Inoue estava com os olhos tão cheios de lágrimas que nem viu Ishida antes de esbarrar no próprio.

- Está chorando Inoue?

- Na... Não, Ishida-kun.

- Como não Inoue? O que aconteceu?

- Na... Da Ishida-kun. Não aconte... Ceu nada.

- Uma menina alegre como você não choraria por nada.

Inoue apenas abaixou a cabeça com um olhar triste. – O kurosaki-kun e a Ku... Ku... Kuchi... Ki-saan... – Ishida a abraça Inoue, coloca a cabeça dela em seu peito e diz carinhosamente.

- Shii. Não diga nada, já entendi tudo. Não chore linda princesa, as lágrimas não combinem com seu lindo rosto. Deixe-me limpar suas lagrimas, deixe-me curar seu coração, deixe-me amar-te. Deixa-me Inoue? – Der repente ela afasta do abraço e com um olhar confuso pergunta:

- você me ama Ishida-kun?

- Como achei que nunca iria amar alguém. – a menina então volta ao abraço e responde. – Deixo Ishida-kun, eu deixo.

- Obrigada Inoue. – Agora quem chorava era ele, e não de dor como ela, era de alegria.

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Em quanto isso na sala, Ichigo ainda olhava a janela com esperanças de vê-la.

- Arg. Aquela baixinha tá demorando muito! Tenho medo de que ela não vá... Arg cala a boca Ichigo! Ela vai voltar, tem que voltar! – abaixa o olhar para a mesa, serrando os punhos. – Hoje é aniversário dela. Talvez compre alguma coisa chappy, só para ter um motivo a menos de apanhar. – Ichigo ri do que acabara de dizer, o que não fugia muito da verdade.

As horas passam devagar e cansativas, mas finalmente chegam ao fim. Todos da sala saem correndo como se estivessem presos há dias, menos Ishida, Inoue e Ichigo.

“Nossa esses dois estão tão estranhos, não pararam de se olhar durante todo o dia. Ah que seja” – sai da sala, deixando-os sozinhos, com “a troca de olhar estranha”.

Caminha calmamente pelas ruas sem se preocupar muito com o horário e com seu pai louco. Passa por uma loja que a vitrine chama-lhe atenção. Havia uma pequena caixa em forma de coração lilás, como os olhos de Rukia, dentro tinha um colar com um pequeno pingente de chappy - o preferido de Rukia – e um par de brincos do mesmo chappy. Olhou com um sorriso terno e entrou para comprar. Passou minutos pensando no que escrever no bilhete da pequena caixa, finalmente optou por não escrever nada, não haveria espaço suficiente. Embrulhou e foi para casa.

- ICHIGOOOOOOOOO. SEU FILHO INGRATO! POR QUE CHEGA TÃO TARDE EM CASA? – o recebe com a sua típica voadora.

- Ah, não enche velho. – apenas desvia da voadora sem retrucar, e sobe diretamente para o quarto.

- O que ele tem Yuzu?

- Não sei. O que será que o Ichi-nii tem?

- A kuchiki-san tá demorando muito. É apenas isso.

- MEU FILINHO. TÁ CRESCENDO. ELE TÁ APAIXONADO. MASAKI ELE TÁ CRESCENDO. – diz choramingando sobre o gigante pôster.

- CALA BOCA, VELHO. – grita Ichigo lá de seu quarto.

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Ichigo tira o embrulho de sua bolsa e a joga em qualquer canto do quarto. O encara, vira-se para seu armário, encosta a cabeça no mesmo, desliza sobre ele apertando o pequeno embrulho, diz com a voz embriagada: - Rukia, cadê você? Por que você não vem? O que resta da minha inútil vida está se acabando, a chuva fria está vindo. Faça a parar, por favor, FAÇA! – chora sobre o embrulho agora amassado. Seu choro só para, quando ouve um barulho de vento e um perfume, os mesmos sentidos daquela noite. Vira-se e vê uma sombra. Aquela sombra que tanto o atormentou durante um ano.

- Deu pra falar sozinho Ichigo? Realmente você não pode ficar sem mim. Você fica mais louco do que geralmente é! E tira essa cara de Idiota, que tá me irritando!

Ichigo nada diz, apenas levanta, deixando o presente no chão e vai ao seu encontro a abraçando fortemente.

- Senti tanto a sua falta, tanto. Ei. Não sou louco e nem to com cara da idiota.

- Também senti sua falta baka. Quanto tempo.

- Espere ai. – Ichigo a solta e pega o presente. - Feliz aniversário Rukia. – diz com a mão na cabeça e sem jeito algum.

- Pra mim?! Ah Ichigo obrigada. – diz com um enorme sorriso, deixando o moço ainda mais corado.

- Anda abre logo.

Rukia faz o que ele pede e abre com ansiedade. Quando chega ao presente, seu sorriso aumenta junto com o brilho de seu olhar. – É do chappy! – conclui quando abre a caixa.

- Gostou?

- Claro que gostei baka. É do Chappy!

Ele revira os olhos com uma expressão de tédio. – Vai, vira, levanta o cabelo e me dá o colar. – ela lhe entrega o colar, ele abre o gancho e coloca carinhosamente no pescoço dela. Ele para, observa sua nuca e começa a roçar com a ponta de seu nariz e sua boca.

- Pare Ichigo. – diz lutando contra o seu instinto.

- Por quê?

- Não posso.

- Você deve! – diz a virando para si encostando seus lábios.

- Não, não! – o empurra contra a parede, virando de costas.

- O que foi Rukia?

- Não posso te amar Ichigo. Não devo. Isso só lhe causará mais sofrimento.

- Não importa quanto sofrimento me causará, apenas quero tela aqui. Não importa os obstáculos nem as dificuldades. Nada importa. Você é minha vida. Meu anjo. Deixe-me apenas limpar suas assas. – diz se levantando e a abraçando por trás.

- Mas... – se vira e fica de frente para ele.

- Sem, mas nem menos. Apenas feche os olhos.