Bigorna escrita por Captain


Capítulo 10
Praia (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Olá terráqueos, como vão vocês? Espero que estejam bem. Tenham uma boa leitura, e espero os comentários de vocês nesse capítulo.



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Olhei para trás e Laura foi se levantando, talvez nosso quase beijo devia ter a animado. Ela andava atrás de mim enquanto seguíamos em direção a sala de jantar, várias panelas estava sobre o balcão, Anna colocava sete pratos e sete talheres diferentes na mesa. Duda foi subindo no sofá com um prato já cheio de comida e Maju... Ela nem havia se mexido, o livro já estava quase no final.

Sentamos Anna, Marcia, Laura, Maju e eu na grande mesa de janta, na altura do campeonato eu já tinha achado que Maju era muda, pois ainda não havia soltado a voz.

— Tem colégios por aqui, Anna? – disse minha mãe, olhando as filhas dela.

— Sim, só que é um absurdo, tenho que pagar a da Maju e a da Duda, imagina quanto gasto por mês. – Anna soltou uma risada. – Ficam na rua da praia, sabia? Colégio Havernnis é a mais baratinha daqui.

— Falando em praia, tia Anna, vamos quando? – falei, dando uma risada.

— Quando vocês acabarem de comer.

Cada uma colocou o tanto de comida que queria. Eu coloquei muita pouca comida, e voltei a me sentar. Maju se levantou e andou até a geladeira, retirando uma jarra de suco natural de goiaba, deixou no centro da mesa junto com os copos.

Houve um grande silêncio enquanto almoçamos apenas o barulho de talheres batendo no prato, copo batendo na mesa e a televisão em um volume alto deixava o apartamento como se houvesse gente lá dentro. Naquele apartamento era tudo moderno, tudo mais espaçoso, não era como lá na minha casa. Anna, Marcia e Laura havia se levantado e foram arrumar a cozinha. Apenas eu e Maju ainda não tínhamos acabado de comer, nós estávamos sentadas uma perto da outra, o que era empolgante era sentir seu braço roçando no meu quando levantava seu garfo e aproximava de sua boca. Em minha opinião, ela estava fazendo isso propositalmente, e ainda passava lentamente seu pé descalço ao meu. Levantei-me junto com meu prato e o copo, deixei dentro da lava-louça e voltei para o quarto de hóspedes, percebi o olhar de Maju me seguindo, o que me fez gostar disso. Laura foi andando atrás de mim, me deitei na cama e fiquei olhando para a janela. Hetlen se aproximou lentamente de mim, e logo se sentou na beirada da cama, deixando sua mão em minha perna.

— A Maju é quieta, né? – sussurrei, dando uma risada baixa.

— Bom, é sua prima... Lembra de quando nos vimos pela primeira vez? Você iria passar reto se eu não tivesse te segurado, é só uma questão de tempo, Amy.

— Amy, Laura, coloquem seus biquínis e vambora pra praia! – gritou uma voz fina, e logo adivinhei que era Duda, que estava parada na frente da porta com um bicho de pelúcia nos braços.

— Oi Duda, vem cá. – falei toda animada com sua presença.

A pequena correu toda alegre em direção a cama e logo se deitou ao meu lado. Laura me olhava com uma iluminação em seus olhos por causa do sol, comecei a conversar com Duda, ela me contava de como era seu colégio. Me levantei, e deixei Laura dando toda atenção a ela. Puxei minha mochila no canto do quarto e peguei um biquíni, junto com um short meio largo. Sai do quarto e fui para o banheiro, no caminho, vi novamente o olhar de Maju em mim, tudo o que queria agora era ouvir sua voz. Entrei no banheiro e tirei toda minha roupa, coloquei a parte de baixo e em seguida de cima, mas havia um problema, eu não conseguia amarrar a parte de cima, então coloquei minha cabeça pra fora do banheiro e vi Laura parar com seu biquíni na mão.

— Dá pra me ajudar aqui? – falei a examinando de cima a baixo, observando suas pernas, agradeci por ela não estar de calça naquele momento.

A puxei pelo braço com força, fazendo entrar no banheiro, me virei de costas para ela.

— Por favor, amarra para mim?

Laura deixou seu biquíni na pia e amarrou um pouco apertado a parte de cima, quando me virei, dei uma mordida em meu lábio inferior. Quando a fitei, lembrei-me da garotinha perdida que eu era antes de conhecê-la, fiquei um bom tempo paralisada, eu era tão quieta, mas ainda sou, ainda sou tímida, só que não tanto como antes.

— O que foi? – Laura disse, ao perceber minha reação séria.

— Eu... Quer dizer, eu agradeço a Deus por tê-la em minha vida, Marques.

A abracei com força, e ela me apertou da mesma intensidade, ela não conseguia entender o porquê disso, mas que pena que não pode ler meus pensamentos, senão entenderia.

— Ei, agora tenho de me arrumar. – ela se afastou um pouco, dando um beijo molhado em minha testa.

Sorri com aquele gesto e me sentei na tampa da privada, arqueei uma sobrancelha e falei cinicamente:

 – Pode se trocar.

Ela deu uma risada baixa, e foi tirando sua roupa, me levantei rapidamente e andei em sua direção, agarrei seu corpo antes que pudesse continuar se despindo. Minha respiração começou a ficar rápida, e rocei nossos lábios novamente. Laura me jogou contra a parede, e colou nossos corpos, ao saber que alguém poderia abrir aquela porta a qualquer hora me deixou com mais vontade de beija-la. Fechamos nossos olhos e logo fomos iniciando um beijo lento, eu explorei cada canto de sua boca com calma, sem pressa de nada. Ela foi apertando minha bunda enquanto mordia meu lábio inferior. Um sorriso com malicioso deixou aquele local mais... Como posso dizer? Gostoso! Agarrei seu cabelo, e fui dando leves puxadas em seu cabelo. Senti sua respiração cada vez mais ofegante.

— Meninas? Já estão prontas?! – ouvi a voz da minha mãe, e logo um desespero me subiu.

Empurrei Laura para longe, e arrumava meu cabelo, aquela cena parecia como a do nosso primeiro beijo, Laura ria do meu desespero e eu me arrumava. Vesti o short rapidamente e sai do banheiro, deixando Laura se trocar.

Duda, Marcia e Anna haviam entrado nos quarto para se trocar. Apenas Maju estava na sala de estar, ela arrumava o livro na pequena estantes de livros. Ela me olhou sem nem ao menos disfarçar, eu a olhei também, e ali começou uma disputa de olhares. Lembrei-me de uma frase que havia lido no celular de Laura: é gente se olhando e não falando nada. Então engoli em seco para não gaguejar quando soltasse a palavra que estava guardando, fui interrompida por Laura, que saiu do banheiro e nos olhou, Maju ficou meia sem graça e sorriu, um sorriso forçado.

Sentei no sofá ao lado de Laura, logo apareceu Duda, Marcia e Anna com seus biquínis/maiôs, e meu Deus... Minha mãe tinha um corpão hein, era difícil saber como era seu corpo, pois ele o cobria com roupas escuras e bem longas. Comecei a assobiar, deixando Anna e Marcia com vergonha, dei uma risada para disfarçar.

— Dona Marcia e dona Anna, parabéns hein, que corpão. – falei.

Vi todas rindo, inclusive a Maju. Levantei e todas fomos até elevador, sete pessoas em um elevador... Um pouco apertado, não é mesmo? Quando chegamos no estacionamento, minha mãe abriu o porta-malas e retirou seis cadeiras, um lençol fino e um guarda-sol. Laura, era um pouco mais forte que eu, então levei duas cadeiras, eu fiquei segurando o guarda-sol de uma maneira desajeitada, e as outras carregavam as cadeiras que havia sobrado. Duda estava segurando uma sacola, espiei e vi que era duas raquetes, o que me deu vontade de jogar. Confesso, tem vezes que criança demais, mas não tenho culpa se tem jogos infantis que chamam minha atenção. Era nove e dez de uma manhã bastante calorosa, a calçada estava pelando, eu estava soando demais.

— Marques, psiu, psiu, psiu. – falei, tentando irritar a Laura.

— Wennen, psiu, psiu, psiu. – ela retrucou.

Quando chegamos numa escada que descia a praia, eu logo tirei meu chinelo e senti meus pés queimarem com a areia.

Aiiii...— gritei e logo vi Laura e Maju rindo.

— Amy. Vou ir com a sua tia e a Duda comprar suco natural, já volto, segue reto que a gente te acha depois. – falou minha mãe.

Maju ficou meia que perdida, ela só ficava atrás da gente, e dava pequenos passos. Laura largou as cadeiras que ela segurava em um canto ótimo, a praia não estava cheia, e nem vazia, estava ótima também. Montei o guarda-sol com a ajuda de um salva-vidas, já que nenhuma dali levava jeito com “montar coisas”. Laura e eu sentamos uma do lado da outra, já Maju um pouco distante. Passava bicicletas com sons altos na beira da praia, e eu dançava toda hora que passava.

                                        ...

Estávamos todas sentadas, cada uma feliz, por algum motivo. Me levantei e puxei Laura pela mão, minha mãe nos olhou e respirou fundo.

— Vou entrar na água, está bem? – disse a minha mãe.

Abaixei meu short e o joguei na cadeira que estava sentada, andei de mão dadas com a Laura até a água, fiquei olhando para os lados e pude perceber que não éramos o único casal homossexual, isso me fez sorrir, os gays que estava brincando de jogar água um no rosto do outro estava realmente felizes, e nenhum momento se envergonhou de demonstrar aquilo. Um casal de lésbicas sentadas se acarinhava lentamente, e não estavam nem aí para as pessoas... É desse jeito que gosto, pessoal. Senti a água fria, apertei a mão de Laura e ela sorriu.

— Diga-me, Marques, do que você gosta? – a perguntei.

— De você. – respondeu rapidamente, dando uma risada.

— Ótimo Marques. É desse jeito que gosto.

                         Continua...


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Notas finais do capítulo

Eita Jão, que cês acham que a Maju vai aprontar? Eu sei, ela é meia quietinha, mas tudo bem, conheço vários capetas com a cara de anjo. Enfimmmm, até o próximo capítulo.



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