As Aparências Enganam escrita por Sakura cha123, Wellie


Capítulo 9
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

OI gente!
Sei que demorei, mas, esta ai.
Me desculpem mesmo, pois, estava sem tempo para escrever, tanto que esse capítulo e meu e da minha co-autora, prometo não demorara com o próximo capítulo.

Boa leitura. :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/670419/chapter/9

 

Quando eu poderia imaginar que, ao ir morar num internato, viveria situações como aquela que vivia agora? Bem, talvez eu já esperasse alguns castigos, suspensões, quem sabe... mas nada comparado a usar um macacão de limpeza ridículo, carregar baldes de água e sabão (resultando espuma, obviamente) para lá e para cá, além de escovas e mais alguns instrumentos essenciais numa faxina, porque era justamente isso que estávamos fazendo: uma faxina. Por Kami-sama! Quando, em toda a minha vida, poderia imaginar algo assim?
Também não era como se pudesse esquecer-me do idiota Uchiha, que parecia tão agoniado quanto eu, se não mais. Tsunade havia nos pegado no ponto certo, como quem esfrega sal numa ferida aberta; aquele estava sendo o pior de todos os piores castigos — eu ainda ponderava se passar a noite na cadeia não seria mais produtivo e menos desgastante (menos vergonhoso também, diga-se de passagem).
Sentia os joelhos em estado de torpor (ou dormência, na linguagem popular), enquanto as mãos enjoavam-se do movimento repetitivo com a escova. Veja bem, naquele instante eu polia todo o chão da biblioteca com uma minúscula escova, esfregando o piso, ajoelhada sobre a superfície cerâmica, de quatro. Já fazia pouco mais de meia hora que eu me encontrava naquela mesma posição, a ponto de jogar tudo para o alto e sucumbir ao cansaço — que fique bem claro que isso era o mesmo que assumir minha própria expulsão do colégio.
O macacão jeans surrado já começava a incomodar, roçando asquerosamente sobre minha pele. Era como se estivesse sendo lambida por um gato, no entanto, a sensação era muito pior que ser tocada por uma língua felina, pois alcançava toda a superfície de minha pele, cobrindo por inteiro a tez. E, como se isso já não fosse o suficiente, havia ainda o suor quente que me escorria pela testa e nuca, sob os cabelos presos num rabo de cavalo.
— Vamos lá, Haruno — Sasuke gritou do alto da escada, a qual usava para alcançar os livros no topo da estante. — Vamos, quero ver esse chão brilhando. — O Uchiha gargalhou, desdenhando de mim. Eu apenas revirei os olhos para sua infantilidade, voltando a prestar meu serviço.
Era engraçado o que acontecia naquele momento. Enquanto eu me matava para limpar o chão imundo, o maldito Uchiha espanava livros. Livros! Por que mesmo ele fazia o trabalho mais simples, se era o homem na ocasião? Ah, lembrei! Porque eu não tinha capacidade de subir numa escada, portanto, havia recusado esta função, mas não era como se eu tivesse medo de altura ou algo assim. Imagina. Mas em hipótese alguma! Puff! Sakura Haruno ri da cara do perigo... Em terra firme, claro.
1... 2... 3... Plim!
Uma ideia me surgiu à mente, tão maquiavélica e criativa que faltaria apenas emergir uma lâmpada sobre minha cabeça para que aquilo se tornasse coisa de filme (ou de fanfics).
O quão divertido seria ver o Uchiha despencar daquela escada? Digo, o quão fácil seria fazer com que isto acontecesse? De acordo com meus cálculos, bastaria apenas me locomover alguns centímetros na direção da prateleira, logo ao lado, esticar um pouco mais o pé esquerdo pra que alcançasse a base da escada, então, seria preciso só mais uma pequena porcentagem de força do calcanhar para que... Bem, acho que entenderam o que quis dizer.
A animação me atingiu em cheio. Aquilo seria divertido, mas muito, muito divertido. Além disso, poderia ser que fosse uma ótima distração para todo aquele trabalho árduo que vínhamos fazendo desde a parte da manhã. Eu começava a ficar agoniada. Precisava fazer aquilo, nem que fosse por uns poucos segundos de diversão e, consequentemente, de esquecimento do que tanto me incomodava.
Coloquei o plano em ação, me aproximando furtivamente, enquanto Sasuke movia os livros em ambas as mãos de uma maneira despreocupada — podia jurar que ele assoviava uma música de ritmo lento. Parei por um instante. E se ele se machucasse com aquilo?
Calculei detalhadamente a altura em que o Uchiha se encontrava, já que tinha extrema facilidade em matemática, graças aos cursos de economia que cursava em Tóquio. Não era nada mais que três metros; lhe daria somente um susto.
Foi uma questão de milésimos de segundos. Em um instante, Sasuke cantarolava do topo da escada, em outro, despencava sobre o chão, os cabelos negros esvoaçando com a rapidez do movimento.
Não pude me controlar. Ri; ri com muita vontade, observando o Uchiha tentar se erguer do chão, completamente desnorteado. Aquela era a melhor cena do dia. Seria demasiado maldoso contar para os outros?
Ele buscava equilibrar-se, quando esbarrou no balde de água e sabão ao meu lado. O líquido espumoso escorreu sobre o piso, vindo em minha direção, já que ainda me encontrava ajoelhada. O desespero se apossou de mim. Se me molhasse, tudo só se tornaria pior. Tentei me levantar rapidamente, antes que a água me atingisse. Sem sucesso. Agora a besteira estava feita. Além de suada, asquerosa, estava, ainda por cima, molhada. Talvez a brincadeira não tivesse sido tão legal assim...
— Mas que grande porcaria. — murmurei para mim mesma, enquanto analisava o estado do macacão. Ensopado.
— Ora, ora — Sem levantar a vista, identifiquei a voz sarcástica de Sasuke ecoando na biblioteca vazia — Mas vejam só, parece que o feitiço se virou contra o feiticeiro...
Eu já me preparava para xingá-lo de todas as formas possíveis quando finalmente o fitei. E fui atingida por mais um ataque de risos. Bem ali, na pele alva de sua testa parcialmente coberta pela franja surgia um volume um pouco mais avermelhado. Um galo.
Ele parecia não entender o motivo de meu riso descontrolado, até mirar com um pouco mais de atenção o chão brilhoso que eu anteriormente polia. Deduzi que ele enxergara refletido ali o inchaço em sua testa, pois sua expressão facial havia passado de mordaz para apavorada.
— Você me paga, Haruno! — O Uchiha gritou, nervoso. Eu somente o observei buscar algo ao redor de si mesmo, mirando com olhos escuros todo o interior da biblioteca. Avistou um outro balde não muito longe e focou ali toda a sua atenção. Foi quando intuí o que Sasuke pretendia fazer, mas ainda assim meu riso não se dignou a cessar.
Ele saiu correndo na direção do balde, e eu me levantei de imediato, tentando inutilmente controlar as risadas que ecoavam em minha garganta. Minha esperança e objetivo era chegar lá antes que ele, mas o Uchiha pareceu notar isto e aumentou ainda mais a velocidade em que corria.
Deslizou, escorregou e, finalmente, despencou sobre uma poça de água. Encontrava-se inteiramente molhado agora.
Não pude sequer me controlar, em um instante, já estava rindo novamente. Sentia a barriga doer, contorcia-me da maneira que podia, até acabar perdendo as forças e sentar sobre o piso.
O Uchiha aproveitou o meu momento de fraqueza para pegar o balde e despejar em mim toda a água, terminando de me encharcar por completo.
— Agora estamos quites — Com um sorrisinho persistente no canto da boca, ele se vangloriou.
Eu somente grunhi em resposta, me erguendo mais uma vez e reparando o estado em que me encontrava. Mas que bela visão: Sakura Haruno toda molhada, com um macacão horrível colado ao corpo.
Só pode ser castigo.
De fato, era castigo.
— Dever cumprido, certo? — ele disse, transparecendo abertamente o duplo sentido da frase — Eu estou indo. — Caminhava calmo até a porta da biblioteca.
— Boa sorte — Falei num tom alto o suficiente para lhe chamar a atenção. —Só torça para que ninguém o veja neste estado... desastroso. — Caminhei de maneira displicente até a escada que Sasuke utilizara num outro momento. Sentei-me no terceiro degrau (altura segura), apenas me divertindo com sua expressão facial.
— Tá, e o que a Senhorita Esperteza pretende fazer? — me analisou dos pés à cabeça com orbes irremediavelmente negros. Senti meu corpo queimar sob seu olhar avaliativo — Afinal, você está bem pior que eu... — era possível sentir um toque levemente irônico no seu modo de falar, como se estivesse me desafiando. Como se acreditasse que eu não fosse capaz. Como se soubesse que não tinha nada em mente, que eu não tivesse qualquer ideia em mente.
Maldito Uchiha prepotente!
— Pretendo ficar bem aqui, sentadinha. Esperando escurecer até que não haja qualquer ou nenhum movimento nos corredores, e então irei para meu quarto. — Respondi, analisando o esmalte gasto das minhas unhas.
Ele ponderou por alguns segundos, intercalando seu olhar entre mim e a porta da biblioteca.
— Não tenho muita escolha, não é mesmo? — Sua pergunta soou mais como uma afirmação, entretanto, ainda assim eu assenti. Sasuke suspirou profundamente enquanto se acomodava no chão, ao lado da porta. Retirou do bolso esquerdo um aparelho celular.
— Que seja. — Anui, buscando meu próprio celular. Ainda havia muito “chão” pela frente.
.
.
Ao longo do tempo que se passara, tínhamos arrumando toda a bagunça, porque, em determinado momento, o tédio se tornara muito palpável. Depois de longas horas silenciosas, que mais me pareceram dias, decidi que já era tarde o bastante para não haver nenhum filho de Deus perambulando pelos corredores.
Me levantei e comecei a caminhar na direção da porta, até ouvir aquela voz rouca que tanto me enjoava.
— Aonde você vai?
— Não sei você, mas eu não pretendo passar a noite aqui, portanto, estou indo para o meu quarto. — continuei caminhando mesmo enquanto falava.
Abri somente uma brecha que me facilitasse observar o movimento do lado de fora sem ser vista. Não havia qualquer sinal de pessoas por ali.
Pus-me novamente para dentro do cômodo e, quando estava prestes a abrir a porta por inteiro, senti mãos másculas e grandes prendendo minha cintura.
— Está tudo "limpo"? — Sasuke perguntou, pondo seu rosto na curva entre meu pescoço e ombro. Eu podia sentir sua respiração quente naquela área. Meus poros capilares também. E começavam a ficar eriçados. Por Kami, eu estava arrepiada.
— Está, mas, se ainda quiser ter herdeiros, é melhor que tire suas mãos daí. —Falei, pressionando minhas grandes unhas nas mãos que me enlaçavam com tanta fervura. Eles as retirou de lá rapidinho.
— Ai! Calma aí, Haruno. Também não precisa agredir. — Revidou, observando as marcas avermelhadas de meia lua nas costas de suas mãos.
Revirei os olhos, enquanto seguia até a ala feminina, com o Uchiha em meu encalço.
— Você acha que não tem ninguém por aqui? — seu tom de voz saiu um pouco alto demais, até porque isso fazia parte dele. Sabe, voz rouca demais, grave demais, grossa demais, sexy demais.
Sacudi minha própria cabeça para me livrar daqueles pensamentos, e retomar ao que era realmente importante naquele instante.
— Shhhh! Fale mais baixo, ou aparecerão pessoas aqui! — falei fitando-o de uma maneira repreensiva, para depois continuar a caminhar.
O caminho até as divisões das alas foi completamente silencioso, Sasuke não deu mais nenhum pio, o que, de fato, me surpreendeu.
— Até amanhã, Haruno. — ele disse, indo na direção oposta à minha.
Apenas acenei e subi até a ala feminina, caminhando até o quarto que dividia com Ino. Abri a porta lentamente e a encontrei dormindo um sono tranquilo. Eu não via a hora de me encontrar nesta mesma situação... Estava exausta.
Só houve tempo para tomar um banho quente e me trocar, antes que o cansaço me vencesse. Dormi segundos depois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai o que acharam do capítulo?
Comentem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Aparências Enganam" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.