De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 15
Capítulo 14 - Sinceridade É Sinônimo De Dor?.


Notas iniciais do capítulo

Oiii!
Sobre minha pessoa nesse momento: Exausta é pouco para definir, o ENEM acabou comigo hahaha. Apesar de eu ter gostado do tema da redação.
Até pensei em deixar para postar depois, mas queria que vocês lessem logo o capítulo, por isso deixei meu cansaço de lado por um tempinho.
Gostei bastante desse capítulo!
Não vou me prolongar, porque estou realmente cansada, mas na próxima postagem darei alguns spoilers a vocês.

Boa Leitura!



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Ponto de vista: Florence Elliott.

Abro meus olhos com dificuldade por causa da luz que adentra ao meu quarto, devido a janela que deixei aberta hoje. Checo o despertador e vejo que acordei no horário de costume, ou seja, antes dele tocar. Me viro na cama apenas para esticar meu corpo e abro um sorriso enorme, quando vejo a medalhinha que Dake me deu em meu criado-mudo.

          Pego a joia em minhas mãos, e a encaro com fascinação. Ela representava o inicio de uma nova fase em minha vida. O inicio de uma nova experiência. De um novo sentimento. Dake foi tão incrível ontem, que isso ainda soava como algo inacreditável. Ele foi carinhoso ao montar aquele jantar improvisado para nós, e mais perfeito ainda ao me fazer aquele pedido.

          A noite havia sido tão boa, quanto a que ele me beijou pela primeira vez. Ontem, eu só quis que o mundo parasse naquele instante. Queria permanecer com aquela alegria dentro de mim para sempre. Queria viver naquele pequeno universo onde só existíamos Dake, eu e nossa estranha relação.

        Mas a realidade em forma da minha tia nos atingiu — tenho que acrescentar que ela adorou as novidades, e isso resultou em várias brincadeirinhas irritantes —. De qualquer jeito, aquela noite sempre estaria marcada em mim. Como todos os outros momentos que tive com Dake, por mais simples que tenham sido. Se aquilo era viver, então viver é bem melhor do que dizem.

             Ainda animada, me levanto e faço minha higiene matinal. Como ainda tenho bastante tempo, não me preocupo em me trocar de roupa logo. Trajando um conjunto de moletom. — casaco e shorts — sigo até a cozinha, com Booh em meu encalço. Prendo meus fios loiros em um coque bagunçado, evidenciando alguns cachos naturais e assim sigo para cafeteira.

    Cantarolo uma música lenta, enquanto espero meu café ficar pronto, e Booh me encara com estranheza.

—Que foi? Só estou feliz, se você arrumasse uma cadela por ai, iria entender isso. — digo como se fosse normal conversar com um cachorro.

       O animal me olha e faz uma espécie de careta. Acho que julgando sua dona.

    Estava pronta para me defender, quando um barulho me interrompeu. A campainha tocava as seis da manhã. Estranhei isso, e em passos calmos fui até a porta.

      Quando a abri, sorri com o que encontrei. Dake estava lá, também sorrindo, carregando consigo algumas sacolas de papelão. Duas para ser mais especifica.

—Eu sou um namorado incrível. — ele anuncia antes que eu fale qualquer coisa. — Céus! Eu realmente sou. — reafirma e em seguida apresenta os motivos de estar dizendo isso. —Te conheço tão bem, que sei que você sempre acorda mais cedo do que o despertador, e sei também que você adora esses sanduíches naturais do quiosque da praia. Por isso fiz questão de traze-los. — encarei Dake, ainda estática.

—Qual é o seu problema em agir como uma pessoa normal? — indago rindo. Dake fecha a cara.

—Você é uma mau agradecida, estou aqui fazendo uma coisa incrível por você e recebo zombarias em troca. Florence Elli... — não deixo que ele acabe, pois antes disso, me jogo em seus braços, e o beijo com toda determinação que posso. Não demora muito para as sacolas irem ao chão, e Dake agarrar minha cintura, para aprofundar a caricia. Suas mãos experientes passeiam por minhas costas, a medida que nossas línguas dançam uma com a outra. Novas sensações se espalham por meu corpo e eu me sinto cada vez mais envolvida com aquilo.

—Você fala demais. — sussurro quando nos separamos.

            Dake apanha as sacolas e vai comigo até a cozinha. Aproveito para pegar uma caneca para ele, mas ele é o Dake, então ele complica tudo, preferindo um suco. Por sorte há um pouco na geladeira, que logo é servido para o meu namorado.

      Me sento de frente para ele, na bancada da cozinha e logo passo a tomar meu revitalizante café. Dake me encara de um jeito estranho, enquanto como meu sanduíche, e eu me incomodo com isso.

—Qual é o problema? — indago curiosa.

—Só reparando que você nem se preocupou em se arrumar para receber seu namorado. — zomba, mesmo que no fundo não ligue para isso. Ele não liga para roupas, apenas para a falta delas.

—Como eu pude cometer esse erro? — dramatizo, e então reviro os olhos. —Espera!...Eu cometi um pior aceitando namorar um idiota. — retruco.

—Sempre doce e delicada. Essa é Florence Elliott. — Dake debocha.

— Só com você, querido. — falo sorrindo.

—Eu estava pensando, deveríamos assumir para a escola hoje, que estamos namorando. — suas palavras me surpreende, e eu demonstro isso, quando deixo o café de lado.

—Você tem certeza que quer isso? Porque eu não ligo para as outras pessoas. — sou sincera.

—Acha mesmo que eu perderei a oportunidade de mostrar para todos aqueles idiotas que eu namoro a garota mais incrível da Austrália? — ele brinca, me fazendo sorrir.

—Suponho que não. — Dake dá a volta no balcão, e me encara intensamente, antes de me presentear com mais um beijo naquela manhã. Eu já estava me acostumando com aquilo, com seu toque em minha pele, com sua respiração em meu rosto, com seu cheiro de praia e com todas as outras coisas que vinham junto com o título de “Namorado”

       Ouvimos um pigarro atrás de nós, e nos separamos. Minha tia nos encarava com diversão, e Dake ao meu lado me olhava preocupado. Quis rir naquele momento, mas me controlei.

—O que esse rapaz bonito faz em nossa cozinha as seis da manhã? — ela perguntou, enquanto se servia com café. — Ele por acaso dormiu aqui? Pulou a janela de volta, quando saiu ontem a noite?— fez mais perguntas.

—Não, eu vim hoje. —Dake se adianta em dizer, não querendo arranjar confusão.

—Na verdade, ele dormiu aqui...Alias, dormir é um termo incorreto, transamos de modo selvagem no meu quarto. — eu debocho divertida, e Dake arregala os olhos.

        Ele era ousado e tudo mais, mas não se arriscaria a fazer aquele tipo de brincadeira na frente da minha tia, ele não queria criar obstáculos para o nosso namoro , por isso sua intenção era soar o mais decente que pudesse.

—Vindo de você, querida? Improvável. — Agatha fala, antes de pegar sua xícara. — Deixarei vocês sozinhos, podem voltar ao que estavam fazendo. —  depois daquilo, ela segue para fora de casa, e leva Booh consigo.

—Ela nem ligou para o fato de eu estar aqui. — Dake murmura incrédulo.

—Ela é a Agatha. Ainda que você tivesse sem camisa e eu de lingerie, ela não ligaria. Só diria para nos prevenirmos. — falo dando de ombros.

—Ela é incrível. Podemos juntar ela com meu tio? — indaga animado.

—Ela curte outro tipo de professor. Educação Física não é bem a praia dela. — falo, me lembrando de Faraize.

—Como assim? — Dake não entende.

—Um dia você saberá o significado disso. — garanto e ele dá de ombros.

[...]

        Ponto de vista: Dake West.

Florence Elliott é minha namorada. Isso é inacreditável por diversos e inúmeros motivos. Primeiro: Nunca achei que ela, aquela garota imprevisível, fosse se apaixonar por alguém como eu. Segundo: Eu nunca achei que iria querer namorar com alguém antes dos trinta. Mas ali estava eu, totalmente rendido a minha vizinha arisca.

         Todas as minhas ações até ali pareciam estúpidas, eu só queria me bater por não ter percebido antes o quão importante Flore era em minha vida. Ela era a cor, a essência, a calma e a razão que eu precisava. Às vezes  estar com ela era tão fácil quanto respirar, e às vezes tão difícil quanto governar um barco em meio a uma tempestade. Era insano. Louco de um jeito bom.

           Acho que isso devia ao fato de nós dois termos um parafuso a menos. Essa era a verdade, enquanto a maioria das pessoas viam em Flore somente uma garota doce e gentil, eu viu muita mais. Eu enxergava seu quê de loucura, e adorava o fato dela só mostra-lo a mim. De vez em quando, eu parava para olha-la, e me perguntava o quão sortudo era o universo por ter uma Florence Elliott nele.

        Eu sentia ciumes dela, é obvio. Me incomodava como o inferno a possibilidade de ver Nathaniel próximo demais dela. Não queria nem que ele respirasse o mesmo ar que ela. Não queria que houvesse motivos para Flore se sentir tentada a dar uma chance a ele, e desistir de nós. Eu só esperava ser o suficiente por um longo período de tempo.

                 Me doía o fato de que haviam partes machucadas dela, que poderiam nunca sarar. Se eu pudesse tiraria toda dor dela. Ela é incrível demais para merecer aquele tipo de dor. Mas em todo caso, acho que é por suportar aquilo que ela é tão especial.

    Sim, eu era o cara errado para ela, mas eu me esforçaria para me tornar o certo. Eu iria arrancar essa parte babaca do meu ser, que cometia erros a cada oportunidade que tivesse. Florence não merece essa parte, e eu não queria que ela tivesse que vê-la com frequência.

             Céus! Eu estava mesmo apaixonado por aquela garota!

      E era por isso que eu devia respeita-la. Havia sido surpreendente e muito bom para minha sanidade saber que eu fui o primeiro cara a beija-la, e eu serei extremo ao dizer que pretendo ser o primeiro e último. Eu não podia ser o cara que ia a festas e ficava com qualquer uma, com ela. Deveria ser paciente, e controlar o desejo ardente que eu tinha por aquela garota. Tudo deveria ser no tempo dela, e eu estava disposto a segui-lo.

                  Tão disposto, que fiquei extremamente feliz quando ela aceitou que nos assumíssemos para todos na escola. Eu sentia, Flore tensa, ao meu lado, enquanto dirigia rumo a Sweet Amoris. Preferi não falar nada, aquele parecia ser o momento dela. Quando todos víssemos que eramos namorados agora, nossas vidas dariam um giro de 360 graus.

        Estacionei o carro e coloquei meu óculos de sol. Descemos ao mesmo tempo, e assim a encarei, querendo passar confiança.

—Quer mesmo fazer isso? — ela questionou com a voz baixa.

—Sim. — afirmei e assim segurei sua mão com toda firmeza que pude e ela retribuiu apertando a minha.

      Num movimento rápido, enlacei sua cintura e passamos a caminhar juntos rumo a entrada da escola. Os murmúrios começaram ai, fofocas e comentários em voz baixa cheias de malicia e algumas com surpresa. Não liguei para isso, e Flore parecia ter a mesma reação, apesar de estar tensa antes, eu sabia quão confiante ela poderia ser as vezes.

            Assim com aquele anúncio explicito, me despedi dela na sala do jornal com um beijo terno em seus lábios, que ela retribuí muito bem.

              As primeiras aulas foram recheadas de perguntas das meninas com que eu fiquei, todas querendo saber se eu estava mesmo namorando Flore, e todas murchando depois que eu confirmava que sim. Sempre ouvindo o questionamento “ O que ela tem que eu não tenho?” Florence Elliott tinha tanta coisa a mais, que eu não poderia resumir isso tudo em um simples conversa.

        Constatei ao longo desse tempo, que Flore havia se tornado um tipo de droga para mim, pois só passei algumas horas longe dela e já sentia desesperadamente sua falta. Meu corpo parecia depender daquela respondona para funcionar.

        No intervalo, me sentei  na mesa de sempre, acompanhado de Castiel. —que por si só, já havia me passado um sermão, sobre como eu deveria tratar Flore bem, e ser menos cretino. — Eu esperava por ela ansioso, a medida que o ruivo a minha frente se distraia com sua comida. Sorri de forma maliciosa, quando vi a nova amiga de Flore, Lynn, chegar ao refeitório sozinha, e Castiel notou minha reação.

—O que foi? — perguntou com todo seu bom humor.

—Nada...Só estava reparando que a novata não para de te encarar. — murmuro mesmo que isso não estivesse acontecendo.

—Vai começar com isso também? — questiona, quando por dentro está tentado a se virar e comprovar o que eu disse.

—Deixa eu adivinhar: Flore está te enchendo o saco por causa disso. — falo rindo.

—Adivinhação correta. — diz revirando os olhos.

—Se acostume, é isso que acontece quando você deixa Florence Elliott entrar em sua vida...Ela preenche cada canto vazio e sem que você note você  a odeia  e ama ao mesmo tempo. — comento divertido.

—Você está irritantemente feliz. — Castiel nota.

—Eu namoro uma garota incrível, por que eu não estaria? — questiono com uma sobrancelha arqueada.

     Abro um sorriso enorme, quando avisto Flore chegando com Peggy. Elas pareciam bem concentradas na conversa que estavam, e quando minha namorada me nota, ela me envia um sorriso, mas não faz questão de vir até mim, para se sentar comigo. Para meu desagrado ela segue com Peggy até a mesa onde Lynn está, reviro os olhos quando noto que quem faz as regras é ela.

     Mas ainda sim me sinto um baita sortudo por namora-la. Florence Elliott é incrível.

[...]

        Ponto de vista: Florence Elliott.

    Suportei todas as piadinhas relacionadas ao meu namoro com Dake, principalmente aquelas que diziam que eu acabaria sendo traída. Eu estava confiando nele, e esperava que não fosse um erro. Eu confiei uma vez, quando o deixei entrar em minha vida, e agora sabia que fiz a escolha certa.

     Peggy ao meu lado, dizia algo a Lynn — contando sobre o artigo sobre mim e Dake que ela tinha feito e que logo seria publicado, claro que discutimos por isso, mas ela alegou que não seria maldosa, então por fim concordei. — Encarei Dake com um sorriso novamente,e ele fez o mesmo. Eramos patéticos.

—Por que não se senta com seu namorado? — Peggy questiona com certo deboche.

—Por que não se senta com o seu? — retruco e ela revira os olhos.

—Por que não paramos com essa conversa sobre namorados? — Lynn sugere como se fosse uma ótima ideia.

—Mudando de assunto então...Melody desistiu de ajudar Nath no grêmio, e agora eu estou sobrecarregada. Eu  amo ajudar ele, mas eu estou focada em terminar meu artigo para Harvad, e além disso, eu trabalho no jornal da escola. — comento frustrada, e Lynn morde os lábios.

—Eu posso me candidatar para substituir a Melody. — ela fala com um sorriso amarelo. Franzo minhas sobrancelhas.

—Sem ofensas, mas você não parece o tipo  que pratica trabalhos voluntários. — murmuro sincera.

—Fique você sabendo que eu aprendo as coisas super rápido, e que eu estou super disposta a ajudar. — ela diz com determinação.

—Okay, posso falar com Nathaniel. — digo, feliz por ter resolvido aquela situação. Peggy morde o canudo de seu suco com uma expressão de divertimento. Ela não havia feito nenhum deboche sobre isso, o que era estranho.

—O que foi? — pergunto dado seu comportamento.

—Você é lentinha, ainda não percebeu por que ela quer ajudar no grêmio? — perguntou, segurando uma risada. Demoro um tempo para entender, mas quando noto, arregalo os olhos.

—Você quer ajudar o grêmio para ficar perto do Nathaniel. — acuso incrédula, ela desvia seus olhos. — Você quer fazer ciumes no Castiel, porque ele não gosta do Nath. — quase grito.

—Não é nada disso...Nath é um cara interessante, Castiel não dá a miníma para mim, isso se chama seguir em frente, não me julgue uma vaca por não querer esperar por um cara que vive em função do drama vivido com a ex namorada. — ela diz me encarando firmemente.

—Só está dizendo isso, porque sabe que eu estou certa...Só quer fazer isso para irritar o Castiel...Você quer usar o Nath, e na posição de amiga dele, eu não deixarei que faça isso. — murmuro indignada.

—Desculpe me intrometer, Flore, mas isso não é diferente do que você fez, quando usou ele para provocar o Dake. Você se aproveitou do sentimento que o Nath nutre por você, e fez com que ele tivesse esperanças por um tempo. —Peggy diz, e eu me arrependo do momento que disse isso a ela.

—É diferente. —nego.

—Não é não...Você está com Dake, e rejeitou o Nath, e sem ofensas também, mas dada as circunstâncias, mesmo se minha intenção fosse usa-lo para causar ciumes no Castiel, o que não é, não imagino um universo em que ele não fosse aceitar isso. — Lynn diz ofendida.

—Lynn... — tento me desculpar, quando noto que agi como uma vadia.

—Devia me conhecer mais que isso, para saber que eu nunca usaria ninguém desse jeito infantil...Eu só pensei no quão legal Nath parece ser, e no quão bom seria ser amiga dele. — após essas palavras, ela pega sua bolsa e se levanta determinada a dar o fora dali. E assim ela o faz.

       Suspiro, e assim vejo Castiel me olhar com estranheza quando Lynn passa por ele como um flash. Apenas, balanço a cabeça negativamente, antes de me levantar e correr em direção a ela.

 Consegui a alcançar no corredor principal, e ela se virou para mim, irritada.

—Me desculpe, okay? Eu sei que fui uma hipócrita...Mas é que eu sinto essa culpa por não conseguir retribuir os sentimentos que ele sente por mim, e eu só quero que ele não sofra. — admito e ela me olha calma.

—Tudo bem, eu admito que soei como uma vadia. Lety se orgulharia de mim agora...Eu vou ajuda-lo, sem segundas intenções, eu garanto. — ela diz com uma expressão de culpa.

—Obrigada por me entender. —agradeço, então a puxo para um abraço.

[...]

      O improvável aconteceu, a garota calada, chamada brilhantemente de Florence Elliott, fez o que nenhuma outra foi capaz. Ela enlaçou o cara mais festeiro da Austrália. Isso mesmo! Estamos falando de Dake West. Nessa manhã ensolarada, os dois assumiram um relacionamento em frente a todos da escola...

          Revirei os olhos, e decidi deixar a matéria de Peggy de lado, enquanto nós duas andávamos juntas pelo corredor, ela havia acabado de postar isso no site do jornal da escola e eu colada em meu celular, como sempre era, lendo as noticias, li isso.

—Qual é! Eu fui super boazinha. — ela se defende, quando vê minha reclamação explicita. Estou pronta para responde-la, mas não faço isso, pois minha atenção passa para Melody, que vinha em minha direção com um sorriso cínico.

—Então seu alvo não é o mais o Nathaniel? Você está com Dake agora, que decadência. — comenta maldosa.

—Você veio aqui somente para me parabenizar, ou tem algo a mais para dizer? — indago irônica, cruzando os braços.

—Você está se iludindo, Dake vai te machucar e isso está claro para todo o universo. — ela murmura, rindo com escárnio.

—Como tem tanta certeza disso? — pergunto a desafiando a responder.

—Você acha que é especial, e que Dake te escolheu por isso, mas não é. Dake fica com qualquer uma...Eu mesma, não me orgulho  em admitir que já passei pelo armário do zelador com ele. — suponho que a intenção dela fosse me afetar com aquilo. Mas não me afetei.  Aquilo faz parte do passado de Dake, e se fossemos viver o presente em função dele, nunca teríamos um futuro juntos.

—Sabe o que dizem, não é mesmo? Os esboços vem antes da obra prima. — ela arregala os olhos por minha resposta.

—Então quer dizer que transar com Dake te deu confiança? — indaga irônica.

          Ignorei a parte que ela sugeria que eu transei com Dake.

—Eu sempre tive confiança, só nunca quis usa-la...Com uma pessoa como você. — digo a olhando com pena.

—Como eu? — ela quer entender.

—Quer a verdade? Nathaniel nunca vai amar você. — ela ficou estática, mas eu não me arrependi do que disse. —Porque você é deprimente, Melody...Como pode dizer que o ama dessa forma tão intensa, se não ama nem a si mesma? Fica se exprimindo entre os cantos, querendo sugar a felicidade das outras pessoas, por não conseguir a sua. Você perde tanto tempo desejando algo que não será seu, que não nota que está ficando sozinha. Completamente sozinha. Você me perdeu, perdeu o Nathaniel...O que sobrou disso? Nada. — digo e de certa forma aquelas palavras doíam mais em mim do que nela. Mas ela precisava ouvir a verdade.

 

—Eu me recuso a ouvir esse tipo de coisa de uma sonsa como você. — ela fala, enxugando suas lágrimas e nos deixando no corredor.

—Eu posso fazer uma matéria sobre o que aconteceu aqui? — Peggy indaga animada, enquanto eu me recupero do meu ataque de crueldade.

—Não! Algumas coisas não merecem ser repetidas. Nunca. — a pseudo jornalista me olha e vê o quão abalada eu fiquei por meu próprio comportamento.

—Você precisa conversar com alguém que saiba lidar com você? Ao que parece você não é muito boa nisso de tentar ser a nova Ambre. — ela zomba para amenizar o clima. — Devia conversar com o West. — Peggy diz e eu suspiro.

—Na verdade não, se vê-lo diga que eu estou cobrindo alguma matéria...Preciso fazer algo. — Peggy assente,e  assim eu me separo dela.

            Quando chego a sala dos representantes, bato algumas vezes antes de receber um “entre” em resposta, Nath me encara quando faço isso.

—Falei coisas horríveis para Melody. — admito me sentindo culpada.

—Tenho certeza que ela mereceu. —ele tenta me consolar.

        Não demoro a me jogar nos braços dele, e aceitar seu abraço seguro. Eu estava apaixonada por Dake, ele me salvou da escuridão completa, mas Nath...Ele esteve comigo na escuridão, ele conhecia a Florence quebrada mais do que qualquer outra pessoa.

          Ele era meu melhor amigo, e não importava o quanto as coisas pudessem ficar mudadas. Isso sempre seria daquele jeito.

              Em meio aquele momento, eu só conseguia pensar no quão mais fácil as coisas seriam se ele não me amasse.

             Mas então concluí que esse amor que ele sentia por mim, era o que fazia com que eu me sentisse tão segura perto dele. Era egoísmo, eu sei. Mas como em meio aquilo eu poderia querer que ele não me amasse?

[...]

    Mais calma, e me sentindo menos culpada, saí da sala ao lado de Nath, ele era um ótimo consolador. Uma das suas qualidades como amigo. Era bom saber que eu não havia perdido aquelas conversas com ele.

   Arfo um pouco, quando vejo Dake sair de uma das salas de aula e nos encontrar ali conversando. Estava mais que evidente que ele odiava minha proximidade com Nathaniel, mas isso ficou ainda mais claro, quando em um cumprimento exagerado, Dake me beijou com certo desespero. Como se quisesse provar algo...Na verdade ele meio que queria.

            Quando nos separamos, notei que Nathaniel estava incomodado, e logo inventou uma desculpa qualquer para sair dali.

—O que foi isso? — pergunto a Dake. Totalmente incrédula com seu comportamento, só para esclarecer.

—Isso o que? — questiona, se fazendo de inocente.

—Isso de marcar território, é como se você fosse um cachorro literalmente e eu um poste. — aquela comparação era humilhante, e eu tinha conhecimento disso.

—Desculpe se eu só quis deixar claro para o representante que você namora comigo. — fala irônico.

—Achei que já tivéssemos conversado sobre isso, e você tivesse me pedido para ignorar seu comportamento infantil. — relembro com deboche.

—Conversamos, mas ainda não sei lidar com essa situação, porque adivinhe: Eu não sou perfeito e você sabia disso quando resolveu me aceitar assim...Eu tenho ciumes de você, okay? Mas tenta entender a droga do meu lado. Ele gosta de você, Florence, e não é como um amigo, como quer que eu me sinta seguro no nosso namoro, quando te vejo próxima dele? — indaga em fúria. Agradeço mentalmente por a escola estar quase vazia.

—Confiando em mim. — quase grito.

—Você confiaria em mim se eu fosse amigo da Debrah, ou da Ambre? — questiona com ironia.

—É diferente, elas são duas vacas. — retruco no mesmo instante.

—E o Nathaniel é um homem, com impulsos e desejos. — diz de volta.

                            Suspiro por mais aquela briga. Que dia tenso.

—Namoramos há um dia, e já estamos dominando a arte de fazer isso dar errado. — Dake murmura, se encostando em uma das paredes presente ali. Me posiciono de frente para ele, e coloco uma mão em seu rosto.

—Não estamos dando errado...Eu não vou permitir que pense assim...Só estamos nos adaptando. — falo, não querendo me dar por vencida. — Ouça-me, eu escolhi você, e eu continuo com essa escolha...Nathaniel é incrível, e me passa uma segurança esmagadora...Mas não é por ele, que meu coração se acelera, nem por ele que eu fico ofegante. — falo sincera.

—Então ele te passa segurança? — sorri com escárnio. Ainda irritado.

—Eu não preciso de segurança. — falo convicta.

—E do que você precisa? — questiona me olhando intensamente.

—De você. — Dake cola seus lábios nos meus com fúria quando digo isso. Senti meu corpo estremecer com a intensidade daquele beijo. Subi minhas mãos por seu peitoral, sentindo cada parte dele, até enlaçar minhas mãos em seu pescoço. A língua dele acariciava meu lábio inferior com desejo. Ele envolveu sua mão em minha nuca, fazendo nossos rostos colarem ainda mais, e em seguida a passou para meus cabelos. Não demorou muito, para ele agarrar minha cintura, e trazer meu corpo para mais próximo do seu.

               Aquilo estava ultrapassando limites com toda certeza. Respirávamos com dificuldades, mas nos recusávamos a nos separar, naquele momento. Quando nos encaramos em meio o beijo, vi que os olhos de Dake se encontravam negros de desejo. Então eu excitava o cara mais galinha da Austrália. Interessante.

              Sem me controlar, levei minhas mãos até suas costas, e acariciei a pele por baixo de sua camisa. Dake também parecia fora de si, quando tirou alguns fios de cabelo do meu pescoço e passou a beijar aquele pedaço de pele. Senti algo que nunca senti antes. Era quente. Muito quente.

        Quando ele voltou a explorar cada canto da minha boca e me puxou contra si com urgência, senti literalmente o desejo que ele estava sentindo por mim, por causa da sua ereção. Foi nesse momento que a sanidade me atingiu. O empurrei com força, e me afastei dele, totalmente ofegante.

                   Arregalei os olhos ao notar a intensidade da situação, e pude apostar que eu estava corada. Dake a minha frente me olhava atordoado.

—Céus! Nos agarramos em um corredor. — falo com um fio de voz.

—Eu... — Dake nem sabe o que falar e para piorar a situação, eu começo a rir desesperadamente. Achando aquela situação inacreditável. O West me olha confuso, e sem que ele espere, eu o abraço e afundo meu rosto em seu pescoço, ainda rindo.

—Da próxima vez que me agarrar assim, ao menos se certifique de que estamos em um local privado. — brinco, ainda rindo. Dake me olha com ternura, quando passo a encara-lo.

—Bem que dizem que o melhor das brigas de casais, são as reconciliações. — fala divertido.

—Por mim tudo bem brigarmos mais vezes. — digo dando de ombros.

—Nós vamos, porque somos diferentes, e esquentados. — ele diz como se fosse obvio.

—Você é um bobo. — acuso com carinho.

—De bobo eu só tenho a cara, ou a mão, você que escolhe. — brinca.

—A mão...Com certeza a mão. — brinco de volta.

—Não faça isso, Florence. — ele pede desafiador.

—Isso o que? — pergunto inocentemente.

—Me fazer ter pensamentos pecaminosos...Não depois do que acabou de acontecer. — mordo os lábios, divertida.

—Tudo bem. Mas talvez eu te faça ter esses pensamentos depois. — sussurro em seu ouvido.

—Estou ansioso por isso. — Dake fala cínico.

—Eu sei que está. — digo de volta.

         Eu era virgem e inexperiente, deveria temer aquele tipo de coisa. Era o que esperavam de mim. Mas quando eu estava com Dake, meu nervosismo sumia. Tudo com ele era tão intenso e imprevisível. Todos nossos momentos eram vividos após impulsos. Eu sabia que em algum momento me entregaria completamente a ele, e sabia também que seria incrível.


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Notas finais do capítulo

Não julguem a Lynn...É o Nathaniel gente...Não julguem a Flore...Mais uma vez é sobre o Nathaniel que estamos falando hahahahaha.
Sobre o Dake ser um iludido: Tu acha mesmo que a boca da Flore só vai passar pela sua? kkkk. Vamos rir!

Aprenda como lacrar com as inimigas, com Florence sincera Elliott.

Briga por ciumes de novo!.
E essa pegação no final...Isso é só o começo meu povo! kkkk.
Digam suas impressões sobre o capítulo e deixem essa escritora cansada, feliz!
Comentem!



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