Cidade das Sombras escrita por Cris Herondale Cipriano


Capítulo 34
A dor da perda e o estimulo para seguir em frente.


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaa
Boa leitura!!!



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Londres— 1878.

— Como isso é possível? Como você conseguiu sair do meu anjo? Como pode estar no corpo de Jace? - Perguntou Tessa do futuro confusa.

— Desde o momento em que esses caçadores atravessaram aquele portal e vieram parar aqui, eu tenho estado dividindo o corpo de Jonathan Herondale, foi o melhor lugar para que eu pudesse me esconder, estava fraco por tanto tempo preso em seu anjo Theresa Gray, por isso quando eles vieram para cá, um abalo na história foi feito, o tecido das épocas foi mudado e eu pude sair de seu anjo, mas precisava de um lugar seguro para me regenerar, senti um receptáculo perfeito, ele ainda tinha muito pouco do fogo dos céus em sua veia e eu podia ver a marca de meu irmão Raziel por todo o seu corpo. Então enquanto Jonathan atravessava o portal eu entrei em seu corpo e fiquei escondido no fundo de sua mente. 

— Isso é loucura, por que mandava aqueles sonhos para a Clary? - Perguntou Magnus.

— Porque eu precisava de ajuda, Lilith sabia da minha existência, ela sabia onde me encontrar, eu precisava mostrar a alguém o que estava acontecendo, Clarissa sempre foi a escolha mais certa, afinal quando vocês atravessaram o tempo, trouxeram consigo as lembranças de sua época, ou seja minha mente de agora se fundiu com de seu tempo, tenho as lembranças de ambas as épocas, logo sei que Clarissa e Jonathan me ajudaram. 

— Jace, você estava no corpo de Jace e não fez nada para ajuda-lo? Você o deixou morrer! Você não é melhor que Lilith se quer saber! - Gritou Clary.

Por um momento a expressão de Inturiel se tornou confusa.

— Eu não podia me mostrar, seria meu fim e eu ainda não posso morrer, não cumpri minha demanda, mas ajudei Jonathan da melhor forma que pude. Quando Willian Herondale morreu eu consegui impedir que Jonathan desaparecesse, mas não pude impedir sua morte. Porém não devia se desesperar Clarissa, ele está tendo o descanso merecido de herói, o que um dia ele foi. 

— Cala a boca! Tudo o que Jace queria sempre foi um pouco de paz, viver sua vida ao lado daqueles que amava e nunca conseguiu isso, sempre teve que consertar a sujeira deixada pelos outros! - Gritou Clary.

Ela não conseguia aceitar Inturiel usando o corpo de Jace, era demais para ela. Deu as costas ao grupo e começou a correr para longe de tudo aquilo, tudo o que queria era Jace de volta, queria a chance de abraça-lo e beija-lo mais uma vez, queria poder dizer nem que fosse pela ultima vez  o quanto o amava.

Magnus do futuro observava Clary correr para longe, se sentia um completo inútil, não podia fazer anda para ajuda-la, olhou para Alec e seu coração se partiu, o olhar frio e sem vida de seu namorado era como punhaladas em seu peito, Alec estava assim desde que sentiu a morte de Jace, não havia dito uma unica palavra desde  aquele momento, nem mesmo quando Inturiel apareceu no corpo de Jace, o garoto havia se fechado completamente dentro de si mesmo. 

Soltou um suspiro exausto e viu que Simon se preparava para seguir rumo onde Clary havia corrido. Segurou o braço do rapaz que o olhou confuso.

— Deixe-a Simon, ela precisa de um tempo sozinha, precisa de um tempo para poder desabafar sua dor. 

Simon abaixou os olhos e se desvencilhou de Magnus seguindo para onde estava Isabelle. 

— O que faremos agora? - Quis saber Tessa do passado olhando para onde Clary havia partido.

— Temos que ir a Idris. - Respondeu Inturiel. 

Isabelle que até então estava ajoelhada e abraçada ao próprio corpo, olhou para Inturiel, uma onda de dor atravessou o corpo da menina, era terrível olha-lo, era como ver Jace, mas este não era seu irmão, era apenas alguém que se achava no direito de usar o corpo dele.

— Você se acha o esperto mas não consegue nem ao menos se defender sozinho! - Disse Isabelle o olhando com raiva.

Não suportava olha-lo, ele estava no corpo de seu irmão e não fez nada para ajuda-lo, apenas o deixou morrer, Isabelle não conseguia perdoa-lo, a dor era recente demais para isso, podia até estar sendo injusta com ele, mas no momento a dor da perda não a deixava raciocinar com clareza. 

Levantou irritada e em direção oposta a que Clary havia tomado, Simon foi em seu encalço.

Inturiel apenas olhava para onde a garota havia ido sem entender o por que de tanta raiva.

— Entenda uma coisa amigo, usar o corpo de Jace não foi uma atitude muito sensata sua, não as culpe, elas acabaram de perder alguém que amam, não conseguem olhar para você sem se lembrar dele. - Disse Magnus do passado com a mão no ombro de Inturiel.

                                                 * * * 

Magnus do futuro estava encostado numa árvore e olhava Alec, que estava sentado num tronco de árvore caído olhando mas sem realmente ver o rio que passava por ali. Magnus olhou ao redor e sentiu pesar por não poder ter tempo e nem cabeça para ficar observando o lugar, era muito bonito, um rio descia com suas águas cristalinas por todo o vale, apesar do vento frio algumas flores sobreviveram e agora estavam abertas mostrando toda a sua beleza, pássaros voavam pelo céu e vez ou outra pousavam perto do garoto que estava sentado sem se mexer no tronco, o sol jazia majestoso no céu.

Depois da retirada abrupta de Clary e Isabelle, os caçadores do passado resolveram dar um tempo, para que seus parentes do futuro pudessem se recompor. Sem uma palavra Alec havia se afastado do grupo, andando a esmo até chegar aquele magnífico lugar e se sentar ali, onde estava imóvel e sem expressão a mais de duas horas. 

Magnus se aproximou se sentou ao lado de Alec, estava preocupado com ele, tinha medo de como Alec seria dali pra frente.

— Alexander, eu nem sei o que te dizer, sei que deve estar sofrendo, mas escute, você não está sozinho, estou aqui com você. 

Alec nem ao menos desviou os olhos das águas cristalinas, continuou a olha-las como se Magnus não houvesse falado nada. Com um suspiro frustrado Magnus se levantou. 

— Preciso ver o que decidiram, se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, me chame Alexander.

Triste o bruxo se afastou, deixando Alec na mesma posição, tinha medo que Jace houvesse levado consigo o coração de Alec. 

Quando chegou ao local onde estavam os outros, percebeu que Isabelle e Simon já haviam se juntado ao demais, porém não havia sinal de Clary e nem de Will. 

— E então? Como foi com Alec? - Quis saber Tessa do futuro. 

O bruxo desviou o olhar tentando esconder sua tristeza. 

— Ele está na mesma, vamos dar mais um tempinho a eles. - Pediu.

— Não podemos esperar muito, Jonathan Morgenstern é perigoso, ele pode por o mundo a baixo. - Disse Inturiel com sua voz sem emoção.

— Bom, então a menos que você tenha recuperado suas forças, o que eu duvido, eu sugiro que esperemos mais um pouco, pois a unica que conseguiria abrir um portal para Idris é Clary e pelo jeito ela não está aqui. - Disse exasperado.

                                                   * * * 

Will andava a esmo procurando por Clary, já fazia mais de duas horas que a procurava, depois que todos decidiram dar um tempo, ele havia chegado perto de Jem e dito que precisava fazer uma coisa, o parabatai o olhou receoso, mas concordou com um aceno. 

Ele precisava achar Clary, sentia que devia isso a Jace, apesar do pouco tempo de convivência ele se sentia ligado ao seu parente do futuro, nada mais justo que cuidar da namorada dele.

Andou por mais uns quinze minutos e avistou Clary sentada numa grande pedra observando os raios de sol baterem numa linda cachoeira. Ele se aproximou e sentou-se ao lado da menina, pondo-se a observar a cachoeira em silêncio ao seu lado.

Passado alguns minutos ele ouviu um fungado e olhou para Clary, lagrimas silenciosas desciam pelo belo rosto da jovem, seus olhos continham uma tristeza de partir o coração. 

— Não vou dizer que sei pelo que você está passando, porque eu não sei, eu vivi a minha vida inteira afastando as pessoas de mim, por medo que elas viessem a me amar e que morressem por causa disso. A única mulher que amo, está noiva do meu parabatai, isso dói, mas ela está viva, então não posso dizer que sei o que você está sentindo. Porém posso dizer uma coisa com toda  a certeza, apesar do pouco tempo que tive com Jace, uma coisa ficou clara, ele te amava mais que a própria vida.

Clary deixou escapar um soluço e olhou para Will, o garoto sentiu o coração afundar no peito ao ver tamanha tristeza refletida nos lindos olhos verdes. Havia gostado de Clary, via um pouco de Tessa nela, ambas eram fortes, decididas, corajosas e podiam trazer tanto amor no coração que chega assustava. 

— Ele havia me prometido Will, havia jurado que voltaria para mim. - Disse num sussurro.

— Ele tentou Clary, sou a prova que ele tentou, ele nunca abriria mão de ficar ao seu lado tão fácil. 

Clary desviou os olhos para as águas da cachoeira. Seu peito doía, seu coração estava quebrado.

— Por que não me conta um pouco sobre ele, quero poder tirar minhas próprias conclusões sobre como era Jace Herondale.

Depois de dizer isso, Will foi recompensado com o sorriso mais lindo e luminoso que a garota poderia dar, no momento Clary não queria esquece-lo, queria lembrar, queria mostrar o porque de ter se apaixonado loucamente por Jace, queria que os outros conhecessem quem era Jace Herondale, Will foi a primeira pessoa a querer realmente enxergar além do que as atitudes do garoto mostravam.

— Jace era incrível, era único, quando o conheci confesso que senti um pouco de medo, mas depois me acostumei com ele, ele tinha um humor terrível, principalmente pela manhã. Também vivia implicando com Simon. Ele tinha um humor sarcástico que era sua marca registrada, era meio suicida, não se preocupava consigo mesmo, mas fazia de tudo por aqueles que amava. Ele tinha um grave defeito que era se culpar por coisas que não tinha culpa e se achar não merecedor de ser amado por alguém. Era amargo, mas também um doce, irritado mas também engraçado. Jace era sempre oposto, ele era capaz de fazer as pessoas irem de um extremo a outro. Era uma pessoa cheia de nuances. Ele sentia tudo com mais intensidade, Magnus uma vez disse que os Herondales eram perigosos pois quando amavam, amavam mais que as pessoas normais e Jace era assim. Não era perfeito, pelo contrário, mas  era tudo o que eu queria, tudo o que eu precisava. 

Will ficou calado por um tempo, abismado pela forma tão intima que aquela garota havia colocado seu relacionamento com Jace, eles realmente se amavam muito. Mas também ficou surpreso por reparar no quanto Jace se parecia com ele, parecia coisa do sangue mesmo. 

— Clary, você sabe que Jace te amava, ele fez de tudo para te proteger, para que você pudesse voltar para sua época e ficar segura. Não estou dizendo para você o esquecer, estou dizendo que para que a vontade de Jace seja cumprida, para que você volte para sua época, nós precisamos deter aqueles dois, e isso não será fácil nem seguro, mas você é corajosa, sei que consegue. O que me diz Clary? Vai ficar aqui sentada chorando e remoendo tudo o que passou, ou vai comigo atras daqueles dois para que a morte de Jace não seja em vão? 

Clary olhou para ele decidida, Jace merecia ser honrado, merecia que a justiça fosse feita, ele sofreu a vida inteira, não merecia ter morrido do jeito que morreu, como um sacrifício humano. Assim como Sebastian tinha que estar morto, ele era um perigo para o mundo e embora fosse seu irmão, ela sabia que a única coisa certa a fazer era mata-lo. E pelo visto teria a ajuda de Willian Herondale para tal ato. 

Enxugou as lagrimas e o olhou nos olhos, havia decidido, amava Jace e com certeza choraria e muito por ele ainda, mas seria depois, quando já estivesse em sua época e pudesse deitar no colo de sua mãe e dar razão a suas lagrimas, agora o mais importante era derrotar Sebastian e Lilith.

— Vamos acabar com eles, vamos deixar Jace orgulhoso! 

Will sorriu, levantou-se e estendeu a mão para ajuda-la a se levantar. 

— Acho que sei o que Jace viu de tão especial em você. 

                                                           * * * 

 Magnus do passadio andava a procura de Alec, ele havia visto a tristeza e preocupação de seu eu do futuro, Alec realmente seria importante em sua vida, havia conversado com seu eu, mas mesmo tendo algumas de suas duvidas sanadas, ainda tinha medo. Nunca gostara de se sentir vulnerável, e o amor que via em seus próprios olhos daqui a um século o deixava apavorado pelo simples fato de também o deixar vulnerável, Alec se tornara se ponto fraco. 

Passado alguns minutos achou o que procurava sentado num tronco de árvore e olhando as águas cristalinas do rio. Parecia perdido, seus olhos pareciam não ter vida, parecia ter morrido junto com Jace. 

Se aproximou e ficou em pé ao lado do garoto, Alec nem ao menos levantou os olhos para ver quem era. 

— Sabe, você não devia ser tão descuidado assim, eu podia ser um inimigo. - Disse esperando uma reação do garoto.

— Sabia que era você. - Disse Alec ainda sem desviar os olhos do rio.

Magnus ficou surpreso, primeiro que não esperava que Alec fosse responder, se até seu eu do futuro havia tentado sem sucesso arrancar alguma palavra do rapaz e segundo, como podia saber que era ele? 

— Como sabia se era eu se nem ao menos levantou os olhos do rio? -Perguntou ainda surpreso.

— Acha que não conheço meu namorado? Que não saberia quando ele se aproxima? - Perguntou ainda sem levantar os olhos. 

— Mas eu não sou o Magnus da sua época. 

— Eu sei, meu namorado não ficaria ai parado como se tivesse medo de me tocar, não ficaria exitando e escolhendo as palavras que iria falar. Mas vocês são a mesma pessoa, sinto sua presença assim como sinto a dele. O cheiro também, exótico e diferente. - Disse o garoto. 

Magnus estava chocado com a naturalidade com que Alec dizia as coisas, como se fosse algo que ele dissesse com frequência. 

— Alec, você me confunde. 

— E também te apavoro, eu sei, foi assim que me senti quando te conheci, você era intenso demais pra mim, me apavorava os sentimentos que despertava em mim, por isso eu negava e fugia, mentia pra mim mesmo e não me aceitava do jeito que eu era, não te aceitava do jeito que você era, meu mundo era preto ou branco, não havia cinza, ou qualquer outra cor, até você me mostrar. - Disse o garoto ainda olhando para o rio.

— Você é observador, eu realmente estou apavorado, mas sabe? Acho que não importa pelo que nós vamos passar, acho que a decisão de ficar ao seu lado foi a mais acertada da minha vida, nunca imaginei que um dia eu pudesse ver tanto amor nos meus olhos direcionado a outra pessoa. 

— Sabe o porque de não darmos certo no começo? 

Magnus não respondeu, sabia que o garoto não queria uma resposta, queria apenas desabafar. 

— Era por causa de Jace, eu me julgava apaixonado pelo meu parabatai e você foi o primeiro a notar que eu estava me iludindo. 

Por essa Magnus não esperava, ficou espantado com a confissão do garoto.

— Mas eu não estava, apenas confundi as coisas, eu amava Jace, não eu ainda amo ele, ele é meu irmão, meu parabatai, minha outra metade. Quando percebi isso, foi quando finalmente me libertei das amarras que havia imposto a mim mesmo. Foi quando pude viver realmente e você foi o grande responsável por isso. 

Magnus estava sem palavras, sentia a dor do garoto a cada vez que tocava no nome de Jace, assim como também percebera que ele não conseguia falar do parabatai no passado, ele ainda não aceitava a morte dele.

Mas também percebeu o amor a cada vez que o garoto falava dele, sua voz adquiria um tom mais suave, mais amoroso e seu semblante se suavizava.

— Alec, sei que está sofrendo por Jace, mas entenda, com o tempo vai ficando mais fácil continuar, você nunca vai esquece-lo, mas também não vai sofrer a vida toda, uma hora a dor vai passar e você vai lembrar com saudade e amor dele. 

Alec finalmente levantou seus olhos e olhou para o bruxo, Magnus sentiu seu coração se apertar, tamanha era a dor que aquele garoto carregava consigo. 

— Eu não vou saber viver sem o Jace, ele é meu parabatai, meu irmão se sangue e de alma, como vou seguir em frente sem ele?  

Lagrimas doloridas caiam pelo rosto de Alec e seus olhos azuis estavam quase negros de dor.

Sem se conter Magnus se ajoelhou em frente ao garoto e segurou seu rosto ente as mãos e fez ele olha-lo em seus olhos.

— Escute Alec, você é corajoso, vai seguir em frente, sei disso porque eu nunca me apaixonaria por uma pessoa covarde, você é frágil mas ao mesmo tempo forte, é aquele tipo de pessoa que faz com que a gente queira te pegar nos braços e abraça-lo, você não está sozinho, eu estarei com você, se não o eu de agora, com certeza o eu de sua época. Desde que soube do nosso relacionamento eu fiquei me perguntando como pude me envolver com um caçador de sombras e ainda mais um tão jovem. E agora olhando para você, nesse momento eu descobri o porque, você é uma pessoa incrível Alexander e se eu não me apaixonasse no futuro, com certeza me apaixonaria agora, porque uma pessoa que pode sentir tanto amor e dor por outra pessoa só mostra o grande coração que tem. 

Alec não disse nada, apenas ficou encarando seu namorado do passado. Magnus sempre dizia que fora uma pessoa egoísta e por vezes mesquinha no passado, e que mudara e muito com o passar do tempo, mas não era verdade, Magnus não era nada mesquinho e egoísta e a prova disso era o fato dele estar ali, mesmo sem conhece-lo direito tentando aliviar um pouco de sua dor. O garoto sentiu o coração se aquecer um pouco, o frio que se apossou dele desde a morte de Jace, parecia ter amenizado um pouco, claro que levaria anos para que se recuperasse por completo, talvez nunca se recuperasse. Porém tinha uma certeza, Magnus não importava em qual época estaria sempre com ele.

Sem parar para pensar Alec abraçou o bruxo apertado, Magnus foi pego de surpresa, demorou um tempo para que correspondesse, mas quando o fez uma onda de felicidade o preencheu, um calor desconhecido aquecia seu peito. Alec era seu futuro. Não importava o que ainda tinha que passar ou o quanto teria que esperar, sabia agora o que o aguardava e estava feliz por saber que viveria algo daquela magnitude. 

Alec se desvencilhou de Magnus e olhou nos olhos, deu um meio sorriso, era tudo o que era capaz no momento, a dor da perda de Jace era grande ainda, mas sentia que seu futuro talvez não fosse tão negro assim.

— Obrigado. Agora acho que eu tenho um namorado para procurar, acho que me fechei tanto em minha dor que acabei magoando-o. 

— Algo me diz que já superei. - Respondeu olhando um ponto acima dos ombros de Alec. 

O garoto se virou e seguiu seu olhar, encostado em uma árvore e com os braços cruzados no peito Magnus do futuro os observava. 

 

Magnus pediu licença e saiu lançando um ultimo olhar para Alec e depois para seu eu do futuro. 

— Devo me preocupar? - Perguntou Magnus se aproximando de Alec que já se levantava. 

— Com o que? 

— Com o fato de ter visto meu namorado num entrosamento muito intimo com meu eu do passado. 

— Não se levarmos em consideração que vocês são a mesma pessoa. 

— Alexander, eu estou com ciúmes! Você não conversava comigo e com ninguém, mas agora conversa com ele? É eu definitivamente estou com ciúmes! 

Alec deixou escapar um riso baixo e Magnus o olhou maravilhado, talvez Alec ficasse bem no final, ele sabia que a morte do parabatai o havia devastado, mas talvez Alec conseguisse se recuperar no fim dos contas. No momento ele só estava despedaçado, mas tinha esperança que ele conseguiria ajudar o namorado a se montar de novo.

— Não seja tolo, eu amo você, não importa quantos Magnus de quantas épocas apareçam, eu sempre vou saber qual é você, porque eu te amo e nada vai mudar isso. 

Magnus deu um selinho no namorado, mas não ousou aprofundar o beijo, Alec ainda estava muito machucado pela morte de Jace, teria paciência e daria o espaço e a força que o garoto precisava. 

— Também te amo Alexander.

 


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Notas finais do capítulo

Gente um recadinho, como já devem ter percebido já estou encaminhando a fic para seu estagio final, calma que isso não quer dizer que ela vá acabar no próximo, não, ainda tem uns capitulos ai pra vir, mas o que queria dizer é que se alguém tem alguma sugestão ou pedido a hora é essa!
Bjss e até o próximo!!!



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