Contos Yaoi escrita por Creeper


Capítulo 3
Coelho


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Lá estava eu vestido de garçom na festa de aniversário da minha irmã mais nova,Melody.
Na minha opinião até que o uniforme era bem sexy.
Servi algumas mesas, as amigas de minha irmã me devoravam só com o olhar e jogavam um pouco de charme achando que teriam alguma chance comigo.
Fala sério,meu coração já tem dono...
—Eu estou ridículo. —disse uma voz atrás de mim.
Virei-me e dei de cara com Miguel com uma fantasia (fofa,ao mesmo tempo que provocante) de coelho,Melody havia o obrigado a usar aquilo.
—Não está não. —sorri.
—É porque não é você que está vestindo isso!—Miguel disse tentando inutilmente esconder seu corpo com os braços. —Estou morrendo de vergonha,quero ir para casa...
—Deixa de reclamar e me ajuda!—lhe entreguei uma bandeja prata com alguns doces.
Por enquanto a maioria das pessoas estava na pista de dança do salão curtindo o som que o DJ fazia,então não tinha quase ninguém comendo.
—Eu mato a Melody.—Miguel murmurou indo em direção a cozinha.
Por falar em Melody ela estava dançando com o namorado,o salão estava completamente escuro,a única iluminação era o jogo de luzes (verde,vermelho e azul) que brilhava cada vez mais quando o som ficava mais alto. Até que a festa estava bem agitada.
Uma garota do outro lado do local ficava flertando comigo,bem,a culpa não é minha de eu ser tão chamativo e sensual!
Porém, o meu interesse não era garotas naquela festa e sim outra coisa.
Fui até a cozinha e lá estava Miguel em frente a pia jogando água em sua blusa branca.
—O que houve criatura? —perguntei me aproximando.
—Sem querer um dos empregados derramou chá na minha roupa.—ele respondeu sem me olhar.
Chá? Chá?! Quem é o ser que bebe chá em uma festa de aniversário?!
—Tira a camisa.—eu disse.
—De jeito nenhum!
—Prefere ficar com ela,então? Tudo bem.
—Eu até tiraria,mas não tenho o que vestir...—Miguel disse meio envergonhado.
Tirei meu colete preto e joguei no ombro dele.
—Agora tem.
Miguel meio receoso foi até o banheiro se trocar,pra que dar a volta no salão, quando podia fazer aquilo ali mesmo?!
Ele voltou um minuto depois,agora estava somente com a calça,a gravata borboleta e as orelhas de coelho brancas e o colete preto aberto.
—Eu não saio daqui.—ele disse.
—Então eu também não. —sorri me encostando na bancada.
Alguns garçons entravam e saíam da cozinha carregando bandejas cheias de aperitivos, os chefes estavam perto do fogão cozinhando e eu e Miguel só de boa.
—Melody vai ficar furiosa quando souber que você não está trabalhando.—Miguel disse ficando ao meu lado.
—Eu invento uma boa desculpa.—eu disse.—Tem certeza de que quer ficar aqui? Afinal,o salão está escuro ninguém vai ver...
—Prefiro ficar aqui.
Ficamos um tempinho conversando e comendo bolo de morango frio que os garçons não iriam servir para os convidados...
Era possível ouvir a música dali de tão alta que estava.
—Está na hora de cantar parabéns! —alguém gritou.
Todos que estavam na cozinha foram para o salão carregando um enorme bolo de chocolate de quatro andares.
—Você não vai?—Miguel perguntou se sentando no chão.
—Não.—eu me sentei.—Qual a graça de ver aquela pirralha assoprar 16 velinhas enquanto os amigos cantam?
Miguel riu,eu enxergava tudo de uma maneira simples.
—Por falar em aniversários, o seu está próximo... —ele comentou. —O que vai querer de presente?
—Hum...—pensei.—Um coelho! —sorri.
—Você tem 18 anos e quer ganhar um coelho de estimação? —Miguel perguntou.—Vê se cresce! Vai caçar uma lebre no mato você mesmo!
—Não é de estimação, é companhia animal.—expliquei.
—Na possibilidade de eu te dar um coelho,como seria o nome dele?
—Miguel.
Miguel ficou em silêncio por um segundo e por fim disse:
—Eu tenho cara de coelho por acaso?
Idiota...Sempre foi tonto em relação a indiretas bem diretas.
—Um pouco.—respondi.
Ficamos alguns minutos em silêncio, acho que depois dessa eu desisto de mandar indiretas,preciso ser direto.
—Bem...—Miguel quebrou o silêncio. —Eu posso ser seu coelho.—ele disse corando.
Olhei nos olhos verdes dele,ele havia compreendido?
—Não sou tão tonto como pareço. —ele deu um riso abafado.—E mesmo depois de ter me chamado de animal, eu...—ele se interrompeu enquanto aproximava seu rosto do meu.
Em um movimento rápido Miguel puxou minha gravata social obrigando-me a ficar próximo dele, ambos estávamos corados e sabíamos o que aconteceria...
Seus lábios com gosto de bolo tocaram os meus levemente,Miguel pretendia se afastar depois disso,porém eu não deixei,estendi o beijo.
Foi um beijo calmo e lento, não muito babado,mas também não muito seco,eu podia ouvir o coração de Miguel bater acelerado e sua respiração se misturar com a minha.
Tinha tanto amor naquele único beijo que eu não queria me separar nunca mais,mas Miguel me empurrou lentamente até que nossas bocas se afastassem.
—Por que parou? Estava na melhor parte!—eu disse sorrindo de canto.
—Bobo.—ele disse me dando um selinho e se afastando novamente.—Sou um ser humano preciso de ar.—respirou fundo.
—Eu vou fazer você perder o ar rapidinho.—sorri de modo pervertido.
—Eu sou seu coelho,me trate com carinho!—Miguel disse sorrindo.
—Sabe,eu te achava um idiota,mas até que você tem atitude.—eu disse acariciando a bochecha dele.
—Feliz aniversário adiantado!—Miguel disse bagunçando meus cabelos.—Não ouse me pedir mais presentes.
—Pão duro.
—Eu sou um pão muito macio!
—Veremos...—o empurrei até que deitasse no chão e eu ficasse em cima dele.
—O que pensa que está fazendo?!—ele corou violentamente.
—Verificando sua maciez.—eu disse beijando sua bochecha,depois o pescoço.
De repente a porta da cozinha se abriu,Miguel rapidamente me empurrou fazendo com que eu saísse de cima dele.
—Ei garçons, vão servir bolo!—o cozinheiro mandou.
—Pode deixar!—eu e Miguel assentimos inocentemente como se não tivéssemos feito nada de errado.
—Cozinheiro seja abençoado! —ouvi Miguel sussurrar.
—Na próxima você não escapa.—eu sussurrei.


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Notas finais do capítulo

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