estava voltando ao lugar que inicialmente eu havia fugido. Tudo por eles.

Empurrei o carrinho de malas para fora do portão de desembarque, com Eleanor segurando a barra de minha blusa e Dante segurando sua mão.

Não demorou para eu ver a reconhecível cabeleira cacheada em meio a tantas pessoas. O corpo pequeno e curvilíneo de Katherine se chocou contra o meu em um abraço apertado e cheio de saudades. Cheirei seus cabelos, sentindo aquela sensação boa de estar em casa.

— Senti sua falta – Ela murmurou, a voz embargada que denunciava seu quase choro.

— Eu também senti a sua – Respondi, sem conseguir conter as lágrimas. Fazia longos oito anos que eu não a via pessoalmente, apesar das chamadas de vídeo serem quase diárias.

Katherine se separou de mim, me beijando as bochechas em seguida. Depois do que pareceu um longo tempo me observando, ela se abaixou para falar com os meus filhos. Eles conheciam a tia Katherine pela webcam, mas não se lembravam dela.

— Meu Deus, como vocês estão enormes! – Ela disse, agarrando-os em seguida. Eleanor a abraçou de volta facilmente, mas Dante não gostou muito, ele estava na fase de repudiar contato.

— Oi, tia Katherine! – Eleanor sorriu. Ela achava interessante sua mãe e sua tia serem idênticas. Sempre me dizia que eu deveria deixar o cabelo crescer para ficar ainda mais parecida com minha gêmea.

— Bonequinha! – Katherine apertou de leve uma das bochechas de Eleanor, as vendo corar em seguida.

Dante continuava quieto, a olhando desconfiado.

— Não vai falar com a tia, Dante? – Perguntei. Ele me encarou.

— Oi, tia Katherine – Sua voz não estava tão animada quanto a da irmã.

Katherine sorriu divertida, e não aguentou em puxá-lo para mais um abraço, adorando ver a expressão desgostosa do meu filho.

— Para de ser ranzinza, garoto! Assim vai ficar velho rapidinho – Katherine disse, arrancando uma expressão chocada do menino.

— Eu não sou velho! Tenho só nove anos! Você que é velha.

— Ei, eu tenho a idade dela – Eu disse, com uma falsa voz de indignação. Ele me olhou compadecido.

­– Desculpa, mãe.

— Ok, ok. Momento maravilhoso quando descobrimos que somos velhos, mas... tenho certeza que todos querem descansar, certo – Katherine arrancou o carrinho de minhas mãos e começou a empurrá-lo para a saída.

— Você conseguiu uma boa casa? – Perguntei.

— Apesar de eu querer que você more comigo, ou com os nossos pais, sim, eu consegui uma boa casa. É perto da minha – Ela sorriu.

— Eu não queria atrapalhar vocês.

Vocês eram Katherine e seu marido, Elijah. Após alguns reencontros, desentendimentos, e uma boa conversa, eles se acertaram de vez e depois de dois anos de namoro, resolveram morar juntos. Casamento, para Katherine, era algo antiquado demais ao qual ela não se submeteria, palavras dela.

Acomodei as crianças no banco traseiro enquanto Katherine fazia o favor de guardar nossas malas, acabei a ajudando no processo, já que era muita coisa.

Entramos no carro e fizemos um caminho silencioso, até eu me voltar a realidade do momento e olhar para a minha irmã.

Katherine mordeu o lábio, eu sabia que ela queria dizer algo, apenas não sabia se deveria, de fato, dizer. Revirei os olhos.

— Katherine, já passamos dessa fase. Desembucha.

Ela me lançou um breve olhar, fazendo uma curva.

— Você vai visitar nossos pais? Eu os avisei que vocês chegariam hoje.

— Eu não sei – Suspirei, encostando minha cabeça no banco – Eu me sinto tão cansada, Katherine, a volta foi tão rápido, eu nem tive tempo de me preparar psicologicamente para isso, sabe. Não sei como encarar tudo aqui.

— Eu entendo – Ela me sorriu compadecida – Estou aqui por você, irmã.

Segurei sua mão que descansou brevemente sobre minha coxa, e a apertei, sorrindo para ela também. Deus, como eu senti falta disso! Dela!

Alguns minutos se passaram e ela parou o carro em frente a uma bela casa azul de janelas brancas e um extenso jardim. Possuía uma bela varanda, que com certeza tinha mãos de Katherine ali. Algumas cadeiras brancas de balanço foram postas, assim como poltronas acolchoadas e almofadas, havia até mesmo um abajur preso a parede.

— Você é perfeita! – Eu disse, sorrindo. Ela deu de ombros, se gabando.

Eleanor e Dante desceram do carro logo em seguida. Dante pegou a chave de Katherine e correu para dentro da casa, Eleanor não demorou para segui-lo, gritando para que ele a esperasse.

— Ele é a cara do pai – Katherine murmurou, encostada no carro observando as suas crianças correrem.

Eu sorri.

— Sim, ele é – Respondi.

Tirei as malas do carro enquanto Katherine ainda parecia perdida em pensamentos, mas não demorou para voltar a vida real e me ajudar a levar as malas para dentro.

A casa era antiga, com chão de madeira e uma decoração retrô, sua cor principal sendo azul, assim como na varanda. Eu já não via mais nem a sombra das crianças quando eu entrei, mas não me preocupei, com certeza elas estavam tão encantadas quanto eu.

— Isso é demais, Katherine – Murmurei – Obrigada!

Ela me abraçou de lado, observando a casa também.

— Você merece.

— Já que estamos falando sobre eu merecer... – Olhei sugestivamente para minha irmã, sorrindo o mais simpática que eu conseguia. Ela me lançou um olhar desconfiada – Pode observar as crianças por mim? Eu tenho que fazer algo urgente.

— O que você não pede sorrindo que eu não faço chorando, não é mesmo? – Ela brincou, me fazendo rir.

— Obrigada, você é a melhor, Kath.

Gritei pelas crianças, as avisando que ficariam com a tia Katherine. Elanor apareceu brevemente para ouvir o recado e depois sumiu novamente, estava explorando a casa, segundo ela.

Sai tranquila do meu novo lar, sabendo que eles estavam em boas mãos. Peguei o carro de Katherine que ela havia brevemente me emprestado, e fiz o caminho que dez anos atrás eu fiz diariamente por algum tempo.

Estacionei em frente ao estabelecimento antigo e completamente abandonado com a placa "vende-se”. Era o antigo restaurante Nostro Impero, a decepção ao vê-lo naquele estado foi inevitável, sem conseguir me conter, liguei para o numero que estava na placa, começando a conversar com a imobiliária naquele mesmo momento.

A moça no telefone parecia levemente chocada por eu querer comprar aquele lugar. Eu também ficaria. Mas eu sabia a magia e beleza que aquele lugar carregava, além de uma bela história.

Eu o reergueria novamente, o levaria ao topo, ou eu não me chamava Elena Gilbert Flemming.


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Notas finais do capítulo

Não sei quando o próximo virá, não farei promessas. A entrega de um super trabalho da faculdade está chegando, e logo depois virão as provas, espero não ficar de exame para as férias virem mais rápido e eu poder escrever mais hahha
Vejo vocês lá nos comentários ♥



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