Caro desconhecido... escrita por Miss Sant


Capítulo 35
Conhecendo a rainha.


Notas iniciais do capítulo

Em 15 diaaaas ma friends!



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Blair.

Foram tantas dores diferentes para um mesmo dia... Existe algo sobre as dores que poucas pessoas sentem, a dor precisa ser sentida intensamente, e eu sou uma mulher de muitas dores e pouco sentimento. Acumuladora eu diria. Acumuladora sim, literalmente, não rancorosa, ou resguardada, ou contida, acumuladora. A diferença exata é que você acumula porque não quer jogar fora, você acumula porque se apega, porque se acostuma, há certa segurança em saber que tudo esta ali, e você usará quando preciso. Então, eu guardava no fundo do meu armário, raiva, amor, frustração, decepção, ansiedade, todos os sujeitos que não devem ser postos para fora na mesa do jantar em família ou no jatinho com seu noivo, ao saber que ele te traiu. Porque a elegância, a calma, e principalmente a paciência devem ser os atributos de uma noiva, mas não de qualquer noiva, os atributos de uma noiva traída e apaixonada por outro.

—Freddie, sua mãe sabe que estamos indo?

—Para fazer uma visita? Sim, sabe.

—Para iniciar os festejos do casamento?

—Ela ainda não foi cordialmente informada.

—Outch, e você pretende informa-la cordialmente quando chegarmos corridos em meio a madrugada?

—Sim.

—Bacana, sua mãe já me ama, vai me por num pedestal, achando que eu te pressionei para casarmos.

—Ela não vai achar nada.

—Ah, será lindo. Olá senhora Benson

—Benson? – Freddie me interrompeu com uma risada debochada.

—Perdão, eu esqueço que vossa alteza não utiliza o Benson, eu me confundo!

—Se confunde assim na frente dela, ela vai te dar um beijo de felicidade. – revirei os olhos e prossegui.

—Olá senhora Grimald, é tão bom receber as boas vindas da senhora no seu robe de seda às – olhei para o relógio com cristais no meu pulso, e fiz os cálculos de quanto tempo ainda levaria – 3:45 da manhã, realmente a senhora parece ótima, por falar nisso, espero ver essa mesma disposição para organizar o jantar de ensaio hein, sogra querida? Posso chama-la de maman não é mesmo?

Freddie gargalhou e eu revirei os olhos.

—Ah, sem dúvida serão os melhores dias da minha vida.

—Já pensou no café em família? E nos chás da tarde?

—E o assunto principal será o quão inadequada é a minha futura nora.

—Para B, ela vai se acostumar com você.

—Eu nem vou descer para o café.

—Vai sim.

—Então, eu vou me atrasar, e acho bom você não sair do quarto antes de mim.

—Nós não vamos ficar no mesmo quarto?

—O que? Freddie, benzinho, você lembra o discurso que ela fez sobre o sagrado matrimônio e como romper esse laço dificulta a existência do circo...

—Minha mãe não é tão chata assim.

—É comigo.

—Tudo bem, eu te espero pra descer.

—Ótimo.

Fechei os olhos por dois minutos e em segundos estávamos aterrissando. Freddie desceu, cumprimentou o piloto e entramos no carro, que Freddie insistiu em dirigir, chegamos à casa da família em 20 minutos exatos.

—Agradeceu ao piloto pelo voo de emergência?

—Engraçadinha.

—Sempre fui. Engraçada e elegante.

—Esta pronta?

—O que? Eu nasci pronta!

—E lá vamos nós.

Freddie agarrou minha mão enquanto subíamos a escadaria, nem foi preciso tocar a campainha Marisa Grimald nos esperava na porta, com uma euforia digna da realeza ela abriu os braços para receber o filho.

Freddie Grimald Benson! Meu bebê! – ela o abraçou e começou a falar sobre a saudade e o tempo, e a beleza, alguns minutos depois ela olhou para mim.

—Oh, Blair querida, como vai? – seu sorriso imenso se desfez em um daqueles risos desconfortáveis e me deu um abraço de exatos 3 segundos.

—Chegaram tão cedo...

—Foi uma noite longa, mãe.

—Eu imagino, que perigo pegar o jatinho essa hora.

—Seu filho estava ansioso.

—Meu filho costumava ser mais prudente.

—Mãe, nós estamos cansados, poderia por favor, só mostrar o quarto?

—Os quartos, você quis dizer. O seu é no segundo andar, o da Blair é no primeiro.

—Noivos não deveriam dormir separados, principalmente os que vão se casar em alguns dias... – eu juro que falei muito baixo.

—Perdão, você disse algo?

—Não senhora.

—Casar em dias? Então eu farei jantares de ensaio nesse final de semana? É essa a pressa? Freddie como você...

—Mãe, eu quis fazer uma surpresa.

—Bom, realmente surpreendeu..

—Onde iremos dormir?

—Eu providenciarei quartos próximos, continuo achando que independente do prazo do casamento existem valores que devem ser respeitados. Não me importo passem a noite juntos, mas, me importo que estejam em seus quartos quando Clarice for acordá-los. O café será servido as 7:30.

—São quase 4 da manhã. – Freddie resmungou.

—Acostume sua noiva com pouco sono, e vento da manhã, sua agenda começa bem antes disso.

—Mãe...

—No máximo às 8. Espero que se sintam bem esses dias aqui.

—Obrigada senhora B.., Grimald. – admito que no início foi de propósito, mas me arrependi no segundo seguinte, tanto que o máximo do B, foi a dobra dos lábios, troquei imediatamente pelo G de Grimald.

Marisa Grimald deu um leve sorriso de pura elegância e educação, e saiu, dispensando apresentações a casa, já que Freddie conhecia tudo muito bem.

Freddie e eu ficamos conversando até às 5, mas não dormimos juntos. Não que eu concordasse com Marisa, se o noivo em questão fosse outro... Mas não era, não é! Enfim, após seu noivo dizer que se apaixonou e dormiu com outra mulher, por mais que você não o ame... Havia uma amizade que exigia no mínimo uma consideração, que infelizmente não houve de ambas as partes. Freddie me traia a quilômetros de distância, enquanto eu o trai no tapete da nossa sala, e se essa seria minha ultima lembrança física de Chuck, eu gostaria de ter um retalho daquilo comigo.

De todo modo, não é correto e nem suportável, fingir que nada aconteceu de e de repente virarmos o casal que éramos quando nos conhecemos em Paris. Tínhamos mudado um pouco, ele com certeza. Eu era apaixonada por Chuck Bass e tinha um coração partido. Freddie era desprendido, leve, fácil, risonho, sem paixões avassaladoras, ele nunca tinha tido o coração partido, aparentemente eu tinha sido seu primeiro amor, certamente não seria o ultimo.

Partindo do pretérito imperfeito para o presente do indicativo. Eu estou apaixonada por Chuck Bass, e não tenho mais um coração partido. Freddie esta preso, difícil, complicado, cheio de paixão avassaladora que lhe rendeu um belo coração partido, e certamente seu último amor, seria sempre seu primeiro ultimo amor.

Triste de nós que nos rendemos aos anseios da paixão, muito mais perigosa que o amor, pois este é compreensivo, paciente e caridoso, a paixão é selvagem, furiosa, extremamente louca e egoísta, e todos gostam dela, porque é fácil por a culpa nos 20 segundos de coragem que ela pode nos oferecer.

Se Chuck e eu ficaremos juntos outra vez? Receio que não, me casar será para ele como um tiro no peito, a pior das traições por outro no lugar que deveria ser dele, sempre... Minha vida não será tão triste. Freddie e eu somos amigos, nós daremos muito bem, podemos até ser ótimos pais.

Ri dos meus pensamentos.

Blair olha você aqui, fazendo planos sobre o futuro, quando pra você o futuro já estava certo. Era mais fácil odiar Chuck, não ver, não saber, o desconhecido e o curioso é sempre melhor, mas a gente insiste em saber de tudo, em querer desbravar o mundo, o nosso e o dos outros, e ai a realidade é como um banho de água fria no inverno. Uma delicia.

—Blair! – acordei com batidas leves na porta, chamadas no celular e sussurros na porta.

—Freddie! – abri a porta aflita e o mandei entrar.

—O que? Sua mãe já esta no chamando para os compromissos do dia?

—Não. Na verdade parece que temos convidados para o final de semana e casamento, que também vieram para o café.

—E que chegaram cedo o suficiente para lembrar a sua querida mãe, que estamos atrasados.

—Sim.

—Já amo a sua família Freddie, e nem os conheço.

—Haha, vamos, vista-se rápido, minha mãe quer que tomemos ao menos uma xicara de café e partiremos para um tuor pela propriedade.

—Você só pode estar brincando!

—Não! E é melhor a gente descer com um sorriso na cara.

—Uma Grimald é gentil, uma Grimald é elegante, uma Grimald não se atrasa.

—Blaaaair!

—Tudo bem, eu estou indo, me espere aqui.


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