Uma doce história escrita por Janedoe


Capítulo 3
Doce encontro


Notas iniciais do capítulo

Well mais um capitulo de uma doce história pra vocês ^^
Música pro capítulo : https://www.youtube.com/watch?time_continue=186&v=3dyNbMVfeyM



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Acordei com a luz forte do sol de meio dia no meu rosto, me estiquei em minha cama e tateei o travesseiro em busca do meu celular pra perguntar à Diana como fora sua festa mas meu celular não estava lá … claro que não, eu não estava em casa, aquela não era minha cama e meu celular deveria estar perdido em meio a lama no parquinho.

O quarto em que eu havia dormido parecia ter sido de outra pessoa antes visto que ainda haviam alguns objetos pessoais : uma caixinha com bijuterias, um álbum de fotografias e algumas roupas no guarda roupas que pra variar era cor-de-rosa.

Depois de fazer a higiene matinal e pegar emprestadas uma calça jeans, uma camiseta e um cardigã do guarda roupa fui procurar por Agatha que estava em uma salinha ao lado da cozinha, era um cômodo com duas janelas grandes, uma parede cheia de desenhos , dois manequins , uma escrivaninha e rolos de tecido pra todo lado como um mini-ateliê.

–As roupas de Lynn cabem em você, isso é ótimo vamos poupar algum dinheiro ! - Falou animadamente ao me ver e fez um gesto pra que sentasse na cadeira atrás da escrivaninha enquanto ela andava de um lado pra outro com um celular azul .

Depois de longos 15 minutos no telefone ela desligou com uma expressão decepcionada.

–Eu liguei pra todos os hospitais da região, pra policia, corpo de bombeiros, tudo , descrevi você mas nenhum desaparecimento que se encaixe … desculpe, querida - desculpou-se tristemente colocando o celular na mesa - Mas não vamos desistir ! Vou fazer panfletos , sim, muitos panfletos pela cidade toda, seus pais ou algum conhecido com certeza vão ver, vou achá-los logo, eu prometo. - sorriu ela e tudo que fiz foi assentir me sentindo extremamente culpada por enganar ela desse jeito, Agatha estava se esforçando muito pra me ajudar … as únicas que fariam isso por mim do lugar de onde vim eram minha mãe e Diana.

–Obrigada - disse sinceramente - Muito obrigada por tudo que está fazendo por mim, eu nem sei como agradecer .. nem tenho como agradecer.

–Ah, não se preocupe com isso querida, é minha obrigação moral ajudar da melhor maneira possível. Você deve estar com fome já é mais de meio dia, pensei que tinha entrado em como - confessou em tom de brincadeira - Vamos sair pra almoçar, então você pode conhecer a cidade e depois vamos tentar arranjar alguns documentos provisórios pra você.

Ela pegou um guarda-chuva com a desculpa de que poderia chover à qualquer momento e saímos de casa. A já conhecida madrinha da docete era exatamente como eu imaginava ao jogar o jogo : uma mulher independente, divertida e otimista, quanto mais falava com ela mais me sentia à vontade naquela situação estranha mesmo que o mais normal fosse surtar e chorar .

O café que escolheu para comermos ficava perto de uma parque, era um lugar charmoso do tipo que se vê em filmes de doces paixões na bela Paris, depois de fazermos o pedido ela falou com alguém no telefone por alguns instantes em um idioma que eu não conhecia … italiano ? Parecia italiano , ou algo do tipo , nunca fui muito boa com línguas.

–Falei com um amigo, ele vai apressar bastante o processo por que me deve muita coisa, vamos pegá-los em dois ou três dias enquanto isso vamos pegar uma declaração pra inscrever você na Sweet Amoris - falou rapidamente , fiquei surpresa por ela ter feito tudo isso em apenas um dia mas outra coisa me incomodava.

–Me inscrever na Sweet amoris? - perguntei tomando o último gole do meu milk shake de morango.

–Não achou que ficaria sem ir pra escola, achou? Não tenho certeza de quando sua família irá aparecer . - Justificou ela parecendo um pouco culpada por ter feito algo sem me perguntar antes - Vou pegar a declaração, enquanto isso vá dar uma volta pelo colégio, siga essa rua até o final então quando ver uma lanchonete entre na rua a direita ,a escola é o prédio grande , tem um ponto de ônibus logo na frente não da pra confundir e eu te proíbo de voltar pro apartamento garotinha, se quer me agradecer faça isso por mim - pediu um pouco antes de pagar a conta e subir a rua em direção ao seu carro, um prius azul.

Passei vários minutos olhando o movimento da rua até que um funcionário do café veio perguntar se eu queria alguma coisa, neguei distraidamente e andei rua abaixo seguindo as instruções da mulher de cabelo magenta, afinal apenas uma voltinha não mataria ninguém e no fundo eu estava curiosa pra saber como seria a Sweet Amoris da “vida real”.

Era bem maior que minha escola, isso com certeza, três andares ocupava um quarteirão inteiro não era de se estranhar que a docete demorasse milhões de anos pra encontrar alguém naquele lugar.

O portão estava aberto e o porteiro dormia tranquilamente em seu posto então aproveitei pra entrar sem ser notada, pelo jogo eu já sabia um pouco: clube de jardinagem à direita, ginásio à esquerda mas não esperava nada naquela escala.

O pátio era grande com vários bancos de pedra sob a sombra de árvores que não reconhecia um caminho de terra batida levava à um grande galpão que imaginei ser o ginásio do outro lado havia o jardim que era separado do restante da escola por uma grade de metal , o portão fechado com uma corrente e um grande e velho cadeado “parece que o clube de jardinagem está fechado” pensei dando de ombros.

Não tinha muita certeza de que era uma boa ideia entrar na escola mas entrei mesmo assim, passava de uma da tarde e os alunos deveriam estar no meio da aula pois não vi ninguém nos largos corredores. Haviam várias salas ,coisa que não era exibida no jogo , portas azuis com plaquinhas de metal informando quais salas eram : “Sala de aula A “ , “Sala de aula B “ “Sala dos professores “ , “Secretária” , “Enfermaria” e assim por diante.

Andava sem rumo pelos corredores quando vi a porta da diretoria abrir, entrei na primeira porta que avistei , sempre tive medo daquela diretora estressada e tinha certeza de que ela não seria nada amigável se visse uma estranha vagando pela escola no horário de aula.

A porta em que entrei levava às escadarias … eram bem maiores de perto e só de olhá-las me dava preguiça mas a curiosidade era mais forte e eu subi, o corredor do segundo andar aparentava ser menor , lá haviam mais janelas e menos armários e as salas dali pareciam ser bem maiores do que as salas de baixo.

Haviam laboratórios, salas de mídia e um banheiro, a maior parte das outras salas eram de clubes , aquele andar parecia ser destinado a atividades extracurriculares, não estava interessada no terceiro andar , já havia passado mais tempo que o necessário ali e estava pronta pra ir embora quando vi a placa prateada com o nome ‘biblioteca’, eu poderia resistir a quase tudo mas não tinha forças pra resistir à uma biblioteca.

Nunca fui uma traça de livros mas os adorava, não passava tanto tempo lendo como algumas de minhas amiga apesar de achar a maioria deles fascinantes, cada um deles era como um história encapada, mesmo os didáticos, aquele objeto fez parte da vida de alguém, alguém passou meses o escrevendo, alguns eram realizações de vida e outros mais um para uma enorme lista de sucessos , eu às vezes mais sonhava acordada pensando nessas coisas do que os lia … por isso Diana sempre teve notas melhores.

Entrei no lugar sem fazer barulho, não havia bibliotecária só um grande livro para os alunos registrarem os empréstimos e uma caixa grande pra colocar os livros devolvidos.

Era como a biblioteca de um filme, uma sala enorme com várias estantes e ocasionais mesas com abajures bonitinhos. Passei alguns instantes caminhando pela estante da ficção , alguns títulos completamente desconhecidos, alguns clássicos . “Não tem livros infanto-juvenis” notei antes de me aventurar por outra parte da biblioteca, haviam grandes janelas que davam pros fundos da escola perto das mesa, naquela área haviam livros didáticos.

Puxei um grande e empoeirado livro que parecia falar da história da cidade e comecei a folheá-lo sem prestar muita atenção, eu não havia pensando nenhuma vez na história da cidade em que se passava o jogo em todos esses três anos.

–Essa escola tem mais de cinquenta anos ! - Falei comigo mesmo admirada depois de ler um trecho do livro que falava da fundação da SA

–Isso explica o som estranho no banheiro, devem se as almas dos pobres condenados que não sobreviveram à recuperação - Comentou uma voz vinda do além.

Me envergonho extremamente de ter soltado um gritinho assustado e de ter derrubado o livro enorme no meu próprio pé. Amaldiçoei a voz em voz baixa e me sentei massageando o pé por cima dos tênis emprestados.

Ele estava deitado em três cadeiras e se levantou com uma risada contagiante que quase me fez esquecer que eu me machucara por culpa dele… okay , na hora eu não me importava nem um pouco se havia sido culpa dele ou não eu ter me machucado, no momento em que eu o vi eu travei, meu coração estava acelerado e minha garganta parecia ter fechado.

Eu finalmente estava acreditando na minha situação, estava prestes a chorar e foi exatamente o que eu fiz, comecei a chorar ali mesmo, mesmo que eu tivesse falado pra mim mesma que não me abalaria ao ver os paqueras acabei me abalando, acho que é o que as fãs sentem ao encontrar o ídolo amado, ela não acreditam que é real e quando percebem que é real não conseguem segurar as lágrimas. Meu coração estava apertado e o garoto me olhava sem saber o que estava acontecendo.

Só conseguia pensar em quanto ele era lindo, muito mais bonito do que eu imaginara nos meus delírios de fã maluca, era bons dez centímetros mais alto que eu, seus cabelos negros bagunçados de um jeito charmoso e aqueles olhos … azul cobalto .. tão azuis.

Eu estava prestes a hiperventilar quando ele se abaixou perto de mim e apanhou o livro sem largar o psp.

–Acho que te assustei - ele gargalhou novamente parecendo ter achado tudo muito engraçado.

Eu pretendia responder mas como disse antes eu havia simplesmente travado, eu estava chorando e tremendo na frente de um paquera, é uma situação maravilhosa e humilhante ao mesmo tempo. Tendo isso em mente limpei minhas lágrimas antes que ele notasse e me esforcei pra me levantar.

Armim me devolveu o livro com um sorriso amigável.

–Você deve ser nova … ou um estudante velho que voltou, não sei , só sei que nunca te vi - ele começou a falar enquanto voltava a se sentar com seu jogo - Nova ou antiga , sobre eu ficar aqui no horário de aula … é o nosso segredo - terminou ele pondo um dos dedos na frente dos lábios como se pedisse silêncio.

Abracei o livro com força e virei para que ele não me visse completamente vermelha, meu coração estava prestes a sair pela boca , guardei o livro atrapalhadamente e sai de lá correndo … ele nem sequer era meu paquera favorito.

Novo objetivo : manter a sanidade.


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Notas finais do capítulo

O café é algo assim :http://static.flickr.com/104/271275631_85ee86cdb9.jpg
O carro da tia Agatha : https://todosobremicoche.files.wordpress.com/2012/11/toyota-prius-segunda-generacic3b3n-azul.jpg


Comentem falando suas opiniões sobre o capítulo ^^
Até quarta



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