I Bet My Soul escrita por QueenOfVampires


Capítulo 6
VI


Notas iniciais do capítulo

Oi? Alguém ainda por aí?
Muito tempo se passou, no entanto, tive vergonha na cara e voltei! Eu sei que eu mereço uma morte lenta e dolorosa por causa da demora, ainda mais porque eu não tenho um motivo específico para o atraso, aconteceram muitas coisas, um bloqueio terrível... Então, não foi a primeira vez e nem será a última. Só posso pedir um pouco de paciência comigo, essa fic é difícil de escrever e estou me esforçando para trazer uma boa história para vocês.
Ah e eu fiz uma capa nova, viram? Eu tinha encomendado, mas a falta de responsabilidade do povo que se comprometeu me irritou e decidi fazer outra sozinha.
ENFIM! Boa leitura.



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Dei um resumo breve e não muito detalhado do que Crowley me contou, os Winchesters pareciam cada vez mais curiosos e interessados em saber o que ele planejava, afinal, estavam no meio do processo de descobrir como fechar as portas do Inferno, não poderiam lidar com uma rebelião de demônios no momento.

— Certo... – Sam se aproximou – Crowley passou décadas planejando isso e desmoronou do nada... Temos certeza que ele deve estar bem irritado agora.

— Ah, deve estar fazendo birra e chorando por perder seu brinquedinho... – dei um meio sorriso – Agora mais do que nunca, ele vai querer a cabeça de Abaddon pendurada como um lustre no meio da sala dele.

— Temos que dar um jeito nisso rapidamente ou uma guerra vai começar. – Castiel me encarou – E você será o motivo, isso não te incomoda?

— Não... Nem um pouco, por que incomodaria? – ergui uma sobrancelha.

— Porque você tem um lado humano. – Dean falou como se fosse óbvio – Nós já vimos esse lado vencer antes, com o garoto que conhecemos anos atrás.

— Pois é, Winchester, mas deixa eu te contar uma coisa. – levantei da cadeira e fui andando até ele, saindo tranquilamente da armadilha – Eu não sou uma garotinha assustada que você pode manipular.

Os dois irmãos deram um passo para trás, Sam fez aquela expressão de cachorro perdido que eu odeio e me faz querer passar um ralador de queijo na face dele. O único que não saiu do lugar foi o anjo, na verdade ele deu um passo à frente e exibiu seus olhos azuis brilhantes.

— Não ouse se aproximar. – ele falou.

— Não se preocupe, eu não farei mal à seus garotos... – e dizendo isso, afastei as mãos, quebrando a corrente das algemas e puxando a que estava no meu pescoço, arrebentando o cadeado – Só não me prendam como uma besta novamente. – os avisei.

— Tudo bem, não faremos isso... – Dean ergueu as mãos, ainda com os olhos arregalados – Mas você também prometeu que se comportaria.

— Foi mesmo... – ri levemente, jogando meu cabelo por cima do ombro e cruzando os braços – Mas para isso eu tenho outras condições.

— O que você quer? – ele revirou os olhos.

— Um lugar decente, não vou ficar nesse depósito abandonado. – ergui o dedo indicador.

— Acho que podemos deixá-la em um dos quartos... – Sam olhou do irmão para o anjo – O que temos a perder?

— Nossas vidas? – Dean questionou ironicamente – Quem garante que ela não vai nos matar durante a noite.

— Eu. – Castiel respondeu – Vou vigiá-la para que não faça nada de errado.

— Hum... Isso vai ser interessante. – estreitei o olhar na direção dele – Podemos fazer uma festinha do pijama, compartilhar segredos e até mesmo jogar alguma coisa bem divertida.

E sem responder nada, ele simplesmente saiu da sala.

— Er... Certo. – Sam juntou as mãos – Então vamos procurar um quarto para você.

— Ah, obrigada, Samuel. – enrosquei meu braço no dele – Como sempre você está sendo um cavalheiro.

Ele me guiou pelo lugar, só então percebi o quanto era enorme e cheio de corredores, o caminho não pareceu tão complexo quando me arrastaram para lá, mas vendo toda a estrutura, uma pessoa poderia facilmente se perder por ali. Não notei que Dean nos seguia até que ele passou na nossa frente e destrancou um dos quartos que ficava no final de um corredor, deduzi ser o mais distante de onde eles dormiam.

— Pronto, senhorita, aproveite a estadia. – ele indicou que eu entrasse.

— Obrigada, vocês são uns amores. – apertei a bochecha de Sam – Se eu precisar de algo, com certeza os chamarei.

Dean revirou os olhos, visivelmente desconfortável com aquela situação e saiu da minha vista, sendo seguido pelo irmão mais novo. Olhei ao redor e me dei conta que aquele lugar devia ter décadas de existência, havia uma pia no canto com um espelho manchado e a torneira enferrujada, uma pequena cômoda ao lado, uma cama de casal que não aparentava ser nem um pouco confortável e ao lado, um criado mudo com um abajur rachado. Adorável. Bom, era melhor que o Inferno.

Pouco tempo depois eu já estava entediada, a cama realmente era um tijolo e eu estava com vontade de tomar um Milkshake. O fato de ter aceitado o que eu realmente era acabou me dando coisas que eu não tinha quando acreditava ser um demônio, entre elas, a fome.

Abri a porta do quarto e segui pelo corredor, tentando achar a cozinha daquele lugar, mas só encontrei Castiel no meio do caminho. Ele estava encostado na parede, olhando fixamente para frente e com as mãos nos bolsos do sobretudo. Ah, claro, o cão de guarda.

— Onde pretende ir? – ele indagou sem olhar para mim.

— Cozinha, eu estou com fome... Acho. – estreitei o olhar – Isso é bizarro.

— A humanidade em si é bizarra. – ele me encarou – Me acompanhe.

O anjo me deu as costas e foi andando rapidamente pelos corredores, o acompanhei, tentando memorizar o caminho e caçando por qualquer outro cômodo interessante. Ao chegarmos lá, Dean estava devorando um sanduíche e tomando cerveja como se não houvesse amanhã.

— Fazendo um tour? – ele perguntou sem tirar os olhos da comida.

— Algo do tipo... O que tem aí pra mim? – sentei de frente para ele.

— Depende, do que você gosta? Temos a comida de coelho do Sammy e comida de gente de verdade.

— Eu não sei do que gosto. – olhei para o anjo, esperando que ele pudesse me dar alguma sugestão.

— Eu lembro de gostar de carne vermelha... Quer dizer, do meu receptáculo gostar. – ele falou indo até a geladeira – Talvez você tenha um gosto parecido.

— Cara, já pensou se ela era vegetariana? – o Winchester riu – Que triste.

— Sabe, eu estava com vontade de tomar milkshake... Mesmo sem nunca ter experimentado, eu acho.

— Sinto muito, madame, mas não temos os ingredientes.

— Bem que você ou o anjinho poderia ir comprar, certo? – sorri para ele – Por favor, Dean. Você mais do que ninguém deve entender a alegria que é comer depois de um longo tempo... Veja isso como minha primeira refeição! Não deveria ser algo realmente especial?

Ele ficou me encarando com uma sobrancelha erguida, enquanto mastigava o sanduíche e o anjo apenas balançou a cabeça negativamente.

— Tudo bem, Rav... Mas só porque eu sou piedoso e levo comida a sério. – o Winchester pegou sua garrafa de cerveja, a jaqueta que estava pendurada nas costas da cadeira e saiu – Eu já volto. Cass, já sabe, né?

— Sim. – Castiel estreitou o olhar na minha direção logo depois que o loiro saiu – Você os manipula tão facilmente...

— É um dom. – dei de ombros – Não preciso ser um demônio para fazer isso bem.

— Pensando bem, você poderia materializar um milkshake aqui se quisesse. – ele franziu o cenho e cruzou os braços.

— Oh... É mesmo! – ri levemente e levantei, indo até ele – Mas vamos colocar esses rapazes para trabalhar um pouco, andam muito relaxados... Já você, parece que não tem um momento de sossego há tempos...

— É difícil quando se tem uma rebelião no céu e um Anticristo na terra.

— Ah, mas não precisa se preocupar comigo! – sorri abertamente e coloquei a mão em seu ombro – Eu sou o menor dos problemas por aqui, considere-se sortudo por isso... E não é como se você fosse tirar os olhos de mim, certo?

— Pode ter certeza que não.

— Ótimo. – me virei na direção da porta – Bem que alguém poderia me apresentar o lugar... Cadê o Sam?

— Provavelmente na sala.

— Certo... E como chego lá? – olhei para os dois lados do corredor e decidi ir pela esquerda – Acho que por aqui.

— Ravenna! – Castiel gritou por mim e me acompanhou enquanto eu caminhava rapidamente.

Aquele lugar era um labirinto, mas eu vim do Inferno, sabia lidar muito bem com labirintos. Não demorei muito para chegar em um tipo de biblioteca com decoração “medieval”, esses dois são tão clássicos que me dava agonia. Localizei o Alce debruçado sobre um livro em uma das mesas, me aproximei dele projetando dois milkshakes de morango, sentei de frente para ele e empurrei um dos copos em sua direção.

— E aí, nerd? – sorri, esticando minhas pernas e as colocando em cima da mesa.

— O que houve? – Sam olhou desconfiado para o copo e depois para o anjo que estava atrás de mim.

— Tédio! – respondi – O que está lendo?

— Não é nada demais, só procurando algo que nos ajude com... Você.

— Ah sim... Caso precisem lidar comigo, não é? – comecei a brincar com o canudo do milkshake. – Parece que vocês estão menos ingênuos ultimamente.

— Uma hora tínhamos que aprender. – Sam falou me encarando.

Levantei e fui olhar os inúmeros livros que haviam no local, podia sentir o olhar do anjo nas minhas costas o tempo todo, como se eu fosse me transformar numa besta cuspidora de fogo e acabar com tudo em questão de segundos. Mas eu não estava com vontade, na verdade, estava curiosa em saber sobre mim, minhas fraquezas, meus pontos fortes e todo o meu potencial... Seria fácil acabar com os três cães se fosse necessário depois de me darem o que quero saber.

Pouco tempo depois, Dean chegou descendo as escadas com várias sacolas, mas quando notou o copo na minha mão, assumiu uma expressão de descrença.

— Como assim? De onde saiu isso? – questionou apontando de mim para Sam.

— Então, eu esqueci que podia fazer um, mas agradeço o esforço mesmo assim. – fui até ele e ofereci um sorriso gentil – Agora, eu acho que estou com sono e vou dormir. Boa noite para vocês, fofinhos.

Saí caminhando da sala e fui de volta para o quarto, estranhamente o urubu caído não me seguiu. Estariam baixando a guarda tão cedo?

Fechei a porta atrás de mim, tirei os sapatos e os joguei no canto, todas aquelas ações pareciam naturais para mim, embora nunca tivesse as feito... Pelo o que eu lembrava, ao menos. Vesti uma roupa mais confortável e me joguei na cama, puxando vários travesseiros ao meu redor até que ficasse bem acomodada, não demorou quase nada até que eu dormisse estranhamente.

Havia outra coisa peculiar e humana que eu havia esquecido: Sonhos.

Naquela primeira noite eu sonhei que estava de volta ao Inferno, mas não era Crowley quem comandava tudo, era Abaddon. Estava sentada como uma lady no trono que o pertencia, mantinha o rosto erguido e olhava diretamente para mim. Só então notei que minhas mãos estavam acorrentadas e dois demônios as seguravam, eu estava ajoelhada e com a respiração ofegante... Nunca me senti daquele jeito, fraca, impotente, desajeitada, humilhada e destruída.

— Curtindo a vida humana, Ravenna? – Abaddon levantou do trono e desfilou em minha direção – Você caiu feio.

Eu quis responder, mas por algum motivo não conseguia raciocinar ou fazer com que minha voz saísse.

— Sabe, depois do que você aprontou, foi muito fácil tirar aquele patético do poder. – ela apontou para o final da sala, tinha um corpo jogado no canto, pelo modo que ela se referia, só podia ser o Crowley – Foi tudo muito fácil para mim, te vencer principalmente.

— Como você conseguiu? – finalmente algo foi dito por mim.

— Me aproveitei das suas fraquezas, obviamente. Matei todo mundo e a deixei por último. E quando eu digo todo mundo, isso inclui aquela raça medíocre chamada de humanidade... E os anjos também. – ela sorriu e se abaixou até ficar da minha altura – Depenei um a um e te vi implorar para que eu parasse.

— Como é? Eu nunca imploraria por uma coisa dessas!

— Passar tanto tempo com aqueles irmãos e o pombinho de estimação deles te deixou estranha... Humana.

— Mas eu sou metade humana!

— Não! – Abaddon gargalhou e exibiu os olhos negros – Aí é que está... Você ficou totalmente humana, com uma alma brilhante e tudo mais.

Aquilo não era possível, nunca me disseram que tinha alguma possibilidade de que eu me tornasse 100% humana. A ruiva se afastou de mim e pegou uma adaga das mãos de um dos demônios ao seu redor, me encarou e a lançou diretamente no meio peito, não senti dor, mas o susto me fez acordar em um pulo.

Foi completamente bizarro. Eu estava agarrando dois travesseiros com força, sentada na cama e tentando assimilar o último acontecimento.

— Pesadelos? – a voz de Castiel vinda do canto me chamou, ele estava sentado em cima da cômoda com os braços cruzados.

— Acho que sim. – respondi franzindo o cenho – Faz tempo que está aí?

— Desde que você dormiu. Por acaso achou que íamos te deixar sozinha?

— Claro que não. – revirei os olhos e voltei a deitar – Como as pessoas conseguem viver sabendo que ao tentarem descansar podem ser atacadas por essas torturas mentais?

— Não deve ser tão ruim...

— É HORRÍVEL! – resmunguei.

Castiel não respondeu, ele deve ter pensado que eu estava tentando dormir novamente, mas agora que eu sabia que ele estava ali me observando e ainda mais que eu poderia ter novos pesadelos, não ia conseguir.

Sobre minha primeira noite de sono: Ela praticamente não existiu.


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Notas finais do capítulo

Então, sinceramente, esse não foi um capítulo que curti escrever, não sei... Ele foi forçado. Mas necessário! Por isso, espero que tenham gostado de qualquer forma e deixem seus comentários por aqui, é muito importante mesmo. Eu vou tentar não atrasar o próximo, vocês sabem que eu odeio atrasar as postagens, mas têm vezes que não dá pra escrever mesmo.
Ah e me avisem qualquer errinho, please.
EITA! Quase esqueço de comentar o que rolou! Rav indo morar com os boys, importunando o Dean e o Cass... E o Sam também! Isso não vai dar certo. E esse sonho louco? Apenas um sonho? Vai influenciar em algo? CLARO QUE VAI!
Beijos e até o próximo.



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