Elijah estava deitado na cama em seu quarto de hotel. Tentava ler o livro, mas não conseguia. Não conseguia parar de pensar na sua antiga vida com seus irmãos e na besteira que Klaus fez, que ocasionou seu afastamento de sua própria família que tanto protegia a unhas e dentes. Não parava de se lembrar da sua última briga com Niklaus dois anos antes.

***

“O original mais velho entrava a passos pesados na mansão do French Quarter. Parou diante do chafariz e cerrou os olhos para a sacada.

— Niklaus! – gritou com ódio na voz.

— Que bom que voltou, querido irmão... – falou em um tom irônico após aparecer. Apoiou-se na varanda e deu um sorriso de lado.

Elijah estava quase explodindo de tanta amargura, tanta raiva que tinha por dentro. Seu típico terno estava com manchas de sangue na parte da frente. Suas veias ressaltavam abaixo dos olhos e estes estavam escuros. Seus caninos cresceram, tornando-se presas. Sem dizer nada, correu com a sua velocidade sobrenatural até o híbrido. Nem Klaus o acompanhou.

Ele segurou o irmão mais novo pelo pescoço, erguendo-o.

— Você matou a Hayley! – cerrou os dentes – Por quê?

Niklaus conseguiu se soltar e ficou afastado de Elijah.

— Ah, querido irmão... – abriu os braços se contemplando – Ela merecia... Ela me ameaçou...

— Você sabia que eu a amava e fez mesmo assim!

— Mas... Vocês não estavam brigados ou coisa parecida? – foi sarcástico.

— Você vai pagar!

Avançou novamente, mas uma mulher loira o impediu de continuar, ficando parada entre os dois. Uma outra com cabelo loiro escuro saiu de um dos cômodos, perguntando:

— O que está havendo?!

— Eu vou embora daqui! – disse por fim Elijah.

Virou-se e seguiu para o seu quarto.

***

Quando voltou a realidade, percebeu que o relógio marcava meia-noite. Estava mais que atrasado para sair. Levantou-se e ajeitou seu terno. Pegou seu celular e saiu pela porta, irrompendo em um corredor vazio, com paredes cobertas de tapeçarias vermelhas e um tapete da mesma cor, que também cobria todo o lugar. Andou até o hall do andar e esperou o elevador chegar.

Estava na portaria cinco minutos depois, entregando a chave do quarto e saindo pela porta giratória. Viu-se em uma rua quase deserta. Umas poucas pessoas estavam acompanhadas, outras sozinhas. Caminhou por apenas uma hora e avistou, na parte mais deserta um homem com cabelo castanho entrar só em um beco. Aquela era a sua chance, o seu ovo dourado. Estava faminto. Seguiu o mais rápido que pôde até lá e o atacou.

Elijah se jogou em cima dele, derrubando-o. Fincou suas presas e começou a se alimentar.

— O bonitão aí está com fome, hein? – ouviu uma voz feminina acima dele.

Soltou o homem e ergueu o olhar. A sua frente estava uma mulher. Ela tinha um cabelo negro que sumia na calada da noite; olhos azuis vibrantes, que mostravam a sua determinação; e pele branca.

— Você não tem medo de mim? – indagou confuso.

— Claro que não. – deu de ombros e mostrou suas presas – Eu sou igual a você. E se eu não me engano... você, bonitão, é um Original. Um dos Mikaelson. E de acordo com a forma como age, que é de forma respeitosa e contida, e como se veste... com toda certeza é o mais velho deles, Elijah. Elijah Mikaelson.

— Quem é você? – levantou e aproximou-se da mulher de mansinho.

— Maya Surt. – respondeu desafiando-o.

— Prazer, Maya Surt. – pegou sua mão e beijou-a.