Good That escrita por Sonhadora


Capítulo 1
1


Notas iniciais do capítulo

Êiê, galera! Então, antes de começar a história eu gostaria de dar alguns lembretes: como nessa história você é a personagem principal (ou qualquer outra garota que você shippe), mas aqui o nome, no caso: o seu, será Jô. Por quê? Porque Joana Darc é diva. Então, boa leitura!



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Jô.
Esse foi o seu segundo pensamento do qual se lembrava desde que acordou naquele cubículo escuro e metálico. Já tentou de tudo, seus olhos já haviam se acostumado à pouca luz, e tateou em busca de algo, havia algumas caixas no local, e alguns tipos de pano.
Ela olhou para cima. Escuro. Mas tinha uma leve consciência do que era aquilo. Não sabia o nome, mas pelo movimento das paredes, a estava levando para cima.
Por que não se lembrava de nada? Para onde estava indo? O que ou quem encontraria quando chegasse? Quer dizer, ela sequer chegaria a algum lugar?
O ambiente começou a ficar frio, cubículo feito de metal não ajudava, pegou um dos panos e deitou, cobrindo-se. Ao menos teria uma vantagem quando e se chegasse a algum lugar e houvesse alguém. Não a descobririam de primeira.
O movimento lhe causou enjoo, mas se forçou a não vomitar. Tentou dormir, fechou os olhos e começou a contar, contar até onde não soubesse mais qual o próximo número. Lógico que isso não ocorreu. “Você era a mais inteligente” a voz na sua cabeça dizia, e Jô se perguntava se eram seus pensamentos ou alguém instalou aquilo ali.
Contar era a única coisa que a faria pensar o mínimo possível em todas as suas perguntas.
Mas chegou um momento que isso cansou, e passou a dar dor de cabeça, as perguntas, que ela tentou oprimir, invadiam sua mente como água. Ela respirou fundo e pensou: “ainda estou viva. Isso é o que importa. Estou viva”.
Passou-se muito tempo, e ela passou a achar que aquilo era um sonho. Bem, então isso era bom. Gostava de sonhar, mas e se for um pesadelo? Daria um soco em quem tentasse fazer algo com ela. Se estava sonhando, não havia perigo real, podia se divertir, podia se defender sem se machucar.
“Diversão”, como pôde pensar algo como isso em um momento como esse? Estava louca. Tinha de estar.
De repente, a coisa parou. Só então percebeu de que havia um rangido imenso. Pois quando parou, o silêncio foi absoluto.
Apesar dessa mudança súbita, permaneceu sob o pano. Controlou a respiração. Ficaria parada.
Houve outro rangido, esse diferente do anterior, vinha de cima.
Um clarão, e ela prendeu a respiração.
Vozes.
Estavam confusas no começo, talvez fosse seu ouvido, mas depois foram tornando-se cada vez mais claras.
– Não deveria haver um fedelho ali? – Era uma voz masculina. E o que diabos era “fedelho”?
– Cale a boca. – disse uma voz impaciente – Gally, entre e dê uma olhada.
Alguém pulou dentro do cubículo.
Ele a descobriria. Mas ela já tinha um plano formado na cabeça.
3...
Os passos se aproximaram dela, sentiu os pés sobre o chão metálico.
2...
– Mas o que diabos tem aqui?
1...
Em um movimento rápido, Jô se livrou do pano e estava de pé com um grito “SAIAM DE PERTO DE MIM”.
Tudo não demorou mais que dois segundos.
Consequência: o garoto que havia se aproximado dela deu dois passos involuntários para trás, pelo susto, e acabou batendo a cabeça na parede do cubículo. Haviam dois garotos agachados na borda do cubículo, um pouco acima. Um quase caiu, mas apoiou o corpo com a mão. O outro deu um pulo de susto e deu alguns passos involuntários para trás, caindo de costas no chão com uma cara surpresa e um grito de “Masoqueéisso???”
Jô pulou para fora do cubículo e correu. Não sabia quem eles eram ou o que faziam, então tinha de manter uma certa distância. Aquilo definitivamente não parecia um sonho.
Correu até chegar à um bosque. Se apoiou em uma das árvores respirando com um pouco de dificuldade. Olhou para trás. Todos olhavam para ela, com cara de deboche. Mas parados. Estavam todos exatamente no mesmo lugar.
Um garoto negro, com cara de poucos amigos, foi o primeiro a andar na direção de Jô. Seguido pelos outros. Ela apenas ficou parada, sabia lutar, tinha que saber.
Ele parou a poucos metros de distância.
– Quem é você, fedelha? – cuspiu as palavras.
– Onde eu estou? – Apesar de estar insegura, permaneceu com a voz firme.
– Eu faço as perguntas aqui.
Até onde ela sabia, eles poderiam ser os responsáveis por tudo aquilo. Mas ela só lembrava de duas coisas. Falar uma delas e fingir que só sabia isso não a ia colocar em desvantagem, pelo menos ela esperava por isso.
– Meu nome é Jô. – Ela tomou fôlego e retornou – Agora responda, onde eu estou? – Sua voz já aparentava raiva.
O garoto negro olhou para um loiro que estava ao seu lado. Esse deu de ombros.
– Do que você se lembra? – O garoto do interrogatório prosseguiu.
Jô deu um suspiro demonstrando falta de paciência, pelo visto teria de jogar o jogo deles, ou não sairiam dali nunca.
– Meu nome é Jô. É só isso que eu me lembro – mentiu. Na verdade ela lembrava disso e outra coisa, mas não achou relevante falar essa outra coisa – Que lugar é esse? Quem são vocês? Quem diabos me colocou naquela coisa de metal?
O garoto que conversava com ela se limitou a virar-se para o loiro novamente e murmurar alguma coisa com ele. O segundo garoto franziu a testa e concordou com a cabeça.
Ele deu um passo para frente, mas era tarde demais, Jô já havia saído correndo.
Só depois ela percebeu que não havia para onde ir. O local inteiro era cercado por imensos muros de pedra. Não. Não é verdade. Havia quatro passagens. Ela correu para a mais próxima. Elas a levariam a algum lugar, tinha certeza, mas agora tudo o que via era um caminho escuro.
Se aqueles caras não a dariam respostas, ela ia encontrar algo ou alguém que desse.
Seus pulmões começaram a arder. Mas ela não pararia. Estava quase adentrando o caminho.
Faltava muito pouco.
Menos de cinco metros, quando um peso a derruba e cai sobre ela.
Seu corpo e o peso saem arrastando na terra por mais uns dois metros. Seus braços esticados quase alcançavam o muro.
– Está louca? – alguém muito próximo gritava – Não pode entrar lá!
O peso saiu de cima dela: era uma pessoa que havia se jogado nela, mais especificamente o loiro com quem o garoto negro conversava.
Ela se levantou, mas não ousou correr novamente. Limpou a roupa cheia de terra e fuzilou o garoto com o olhar.
– Por quê? O que tem lá?
Nesse momento, o garoto que havia feito um interrogatório a ela se aproximou.
– Fedelha estúpida! Queria que ele não houvesse salvado você de entrar aí. Então já poderia nos dar menos trabalho estando morta. – Ele parou por um momento – Ande. Vou lhe mostrar onde vai ficar.
Por algum motivo ela obedeceu. Percebeu, depois, que o garoto que a havia salvado mancava. Mesmo não conhecendo essa gente, que tipo de pessoa ela era? Que fazia os mancos sairem correndo apenas para salvar sua vida? Se sentiu mal por um momento. Mas esse sentimento logo passou, principalmente quando viu onde ela teria de ficar.
– Não vou entrar aí – Ela se referiu à construção, só havia um cômodo com apenas uma cadeira de madeira e uma pequena janela com grades. A porta era de ferro, com outra pequena janela com grades e uma abertura na parte de baixo, provavelmente para passar a comida.
O garoto suspirou pesadamente, como quem está sem paciência e pega o pulso dela, com uma força um tanto exagerada.
– Ai, está me machucando! – Jô dizia se debatendo. Por fim, chutou a canela dele com toda a força que conseguiu, fazendo-o largar seu braço.
– Mas que mértila! Tudo bem, se não quer entrar aí vamos bani-la! Quem sabe os verdugos gostem da sua carne podre. – O garoto xingava coisas estranhas para ela, que só entendia partes do que ele dizia – Prefere isso, ãhn?
– Mas o que são verdugos? – Ela pouco se importava com os xingamentos, estava mais preocupada com uma coisa desconhecida comendo sua carne.
– Eu desisto. Vamos bani-la quando os portões começarem a fechar.
O garoto loiro já encontrava-se ao seu lado. Enquanto o negro se afastava.
– Termine o serviço. Vou convocar os clareanos para uma reunião assim que Minho chegar.
O loiro olhou para ela muito pior e com muito mais mal humor do que o outro.
– Não vou entrar aí. – ela disse, mas se recusava a sair correndo ou andando, mesmo que odiasse todos ali, não é tão cruel ao ponto de que faria uma pessoa manca sair andando por aí pra nada.
Quando ela disse isso sua expressão se suavizou um tanto forçadamente. Provavelmente ele era o mais calmo e controlado daquele lugar.
– Escute, se fizer o favor de entrar aí... A solto em dois dias.
– E por que eu iria querer ficar presa por dois dias sem resposta alguma?
– Salvei sua vida, não salvei?
– Só fez sujar a minha roupa.
– De nada.
– Por que é tão importante que me prendam? – Ele forçou um sorriso.
– Todos nós passamos por isso. – Ele parou por um momento, obviamente estava mentindo – Por favor?
Jô entrou na cela. Ele era praticamente o único garoto que havia sido legal com ela. E não parecia haver muita opção, eles estavam em maior número, é mais racional obedecer. Então tirou força de vontade de algum lugar que nem sabia que existia e permaneceu parada enquanto o garoto fechava a porta.
– Se todos vocês não foram presos, por que eu preciso? – O garoto olhou para ela confuso pela pequena janela na porta.
– Porque você – Ele apontou para ela – É a primeira garota que aparece aqui.


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Notas finais do capítulo

Êiê, galera! Por favor, me digam o que acharam, ok? Se vale mesmo a pena continuar com essa fic ;) abraço de urso



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