Spirit escrita por Hawtrey


Capítulo 3
Ajuda


Notas iniciais do capítulo

Oi oi pessoas! Eu quero agradecer muitissimo a todos que comentaram, adorei ver que tem gente gostando mesmo da fic e decidindo acompanhar *---*
Alguns avisos: Eu não tenho uma data fixa de postagem porque estou no meio da faculdade e não quero dizer a vocês que vou postar no dia e isso não acontecer (me sinto mal com isso!). Mas com mais comentarios eu posto mais rapido, porque eu também me sinto mal em ver gente comentando e não postar um capítulo u.u
Mais uma coisa, eu sempre respondo os comentarios (todos eles) no mesmo dia em que vou postar um capitulo. É uma mania minha, então se vocês tem alguma dúvida urgente kk é só mandar mensagem.

Bjs! Espero que gostem da Leitura!



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Dormir estava sendo um problema pra mim e isso me preocupava. Comer e dormir eram aquelas duas coisas que estavam na lista do que eu não tinha problemas para fazer. E bem, agora eu tenho. Dias se passaram lentamente e eu me sentia agoniada e irritantemente agitada. Eu não conseguia ficar parada! Minha pele chegava a formigar só com a ideia de levantar daquela cama. Lissa e Christian vinham me visitar sempre que podiam, ficavam algumas horas por aqui me atualizando sobre as noticias da Corte e fazendo brincadeiras com as atitudes da Rainha Tatiana – essa parte era só Christian que fazia. Quando iam embora era a minha chance de aproveitar o momento para esticar as pernas já que eu sabia que ninguém mais aparecia ali. Janine e Abe aparentemente estavam fora da Corte, Eddie estava ocupado e Dimitri, bem, esse eu tinha uma leve suspeita de que me ignoraria pelo resto da vida ou que pelo menos estava disposto a tentar.

Não bastava tudo o que eu já tinha em mente, ainda havia Dimitri. Eu queria, queria muito, que ele nunca tivesse dito aquelas malditas palavras, queria estar em seus braços, queria que ele estivesse ao meu lado, queria que ele nunca tivesse se tornado um Strigoi para começo de conversa. Mas só queria. Eu sabia que o estrago estava feito, que Dimitri não voltaria atrás pedindo perdão e principalmente, eu sabia que não correria atrás dele. Por Dimitri Belikov eu movi todo o meu frágil mundo, passei por cima das minhas barreiras, atravessei o oceano, matei Strigoi, abandonei minha Moroi, quase morri e ainda puxei toda a ajuda possível em busca da cura. Arrisquei tudo o que eu tinha, incluindo minha vida, meus amigos e até minha sanidade. O que recebi em troca?

Eu não precisava relembrar suas palavras, seu olhar frio e sua ignorância. A dor ainda estava ali, não me deixava esquecer.

Mas eu tinha que esquecer tudo aquilo por enquanto, passar por cima daquela dor. Eu preciso de ajuda para encontrar Sonya, preciso de fontes. E Guardiões são ótimas fontes de ajuda. Então assim que o médico assinou minha liberdade daquele quarto tedioso de hospital eu me arrumei e fui procurar a única pessoa em quem eu podia confiar agora.

— Mikhail.

Ele se virou para me encarar e arregalou os olhos, aparentemente surpreso por ver.

— Rose! O que está fazendo aqui? Pensei que estava no hospital.

Eu concordei vagamente.

— Eu estava. Recebi alta hoje.

Finalmente ele pareceu notar algo diferente em mim e largou o seu trabalho burocrático.

— Algum problema?

— Eu preciso da sua ajuda.

Mikhail largou os arquivos e me encarou sério:

— Espero que não tenha se metido em problemas Rose, você é péssima trabalhando aqui e eu-

— Quero trazer Sonya de volta — revelei de uma vez só.

Ele paralisou, como eu sabia que faria. Sonya foi o amor dele assim como Dimitri foi para mim, ainda é. A questão é que Mikhail tinha me ajudado a salvar Dimitri e eu precisava agradecer da melhor forma. O que seria melhor do que fazer o mesmo com Sonya?

— Está falando sério? — ele questionou ficando pálido — Não brinque com uma coisa dessas Rose!

— Eu não estou brincando! — rebati firme.

— Por que faria isso?

— Estou seguindo minha intuição, algo me diz que eu preciso fazer isso o quanto antes — revelei meio incerta — Até porque eu tenho que te agradecer de alguma forma por ter me ajudado com Dimitri. Acho que você merece isso.

— Mas Dimitri...

— É, Dimitri me odeia agora — completei impaciente — Mas eu quero que você vá junto comigo, que esteja lá quando ela acordar e que de alguma forma a ajude a não se sentir tão culpada.

Mikhail suspirou e se levantou parecendo cansado, notei que seus olhos estavam mais brilhantes que o normal. Ele se emocionava só com a possibilidade de ter Sonya de volta.

— Não é necessário ter um usuário do espirito? — perguntou hesitante — Vai levar Vasilisa junto?

— Não — neguei rapidamente — Não vou arriscá-la novamente.

— Então o que vai ser?

Se a minha loucura estiver certa então a única com dom do espirito que enfiaria uma estaca em Sonya seria eu. Mas é claro que eu não poderia arriscar estar errada e no final tudo dar errado também.

— Eu tenho um plano — anunciei finalmente — Mas preciso de alguns dias para testá-lo. Se eu não conseguir, então eu peço ajuda.

Mikhail suspirou novamente e passou as mãos pelos cabelos, demonstrando seu nervosismo.

— Rose... isso vai nos colocar em problemas. Enormes problemas.

— Estamos falando da Sonya — lembrei tentando soar calma — Mikhail, temos uma chance de trazê-la de volta. E eu prometo que não a jogarei fora.

Ele olhou ao redor ainda incerto e em seguida se aproximou de mim, respondendo:

— Quanto tempo? E no que posso ajudar?

Suspirei aliviada. Eu já tinha alguma ajuda.

— Alguns dias, talvez um mês — respondi sorrindo — Enquanto isso tente encontrá-la, se achar que não vai conseguir então me avise e daremos um jeito.

Ele me lançou mais um olhar hesitante e em seguida começou a discar um número no celular.

— Espero que saiba o que está fazendo.

***

Sendo sincera eu não tinha a mínima ideia de como provar a teoria de Adrian. Aquela ideia maluca dele onde a escuridão de Lissa estava alterando o meu espirito e assim eu teria meu próprio dom. Mas Adrian Ivashkov podia ser qualquer coisa, menos maluco.

Pensando bem ele nunca disse que o meu dom seria o Espirito... oh merda. Isso mudava todo o meu plano. Não. Adrian também comentou algo sobre eu ter a própria escuridão, isso só podia ser consequência do Espirito, não é?

Eu espero que sim.

Acho que preciso mesmo de ajuda, não entendo nada sobre o Espirito. Como vou aprender a usar algo que nem conheço? Pior, nem tenho certeza se tenho!

Subitamente a ideia de pedir ajuda a Lissa surgiu. Isso poderia colocar a vida dela em risco futuramente? Ela me chamaria de louca e insistiria para que eu esquecesse o assunto? Talvez. Mas eu podia pelo menos tentar, discretamente. Alcancei o celular na mesa ao lado da cama e liguei para ela.

— Lissa? — chamei assim que ela atendeu.

Rose, onde você está? Christian disse que foi te visitar e você não estava mais lá — ela questionou em tom apressado.

— Eu recebi alta. Por que você não foi com ele?

Tatiana pediu para que eu resolvesse algumas coisas pendentes da faculdade hoje.

— Então está ocupada? — me certifiquei.

Sim e fora da Corte no momento.

Olhei para o céu escuro pela janela e suspirei.

— Tudo bem. Conversamos quando chegar. Tome cuidado.

Você também. E descanse.

Ela desligou e eu joguei o celular longe sobre a cama. Talvez isso seja um sinal para que eu não a envolvesse.

Batidas na porta me chamaram atenção. Imediatamente lembrei do dia em que Janine quase colocou a porta abaixo e quase jogou algo na minha cabeça. Pelo menos eu tinha a certeza de que dessa vez não era ela.

Eu abri a porta e paralisei. Um homem moreno de olhos negros e levemente musculoso me encarava de forma decidida. Inconscientemente conclui que se Dimitri era um Deus Russo, então aquele homem na minha frente com certeza era um Deus Grego.

— Está perdido? — perguntei franzindo o cenho.

— Eu sou o Guardião Yuri Orlov, estou –

— Opa. O que foi que disse?

Eu tinha que perguntar, só para ter certeza de que tinha escutado bem. Aquele homem alto e levemente familiar, que mais parecia um Moroi, disse que é um Guardião?

— Você disse Guardião?

— Algum problema? — ele questionou confuso olhando para as próprias roupas.

Só então reparei em seu uniforme. Então ele é mesmo um Guardião.

— Desculpa — pedi nervosa — Você parece muito com um Moroi.

Ele assentiu em compressão e sorriu minimamente.

— Comparação aceitável Guardiã Hathaway. Muitos pensam o mesmo.

Pigarreei me recuperando da surpresa e perguntei:

— Precisa de algo?

— Hans me deu ordens para ser sua nova sombra.

E qualquer tipo de amizade que eu poderia criar com aquele homem morreu naquele momento.

— Como é? Hans quer que você me vigie?

— Ele prefere considerar como um Guardião para uma Guardiã. Vigiar parece meio... invasivo.

Eu o fitei sem acreditar e quase arranquei aquele sorriso torto do rosto dele. Como assim eu vou ser vigiada?

— Vem comigo.

O empurrei somente para sair do quarto, fechei a porta logo em seguida e o agarrei pelo braço, arrastando-o pelos corredores.

Ser vigiada? Nem pensar! Por que Hans faria isso? Por que colocaria outro Guardião nas minhas costas? Como eu pensaria em algum plano aceitável com ele sempre por perto servindo de olhos e ouvidos para Hans e para a Rainha Tatiana?

Assim que encontrei a sala de Hans Croft simplesmente abri a porta e empurrei Orlov para dentro. Infelizmente ele não estava sozinho, Dimitri e Alberta estavam ali, agora me encarando como se eu fosse maluca. Mas não me importei.

— O que pensa que está fazendo senhorita Hathaway? — Hans gritou já rubro de raiva.

— Eu quero saber porque colocou alguém pra me vigiar! — exigi irritada.

— Você se tornou perigosa.

— Eu não tentei matar ninguém!

— Eu quis dizer que se tornou perigosa para si mesma.

Bufei. Agora todo mundo estava acreditando nisso, o pior é que eu não sabia como fazer eles entenderem o que tinha acontecido. Que me matar não estava na minha lista de desejos.

— Eu não tentei me matar — rebati entre dentes.

Eu tinha que me controlar ou arrancaria a cabeça de todos ali.

— Desculpe a intromissão — pediu Alberta dando um passo a frente — Mas Rose, você enfiou uma estaca em si mesma. No mínimo tinha algo em mente.

Me deu vontade de dizer que se eu quisesse me matar isso era problema meu! Mas provavelmente isso só pioraria as coisas e eu estava tentando ser sensata hoje. Então apenas a ignorei e me aproximei de Hans que ainda me lançava um olhar superior.

— Se fosse pra ter um Guardião eu teria nascido uma Moroi. Não preciso de proteção.

— Já está decidido — Hans anunciou inexpressivo — Orlov ficará no quarto ao lado do seu.

Franzi o cenho descrente.

— O quarto ao lado do meu é do Dimitri.

— O Guardião Belikov — ressaltou no mesmo tom — Ficará na mesma ala da Princesa Dragomir, sua nova protegida.

Senti meu humor afundar e levar meu controle junto. Desde quando Dimitri era Guardião de Lissa? E por que eu não sabia disso?

— Eu vou ser a Guardiã Principal dela. Por que não fui informada disso? — questionei desconfiada.

— Você não será mais a Guardiã da Princesa — revelou Hans — E o cargo principal agora pertence a Belikov.

Arfei, processando a informação. Aconteceu. Tatiana me cortou da lista de Guardiões de Lissa e colocou Dimitri no topo. E nenhum dos dois me avisou sobre isso, nenhum dos dois teve coragem de dizer que eu era uma carta fora. E como Dimitri pôde aceitar isso? Ele sabia o quanto eu queria esse cargo, o quanto havia me preparado para ele! Será que ele me odeia tanto?

Virei em direção a Dimitri com lágrimas de ódio. No mesmo segundo ele e Alberta recuaram. Eu senti a escuridão crescer em mim e começar a inundar minha mente, mas não me importei. Não mesmo. Eu tinha me preparado para aquele cargo toda a minha vida e agora eu sabia que tudo tinha sido em vão porque Tatiana decidiu que Dimitri faria um trabalho melhor.

— Você é um homem desprezível, traidor! — exclamei encarando Dimitri e quase sorrindo por vê-lo engolir em seco.

— Seja justa Rosemarie — ele pediu sério — Nós dois sabemos que você não está pronta para o cargo. Precisa aprender mais.

Imediatamente lembrei do exato momento em que ele fez questão de informar o quanto eu era imatura e irresponsável. Senti a raiva crescer e comecei a tremer levemente na tentativa de controlá-la.

— Fique calma Rose — pediu Alberta recuando.

— Não leve para o lado pessoal — completou Dimitri — Talvez seja melhor esperar mais alguns anos, com um pouco mais de treinamento e formação...

Alberta lançou um olhar repressivo a ele. Mas já era tarde demais. Eu ergui a perna tão rápido que nem os reflexos dele perceberam e o chutei com toda força. A força gerada pela raiva. Dimitri foi lançado para o lado oposto da sala e eu achei que deveria ganhar um prêmio só pela cara que ele fez.

Nós dois sabemos — comecei furiosamente me aproximando dele — Que um de nós deveria estar morto. Que o mundo é pequeno demais para pessoas tão idiotas – ele arfou com minha aproximação e arregalou os olhos, mas eu continuei — Eu sou idiota por acreditar que o Dimitri por quem me apaixonei voltaria, que todo o esforço que fiz e os riscos que corri valeriam a pena. E você é além de idiota, um imbecil, babaca que pegou o coração de uma garota e o destroçou sem pena ou remorso, tendo prazer em dizer o quanto ela era incapaz e em seguida pegar o cargo que ela desejou por toda vida. Ainda bem que a porcaria do seu amor acabou Belikov. Eu vou tentar infinitas vezes até conseguir o mesmo.

Lancei um último olhar a ele, rezando para que estivesse transmitindo todo o ódio que eu estava sentindo agora. Vi lágrimas naqueles olhos castanhos que eu tanto conhecia e senti vontade de socá-lo. Mas comecei a achar que não teria controle suficiente para parar. Então dei meia volta e tentei sair. Mas Orlov me impediu.

— Sai da minha frente — rosnei ainda em fúria.

Ele hesitou por alguns segundos, mas manteve a posição.

— Onde vai?

— Isso não interessa!

— Não posso deixar você sair assim. Está descontrolada.

Eu o agarrei pelo colarinho e o puxei com uma força que eu desconhecia.

— É melhor não abusar da sorte colega.

— Sorte é meu segundo nome — ele respondeu sorrindo.

Ele tocou minha mão e eu senti a sensação familiar e dolorosa de mil agulhas perfurando minha pele, então súbita e violentamente fomos separados e lançados para lados opostos. Levantei cambaleante e o fitei com olhos arregalados. Todos nos encaravam assustados, mas Yuri ainda estava jogado no chão respirando fundo e me olhando de modo significativo.

E por algum motivo eu soube que ele sabia o que eu tinha sentido, poderia até mesmo arriscar que ele tinha sentido o mesmo. A mesma dor de quando Adrian me tocou. Adrian havia dito que eu sentia aquela dor porque meu espirito estava rejeitando o dele. Mas eu não tinha sentido nada no hospital e com certeza havia muita gente ali que eu rejeitava. Então tinha algo a mais, eu estava perto de descobrir e agora sabia que, de alguma forma ou de outra, Yuri Orlov iria me ajudar.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro... me desculpem, eu juro que revisei!
Se alguém ficou confuso até aqui, tudo bem, ainda vou explicar mais nos proximos capítulos. MAS se mesmo assim alguém ainda continuar confuso, é só gritar por ajuda! Eu sei que posso ser bem confusa as vezes.
Enfim, o que acharam? Comentem!



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