Will Not Be Easy escrita por Swiper


Capítulo 3
Entre brigas e segredos


Notas iniciais do capítulo

Oi, e aí gente?
Esse capítulo foi mais sobre a situação que ficou depois do ataque, mas logo as coisas vão ficar mais interessantes. ;)
Boa leitura.



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Uma palavra que definia a delegacia naquele momento: Destruição.

Mesas reviradas, cadeiras quebradas, arquivos perdidos, marcas de tiros em todos os cantos, policiais mortos e muitos feridos.

Ambulâncias já haviam chegado, muitas delas levando corpos embora e vários paramédicos fazendo os primeiros socorros nos que ficaram. Scott e Stiles, de alguma maneira, conseguiram ficar ilesos, mas Claire ainda ficou com alguns arranhões e hematomas por ter sido atingida por destroços de madeira. Nada que alguns analgésicos e uma boa noite de sono não pudessem curar, mas ela ainda se sentia assustada e dolorida como nunca.

Xerife Stilinski, no geral, estava bem, mas estava todo estresse.  Gritava ordens, e corria de um lado e para o outro ajudando policiais a arrumar o local e ajudar quem precisasse. Claire não queria nem imaginar o que o Xerife teria que passar, depois que tudo tivesse se acalmado e jornalistas viessem perguntar o que tinha ocorrido.

Claire imaginou se Stiles não estava tendo aquele mesmo pensamento. O menino roía a unha ansioso enquanto olhava preocupado para o pai.

Depois de terem tido os primeiros socorros e dado seu depoimentos, gora eles estava simplesmente parados tentando se acalmar enquanto Claire esperava seu pai, após o Xerife ter ligado para seu pai e para a mãe de Scott contando o ocorrido.

— Como você está se sentindo? – perguntou Scott depois que os paramédicos já tinham colocado um Ban-Aid na sua bochecha.

— Amassada, revirada e triturada.

Soctt levantou as sobrancelhas.

— Eu estou bem – disse por fim a menina.

Scott assentiu e ficou olhando o trabalho dos adultos. Ele estava preocupado, mas, além disso, Claire viu que seu amigo parecia, de alguma forma, culpado. Como se tudo o que tinha ocorrido havia sido por causa dele.

Claire não conseguiu entender no que aquilo podia ter haver com aquele seu amigo que era uma pessoa tão legal e agradável.

— Alguém tem ideia do que aconteceu? – perguntou a menina, por fim.

— Meu pai disse que ninguém conseguiu ver nada – disse Stiles, mas ele estava olhando para Scott – Tudo o que viram foi um vulto que estava cortando alguns policiais. Você conseguiu ver algo, Scott?

— Não exatamente – ele disse parecendo contido.

— Nada? – Stiles pressionou.

— Não, Stiles.

Claire alternava seu olhar entre os dois. Lá estava uma amostra das atitudes irritantes que aqueles dois vinham tendo com ela. Eles ficavam com aquelas conversas secretas e encaradas que diziam que estavam escondendo muita coisa.

Claire queria brigar mais uma vez, mas se controlou para poder descobrir mais sobre o que havia acontecido.

— E sobre a bomba? De onde ela veio?

Stiles continuou olhando para frente roendo sua unha.

Claire estava sentada em cima de uma mesa que por algum milagre não tinha sido destruída e os meninos em ambos seus lados. Stiles estava à sua direita e Claire não pensou duas vezes antes de levantar sua perna e chutar o braço do garoto.

— Stiles!

— Ai! – ele se virou para ela com raiva, massageado seu braço – Oh meu Deus, quer parar de me bater?

— Me responda.

— O quê?

— Alguma notícia da bomba.

— Ninguém sabe como foi para lá – disse Stiles com a voz alta, ainda com raiva – Só sabem que explodiu em um dos escritórios. Feliz?

— Muito melhor.

Stiles deu seu último olhar de raiva, antes de voltar a se perder em pensamentos. Claire já estava acostumada com aquilo, mas Scott ficar calado e parecendo todo resignado perto dela era, no mínimo, inquietante. Claire sabia por experiência própria que ela estava em um daqueles momentos em que os dois amigos queriam conversar bem longe dela. E Claire odiava aqueles momentos.

— Argh – Claire explodiu – Querem parar de esconder tanta coisa de mim? Por que estão fazendo isso?

Scott olhou para ela assustado e preocupado, Stiles tinha apenas crispado os lábios, mas parecia preocupado.

— Por que você acha que estamos escondendo alguma coisa de você? – perguntou Scott.

— Por favor, Scott, eu não sou burra. Vocês vivem assim desde o ano passado. Você sabe o que aconteceu aqui, ou, ao menos, tem uma ideia e você não quer compartilhar.

— Não é isso, Claire.

— Claro que é isso. Vocês vivem sussurrando por aí e quando eu chego por perto vocês desviam o assunto totalmente. Sinceramente não consigo entender, Scott. Somos amigos há tanto tempo e você não confia nem um pouco em mim!

— É claro que eu confio em você, Claire, mas é que...

— Mas o quê?! – Claire bradou – Você sempre fica mentindo para mim quando eu percebo que você está estranho. E, aliás, até Allison começou a ficar estranha comigo de uns tempos para cá, igualzinha a você.

— Eu não sei, ok, Claire – Scott estava tentando falar baixo para acalmá-la, mas, na verdade, causava o efeito contrário – Allison deve ter os motivos dela e você não está pensando direito. Eu sou seu amigo, Claire, eu confio e sempre confiei em você.

— Não parece – retrucou Claire – Está sempre fugindo de responder minhas perguntas. Matt era um amigo melhor do que você!

— Matt?! – Stiles interrompeu pela primeira vez. Ele não costumava interferir nas brigas de Claire e Scott, apenas quando ela estava pegando muito pesado ou quando ele próprio ficava com raiva de algum comentário dela – Você ainda pensa naquele idiota?

— Sim – Claire estava louca de raiva.– Alguma objeção, Stilinski?

A raiva parecia estar sólida nos olhos de Claire. Matt tinha sido um grande amigo para ela antes de encontrarem- no afogado. Ele fazia dupla com ela em química e muitas vezes passava o intervalo com ela, quando Scott e Stiles desapareciam.

Eles não podiam falar nada dele, quando a abandonavam e depois apareciam sem nenhuma explicação. Ela havia chorado muito quando soube de sua morte e tinha vontade de atacar qualquer um que falasse mal dele.

— Todas. Aquele cara era maluco!

— Você nunca gostou dele. Não o julgue apenas porque você tem alguma rixa estúpida com ele.

— Eu não tenho nenhuma rixa com aquele maníaco, mas ele era louco. Você não sabe de nada.

— Ah, então ele gostava da Allison. Grande coisa! Allison é uma garota legal, eu ficaria surpresa se apenas Scott caísse aos pés dela.

— Eu não caí aos pés de...

—Você não viu o quarto dele, estava cheios de fotos dela, aquele cara era louco.

— E o que tem ele ter fotos dela, você tem várias fotos da Lydia e aposto como vive sonhando com ela. O que é bem patético, Stiles, até para você.

O rosto de Stiles ficou vermelho. Se era de vergonha ou raiva, Claire não conseguia dizer, mas estava adorando a sensação de calar a boca daquele idiota.

Scott, no entanto, não estava achando nada bom. Aqueles dois viviam de implicâncias um com o outro, mas raramente brigavam sério daquele jeito. E quando faziam, demoravam dias, semanas para aceitarem ficar no mesmo lugar que o outro. E isso dividia Scott de uma maneira triste e irritante. Ele ficava triste por ver seus dois melhores amigos do mundo se ignorando e ficava irritado por ter que ficar revezando sua companhia ora com um, ora com outro.

— Você não tem nenhum direito de falar sobre isso comigo. Você não me conhece e eu, ao invés do seu querido amigo, não sou um perseguidor que planejava fazer sabe-se lá o quê para conseguir o que queria.

Claire riu desdenhosamente.

— Você não é um perseguidor? Quem era que ficava todo tempo tentando seguindo Lydia pelos corredores como um cachorro?

Os punhos de Stiles estavam cerrados e ele parecia maluco de raiva. Do mesmo jeito que Claire.

— Muito bem, se você nos acha tão patéticos assim, por que você não foi para os braços do grande Matt quando teve chance? Você faria um enorme favor para nós, não precisamos de você. Nunca precisamos.

Claire provavelmente teria partido para a briga física com o garoto se Scott não tivesse se metido entre os dois.

— Calma, você dois – disse Scott com sua mão no ombro de Claire.

A garota rapidamente expulsou a mão de Scott.

— Não toque em mim!

Ela deu as costas e andou pesadamente pela delegacia, os policiais ainda com muito trabalho para reparar na briga daqueles amigos que antes não se desgrudavam.

— Aonde você vai? – gritou Scott quando a menina já estava longe.

— Esperar meu pai bem longe de vocês.

A menina ficou esperando em pé do lado de fora da delegacia, encostada na parede. Ela olhava irritado qualquer um que passasse em sua frente e já estava ficando impaciente com a demora de seu pai.

O fluxo de corpos e feridos sendo carregados para as ambulâncias já tinha diminuído e o barulho da movimentação na delegacia já estava voltando, com os policiais arrumando a bagunça. A imprensa, felizmente, ainda não tinha aparecido, mas Claire sabia que logo ela viria.

Então dois carros apareceram, um preto que provavelmente valia o preço da casa dela, e o de seu pai, da cor prateada.

 Do carro caro, saiu Derek Hale, mas ela não estranhou tanto quanto antes. Ela já tinha visto aquele homem andando com Scott e Stiles, mas Claire não o achava boa companhia. Tendo sua família toda queimada alguns anos atrás e suspeito por ter matado a irmã sobrevivente, ela não confiava muito naquele cara. E novamente, ela não sabia por que seus amigos estavam escondendo que falavam com ele, e nem por que deles estarem falando com ele. Parecia que tudo se conectava com as coisas que Scott estava escondendo. E isso a fez lembrar-se da briga que ela teve vários minutos atrás, ela ia ficando ainda mais irritada.

 Derek andou até a porta e pareceu notar Claire, balançou a cabeça levemente e entrou.

Claire não achava que o Hale a conhecesse e ela nem queria conhece-lo. Ela não acenou nem nada, colocou sua mochila que conseguiu ficar intacta nos ombros e correu para o carro do seu pai.

— Está ferida? – essa foi a primeira coisa que seu pai falou.

— Nada sério, só arranhões – ela disse com a cara fechada.

Seu pai suspirou, aliviado e ligou o carro.

Eles partiram e Claire continuava quieta.

— Você vai me contar exatamente o que aconteceu quando chegarmos em casa, ouviu?

— Sim – disse seca.

Seu pai pareceu notar a cara dela.

— O quê houve? Eu achava que você estaria mais assustada do que irritada quando viesse te buscar.

— Eu estou assustada, mas é que tive alguns desentendimentos.

— O que? Brigou com Stiles de novo? – ele perguntou fazendo pouco caso. Brigas entre sua filha e Stiles não eram novidade, logo estariam se falando devido a seu amigo em comum, Scott.

— Na verdade, briguei com Scott e Stiles.

— O quê? Com Scott? Por quê?

— Por várias coisas, pai. Eu já disse para você antes, eles parecem estar escondendo várias coisas de mim. Sempre que eu toco no assunto eles desviam totalmente. Aí eles voltaram a ficar de segredos um com o outro lá na delegacia e eu não me segurei. Explodi com os dois.

— Já pensou, sei lá – seu pai deu de ombros quando pararam em um sinal – Que eles talvez sejam gays e estão com vergonha de lhe contar.

Claire fez uma careta. Stiles e Scott, gays?... Não, ela não achava que fosse isso que eles estavam escondendo.

— Eu não acho que seja isso. E também não acho que você ache que eles sejam gays.

Seu pai deu de ombros novamente.

— Bem, eles não se vestem como um.

— Eu vou descobrir o que eles tanto escondem. Você vai ver, pai.

Pai e filha voltaram para a casa dos Roberts. Seu pai fez sanduíches para ela e a fez contar exatamente o que tinha ocorrido.

Durante esse tempo, seus dois amigos ainda estavam na delegacia, agora na companhia de Derek.

— O que exatamente você viu quando lutou com essa coisa? – perguntou Derek.

— Não consegui ver direito, mas era uma forma humana.

— Acha que é um lobisomem?

— Não, aquilo era tão veloz quanto um, mas ele parecia estar usando facas, e não garras e presas. Além de não ter o cheiro de um.

— Será um caçador? – sugeriu Derek.

— Eu não acho – Stiles se pronunciou – Caçadores podem ser horríveis quando querem, mas eles não explodiriam em pedaços quinze pessoas com uma bomba na delegacia.

Scott ficou pensando por um tempo.

— Aquela marca que você viu no primeiro dia de aula, estava em algum dos outros corpos?

— Eu não pude ver, Scott. Na escola, ninguém chegava perto daquela garota, mas muitos estavam olhando para ela até a polícia chegar. Aqui eu não podia pedir ir simplesmente mexendo nos corpos dos policiais, tentando achar uma possível marca.

— Que marca é essa? – perguntou o Hale.

— Uma marca que Stiles viu entre as feridas da garota que foi morta no colégio.

— Já pensaram em tatuagem? – disse com a maior cara de sarcasmo.

Stiles rolou os olhos.

— Enfim, agora não posso dizer muita coisa. Os policiais ainda vão investigar, então mais tarde eu falo com meu pai para saber o que ele descobriu.

Derek confirmou e saiu do local.

— Ei Stiles – Scott chamou.

O menino virou curioso.

— O quê?

— Será que nós não devíamos ter contado sobre isso à Claire muito tempo atrás?

— Não, definitivamente não.

— Ela parecia realmente brava com a gente. Sem falar que eu confio muito nela.

— Mas ela não é o tipo de pessoa que recebe muito bem essa notícia. Vai ficar toda medrosa, ela mal aguenta ver um filme de terror.

— Mas eu estou me sentindo culpado. Eu sabia que a gente devia ter contado para ela.

— Para o quê? Ela pirar? Me escuta, Scott, você sabe aquele medo dela de sangue, coisas sobrenaturais e tudo mais. Ela vai enlouquecer com tudo isso e tudo vai piorar para a gente.

— Eu não sei cara. Eu a conheço desde criança.

— Eu também e não estou com a mínima vontade de contar para ela tudo isso.

— Mas você nunca gostou dela.

— Não interessa, Scott. O que está em jogo não tem nada a ver com gostar dela ou não. Você se lembra de quando ela acidentalmente viu o Jackson como Kanima na boate? Ela ficou toda se tremendo, mesmo achando que era coisa da cabeça dela. Agora imagine descobrir que o melhor amigo é um lobisomem que atrai todo o tipo de problema? Como ela vai reagir ao saber que Matt era quem havia causado as mortes que houve? Ela vai enlouquecer. E apesar de querer muito contar isso para tirar aquele sorriso convencido dela, eu sei que não posso. Vai estragar tudo, e ela pode até acabar entrando nos nossos problemas.

Scott olhou estranho para o amigo.

— Você parece com bem menos raiva que eu imaginava depois daquela briga com a Claire.

— É só que depois dos acontecimentos de toda essa maluquice sobrenatural, aprendi a definir melhor quem realmente é meu inimigo.

— Então você acha que não seria legal eu contar a ela.

— Não.

— Por que ela vai pirar ao saber de tudo isso.

— Isso.

— E talvez ela até se envolva em nossos problemas.

— É, talvez.

Pela feição de Scott, provavelmente ele estava concordando com o amigo, mas então um sorrisinho irônico apareceu em seu rosto. O que fez Stiles desconfiar.

— O-O quê? Por que está sorrindo desse jeito?

— Pode até não parecer, Stiles, mas você se preocupa com a Claire.

Com tal afirmação, Stiles não pôde deixar de revirar os olhos.

— Cala a boca, Scott. Vamos para casa. Ela vai ficar com raiva por alguns dias? Sim, mas depois ela vai esquecer-se disso. Confie em mim.


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Notas finais do capítulo

E aí??



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