Tony sorriu e sem se virar para Aurora começou á dizer:

—Olha, essa é a primeira armadura depois da Extremiss, eu estou tentando refazer a ideia.

—Quer dizer que você quer refazer a ideia que quase te matou?-Aurora se aproximou até ficar do lado do irmão

—A ideia é genial, o problema foi a maneira que eu executei. Escuta, quero criar algo que reduza a quase zero o tempo de reação da armadura está me entendendo?

—Mais ou menos. Você quer criar algo que esteja com você, mas não necessariamente em você.

—Por aí, eu quero que minha nova armadura funcione em conjunto com meu cérebro, por exemplo, se eu ver um inimigo em á cerca de cinco metros de distância, o meu cérebro já vai processar o que devo fazer, porém eu terei de ativar os comandos da armadura. Com essa nova armadura não, pois eles (meu cérebro e minha armadura) estarão em sintonia.

—Tá, estou entrando na sua linha de raciocínio.

—Ótimo, mas existe também outra coisa, quero que ela fique mais leve, como uma segunda pele.

—Essa sua ideia é mais difícil que a primeira.

   Os dois seguiram conversando sobre a nova armadura de Tony e discutindo ideias e soluções para os problemas que encontravam. O assusto que causaram as brigas não foram tocados. Eles conversavam como se nada tivesse acontecido, mas em seus íntimos, eles sabiam que uma hora o assunto viria á tona e eles teriam de tratar como dois adultos que eram; ou que deveriam ser.

   Algumas horas depois, eles deixaram o laboratório e seguiram para sala.

  -Olha o evento é amanhã ás 20;00. Vou ligar para Pepper

  -É um evento sobre o que?

—É um orfanato que eu ajudei- disse em quanto procurava o numero de Peppper na lista de contatos de seu celular-

—Que bonitinho!

Tony revirou os olhos fazendo a irmã rir, e colou o celular no ouvindo.

— Hey Pep. Escuta que tal você ir comigo amanhã?

—Não conseguiu companhia Tony?

—Que pensamento horrível, eu consegui companhia.

—Então...?

—Vamos ou não?

—Vou pensar- Pepper ouviu a voz de Aurora dizendo “Vamos conosco, não me deixe sozinha com o Tony em um lugar publico por favor”, ela riu e balançou a cabeça

—Não liga para a Aurora.

—Pois eu só vou por causa dela.

—Ela desligou o telefone na minha cara...- disse se virando- era só o que me faltava.

—Posso chamar o Steve?

—Claro que pode chamar seu namorado

—Anthony... Tony, hã...

—Esquece, pode me chamar de Anthony...

—De qualquer forma ele não é meu namorado.

—Ok desculpa, não está mais aqui quem falou. Vou tomar um banho e ir deitar. –virou-se e foi em direção á escada- e manda um “oi” pro senhor “não é seu namorado”.

                                        ****

  Tony estava angustiado, não conseguia dormir e já eram 3:00 AM. Ele olhava para o teto escuro tentando descobrir o por que daquele sentimento. Talvez era um aviso de que algo não estava certo. Mas ele não acreditava em superstição ou premonição, por isso ignorou tudo e assimilou o fato da insônia com o tanto de café que havia tomado.

  Depois de inúmeras tentativas falhas de pegar no sono, Tony se sentou na cama e involuntariamente começou a se lembrar de seu pai. Recordar de quando Aurora havia chego a sua casa. Ele não dera a mínima atenção a menina, não queria ser um babá. Mas essa visão mudou completamente quando ele reparou que a menina entendia o que ele fazia pelo menos a maioria das coisas.

    Pelo o que ele se lembrava seu pai não deu nenhuma satisfação pelo “surgimento” da menina, simplesmente disse que agora ele teria uma imã. Assim do nada.

    Depois de muito tempo lembrando-se da sua infância, o sono chegou e ele conseguiu dormir por algumas horas.

                                               ****

  Eram 11:00 da manhã quando Aurora se levantou. Ela estava ansiosa para ir ao tal evento, ou talvez estivesse nervosa, não conseguia destingir. Havia ligado para Steve na noite anterior e dito que ele tinha um compromisso ás oito da noite do dia seguinte.

  Pensou no que Tony disse sobre “seu namorado” e estremeceu, não estava preparada para relacionamento, aconteceram muitas coisas em sua vida. E outras muitas nos últimos dias. Ela só queria a companhia de alguém da qual ela não tivesse medo de colocar a vida em risco. E Steve era essa pessoa. Ela não sentia nada além de amizade por ele, mas não sabia se era assim do lado dele, e ela não queria enganar ninguém, já se sentia mal o suficiente por não contar a verdade para Tony.

  Talvez em outra ocasião ela teria se apaixonado facilmente pelo Capitão. Mas não. Talvez ela devesse tentar ou talvez não.

   Aurora havia se apaixonado apenas uma vez, e talvez ainda estivesse apaixonada, mas isso era coisa de um passado do qual ela não queria se lembrar.

                                            *****

Já era oito e vinte e sete quando Pepper chegou á casa de Tony

—Ele ainda não terminou de se arrumar?

—Não, ele sempre demora assim?

—Não- Pepper disse rindo- Mas talvez ele esteja tentando impressionar você

Aurora franziu a testa e riu com sarcasmo

—Ele está tentando impressionar a imagem do espelho você quer dizer   

—Essa também- Pepper se virou ao ouvir a porta se abrindo – Oi Steve!

—Oi Pepper,oi Aurora- Aurora sorriu em resposta- Tony ainda está se arrumando?

  As meninas afirmaram com um aceno de cabeça. Depois de alguns minutos a silhueta de Tony Stark estava aparecendo descendo as escadas

—Pronto. Eu sei que eu demorei um pouco mas foi por uma boa causa.- disse Stark abrindo os braço.

                                                ****

  Na festa Tony entrou passando pelo tapete vermelho, Aurora de um lado, Pepper de outro. Seria algo considerado comum se não fossem sua irmã é sua melhor amiga as acompanhantes.

  Ao entrarem no salão enorme revestido de mármore e com decoração vermelha e branca, um garçom indicou a eles uma mesa reservada.

—Não acha que Steve está demorando?

—Não Aurora, daqui a pouco ele chega.

   Não se passou muito e lá estava o Capitão. Ele estava usando terno que o deixava muito elegante, mas ele não se sentia confortável. Mas era o que a ocasião pedia certo?

   Ao avistar Aurora que acenava para ele, abriu um sorriso e caminhou até a mesa. Cumprimentou todos e sentou-se. Eles ficaram conversando por um tempo sobre vários assuntos, até que Tony pediu licença e saiu da mesa.

 Tony havia avistado uma pessoa que com toda certeza não imaginaria encontrar ali. Foi caminhando até o homem que estava de terno preta, gravata vermelha e óculos escuros

—Murdock

—Stark- o homem disse sem se mover.

—Não imaginei encontra-lo aqui

—Pois é advogados são assim. Estava cuidando do caso e tentando impedir que o governo fechasse o orfanato e mandassem dezenas de crianças para as ruas. E você ajudou todas as crianças. –disse em um tom de cinismo

—É, o dinheiro serve para essas coisas não é mesmo.

—É

Aurora se levantou de sua mesa e foi até onde o irmão estava, mas não por ele, mas sim por quem o acompanhava.

—Matt?- Aurora disse em um tom de pergunta e surpresa

 Matt Murdock virou-se para ela com testa franzida.

—Não se lembra de mim?

—Aurora?- perguntou já sabendo da resposta e abriu um sorriso

  Os dois se abraçaram com força. Tony olhou surpreso e talvez com um pouco de ciúme e mesmo fez Capitão

—Então vocês se conhecem? Outra coisa que você não me contou não é Aurora?