Redescobrindo o Amor escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 21
Uma Torta, Um Pedido de Desculpas e Um Herói


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥



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ANASTÁSIA STEELE

 

Ouço uma leve batida na porta do quarto e digo um entre baixinho.

—Querida. —Mamãe coloca a cabeça dentro do quarto e depois entra por completo. Ela se aproxima e senta na pontinha da cama. —Você está bem? Passou o dia todo trancada.

—Sim. —Digo sem desviar meus olhos do livro.

—Mesmo? Porque você chegou eram 13h00min e agora são oito da noite e você ainda está aqui, aposto que nem tomou banho.

Semicerro os olhos e encaro minha mãe.

—Mas é claro que eu tomei banho! —Digo brava. —Que tipo de pessoa acha que eu sou?

—Ok, calma, foi brincadeira. —Ela diz rindo. —Por que você está tão brava?

—Quem disse que eu estou brava? Eu só quero ficar sozinha.

—Você brigou com o Christian, não foi?

—Como você sabe? —Sento-me na cama e coloco o livro de lado.

—Eu te conheço, sou sua mãe.

—Sério?

—Ok... A Grace me ligou, ela disse que o Christian chegou estressado e a Mia disse que vocês brigaram.

—Entendi. —Pego meu livro novamente.

—Você pode me fazer um favor antes de se enterrar nesse livro de novo?

Reviro os olhos e bufo frustrada.

—Que favor? —Pergunto.

—Você tem que ir à casa da Grace levar uma torta que eu fiz.

—Ah, mamãe! Qual é? Vocês duas não tem desculpa melhor? Uma torta não vai fazer com que eu e o Christian fazemos as pazes.

—Você é esperta demais mocinha. —Mamãe semicerra os olhos. —Mas você ainda tem que levar a torta.

—Ah, Ok! Eu não tenho escolhas!

~♥~

Toco a campainha da casa de Grace e ela logo abre a porta.

—Ana que surpresa. —Grace diz. Arqueio a sobrancelha e a encaro. —Entre, por favor.

—Não, obrigada. —Entrego a torta em suas mãos. —Eu só vim entregar isso.

—Ana? —Christian diz descendo as escadas.

—Tchau tia Grace. —Digo me virando rapidamente.

Começo a andar em direção ao portão rezando para ele não vir atrás de mim.

—Ana, espera. —Diz Christian vindo atrás de mim.

—Me deixa! Eu não quero saber.

—Mas eu nem falei nada.

—Por isso mesmo. É melhor ficar quieto.

Continuo a andar pelas ruas e Christian vem atrás de mim.

—Anastásia para de birra!

—Birra? —Grito e me viro para encará-lo. —Você acha que é birra? Não Christian, não é! Eu tenho sentimentos, e você não pode me tratar daquele jeito e achar que eu vou ficar feliz com isso.

—Ana, eu só estava... —Christian não termina sua frase.

—Estava? —Pergunto.

—Deixa pra lá. —Ele diz coçando a cabeça.

—Você estava com ciúmes? —Pergunto incrédula e Christian faz um careta - o que só confirma minhas suspeitas. —Há, eu não acredito! Você brigou comigo por ciúmes?

—Acho que sim... —Christian diz encolhendo os ombros.

—Isso é incrível. —Digo rindo.

—Você ainda está brava comigo?

—Não! —Exclamo ainda rindo. —Só não me trate mais daquele jeito, caso contrário eu arranco seu coração.

—Ok... —Ele coça a cabeça. —Você tem certeza que não quer entrar para o ramo de terrorismo? Sério, você se sairia muito bem.

—Idiota! —Digo rindo.

O barulho de um carro se aproxima, de forma rápida, faz com que nos viremos para olhar.

—Cuidado! —Christian me puxa antes que eu seja atropelada. —Você está bem?

—Acho que sim. —Digo ofegante.

Viro-me e olho para o carro vendo o motorista dar meia-volta.

—Ele está voltando... —Sussurro apavorada.

—O que? —Christian se vira e olha o carro, ele entra na minha frente e o carro freia a um metro de nós.

Os vidros do carro são escuros e nós não vemos quem é, e a lanterna acesa dificulta ainda mais.

A porta do carro se abre e nós vemos Elena descer do carro. Ela está vestindo uma roupa preta e luvas de couro preto.

—Olá Christian. —Ela diz e o veneno escorre pela sua voz.

—Porra. —Christian pragueja baixinho. —Você ficou louca?!

—Ainda não. —Ela sorri e isso me causa arrepios. —Olá Ana.

—Olá va... Digo, Elena.

—Como você é desafiadora, não é mesmo garota? Se acha muito esperta, mas não esqueça que só tem dez anos.

—Eu sou muito esperta? Ou você que é muito burra?

—Você é uma vadiazinha.

—Cala a boca! —Christian grita. —Não a compare com você.

—Chega disso Christian, essa garota não é para você.

—O que é ou não para mim, não é da sua conta.

—Chega! —Elena grita. —Entrem no carro.

—Por que acha que iríamos com você?

—Eu acho que não falei alto o suficiente. —Elena pega uma arma e aponta para nós automaticamente Christian segura minha mão. —Entrem na merda do carro.

—É melhor fazermos o que ela diz. —Sussurro.

—Não, eu não vou deixar essa louca te machucar. —Christian diz;

—É melhor você ouvir sua namoradinha Christian, não queremos que ninguém se machuque.

Christian aperta mais minha mão, ele me olha e eu vejo o medo em seus olhos.

—Tudo vai ficar bem... —Assegura-me.

Balanço a cabeça e nós caminhamos para o carro, Elena abre a porta, mas antes que entremos vemos Carrick, ele tenta vir em nossa direção, mas Elena atira. Sinto meu coração disparar e Christian me abraça apertando-me contra seu peito.

Elena entra e arranca com o carro feito louca, logo ouvimos barulho de sirenes atrás de nós.

—Você está louca Elena. —Afirma Christian e eu concordo mentalmente. —Aonde acha que vai chegar com tudo isso? Eles vão te pegar.

—Não... Eles não vão Christian, ninguém vai tirar você de mim. —Ela diz.

—Você está insana. Eu nunca fui seu, nunca.

—Não Christian, você foi. Lembra-se dos nossos momentos no quarto de jogos, eu estava te salvando.

—Para. —Christian diz. —Você estava se aproveitando de mim, aquilo nunca foi real.

—Foi sim! Eu sei disso.

Elena continua dirigindo feito louca, atropelando coisas, e falando coisas absurdas.

Meu coração está disparado e eu não consigo raciocinar direito. Christian não me solta por um segundo e eu consigo ouvir as batidas rápidas do seu coração.

—Você precisa ficar comigo Christian. —Ela diz e eu enrijeço.

—Você está louca! —Christian grita. —Eu nunca vou ficar com você, eu tenho nojo de você. Nojo.

Elena freia o carro e solta um longo suspiro antes de acelerá-lo novamente e começar a correr feito louca.

—Então você não vai ficar com mais ninguém... —Ela sussurra de forma calculista.

O carro colide contra um portão derrubando-o e logo pode se ver o mar que cerca a cidade.

—Ah meu Deus. —Sussurro desesperada.

—Elena para! —Christian grita.

—Nós vamos morrer juntos. —Ela diz sem sanidade alguma.

—Você está louca, para o carro.

—Christian... —Sussurro.

A mulher continua a acelerar e o medo me consome por completo.

Deus! Ela vai nos matar!

—Ana, eu preciso que você segure minha mão —Christian sussurra enquanto Elena diz coisas sem sanidade alguma.

—O que? —Pergunto confusa.

—Não solte minha mão por nada, por favor.

—Es-está b-bem. —Gaguejo.

—Eu te amo.

—Eu também te amo.

Fecho os meus olhos e aperto a mão de Christian, sinto apenas o impacto do carro sendo jogado na água, mas antes que nós comecemos afundar sou puxada para fora do carro. Só agora percebo que Christian abriu a porta quando caímos.

Ele sai do carro e me puxa nos levando para a superfície. Começo a tossir pelo pouco de água que engoli.

—Você está bem? —Christian pergunta me abraçando.

—Me tira daqui, por favor. —Imploro com a respiração acelerada.

—Calma, nós vamos sair.

Christian começa a nada para as margens levando-me junto, ele me ajuda a sair da água e depois sai.

Quando Christian me abraça consigo ouvir as batidas do seu coração misturadas com os barulhos das sirenes.

Respiro fundo e sinto tudo se apagar.


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Notas finais do capítulo