Duas Solidões escrita por Amin


Capítulo 1
— Deixa chover.


Notas iniciais do capítulo

Eu estou postando isso aqui sem nem acreditar ainda que tirei a Bing no amigo secreto. AE! (っ´ω`)

Se ela me acompanhou nesses dias no Twitter sabe que deu um trabalho danado escrever isso aqui. Talvez o fato de ter passado um tempo sem escrever nada tenha me feito perder a mão pro negócio.

Realmente espero que você goste do que vai encontrar aqui, dona Bing. E saiba que tudo foi feito pensando em você! (*´艸`*)



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Aquele poderia ser um vilarejo pacífico e solitário como de costume, mas durante determinada noite uma fina e graciosa garoa resolveu assim – sem aviso prévio –, dar o ar de sua graça. Eram pingos escassos que caíam das nuvens do céu e banhavam o reflexo da lua nas rasas poças de água que se formavam no terreno. As gostas, entretanto, persistiam em manter sua presença com um gotejar ritmado que repercutia no ambiente em uma amostra antecipada do inverno que regressava lentamente.

Esse chuvisco manso cedeu por sobre uma única casa de uma forma tão delicada, que era como se pedisse licença aos moradores. Uma residência que se mostrava esquecida pelo resto dos indivíduos das redondezas e esbanjava unicamente sua simplicidade, apesar de que muito provavelmente abrigaria em conforto uma família no seu interior.

O vento soprava em preguiça pelos ares, tornando o clima mais gelado e assim preparando uma noite mais agradável.

Essa garoa, que há de ser ignorada por alguns, transformou a noite seca e monótona. Mas, acima de tudo, agradou especialmente o casal que dividia temporariamente o mesmo teto modesto nesta ocasião.

Para lá da porta da casa, de certo, havia frio e chuva fina. Para dentro do cômodo, todavia, disseminava-se um calor que haveria de ser invejável até para o próprio sol.

Ali, em cima de uma cama desarrumada, os corpos nus encontravam-se cobertos por um curioso lençol de seda que lhes trazia aconchego e também amenizava o pudor de suas intimidades. Sua função, contudo, não era produzir calor. Não.

Aquele casal produzia calor por sua conta e risco.

O mago de gelo da Fairy Tail aproveitava-se de sua posição elevada sobre a azulada para saborear-lhe o corpo por inteiro; pedaço por pedaço. Suas mãos cercavam-lhe em toques afoitos como se demarcassem um território. Elas pareciam derrapar com maestria pela formosa curva daquela cintura feminina em uma viagem sem volta ao éden.

Gray desejava-a com o toque de sua mão.

Os olhos do homem aderem ao azul-escuro em um anseio que lembra o céu a meia-noite. Ele almeja registrar em sua memória cada detalhe daquele corpo de mulher; cada fração mínima daquela pele macia como veludo e de suas curvas acentuadas.

Juvia experimenta com inexperiência aquele olhar que trás consigo o rigor do inverno.

Os toques cálidos em seu corpo nu norteiam a mulher da chuva a manter sua posição. Ela experimenta o contato das mãos másculas moldando as curvaturas de suas pernas e de suas coxas alvas.

A Lockser faz então um almejado contato visual com seu parceiro. Seus olhos em azul tempestuoso deságuam um rio de legítimo desejo.

Com reluta, ele rompe aquela troca de olhares cúmplices em tentação para acariciá-la no interior de suas coxas com suas próprias mãos. Suas carícias estonteantes só são facilitadas pelo fato de Juvia estar em baixo de seu corpo com as pernas separadas e prontas para o enlaço.

O Fullbuster prende a coxa esquerda da mulher abaixo de si com a mão para prensá-la contra sua cintura, fazendo-a arquear o corpo até ficarem face a face. Em contrapartida, Juvia aperta suas mãos nos ombros masculinos em uma ação mecânica.

Apesar de a coberta revestir parcialmente seus corpos, eles se sentem cada vez mais acessível um ao outro. O tecido macio desliza por sobre as costas masculinas devido à movimentação persistente dos dois, denunciando que aquele pedaço de pano logo não lhes será mais um empecilho.

Com gosto, um por vez poderá ter o encanto de conhecer o corpo do outro com as mãos.

O peito pulsante do mago em súplica e apreensão toma para si a sensação dos seios redondos e firmes por sobre a sua pele como numa atração puramente magnética. Da maga da água fugiam as palavras de seus lábios cobiçados, dando lugar aos suspiros de deleite.

O Devil Slayer do gelo usufrui daquela postura momentânea para tirar-lhe os fios em desordem de seu cabelo azul dos seus ombros num afago. Agora ele explora aquela região desnuda de seu pescoço ao roçar nela seus lábios frígidos e sedentos pelo leite de sua pele, como se estivesse com sede da mais pura água.

E como água era a sensação de desejo que Juvia experimentara; água gelada que escorria do canto de seus lábios sem rumo.

Sem nem se dar conta, essas carícias costuram feridas e parecem preenchê-la de ternura.

A maga da água descansa repentinamente sua cabeça naquele ombro amigo. Sua respiração sôfrega procura um alívio e seu coração golpeia seu peito, mas a satisfação se faz presente na curva de seu sorriso.

É nesse momento que seus olhos bisbilhoteiros vislumbram pela janela a garoa graciosa que banhava a noite de lua cheia se apertar em uma chuva impertinente que almeja inundar esse lugar ardente. Os pingos, até então gentis, agora apostam uma corrida feroz em que não há vencedor sobre o vidro cristalino da janela.

— Gray-sama... — Juvia chama-o, com a voz ainda em estado de êxtase. — Juvia não consegue controlar a chuva agora.

As palavras sussurradas de seus lábios trêmulos driblaram os gemidos que pretendiam fugir de sua boca e seu corpo reage em arrepios aos lábios gelados que distribuem uma trilha de beijos por sua pele.

Levou alguns milésimos de segundos para que Gray concentrasse suas ações em apenas ouvi-la, fazendo-o cessar seus cuidados com o corpo da azulada. Assim que o fez, alarmou-se com o tom melancólico que sua voz assumira de repente.

Era vergonhoso para mulher da chuva admitir, mas mal conseguia controlar o próprio corpo àquela altura.

O mago, contudo, fingiu não dar ouvidos àquela confissão. Beijou-a com delicadeza em seu pescoço, mas foi além dos beijos, mordidas e lambidas naquela região. Inclinou-se sobre a azulada até que seus corpos beirassem a união, mas tomando a precaução de apoiar seu peso – com o auxílio de seus braços – sobre o colchão e não por sobre o corpo feminino.

Nesse momento, ele abaixou seu tom de voz naturalmente áspero para então sussurrar-lhe ao pé do ouvido:

— Deixa chover — disse Gray, segredando suas palavras somente a ela.

Juvia sentiu que aquelas palavras foram o contato mais íntimo entre os dois.

Ele a encarou nos olhos como se estivesse a vendo pela primeira vez, então grudou sua língua na dela. Fora algo tão voraz quanto a sede; como se visse água jorrando abundante em sua frente para então perceber que era sede o que sentia. Uma sensação tão nova que se separaram segundos depois, desnorteados. Gray parecia tão assustado quanto Juvia, afoitos pelo gosto um do outro.

O mago precisou balançar a cabeça para voltar à realidade e então beijá-la novamente. De tal modo, se saborearam muitos beijos, mas todos como se fossem o primeiro ou último daquela noite.

Juvia sentia-se cada vez mais aquecida internamente com aquele beijo frio, que descia e subia por seus lábios molhados em sincronia inabalável.

Ela permitiu guiar suas mãos por suas costas largas e robustas, cravando as unhas ali. Usou a ponta dos dedos para trilhar um caminho sem orientação por seu peitoral e arrepiou-se com a pele normalmente gelada do Fullbuster.

Gray notou quando o corpo feminino passou a se encolher embaixo de si.

— Desculpe — pediu ele, tão baixo que quase não se fez audível. — Eu não sou muito bom nisso de aquecer.

Os fios de seu cabelo preto-azulado molhavam de suor a testa da mulher e sua respiração descompassada batia em suas bochechas ruborizadas.

— Gray-sama — ela tocou-lhe o rosto bonito, que emanava nas palmas de suas mãos um frio confortável. Ele fechou os olhos, querendo absorver para si aquele calor feminino em um suspiro. — Juvia nunca se sentiu tão quente.

Naquela noite, eles se protegeram de seus medos e inseguranças. Tocaram-se tão intimamente como se pudessem ver o corpo do outro com as próprias mãos. Acolheram-se embaixo de seus corpos, afastando os fantasmas que assombravam seus passados.

Naquela noite, duas solidões mútuas se completaram.

Naquela noite de frio, descobertos de lençóis ou roupas e com a chuva caindo, Gray sussurrou-lhe o seu eu te amo.

— Obrigado... Por sempre estar ao meu lado.


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Notas finais do capítulo

Essa foi a primeira vez que escrevi algo com essa pegada sensual. Espero não ter decepcionado – muito.

A Bing sempre me apoiou e incentivou a escrever coisas sobre o nosso ship. Não sei se ela sabe, mas muitas vezes eu escrevi isso ou aquilo por ter certeza que a deixaria minimamente feliz. Obrigada por ser essa pessoa maravilhosa! ♥

Estamos aí para críticas construtivas ou sugestões!

Obrigada pela atenção! Um beijo! (。・ω・。)ノ♡



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