I Bet My Soul escrita por QueenOfVampires


Capítulo 4
IV


Notas iniciais do capítulo

Oi geeeeente!
Primeiro eu quero pedir desculpas, novamente, pela demora. Dessa vez gostaria de culpar a minha internet pela minha ausência. Enfim, tentarei ser mais rápida com o próximo.
Bom, gente, antes de qualquer coisa eu gostaria de lembrá-los que nessa fic eu misturei a mitologia da série e outras coisinhas a mais que andei pesquisando nos últimos meses... Então, não será 100% fiel à Supernatural. Mesmo assim espero que gostem, prometo que estou me esforçando ao máximo para fazer uma fic legal e bem interessante para vocês.
Espero que gostem do capítulo, boa leitura.



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Depois de ouvir aquela conversa, eu tinha duas opções: Ir até lá e torturá-los até que me dissessem o que eu queria saber, ou, ir até lá e me portar como a boa/má garota que eles acham que eu sou. E é óbvio que escolhi a segunda opção.

— Com licença. – coloquei a cabeça para dentro da sala – Senhor, vim saber sobre as metas de hoje à noite.

Péssima desculpa esfarrapada, mas foi a primeira coisa que me veio na mente no momento.

— Ah,claro! – o maldito Rei mentiroso disse, fazia aquilo como ninguém... Queria ser como ele, quando crescesse – Terence vai te mostrar os gráficos e falar quanto precisamos.

— Sim, senhor. – Terence assentiu e veio até mim.

O acompanhei até a sala de registros, sim, isso daqui é Inferno, tudo bem organizadinho em seu devido lugar, não nos confunda com aqueles seres primitivos do Purgatório.

Certo, retornando:

— Então, como foi sua conversa com os Winchesters? – ele perguntou enquanto procurava a prancheta com os dados dos pactos da semana.

— Pra falar a verdade, eu não os encontrei. – menti descaradamente – E estou pensando em deixar isso pra lá.

— Eu acho que é uma boa ideia, quer dizer, você não vai querer bater de frente com o Crowley, certo?

— Claro que não.

— Mas se você quiser, eu ainda posso te ajudar... – Terence me lançou um sorriso gentil.

— Ah, por enquanto vamos deixar esse assunto pra lá. Mas agradeço de qualquer forma, não dá para sair confiando em todos por aqui... Mas em você, eu sei que posso confiar. – coloquei a mão em seu ombro, reprimindo a vontade de quebrar todos os seus ossos ali mesmo.

— É, até que pode. Eu não tenho nada a perder ou ganhar por mentir para você.

— Pois é! Não é como se você estivesse tramando pelas minhas costas! – dei uma leve gargalhada – Enfim, qual a meta de hoje?

— Hoje é quarta feira, não é muito alta... Só em média de 10 almas. – e ao dizer isso, me lançou uma piscadela e saiu da sala.

— Desgraçado... – murmurei para o nada. Certa de que ele havia ido fofocar para o Crowley tudo que conversara comigo.

Decidi que da próxima vez que visse Abaddon, daria sua chance de falar. Não que eu fosse jurar minha lealdade à ela, mas aproveitaria seu visível desespero em me ter ao meu favor. No entanto, ela não apareceu no final daquela noite, nem na seguinte e nem na outra depois daquela. Comecei a considerar que ela teria desistido, e assim, levado embora minha única chance de entender claramente o que estava acontecendo. Eu sei que eu poderia buscar sozinha, mas isso levantaria muitas suspeitas, principalmente se Crowley achasse prudente me seguir.

Antes de voltar para o Inferno, invadi uma biblioteca que ainda não estava aberta e fui procurar por qualquer coisa, peguei uma pilha de livros gigantes sobre criaturas, demonologia, mitologia e outros do gênero.

Nunca tive muita paciência para ficar debruçada em uma mesa pesquisando coisas, mas visto que seria o método mais rápido para mim, foi o que fiz. Levei duas horas em uma coleção sobre criaturas malignas de quatro edições e não encontrei absolutamente nada, era inútil! Por isso, decidi começar um pequeno incêndio no lugar.

Fui até uma estante, empurrei os livros que foram caindo um a um e entrando em combustão instantânea ao tocar o chão. Desde que descobri o que era capaz de fazer, me sentia livre e como se pudesse agir de qualquer maneira. Sentia como se nada fosse capaz de me atingir e eu poderia estar certa!

— Vamos lá... – estiquei a mão em direção ao corredor de livros infantis e no mesmo segundo que pensei o que queria, os livros explodiram e as páginas voaram por toda parte.

Então, pensar era o mesmo que fazer.

Olhei para o lado, notei que havia uma fila de estantes, então bastou um movimento da cabeça para todas irem ao chão em efeito dominó.

— Se divertindo, querida? – a voz de Crowley surgiu atrás de mim – Destruir patrimônios públicos sempre dá uma sensação de rejuvenescimento, não é?

— Um pouco... – respondi por cima do ombro – O que o senhor faz por aqui?

— Um dos meus demônios não voltou para fazer o relatório dos pactos... Vim ver o que aconteceu. – veio até mim – Creio que precisamos conversar.

— É? – virei para ele e cruzei os braços.

— Não fique nervosa, Rav.

— Não estou nervosa. – dei um meio sorriso.

— Então, você decidiu dar atenção ao que Abaddon diz?

Naquele momento eu pensei em três coisas: Matar Crowley, dizer que escutei o que ele conversou com Terence ou mentir.

— Decidi! Confesso que fiquei curiosa depois que a venci... Mas parece que o senhor tinha razão... – apontei a biblioteca semi destruída – Não encontrei nada.

— Porque não há nada para encontrar, querida! Infelizmente, você é o que é.

— Pois é... – abaixei a cabeça e chutei uns livros queimados, como se estivesse decepcionada – Peço perdão pela desconfiança.

— Não se preocupe com isso, que tal voltarmos para casa e você me conta mais sobre essa raiva guardada? – ele me ofereceu o braço.

— Raiva? – enlacei meu braço no dele.

— Você acha que todo esse poder escapando pelas suas mãos é anormal? – Crowley ergueu as sobrancelhas – Pode não parecer coisa de demônios, mas quando se acumula certos sentimentos, eles podem escapar das piores maneiras... Ou no nosso caso, das melhores.

— Isso explica tanto! – dei uma risada e me aconcheguei mais perto dele.

Sério, ele mentia tão bem! Enquanto voltávamos para o Inferno, fui inventando algum drama patético sobre o que estava me causando raiva, disse que era pelo tédio de ser um demônio de encruzilhadas e que tudo era muito repetitivo. Claro que ele prometeu me mandar para outra área em breve, nem arriscaria me deixar infeliz.

Quando chegamos lá, fui até o escritório para deixar os registros dos pactos com Terence e também para ter uma rápida conversa com aquele desgraçado.

— Ei, Rav. – ele falou sem nem me olhar.

— Olá. – me aproximei mais do que o necessário dele e me apoiei em seu ombro.

Terence parou o que estava fazendo por alguns segundos, provavelmente sem entender minhas ações, mas logo retomou o trabalho e iniciou uma conversa.

— Então, conseguiu sua meta?

— Sim... Foi até fácil. – ronronei próximo ao seu ouvido.

— O que você quer, Ravenna? – suspirou ao questionar.

— Conversar! – me afastei e dei de ombros – Você aceitaria ir rapidinho na Terra para trocarmos... Umas ideias?

— Estou ocupado.

— Não vai demorar... – fui até ele novamente e deslizei minhas garras pela linha do seu maxilar – Só queria um lugar com mais privacidade.

Terence virou até ficar de frente para mim, me encarando com um olhar duro forçado. Eu sabia que Crowley provavelmente teria dado ordens para que ele ficasse atento em relação à mim... Mas que tipo de demônio eu seria se não soubesse manipular alguém?

— Sobre o que quer conversar?

— Sobre coisas aleatórias... – pendi a cabeça de lado e abri um sorriso travesso.

— Tudo bem, uma conversa rápida não faz mal a ninguém. – ele pressionou os lábios e indicou a saída com a cabeça – Vamos lá.

O acompanhei pelos corredores do Inferno, não era normal que dois demônios de setores diferentes estivessem juntos a não ser que fosse na sala de Crowley durante uma reunião, mas como eu não parava quieta em um só lugar, não atraímos muita atenção pois todos estavam acostumados a me ver desfilar desocupada por ali.

Quando subimos à Terra, o levei para o mesmo galpão que usei para torturar um homem dias atrás e fui interrompida por Abaddon. Era abandonado, longe de qualquer circulação de pessoas e perfeito para as minhas intenções.

Assim que fechamos o grande portão de metal, Terence me puxou pela cintura e esmagou meus lábios em um beijo feroz. O empurrei para o meio do galpão, puxando o tecido de sua camisa e estourando os botões para abri-la. Um rosnado suave escapou de sua garganta quando passou a beijar meu pescoço e eu tinha certeza que seus olhos estavam totalmente escuros. Aproveitei a situação para olhar o teto do local e verificar se estava no lugar certo, ao confirmar, tirei uma espada angelical da jaqueta e o golpeie, fazendo um corte superficial no peito.

— AAH! – Terence se afastou, com a mão no torso, mas parou ao atingir uma parede invisível – O que é isso?

— Isso se chama Interrogatório. – apontei para cima, onde havia uma linda Chave de Salomão desenhada.

— Você é retardada? – ele gargalhou – Também está dentro dela!

— E isso seria um grande problema... Se eu fosse um demônio. – dei um passo para fora da armadilha e sorri para ele.

O sorriso dele se desfez completamente, inconscientemente tentou fazer o mesmo que eu e foi impedido ao atingir o limite.

— Ravenna, você é um demônio. – insistiu.

— Calado. – revirei os olhos – Eu escutei sua conversinha com o Crowley! Sei bem que a última coisa que eu sou é um verme como você.

Terence permaneceu calado, era visível o medo estampado em seu olhar, mas o que me aborrecia era o fato do medo não ser de mim e sim do Rei do Inferno e do que ele faria se descobrisse o que estava acontecendo.

— Você vai me contar tudo que sabe. – apontei a espada na direção do seu rosto – Agora.

— Eu não posso! Ele vai me matar!

— Idiota! Eu vou te matar se não começar a falar! – me aproximei e apertei a lâmina direto na jugular – Pode começar...

— Eu não sei o que você é.

— Sabe... – apertei mais um pouco e sua pele começou a queimar.

— Não, eu não sei! Ele nunca me disse! Eu juro! Crowley apenas me disse que você não era um demônio puro e que sua origem era diferente da nossa, mas que enquanto você acreditasse que era uma qualquer, realmente seria.

— O que ele quis dizer com isso?

— EU NÃO SEI!

— Você está sabendo muito pouco para alguém que anda de segredinhos com o Rei do Inferno! – fiz mais um corte em seu peito, onde surgiu uma luz amarela – Eu quero mais!

— Ahr... Ele... Citou algo.

— O quê?

— Que tem algo relacionado aos seus olhos... Ele disse que antes de você chegar ao Inferno, alguém tinha dito à ele algo como “Dizem que ela terá um olho danificado e o outro será normal."

— O que raios isso significa?

— Aparentemente não veio ao pé da letra... – Terence apontou meus olhos, que eram de cores diferentes mas não pareciam danificados – Acho que foi só mais um exagero bíblico.

— Biblíco? – questionei, surpresa.

— Sim, aparentemente te citam na bíblia.

Me afastei do demônio que já estava caído no chão, peguei o celular e disquei o número de Sam. Parecia um erro, eu sei, mas era a fonte de pesquisa mais rápida que eu tinha em mãos.

Alô? — ele atendeu com uma voz de sono.

— Acorda princesa, preciso de um favor!

Ravenna? Olha, eu não acho que seja uma boa ideia...

Pesquisa aí em trechos bíblicos algo relacionado à um olho danificado e outro normal.

O quê? Pra quê?

— Só faça isso!

Certo... –ele ficou em silêncio por alguns momentos e provavelmente colocou o celular no viva voz, pois ouvi Dean perguntar quem era e resmungar ao ouvir a resposta – Rav?

— Sim?

O que você citou tem relação com o Anticristo, de acordo com a Escatologia Islâmica.

— Anticristo, é? – dei um meio sorriso, era bom demais pra ser verdade – Algo mais?

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— Ah, não, obrigada. Isso é tudo, Sam, pode voltar a dormir. – desliguei o celular antes mesmo de ouvir sua resposta.

Então, ao que tudo indicava e agora começava a fazer ainda mais sentido, eu era um filhote de demônio com humano, uma das criaturas mais poderosas que já existiu, uma arma poderosa que Crowley estava guardando em seu arsenal e que Abaddon queria a qualquer custo.

— O que você descobriu? – Terence perguntou com temor.

— Algo bem interessante... – fui até ele – Precisamos voltar ao Inferno, tem algo muito sério que preciso discutir com o titio Crowley e adoraria que você estivesse presente.

Rachei o teto do local e assim consegui quebrar a Chave de Salomão, esperei que Terence saísse mas ele não o fez.

— Eu prefiro que você me mate. – ele resmungou.

— Eu não vou deixar o Crowley te machucar, vamos logo.

— Como se eu pudesse confiar em você.

— Claro que pode! O tanto que eu posso em você. – exibi um sorriso largo – Agora você decide se vai sair daí andando ou arrastado.

Com mais alguns segundos de consideração, Terence finalmente saiu por livre e espontânea pressão. Acompanhou-me de volta ao nosso lar, de cabeça baixa ao passarmos pelos corredores e dessa vez atraindo olhares até demais. Como se não fosse natural ter alguém recém torturado vagando por lá.

A sala de Crowley estava cheia de palermas, como sempre, o cercando e esperando por suas ordens enquanto o mesmo estava jogado no trono mexendo em seu smarthpone. Todos os demônios abriram caminho para que eu passasse e começaram a murmurar. O Rei do Inferno apenas ergueu o olhar e ao notar o demônio estraçalhado atrás de mim, sussurrou:

— Maldição...


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Notas finais do capítulo

Certo... Anticristo.
Alguém lembra do Anticristo lá na quinta temporada? Aquele garotinho fofo?
A série esqueceu! Mas eu não! Como vocês sabem, eu adoro explorar essas coisas que Supernatural aborda tão superficialmente e colocar meu toque.
Então, sabemos o que a Rav é e temos uma leve ideia do que ela é capaz... Mas isso não é tudo, as tretas ainda nem começaram!
Alguém pensou nisso? Alguém cogitou essa criaturinha?
Realmente espero que tenham gostado e que tenha atendido as expectativas. Por hoje é só, mas logo trarei o próximo.
Beijos e aguardo os comentários!



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