Uma Canadense em Nova York escrita por Mia Colucci


Capítulo 2
2. Sapinho solto.


Notas iniciais do capítulo

A gente vê que é anti-social quando deixa de ir ao cinema com os amigos, para escrever! hahaha. Boa Leitura!



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P.O.V – Annabeth

Já disse pra vocês como a Piper é louca!? Não, então vou dizer ela é louca. Depois que sai do banho, coloquei uma roupa normal, uma calça jeans clara, uma blusa branca com detalhes azuis e meu All Star, quando ela saiu do banheiro, só faltavam seus olhos caírem no chão igual duas bolinhas de gude.

— Você não vai com essa roupa né? – Ela me questionou boquiaberta.

— Vou, afinal só vou conhecer seus amigos não é?

— Como assim ‘’só vou’’ você ‘’VAI’’. – Disse ela suspirando – E tem que estar fabulosa, pegue um vestido meu emprestado.

— Pra que tudo isso, Pips, eles por acaso são parentes da Rainha Elizabeth?

— Não, mais a primeira impressão é a que fica, e não quero ser lembrada por ter uma prima cafona.

Bufei e fui em direção ao closet dela, e para minha surpresa não era todo rosa, peguei um vestido azul claro tomara que caia, lindo e quando ia novamente colocar os tênis, ela disse.

— Negativo mocinha, salto alto – Disse, apontando para a sapateira.

— O quê? Ah não Pips, não sei andar e não gosto. – Cruzei os braços emburrada – Então eu fico.

Ela ficou me estudando, pensativa, então saiu do quarto e voltou com uma sacola branca e me estendeu.

— O que é isso? – Perguntei enquanto desembrulhava a sacola. – Ai meu Zeus!!! – Gritei.

— Sim, eu soube que você gostava de Jogos Vorazes e sim, sei que você foi proibida de ler.

— Pips do meu core... Você esta me dando este lindo livro? – Coloquei o dedo no rosto limpando uma falsa lágrima.

— Não – Ela disse e tomou o livro da minha mão – Você disse que não queria ir nem ia usar salto, olha que eu nem falei da maquiagem ainda.

— Ahh, saquei, chantagem né? – Disse me recuperando emocionalmente.

— Chantagem não, quero propor um acordo! – Disse ela com um sorriso malicioso.

Suspirei.

— E qual seria? – Perguntei pensando já na furada que ela ia me meter.

— Simples, minha mãe recebeu ordens explícitas da sua mãe, de que você estaria proibida de portar qualquer tipo de livro seja, aqui e em qualquer lugar. – Ela solta um risinho.

— Continue. – Digo fingindo tédio.

— Então se você me deixasse transformar você, tipo, suas roupas, cabelo maquiagem e etc... Deixo você em segredo ler seus livros. – Disse, me olhando com um sorriso colgate.

Eu nunca pensei que Piper fosse tão inteligente assim, a ponto de saber fazer acordo/chantagiar alguém. E pegar logo no meu ponto fraco. E não teria como eu ler escondido, já que dividíamos o quarto. Suspirei e perguntei.

— Que tipo de transformação?

— Olha. – Diz ela apalpando meu cabelo, como se fosse uma velha almofada empoeirada. – Quero te ajudar a criar um estilo próprio. – Ela olha de relance para meus jeans. – E mais bonito.

— E se eu não gostar?

— Pode crer que você vai. – Diz ela confiante. – Quero te ensinar a cuidar desses lindos cachos e maquiar esse rostinho de porcelana.

Fiquei pensativa, eu não sabia nada sobre moda, maquiagem e muito menos garotos. Tudo o que eu sabia era sobre personagens e a quantidade de páginas de cada livro. Sim, eu decorei de todos os livros que eu li.

— Só se você parar com essa mania de rosa.

Ela pensou e resmungou algo do tipo.

— Vai ser um sacrifício, tudo nessa vida tem um sacrifico, e sua prima precisa desesperadamente da sua ajuda. – Murmurou mais para si mesma, mais eu ouvi. – OK, mais sempre vou usar uma peça de roupa rosa.

— Tá. – Disse encerrando o acordo antes que ela propusesse mais alguma coisa. – Que sapato eu coloco? - Perguntei.

— Hummm, esse aqui. – Ela disse me entregando um salto prata.

Coloquei e fiquei andando pelo quarto, para me acostumar. Piper foi se arrumar e optou por um vestido rosa, ah jura!, um salto dourado, cabelos soltos e começou sua maquiagem. Quando terminou, ela me mandou sentar e começou a minha, ajeitou meu cabelos, e pegou sua bolsa, mas não sem antes me dar uma também.

— Vamos? – Disse ela sorrindo, me olhando como se dissesse ‘’Que trabalho bem feito eu fiz’’.

Assenti e saímos do quarto. Estávamos no carro a caminho do tal lugar, quando eu perguntei.

— Aonde nós vamos?

— Ah, na festa do Percy. – Respondeu naturalmente, como se não soubesse que tenho pavor á socialização.

— O QUÊ?? – Gritei. – Eu não gosto de festas você sabe.

— Ah mais vai ter que gostar, isso faz parte da transformação.

— Eu não sei como agir, o que dizer. – Disse já ficando nervosa. – Vamos voltar please?

— Não. Relaxa Annie, eles vão gostar de você. – Ela deu um sorrisinho. – Quem sabe não arruma um namoradinho lá. – Disse já estacionando.

— Rá, rá engraçadinha. – Digo revirando os olhos.

— Barbie Pips, que prazer enorme vê-la aqui, ainda mais com uma coleguinha. – Diz um garoto de cabelos cacheado, assim que entramos.

— Ah, Oi Leo, essa é minha prima Annabeth, Annabeth esse é o Leo. – Diz Piper olhando para vários lados, claramente procurando alguém.

— Oi, prazer. – Digo tímida.

— O prazer é todo meu. – Diz ele pegando na minha mão e beijando-a.

E em seguida Piper me arrastou pra longe dele, esbarrando em um monte de gente, e fomos até um grupo de quatro meninos.

— Hey peoples – Disse Piper animada, dando um selinho em um loiro de olhos azuis, depois que percebeu o silêncio constrangedor resolveu me apresentar. – Gente essa é a minha prima Annabeth, ela vai passar uns meses aqui em Nova York.

Pelo menos agora eles disseram alguma coisa.

— Oi, prazer. - Disse um loiro de olhos azuis. – Luke.

— Nico. – Apresentou-se um menino magro de cabelos e olhos pretos.

— Jason. – O loiro de olhos azuis que Piper deu um selinho disse. – Namorado da Pips.

E meus olhos param no último, um menino de olhos verde água, lindos e cabelo preto, desgrenhado, esperando ele se apresentar, mais nada, ele me encarava como se eu fosse um mico- leão- dourado em extinção. Por fim Nico colocou as mãos na frente do rosto dele falando.

— Terra chamando Percy.

— Ah, desculpe. – Ele dá um lindo sorriso. – Percy... – Ele ia continuar dizendo, quando uma voz berrou.

— JACKSON... porque você fez isso? – Perguntou/gritou uma menina ruiva de olhos verde, logo o puxando da rodinha.

— Vish. – Disse Nico dando um risinho. – Ela descobriu.

Todos também riram, e eu boiei. Então o tal do Luke me perguntou.

— Então Annabeth, você esta morando aonde?

— Na casa da Pips. – Disse, um pouco corada por todos os olhares estarem em cima de mim.

— Nossa, então estou com pena de você. – Disse Nico rindo. – Cuidado, pra não virar á pantera cor de rosa 2.

Com essa tive que rir, eu não era a única que achava ela estranha. Piper o olhou feio, o que fez com que todos começassem a ir também.

— Não se preocupe. – Disse ainda rindo. – Isso não vai acontecer.

E a festa continuou, meu termômetro de sociabilidade tinha estourado, nunca havia conhecido tanta gente assim antes. Até arrisquei provar uma bebida, um ponche, quando eu estava colocando no copo, uma menina apareceu e me disse.

— Eu não faria isso se fosse você!

Ela tinha cabelos pretos e olhos azuis elétricos e um estilo mais puxado pro punk.

— Porque? – Perguntei na maior ingenuidade.

— Porque eles sempre batizam o ponche. – Ela sorriu e me estendeu a mão. – A propósito sou Thalia, e senti que você esta um pouco deslocada.

Segurei sua mão e disse – Annabeth – Larguei o copo na mesa. – Sim, estou um pouco perdida, sabe, não me sinto a vontade com essas roupas e não conheço ninguém direito então...

— Ah então você é a prima da Piper, estão todos comentando sabe. – Ela riu sem humor. – Aposto que ela te fez usar isso né.

Assenti, ela riu e me chamou para dar uma volta. Conversei com ela e expliquei o porquê de eu estar em Nova York, ela começou a gargalhar quando eu disse que eram por causa de livros, ela disse que meus pais eram loucos e eu concordei. Nesse meio tempo descobri que Thalia era a irmã de Jason e prima de Percy, o moreno lindão dono da festa e que ela odeia rosa. Opa, me identifiquei.

Continuávamos andando, e percebi que logo ela mudou de humor quando viu Luke ficando com uma morena de cabelos compridos.

— Espera aqui que eu já volto – Disse ela indo em direção a eles.

Fiquei meio sem reação, olhando para os lados procurando Piper, que a propósito tinha me abandonado desde que chegamos, e do nada começou a vir uma fumaça e o volume da música aumentou. Eu não estava enxergando mais nada. E esbarrei em alguém, o volume do copo da pessoa foi todo em mim e no chão, fazendo com que eu escorregasse e caísse em cima da pessoa. De repente a festa parou, e a fumaça cessou, olhei para baixo e estava em cima de Percy Jackson, e por algum motivo todos estavam rindo muito. Ele resolveu se pronunciar.

— Ahm, você pode se levantar, por favor.

Eu o encarei, por um longo tempo, sem fazer nada, como se eu estivesse em Nárnia. Até que Piper e Thalia correm em minha direção e me ajudam a levantar. Assim que eu estou de pé, percebo que os olhares continuam em mim, ou melhor na minha bunda e sinto um ventinho nela, e penso na grande probabilidade de todos estarem olhando para minha calcinha, e tento me lembrar de qual estou usando. Quando olho para baixo vejo que o vestido subiu com a queda e minha calcinha com um sapinho atrás está visível ao olhar de todos, abaixo imediatamente o vestido. Sinto meu rosto esquentar e digo uma coisa idiota.

— Calcinhas são igual Rexona, nunca te abandonam.

Isso fez com que todos explodissem em mais gargalhadas. Todos estavam rindo até o próprio Percy, depois que se levantou. Leo e Luke se aproximaram, com os rosto vermelhos de tanto rir.

— Você é uma comédia. – Disse Luke enquanto limpava uma lágrima do olho.

Leo se aproximou de mim passando seus braços sobre meus ombros dizendo.

— Vem garota Rexona, não vou te abandonar. – O que fez todos voltarem a rir.

Soltei um riso constrangido e o acompanhei. Olhei para trás Thalia, Piper e Percy estavam mordendo a língua para parar de rir e o mesmo com todos. Fui para a cozinha e suspirei, ‘’isso vai me acompanhar pelo resto da vida’’, pensei com ironia.


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