Como Treinar o seu Dragão Interior 2 escrita por Kethy


Capítulo 16
Saint Flamma - Deus Dragão


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, DRAGÕES!!!!!!!!!!!!!!!
Eu sei que dessa vez eu estou, realmente, MUITO ATRAZADA, mas quem viu o grupo do face sabe o porque e eu não quero ficar repetindo!

Essas são ideias que eu praticamente tive do nada, mas que se encaixam perfeitamente na minha proposta, espero que gostem. Comentem, ok? E sim, o alfa é o North de A Origem dos Guardiões... Combina!

Boa leitura!!!!!!!!!!!



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Não vou mentir, foi muito suspeito o tom que Melequento usou. Principalmente depois de tantos protestos. Com certeza tinha alguma coisa muito errada, mas eu não falei nada. Nem Soluço, que também percebeu. Seja lá o que tenha acontecido, sabemos que o Melequento que conhecemos quando éramos crianças não passava de um disfarce para não sofrer o mesmo que o primo. Tirando o nervosismo em momentos de pressão, a falta de ação em dados momentos e o pavio curto, ele era basicamente igual ao Soluço na maneira de agir e pensar. Confiamos nele.

— Com licença, Soluço III? – Ouvimos uma voz atrás de nós, cortando nossos pensamentos. O que foi um milagre, porque aquela situação já estava ficando desconfortável.

— S-sim? – Respondeu ele.

— O alfa está mandando te chamar. – Disse ela como se fosse uma coisa normal e que não era para ter medo.

Instintivamente, protegi Soluço esticando meu braço na frente de ele.

Ouvi a risada de Ský.

— Não se preocupe, criança. Nosso alfa é poderoso, perigoso, implacável, sério... Mas também é um coração grandão, mole e escamoso. Todo mundo ama aquele cara.

— Tem certeza? – Melequento perguntou insolente. – Não tivemos experiências iniciais muito boas com alfas...

— Tenho sim. – Sorriu ela. – Vamos, eu posso acompanhar todos vocês se isso os deixar mais calmos. Sei que ele não vai se importar com mais gente... Contanto que fiquem quietos. – Ský franziu a testa na última frase. – Bah! Não se pode ser tão coração mole em meio a dragões megapoderosos que cospem fogo, certo? – Riu-se ela.

Meio que assentimos e fomos juntos até esse tal alfa. Passamos por corredores rochosos com trepadeiras e limo pelos cantos; ouvimos sons de pássaros e vimos outros animais; os raios de sol pelos caminhos transmitiam uma atmosfera pacífica e tranquilizadora... Era como se realmente estivéssemos em um castelo de rei. Chegamos ao que deveria ser “a sala do trono”, lá o cantar dos pássaros parecia mais concentrado, havia plantas com folhas verdes no chão e nas paredes, e um tapete de flores douradas. Ouvimos os múrmuros do alfa cantarolando.

— Sim, eu sei que vocês estão aí. Deem-me um minuto, só até eu terminar de aguar as flores. – Disse ele calmamente, como se já fossemos íntimos. Quando terminou, ele guardou uma jarra em um canto e se virou para nós.

Era um gigante! Pelo menos tão alto quanto Stóico. – Gigante!— Pele bem branca, pálida, sobrancelhas cinza escuras grossas, uma careca bem discreta até metade da cabeça, formando um “M” com os cabelos do topo, barba e bigode compridos brancos como a neve e tinha grandes olhos azuis gelo. Usava uma capa vermelha com pele de urso na gola, base e mangas.

— Saudações. – Cumprimentou-nos ele. – Eu sou o alfa Roas. É um prazer conhecer aqueles que nos livraram da Jaguadarte e de sua tirania. Em nome de todos, obrigado.

Soluço engoliu seco e desviou o olhar. O alfa viu isso e foi até ele com um sorriso paterno segurando em um de seus ombros.

— Nenhuma guerra é de fato gloriosa, não importa o lado que você esteja, ambos sofrerão. O máximo que podemos fazer é sempre fazer aquilo que julgamos ser certo e poupar o máximo de vidas que puder. Líderes precisam ter a razão e o coração conectados harmonicamente durante decisões difíceis. Eu sei que vocês dois fizeram o que era melhor para todos.

Soluço ergueu a cabeça com o susto de ouvir um “Vocês dois”.

— Ora, não pensou que fosse o único a ter um desses... – O alfa fez uma careta imitando a forma de fera. –... Episódios, pensou? – Riu-se.

— Não... Obvio, não é? – Murmurou Soluço sem graça.

O alfa se afastou para poder falar com todos nós.

— Meus jovens... Eu pretendia falar somente com o que atende pelo nome de Soluço, contudo, foi ótimo que todos tenham o seguido, pois assim saberão que podem segui-lo como líder. O perigo a seguir é maior do que imaginam, de uma crueldade imensurável, que tortura por prazer e faz sangrar porque pode, que causa tanto terror psicológico em seus seguidores que esse é o único motivo de ainda seguirem-no. Lógico que precisarão de uma arma a altura. – O Roar pegou uma espada... Era uma espada tenebrosa. Seu cabo era feito em aço negro e sua base possuía o ornamento de duas asas douradas, já seu punho arqueava duas cabeças douradas de dragões. Mas o que realmente era assustador na espada era a lâmina: longa com a ponta em forma de arpão e por todo o corpo chamas dançavam ferozmente. – Essa não é uma espada qualquer, ela é o que os humanos chamariam de... Magica? Ela é mais leve e mais simples de manusear do que as comuns, ela já foi capaz de cortar até grandes rochas e também é possível usa-la para ataques de longa distância... Assim! – Roar atirou uma bola de fogo na parede. Uma marca redonda, negra, derretida e funda ficou no local. – Indico-a, pois nós dragões somos muito honrados... Ou muito orgulhosos... Para lutar injustamente contra humanos em nossa forma verdadeira, tenho certeza que ela será muito útil. Só um verdadeiro líder vai poder usa-la. – Dito isso, ele a entregou para Soluço já com a chama apagada.

Soluço passou a mão pelo ar perto da lâmina.

— Esse calor... Parece com...

— “... A minha Chama”? – Completou Roar. – Sim, ela foi feita com a Chama do primeiro Saint Flamma a pisar por estas terras. A espécie mais rara... Mais poderosa... Mais qualquer coisa que se possa imaginar... Recebeu o apelido de Deus Dragão. Este, dentre outros. Reza a lenda de que esta só nasce quando estamos prestes a passar por épocas de grandes mudanças. O último nasceu a mais de mil anos quando nosso povo estava em caos... E agora, temos você. – Nos assustamos. – Sim, Saint Flamma é a sua espécie, Soluço. Não direi mais nada, sei que deve ser difícil aceitar algo desse porte. Eu mal pude aceitar quando descobri que era da Espécie Alfa. Vou deixar vocês digerirem isso um pouco. – Roar começa a se retirar. Antes de passar por uma entrada, ele se virou e falou. – Bom... Boa sorte a todos. – Ele sumiu.

E mais uma vez, o Silêncio reinou em nós. Todos nós estávamos muito chocados com a notícia, Soluço parecia sentir mais medo do que qualquer outra coisa. Deu pena, o Menino-Dragão nunca gostou de se destacar, ele era do tipo que gostava de ser valorizado, mas ainda queria ser normal. Soluço mordia os lábios tão forte que suas presas saíram e eles começaram a sangrar, sem saber muito o que fazer, simplesmente o abracei.

— Fica tranquilo, a gente tá aqui junto com você. Você não precisa passar por tudo isso sozinho. Estamos aqui por você. – Em seguida, veio um abraço em grupo. Eu estava certa, estávamos todos juntos nisso.


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Notas finais do capítulo

*Saint flamma – “Chama Santa” em latim.



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