Uma Semideusa Inadequada escrita por Geek Apaixonada


Capítulo 3
Presentes


Notas iniciais do capítulo

Sugiro que vocês imaginem o "namorado" como Luke Hemmings, mas pode ser qualquer cara loiro de olhos azuis que vocês queiram. Boa leitura!



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Assim que saio do banheiro enrolada na toalha, vejo o deus grego deitado na minha cama com a cabeça apoiada na mão e um sorriso nos lábios.

— Apolo! — exclamo, apertando a toalha contra ao corpo. – O que você está fazendo aqui?!

— Vim te ver.

— Caso você não tenha percebido, eu não estou apropriadamente vestida.

— E daí? – ele dá de ombros, se sentando na cama. – Trouxe um presente pra você.

Suspiro e tento não parecer tão animada.

— E o que é?

Ele fica de pé e vêm até mim. Estava usando jeans, sapatos do tipo mocassim e camiseta sem mangas. Eu nem preciso dizer o quanto ele é lindo, preciso? Ele é a droga do deus sol.

— Vire-se.

Eu obedeço e ele coloca um colar no meu pescoço. Me arrepio com o seu toque e ele sorri ainda mais.

— Gostou?

A corrente é de ouro e o pingente é um sol dourado, com raios solares metalizados saindo dele.

— É lindo...

Apolo abraça minha cintura e apoia o queixo no meu ombro.

— É mágico. Quando precisar de ajuda, puxe o pingente.

— E o que acontece?

— Eu vou aparecer.

Desvio o olhar do pingente para seus braços em volta de mim e me dou conta da nossa proximidade.

— É melhor você se afastar – digo, saindo de seus braços. - Eu estou de toalha.

— E daí? Tracy, se eu quisesse ver você nua já teria visto. Quer dizer, não que eu não queira, na verdade eu quero, mas é que...

— Apolo.

Ele dá um sorriso torto. - Desculpe.

— Espera aí – ponho uma mão em seu peito. - Se você está me dando um presente pra conseguir ajuda... Pra que exatamente vou precisar de ajuda?

Ele para de sorrir. Só um pouco.

— Sabe como é, né? Eu me preocupo com você. Aliás, o que diabos você estava pensando quando fugiu do internato e cruzou o país sozinha até aqui? Imagine o que poderia ter acontecido?!

— Não, se você me deu esse colar é por que eu vou correr perigo em breve. Vai haver uma profecia, não vai?

— Hum... talvez. Quem sabe?

— Você sabe, você é o deus das profecias!

Ele dá de ombros.

— Tenho que ir, querida. O Olimpo me chama.

Ele me dá um selinho e some. Puff.

— Agrh! Odeio quando você faz isso!

***

Com a camisa do Acampamento Meio-Sangue, short e coturnos, sigo sozinha para o Pavilhão do refeitório. Os campistas das outras filas me olham curiosos. Sou a primeira meio-sangue filha de Despina. Eles nunca viram ninguém pisar dentro daquele chalé, e os que viram não estão me reconhecendo ou estão surpresos demais com o meu retorno.

Devoro um hambúrguer, sozinha, ignorando os olhares, e bebo um refrigerante. Também aproveito para examinar os campistas, a procura de um rosto conhecido. Tem muitos deles, coisa que eu não esperava. O que mais me incomodou foram as expressões de confusão nos rostos de Wendy e Lyra, que foram minhas melhores amigas durante  anos. Eu meio que estava esperando elas virem falar comigo durante a cantoria em torno da fogueira, mas isso não aconteceu.

Eu fiquei observando o oráculo à espera de uma profecia. Senti vontade de cantar junto, mas fiquei calada. De tempos em tempos, algum campista olhava para mim e desviava o olhar envergonhado quando era pego no flagra.

Quando pensei que Lyra ia finalmente se levantar e vir falar comigo, outra pessoa se sentou do meu lado.

— Oi. Você é nova aqui, né? Eu sou Trent, filho de Ares, dezoito anos.

— Tracy, filha de Despina, dezessete.

Ele sorri. Tem olhos castanhos e cabelo escuro encaracolado. E, é, ele tem um sorriso bonito e desafio nos olhos, o que torna ainda mais atraente.

— Qual é a sua história? – Trent pergunta.

— Há quanto tempo você está aqui?

— Um ano e meio, por quê?

— Eu vim pra cá com doze anos. Não sou nova, apenas passei um tempinho fora.

— E você é bem bonita...

Sinto o pingente do colar se aquecer contra minha pele, dentro da camisa.

— Se eu fosse você, tomaria cuidado com o que diz... Tenho um namorado bem ciumento e super poderoso.

Trent ri, os olhos brilhando divertidos.

— Eu conheço? Ele é filho de quem?

— Não sei se você o conhece, mas digamos que ele tem sangue de Apolo.

— Que irônico... Sabe como é, você sendo filha da deusa do inverno e ele... – Trent dá de ombros e ri novamente. – É estranho.

— Eu sei. – suspiro. – O que eu posso fazer se ele é louco por mim?

Volto a encarar o oráculo, e subitamente o tempo de cantoria acaba e Quíron nos manda para os nossos chalés, avisando do toque de recolher. Eu suspiro aliviada. Nenhuma profecia hoje.

Quando estou quase chegando à área de chalés ouço a voz insegura de Wendy chamar meu nome. Ela e Lyra estão de braços dados, com expressões tão nervosas que eu quase me senti mal. Quase.

— Oi. – dei um sorriso irônico para elas. – Como vocês estão?

— Bem... – diz Wendy.

— Na verdade estamos confusas. – Lyra interrompe. – Você não quer nos contar as novidades da sua vida?

Dou um sorriso torto.

— Por que não vamos até a praia conversar? Como fazíamos antigamente.

Lyra sorri como se estivesse se lembrando. Apesar das risadas, dos segredos e de todas as fofocas, éramos tão inocentes naquela época que o único palavrão que conhecíamos era merda.


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