I Bet My Soul escrita por QueenOfVampires


Capítulo 10
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Notas iniciais do capítulo

Olá, alguém ainda aí?
Não vou falar muito aqui nas notas iniciais, deixarei as explicações lá no final.
Só queria dedicar esse capítulo à Hunter Pri Rosen, que fez uma recomendação linda e quase acabou com meus feelings, na verdade, eu deveria ter dedicado o capítulo anterior, mas ele ficou meio... Er, não curti. Então estou dedicando esse capítulo que ficou decente kkkk
Segundamente, queria dedicar à Mrs Jones que ficou me apoiando durante o bloqueio para que eu continuasse a tentar escrever, muito obrigada, sister!
É isso, boa leitura e nos vemos lá embaixo!



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Nós chegamos em um corredor estranho do Inferno, eu nunca tinha ido lá, mas o barulho de trovões ao fundo me lembrou de algo que Terence me contou alguns anos atrás, sobre o local onde Crowley jogava as almas rebeldes para castigá-las. No final havia uma pequena escadaria, nós descemos e nos deparamos com um lugar vazio e sem fim, como um deserto, era escuro e sufocante. Raios caíam por toda parte e as trovoadas ficavam mais altas, logo à nossa frente tinha uma enorme gaiola quadrada com tochas acesas ao redor.

— É aqui? – perguntei olhando ao redor – Não é tão impressionante...

— Isso é só uma projeção da jaula. – Maya colocou os materiais em cima de uma mesa, pegou uma tinta branca e começou a desenhar sigilos ao redor da grande cela – Devo deduzir que o Crowley sabe que estamos aqui.

— Provavelmente não, ele não nota o que fazem bem debaixo do nariz dele. – dei de ombros- E nenhum demônio nos viu chegar.

— Vamos começar, certo? – ela foi até a mesa, onde tudo já estava arrumado e começou a falar fechando os olhos e erguendo as mãos lentamente em cima da tigela com os ingredientes para o feitiço – Foro dega la moray.

Os sigilos começaram a brilhar como se estivessem sendo queimados e ela continuou:

Mah ho Tah!— Maya gritou e um rastro de fogo se formou ao redor da gaiola – For reh say-lah! — ela jogou algumas sementes na tigela, que entrou em combustão espontânea, e os raios ficaram mais constantes, assim como os trovões.

O rastro de fogo cresceu até formar uma parede e eu dei um passo para trás. Foi então que vi a silhueta masculina dentro da jaula, foi se aproximando e deixando em evidência apenas os olhos vermelhos, até que as paredes de fogo diminuíram e lá estava ele, apoiado nas barras de ferro com a maior tranquilidade do mundo; Lúcifer.

— Quem são vocês e o que querem de mim? – ele deu um meio sorriso – Não é comum visitas por aqui.

— Ah, meu nome é Ravenna e eu sou...

— Um Anticristo. – ele ergueu o rosto para me olhar, com um pequeno desprezo no olhar – Senti o cheiro daqui...

— Eu sei que você abomina a minha... Er... Espécie, mas eu creio que possamos nos unir por interesses em comum.

— Você acha, garota? – ele a encarou – Não sei se reparou, mas estou meio “preso” aqui.

— Se eu conseguir o que quero, te tiro dessa jaula. – me aproximei dele, sem desviar de seu olhar carregado de desdenho.

— Quem me garante isso?

— Bom, sou sua única esperança no momento. Está rolando uma pequena guerra entre Crowley e Abaddon lá em cima, tenho certeza que quem quer que ganhe, não vai melhorar sua situação por aqui.

— Abaddon está viva? – ele riu como se tivesse ouvido a piada mais engraçada do mundo – Garota, você não tem chance alguma... Contra aquele projeto de leitão, talvez, mas ela é... Implacável.

— Ela tem medo de mim.

— O quê? – ele me encarou descrente – Por quê? Você não é nada, até alma tem...

— E essa história de alma de novo? – revirei os olhos – É o seguinte, Luci, o que eu preciso fazer para acabar com Abaddon e ainda dar uma lição no Crowley? Ele deixou um pedaço dele na minha alma, soube que só um Arcanjo poderia resolver essa situação...

— Ah, não é tão simples assim. – ele sorriu abertamente – Quero minha parte do combinado!

— Você terá, mas primeiro eu preciso resolver as coisas lá em cima, ainda tenho que fazer um teatrinho para os Winchesters...

— Winchester? – ele me interrompeu, parecendo surpreendentemente mais animado – Agora você está conseguindo minha atenção, sabe, para sair daqui eu preciso da minha casca...

— Sam? Abaddon o sequestrou, até onde sabemos.

— Certo, eu vou dar um jeito na sua condição, você sobe lá e traz o Samuel para mim, ok? – ele assentiu pendendo a cabeça de lado.

— Ok.

— Vamos lá, eu preciso que você entre aqui... Bruxinha, pode me dar uma força nesse caso? – ele pediu para Maya e ela fez mais algumas mandingas e quando me dei conta, estava no centro da jaula, de cara com Lúcifer – Perfeito!

— Certo, o que você vai fazer? – questionei com temor, não nego que estava aterrorizada com o fato de estar no mesmo cubículo que o Diabo.

— Vou tirar aquilo que reprime seu potencial, vai doer um pouco... – ele puxou um lenço do bolso de sua camisa – Morda isso e segure bem essas barras de ferro.

Apoiei minhas costas na grade da jaula e agarrei as barras como ele ordenou, Lúcifer colocou o tecido na minha boca e eu o mordi sem entender bem o que ele pretendia.

— Espere... Isso é perigoso! – Maya se aproximou da jaula, provavelmente notando as verdadeiras intenções dele.

— Acredite, é a melhor opção. – ele lançou uma piscadela para ela, segurou meu ombro e enfiou a outra mão dentro do meu abdômen.

Foi

A

Dor

Mais

Insuportável

De

Todas.

Parecia que Lúcifer estava remexendo minhas entranhas, me rasgando de fora para dentro e puxando cada fio de fibra dos meus órgãos. Mas não, eu logo entendi o que ele estava fazendo apesar de estar quase perdendo a consciência de tanta dor que sentia, ele estava tirando a minha alma. Certo, eu já esperava ter que fazer algo do tipo, não a considerava grande coisa e era um bom preço a se pagar para dar um jeito na bagunça irritante do andar de cima.

— Você vai matá-la! – ouvi Maya gritar bem de longe, quase todos os sons ao meu redor estavam sumindo – Não precisa tirar tudo, só o Toque do Crowley!

— Calma, eu consigo! – Lúcifer parecia realmente estar se esforçando – Faça um feitiço de isolamento quando eu tirar, certo?

Então eu senti como se tivessem arrancado meu corpo de mim. Não, talvez esse não seja o melhor jeito de explicar... Mas a sensação é exatamente essa, você está lá, mas parece que puxaram seu corpo para fora dele. Como se tirassem uma camada sua. Foi absurdamente esquisito. Pelo menos a dor parou, aliás, tudo parou.

Eu estava respirando ofegante quando senti tudo ao meu redor diminuir o ritmo e ficar em câmera lenta, quase parando. Não havia mais nada dentro de mim, em um segundo eu me tornei apenas consciência... E isso era magnífico.

Ergui a cabeça e o tempo voltou a andar corretamente, Lúcifer entregou a bola brilhante que deveria ser minha alma para Maya e ela a guardou em uma caixa enquanto recitava algum feitiço, então me encarou.

— Como se sente? – ele se afastou um pouco e me olhou de cima a baixo – Melhor?

— Eu me sinto... Perfeita. – falei sinceramente – Então eu posso conseguir o que quero agora?

— Claro, nada mais vai te segurar. Lembre-se do nosso acordo, Ravenna. – ele voltou para a parte escura da jaula, deixando apenas seus olhos vermelhos a mostra – Até breve.

— Obrigada, Lúcifer. – saí da jaula sem ao menos precisar da ajuda de Maya, por falar nela, estava me encarando como se eu tivesse virado a face de seu pior medo – O que é? Viu o bicho papão?

— Isso não é uma boa ideia... Ele tirou toda a sua alma.

— Tanto faz. – a interrompi – Eu tenho que voltar para os idiotas agora.

Maya nos tirou do Inferno tão rápido quanto levou até lá, voltamos no mesmo lugar que partimos, ela me perguntou se eu queria ficar com a alma, mas eu disse que se livrasse dela, usasse para um feitiço, qualquer coisa, não me importava mais, não queria mais aquele fardo em mim.

Voltei para o bunker antes que ela tentasse me convencer do contrário, agradeci mentalmente quando vi Dean e Castiel conversando na sala, assim poderia contar tudo de uma vez sem precisar me repetir, era algo irritante.

— Ravenna. – Castiel virou para mim – Você foi mesmo lá?

— Fui sim, foi bem interessante, consegui me livrar do Toque do Crowey... Nossa, essa frase é esquisita demais. – ri sozinha.

— E o que mais? Lúcifer te ajudou simplesmente assim? – Dean tentou se aproximar, mas Castiel o parou.

Nós dois olhamos para o anjo e ele estava me encarando, seu rosto estava estático e mais uma vez parecia que eu era a ameaça naquele lugar.

— O que foi agora, Castiel? – cruzei os braços e revirei os olhos.

— Sua alma... Ela se foi. – ele falou com aquela voz pesada, então Dean me encarou e deu um passo para trás – O            que exatamente você fez na jaula?

— Ok, não vejo sentido em esconder essas coisas de vocês. – puxei uma cadeira e sentei despreocupadamente – Eu não vejo mais sentido em nada, na verdade, não ter alma é libertador! Enfim, eu conversei com o cara lá e ele disse que poderia me ajudar com meu bloqueio contra o Crowley, no meio do processo ele arrancou a alma inteira, não foi o combinado, porém estou achando que me fez muito bem.

— Isso é catastrófico! – Castiel rosnou.

— E o que te impede de nos matar agora? – Dean questionou.

— Sei lá... O que eu ganharia matando vocês?

Nenhum me respondeu, eles ficaram me encarando por bons segundos até que o anjo voltou a falar.

— Certo, considerando que você realmente vai nos ajudar, acho que devo compartilhar com você o que descobri.

— Seria muito bom. – assenti para que ele continuasse.

— Abaddon está com Sam, ele ainda está vivo... – ele fez uma pausa e me encarou – Mas ela conseguiu outro Anticristo.

— Como é que é? – levantei da cadeira subitamente – Quem?

— Jesse, o garotinho que encontramos alguns anos atrás. – Dean falou – Ela não perdeu tempo e o localizou o mais rápido possível, além de convencê-lo a ir contra Crowley e você.

— Por favor! Esse pirralho deve ter o quê? Uns 16 ou 17 anos? Ele não vai conseguir nada contra mim.

— Ela tem um exército inteiro e, até onde eu sei, você não conseguiu muita coisa com o Crowley. – Castiel veio até mim – Não ache que só porque se livrou de uma bola de luz, virou algum tipo de ser supremo.

— Não me subestime novamente, urubu. – inclinei meu rosto para frente, ficando a centímetros do anjo.

— Certo, antes que vocês se matem... – Dean veio até nós – Gostaria de saber se ainda vamos continuar com o plano de ir buscar o filho do Crowley no passado.

— Isso é desnecessário. – o respondi – Eu posso lidar com aquele demônio baixinho agora.

— Então o que está esperando? – Castiel falou com um leve tom de sarcasmo.

— Olha só, não vem me irritar não, posso fazer você engolir a própria língua, hein? – apontei para o anjo – Eu vou dar um jeito no meu paizinho querido e volto para o jantar, tudo bem, princesas?

Dei às costas a eles e saí praticamente desfilando do bunker. Por mais que eu tente, não consigo descrever especificamente a sensação de estar sem alma, parece que tudo simplesmente não importa mais além de você.

Fui bem feliz até o Inferno, surpreendentemente não estava cheio, caminhei tranquilamente até a sala do trono, dessa vez quase não me notaram ali. Isso mesmo, quase. Um dos demônios percebeu minha presença e saiu correndo, gritando aos quatro ventos “Ela voltou! Avisem à vossa majestade! ”. Ótimo, eu tinha um anunciante!

Entrei na sala e Crowley estava lá, bebendo seu whiskey sem parecer preocupado com absolutamente nada.

— Olá, papi. – sorri para ele – Sentiu saudades?

— Ravenna! Claro que senti! – ele falou sem expressar nenhuma emoção além de indiferença – O que quer de novo? Não sou desocupado como você, tenho uma eleição para ganhar.

— Bom, se essa conversa vai ser rápida, só depende de você. – fui andando até ele – Hoje eu visitei uma pessoa bem especial, o nome dela era Maya. Uma bruxa adorável, tivemos um ótimo papo.

— Aquela maldita abriu a boca não foi? – ele começou a parecer irritado, sua voz entregava isso.

— Pois é... Mas isso não foi tudo! Adivinha só o que fizemos depois? – peguei uma das tochas de ferro presas na parede e continuei indo até ele – Fomos atrás de um Arcanjo...

— O qu...

Bati com a tocha diretamente na cabeça dele, o derrubando no chão. Ele largou o copo longe e tentou se levantar, mas o chutei para longe.

— Sabe que o único Arcanjo disponível era Lúcifer e ele ficou até que bem interessado nas minhas propostas. Ele não só arrancou seu maldito Toque, ele tirou minha alma inteira! Nada mais pode me impedir agora, Crowley.

— Espere... – ele ergueu uma mão na minha direção, como quem pede misericórdia.

— Sem essa, duende. – me agachei até ficar com o rosto na altura do dele e apertei seu pescoço – Você agora vai me ajudar contra Abaddon ou eu mesma tomo o Inferno, entendeu?

Crowley ficou me encarando, parte desacreditando no que estava acontecendo e parte temendo por seu destino caso recusasse.

— Entendi... – ele respondeu quase sem voz.

O larguei no chão, levantei e joguei a tocha de lado. Pronto, simples como tirar doce de uma criança. Eu tinha o Rei do Inferno nas mãos e, por mim, Abaddon poderia aparecer naquele segundo, eu me sentia capaz de explodi-la em mil pedaços.


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Notas finais do capítulo

Então? Curtiram? O título da fic fez sentido agora? kkkk Espero que tenham gostado do encontro entre a Rav e o tio Lu! Estamos caminhando para o fight final dessa história.
Então, eu sei que devo explicações, afinal sumi por dois meses.
Bom, para começo de conversa, sim, eu realmente pensei em abandonar essa fic, eu desisti dela por um tempo... Ou pelo menos achei que tinha desistido, mas não houve um único dia que não me senti a pior pessoa do mundo por não estar escrevendo. Mas às vezes ocorrem algumas coisas que mexem com as nossas cabeças e tudo sai do rumo.
Eu perdi completamente minha rotina, junto com isso eu também perdi a motivação para escrever, em parte porque não estava gostando muito do que estava fazendo e em parte porque não estava tendo o retorno que eu esperava. Eu sei, isso é ridículo, eu deveria continuar escrevendo do mesmo jeito fosse para 1 pessoa ou para 100 pessoas. Mas é complicado postar algo e não saber o que vocês pensam, afinal é uma das poucas coisas que eu disponho para o público, não é como meus outros projetos pessoais que deixo guardados, no caso dessas fics, eu realmente espero ter uma resposta e não era o que vinha acontecendo exatamente, isso me deixou um pouco insegura em relação à essa história.
Só queria explicar o que aconteceu, mais uma vez eu prometo que não deixarei vocês sem um final, não se preocupem. Eu só não sei quando receberei outra luz de inspiração, como aconteceu hoje e eu escrevi esse capítulo inteiro, e escreverei os próximos. Só sei que vou tentar sempre que puder. É isso aí, pessoas.
Aguardo comentários. Beijos e até o próximo.



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